Fanfics Brasil - A Garota Mecânica Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: A Garota Mecânica

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A garota morta jazia deitada sobre a mesa, seus braços tombados para os lados do corpo, seu cabelo castanho apagado disperso sobre os ombros. Os olhos que tanto haviam enervado Anahí não estavam mais lá. Agora havia órbitas negras e vazias em seu rosto pálido. Seu vestido barato tinha sido cortado na frente, deixando seu peito à mostra. Anahí estremeceu, olhou para o outro lado e olhou de volta rapidamente de novo, em descrença. Pois não havia carne exposta, nem sangue, apesar do fato de o peito de Miranda ter sido cortado extensamente, sua pele retraída para os lados como a casca de uma laranja. Por baixo da grotesca mutilação via-se o brilho de... metal?


Anahí se aproximou até postar-se em frente a Henry do lado oposto da mesa aonde se encontrava Miranda. Onde deveria haver sangue, carne dilacerada e mutilação, havia apenas as duas camadas de pele branca afastadas e sob elas uma carapaça de metal. Folhas de cobre, intrincadamente ajustadas, formavam seu peito, fluindo suavemente para uma jaula articulada de cobre e latão flexível que era a cintura de Miranda. Um quadrado de cobre, do tamanho da palma da mão de Anahí, estava faltando no centro do peito da garota morta, revelando um espaço vazio.


— Anahí — a voz de Maite era suave, mas insistente — Poncho e Ucker encontraram este... este corpo na casa em que você estava sendo mantida. A casa estava completamente vazia exceto por ela; ela foi largada em um quarto, sozinha.


Anahí, ainda encarando em assombro, acenou com a cabeça.


— Miranda. A criada das Irmãs.


— Você sabe alguma coisa sobre ela? Quem ela poderia ser? Sua história?


— Não. Não. Eu pensei… quero dizer, ela quase não falava, e mesmo então só repetia o que as Irmãs diziam.


Henry enganchou um dedo no lábio inferior de Miranda e abriu sua boca.


— Ela tem uma língua rudimentar de metal, mas sua boca não foi realmente construída para a fala, ou para consumir comida. Ela não tem esôfago, e, creio eu, nem estômago. Sua boca termina em uma película de metal atrás de seus dentes — ele virou a cabeça dela para os dois lados, estreitando os olhos.


— Mas o que é ela? — Anahí perguntou. — Algum tipo de Ser do Submundo, ou demônio?


— Não — Henry soltou a mandíbula de Miranda — ela não é exatamente um ser vivo sob nenhuma circunstância. Ela é um autômato. Uma criatura mecânica, feita para aparentar e se mover como um ser humano aparenta e se move. Leonardo da Vinci projetou um. Você pode encontrar em seus rascunhos – uma criatura mecânica que podia se sentar, andar e virar a cabeça. Ele foi o primeiro a insinuar que seres humanos são apenas máquinas complexas, que nossas entranhas são como engrenagens, pistões e câmaras feitos de músculos e carne. Então por que eles não poderiam ser substituídos por cobre e ferro? Por que não se poderia construir uma pessoa? Mas isto. Jaquet Droz e Maillardet nunca poderiam ter sonhado com isso. Um verdadeiro autômato biomecânico, automóvel, autodirecionado, recoberto por carne humana — seus olhos brilhavam — é lindo.


— Henry — a voz de Maite estava tensa — esta carne que você está admirando, ela veio de algum lugar.


Henry passou as costas das mãos na testa, a luz se apagando de seus olhos.


— Sim... aqueles corpos no porão.


— Os Irmãos do Silêncio os examinaram. A maioria está sem alguns órgãos - coração, fígado. Alguns estão sem ossos e cartilagem, até mesmo cabelo. Só podemos concluir que as Irmãs Sombrias estavam coletando estes corpos em busca de peças para construir suas criaturas mecânicas. Criaturas como Miranda.


— E o cocheiro — Anahí lembrou — acredito que ele também seja um. Mas por que alguém faria tal coisa?


— Tem mais — Maite disse — as ferramentas mecânicas no porão das Irmãs Sombrias foram manufaturadas pela Companhia Mortmain. A empresa em que seu irmão trabalhava.


— Mortmain! — Anahí mudou o olhar da garota na mesa. — Vocês foram vê-lo, não foram? O que ele disse sobre Nate?


Por um momento, Maite hesitou, olhando para Henry. Anahí conhecia aquele olhar. Era o tipo de olhar que as pessoas davam umas às outras quando estavam se preparando para iniciar uma mentira conjunta. O tipo de olhar que ela e Nathaniel deram um ao outro, uma vez, quando estavam escondendo algo de Tia Harriet.


— Vocês estão escondendo algo de mim. Onde está meu irmão? O que Mortmain sabe?


Maite suspirou.


— Mortmain está profundamente envolvido no Mundo das Sombras. Ele é um membro do Clube Pandemônio, que parece ser gerenciado por Seres do Submundo.


— Mas o que isso tem a ver com o meu irmão?


— Seu irmão descobriu sobre o clube e ficou fascinado por ele. Foi trabalhar para um vampiro chamado de Quincey. Um Ser do Submundo muito influente. De Quincey é na verdade o chefe do Clube Pandemônio — Maite soou amargamente enojada — há um título associado ao cargo, pelo o que parece.


Sentindo-se repentinamente tonta, Anahí apoiou sua mão na beira da mesa.


— O Magistrado?


