Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
O caminho de volta ao Instituto foi silencioso; Jessamine olhava pela janela do cabriolé para o raivoso trânsito londrino e recusava-se a dizer uma palavra. Ela segurava seu guarda-sol sobre o colo, aparentemente indiferente ao fato de que o sangue em suas bordas estava manchando sua blusa de tafetá. Quando pararam, ela deixou que Thomas a ajudasse a descer da carruagem antes de segurar a mão de Anahí.
Surpresa pelo contato, Anahí só podia encarar. Os dedos de Jessamine estavam gelados.
— Venha comigo — Jessamine estourou impacientemente, e puxou sua companheira em direção às portas do Instituto, deixando Thomas encarando suas costas.
Anahí deixou que a outra garota a levasse para cima pelas escadas, para a propriedade do Instituto, e por um longo corredor, este quase idêntico àquele em que se encontrava o quarto de Anahí. Jessamine localizou uma porta, empurrou Anahí por ela e seguiu-a, fechando as portas atrás delas.
— Quero lhe mostrar uma coisa.
Anahí olhou em volta. Era outro dos grandes quartos dos quais o Instituto parecia ter um número infinito. O de Jessamine, porém, havia sido decorado a seu gosto. Acima dos painéis de madeira, as paredes eram cobertas por papel de parede de seda rosa, e a colcha da cama era estampada com flores. Havia uma penteadeira branca também, sua superfície coberta com um conjunto de arrumar de aparência cara: um sustentador de anéis, um vidro de água de cheiro, uma escova de cabelo e espelho de prata.
— Seu quarto é amável — Anahí disse, mais na esperança de acalmar a histeria evidente de Jessamine do que porque ela realmente achasse isso.
— É pequeno demais — Jessamine respondeu — mas venha... bem aqui.
E atirando o guarda-sol ensanguentado em sua cama, ela marchou pelo quarto até o canto próximo à janela. Anahí seguiu-a com alguma perplexidade. Não havia nada ali além de uma mesa alta, e na mesa havia uma casa de bonecas. Não o tipo de Casinha de Brincar da Dolly de dois quartos de papelão que Anahí tinha quando criança. Essa era uma bela reprodução em miniatura de uma casa real em Londres, e quando Jessamine a tocou, Anahí viu que a porta dela se abria em pequenas dobradiças.
Anahí prendeu a respiração. Havia pequenos belos quartos perfeitamente decorados com mobília em miniatura, tudo construído em escala, das pequenas cadeiras de madeira com almofadas bordadas até o fogão de aço fundido na cozinha. Havia pequenos bonecos, também, com cabeças de porcelana, e pinturas a óleo nas paredes.
— Essa era minha casa.
Jessamine se ajoelhou, ficando com os olhos na altura dos cômodos da casa, e gesticulou para que Anahí fizesse o mesmo. Sem jeito, Anahí o fez, tentando não ajoelhar-se nas saias de Jessamine.
— Você quer dizer que essa era a casa de bonecas que você tinha quando pequena?
— Não — Jessamine soou irritada — essa era minha casa. Meu pai mandou fazer esta casinha para mim quando eu tinha seis anos. É modelada exatamente como a casa em que vivíamos, na Curzon Street. Esse era o papel de parede que tínhamos no salão de jantar — ela apontou — e essas são exatamente as cadeiras no escritório de meu pai. Você vê?
Ela olhou para Anahí intensamente, tão intensamente que Anahí teve certeza de que deveria estar vendo algo ali, algo que estava além de um brinquedo extremamente caro que Jessamine deveria ter abandonado há muito tempo. Ela simplesmente não sabia o que poderia ser.
— É bastante bonita — falou finalmente.
— Veja, aqui no salão de visita está mamãe — Jessamine apontou, tocando uma das pequenas bonecas com seu dedo. A boneca vacilou em sua poltrona de veludo — e aqui no escritório, lendo um livro, está papai — a mão dela deslizou sobre a pequena figura de porcelana — e no andar de cima, no berço, está a bebê Jessie — dentro do pequeno berço realmente havia outra boneca, apenas sua cabeça visível acima dos pequenos cobertores — mais tarde eles jantarão aqui, na sala de jantar. E então mamãe e papai se sentarão na sala de estar em frente à lareira. Em algumas noites eles irão ao teatro, ou a um baile, ou um jantar — a voz dela havia se acalmado, como se ela estivesse recitado uma bem decorada oração — e então mamãe irá dar um beijo de boa noite em papai, e eles irão para seus quartos, e irão dormir durante toda a noite. Não haverá ligações da Clave para fazê-los sair no meio da noite para caçar demônios no escuro. Não haverá traços de sangue pela casa. Ninguém irá perder um braço ou um olho para um lobisomem, ou ter que se afogar em água benta porque um vampiro os atacou.
Meu Deus, Anahí pensou.
Como se Jessamine pudesse ler os pensamentos de Anahí, seu rosto se virou.
— Quando nossa casa queimou, eu não tinha mais nenhum lugar pra ir. Não era como se houvessem parentes que pudessem me acolher; todos os parentes de mamãe e papai eram Caçadores de Sombras e não haviam falado com eles desde que eles haviam rompido com a Clave. Henry foi quem me fez o guarda-sol. Você sabia disso? Eu achei bastante bonito até que ele me disse que o tecido é margeado com electrum, afiado como uma lâmina. Sempre foi feito para ser uma arma.
— Você nos salvou — Anahí lembrou — no parque hoje. Eu não posso lutar. Se você não tivesse feito o que fez…
— Eu não deveria ter feito aquilo — Jessamine olhou para a casa de bonecas com os olhos vazios — eu não terei essa vida, Anahí. Eu não terei. Não me importo com o que tenha que fazer. Não viverei assim. Eu preferiria morrer.
Alarmada, Anahí estava pronta a dizer a ela para não falar assim, quando a porta se abriu atrás delas. Era Sophie, em seu gorro branco e arrumado vestido preto. Os olhos dela, quando descansaram em Jessamine, eram cautelosos.
— Srta. Anahí, o Sr. Branwell gostaria muito de vê-la em seu escritório. Ele diz que é importante.
Anahí virou-se para perguntar a Jessamine se ela ficaria bem, mas a expressão de Jessamine havia se fechado como uma porta. A vulnerabilidade e raiva haviam ido; a máscara fria estava de volta.
— Vá, então, se Henry a quer — ela disse — eu já estou bastante cansada de você, e acho que estou tendo uma dor de cabeça. Sophie, quando você retornar, precisarei que massageie minhas têmporas com eau de cologne.
Os olhos de Sophie encontraram os de Anahí através do quarto com algum divertimento.
— Como quiser, Srta. Jessamine.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Capítulo 7 - A garota mecânica Somos os peões deste jogo do xadrezQue Deus trama. Ele nos move, lança-nosUns contra os outros, nos desloca, e depoisNos recolhe, um a um, à Caixa do Nada– Omar Khayyam, os Rubaiyat Havia escurecido do lado de fora do Instituto, e o lampião de Sophie produzia estranhas sombras bruxuleantes n ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....