Maite olhou para Henry, que estava com a mão dentro do painel do peito da criatura. Ele afundou a mão e tirou algo – um coração humano, vermelho e de carne, mas duro e brilhante como se tivesse sido envernizado. Tinha sido costurado com fios de cobre e prata. A cada poucos momentos ele pulsava apaticamente. De alguma forma, ainda batia.


— Gostaria de segurar? — ele perguntou a Anahí. — Você tem que ser cuidadosa. Estes tubos de cobre passam pelo corpo da criatura, carregando óleo e outros líquidos inflamáveis. Ainda não identifiquei todos.


Anahí balançou a cabeça.


— Muito bem — Henry parecia desapontado — tem algo que eu desejava lhe mostrar. Se você simplesmente olhar aqui...


Ele virou o coração cuidadosamente em seus longos dedos, revelando um painel de metal plano do outro lado. O painel havia sido gravado com um selo – um Q maiúsculo com um D minúsculo dentro.


— É a marca de de Quincey — Maite disse. Ela parecia desolada — já a vi antes, em correspondências dele. Ele sempre foi um aliado da Clave, ou assim eu pensava. Estava presente quando os Acordos foram assinados. É um homem poderoso. Controla todos os Filhos da Noite na parte oeste da cidade. Mortmain disse que de Quincey comprou peças mecânicas dele, e isto parece confirmar. Parece que você não era a única coisa na casa das Irmãs Sombrias que estava sendo preparada para uso do Magistrado. Estas criaturas mecânicas também.


— Se este vampiro é o Magistrado — Anahí disse lentamente — então foi ele quem mandou as Irmãs Sombrias me raptarem, e foi ele quem forçou Nate a escrever aquela carta. Ele deve saber onde está meu irmão.


Maite quase sorriu.


— Você é determinada, não é?


A voz de Anahí era dura.


— Não imagine que não desejo descobrir o que o Magistrado quer comigo. Por que ele mandou me capturarem e me treinarem. Como ele sabia que eu tinha minha... minha habilidade. E não pense que eu não iria querer vingança se pudesse tê-la — ela respirou estremecidamente — mas meu irmão é tudo o que tenho. Eu preciso encontrá-lo.


— Nós o encontraremos, Anahí — Maite disse — de alguma forma,  tudo – as Irmãs Sombrias, seu irmão, sua habilidade e o envolvimento de de Quincey – se encaixam como um quebra-cabeça. Nós simplesmente ainda não encontramos todas as peças perdidas ainda.


— Devo acrescentar, espero que as encontremos rápido — Henry apontou, lançando um olhar triste em direção ao corpo na mesa — o que um vampiro iria querer com um bando de pessoas meio-mecânicas? Nada disso faz sentido.


— Ainda não — Maite respondeu, e franziu seu pequeno queixo — mas fará.


Henry permaneceu em seu laboratório mesmo depois que Maite anunciou que já havia passado da hora de eles retornarem ao andar de cima para a ceia. Insistindo que iria em cinco minutos, ele distraidamente acenou a mão para que saíssem enquanto Maite balançava a cabeça.


— O laboratório de Henry... nunca vi algo parecido — Anahí disse a Maite quando elas estavam a meio caminho nas escadas.


Ela já estava sem fôlego, porém Maite se movimentava com uma marcha firme e determinada, como se jamais fosse cansar.


— Sim — Maite respondeu, um pouco triste — Henry passaria o dia e a noite inteiros lá se eu permitisse.


Se eu permitisse. As palavras surpreenderam Anahí. Era o marido quem determinava o que era ou não permitido, e como sua casa deveria funcionar, não era? A obrigação da esposa era simplesmente cumprir seus desejos, e prover-lhe um refúgio calmo e estável do caos do mundo lá fora. Um lugar em que ele pudesse refugiar-se. Mas o Instituto dificilmente seria isso. Era parte casa, parte colégio interno e parte estação de batalha. E quem quer que estivesse em cargo da gerência, certamente não era Henry.


Com uma exclamação de surpresa, Maite parou no degrau acima de Anahí.


— Jessamine! O que raios aconteceu?


Anahí olhou para cima. Jessamine estava no topo da escada, enquadrada pela soleira aberta. Ainda vestia suas roupas de dia, apesar de seus cabelos, agora em elaborados cachos, terem sido claramente arrumados para a noite, sem dúvidas pela sempre paciente Sophie. Havia uma imensa carranca em seu rosto.


— É Poncho. Ele está sendo absolutamente ridículo na sala de jantar.


Maite pareceu confusa.


— E como isso seria diferente de ser totalmente ridículo na biblioteca, ou na sala de armas, ou em qualquer outro lugar em que ele normalmente é ridículo?


— Porque — Jessamine respondeu, como se fosse óbvio — nós temos que comer na sala de jantar.


Ela se virou e saiu andando ostensivamente, olhando para trás para certificar-se de que Anahí e Maite a estavam seguindo.


Anahí não conseguiu evitar um sorriso.


— É mais ou menos como se eles fossem seus filhos, não é?


Maite suspirou.


— Sim. Exceto pela parte em que eles têm que me amar, suponho.


Anahí não conseguiu pensar em nada para responder a isso.



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Autor(a): Alien AyA

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Como Maite insistiu que tinha algo a fazer na sala antes da ceia, Anahí caminhou para a sala de jantar sozinha. Quando chegara ali – muito orgulhosa de si por não ter se perdido no caminho – ela descobriu que Poncho estava de pé sobre um dos aparadores, consertando algo preso ao teto. Ucker estava sentado em uma cadeira, olhando para Poncho ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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