Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico

Capítulo 8 - Camille

Frutas caem, o amor morre e o tempo passa;
Tu és alimentada com fôlego eterno,
E ainda viva após uma infinita mudança,
E renovada após os beijos da morte;
De abatimentos reascendeu e recuperou-se,
De prazeres inférteis e impuros,
Coisas monstruosas e infrutíferas, uma lívida
E venenosa rainha.
– Algernon Charles Swinburne, Dolores

Anahí estava apenas na metade do corredor quando eles a alcançaram – Poncho e Ucker, andando de ambos os lados dela.

— Você não pensou realmente que nós não viríamos juntos, não é? — Poncho perguntou, levantando a mão e deixando a pedra enfeitiçada incendiar-se entre seus dedos, iluminando o corredor com a luminosidade do dia. Maite, apressada à frente deles, se virou e franziu a testa, mas não disse nada.

— Sei que você não pode deixar nada bem em paz — Anahí respondeu, olhando para frente — mas pensei melhor de Ucker.

— Aonde Poncho vai, eu vou — Ucker, disse bem-humorado — e, além disso, estou tão curioso quanto ele.

— Isso dificilmente parece ser um assunto para vangloriar-se. Para onde estamos indo? — Anahí acrescentou, surpresa, quando chegaram ao final do corredor e viraram à esquerda. O próximo corredor estendia-se por trás deles em uma escuridão pouco atraente. — Nós viramos para o lado errado?

— Paciência é uma virtude, Srta. Portilla — disse Poncho.

Eles haviam alcançado um longo corredor que inclinava abruptamente para baixo. As paredes eram destituídas de tapeçarias ou tochas, e a escuridão fez Anahí perceber por que Poncho tinha levado sua pedra de pedra enfeitiçada.

— Esse corredor leva ao nosso Santuário — Maite explicou — é a única parte do Instituto que não está em solo sagrado. É onde nos reunimos com todos aqueles que, por qualquer motivo, não podem entrar no solo sagrado: aqueles que são amaldiçoados, vampiros e afins. É também muitas vezes um lugar que escolhemos para abrigar Seres do Submundo que estão em perigo por demônios ou outros habitantes do Mundo das Sombras. Por essa razão, existem muitas proteções colocadas nas portas, e é difícil de entrar ou sair da sala sem possuir um estela ou a chave.

— É uma maldição? Ser um vampiro? — Anahí perguntou.

Maite balançou a cabeça.

— Não. Achamos que é uma espécie de doença de demônio. A maioria das doenças que afetam os demônios não é transmissível aos seres humanos, mas em alguns casos, geralmente através de uma mordida ou um arranhão, a doença pode ser passada adiante. Vampirismo. Licantropia...

— Varíola demoníaca —Poncho sugeriu.

— Poncho, não existe tal coisa como varíola demoníaca, e você sabe disso — disse Maite — agora, onde eu estava?

— Ser um vampiro não é uma maldição. É uma doença — Anahí completou — mas eles ainda não podem entrar em solo sagrado, então? Isso significa que eles estão condenados?

— Isso depende de em quê você acredita — Ucker respondeu — e se você acredita mesmo em danação, afinal.

— Mas vocês caçam demônios. Devem acreditar em danação!

— Eu acredito no bem e no mal — Ucker opinou — e acredito que a alma é eterna. Mas não acredito no poço de fogo, os tridentes, ou tormento eterno. Não acredito que você pode ameaçar as pessoas a serem boas.

Anahí olhou para Poncho.

— E você? No que você acredita?

— Pulvis et umbra sumus — Poncho disse, sem olhar para ela enquanto falava — acredito que somos pó e sombras. O que mais está lá?

— No que quer que você acredite, por favor, não sugira a Lady Belcourt que acha que ela está condenada — disse Maite.

Ela havia parado onde o corredor terminava em um conjunto de portas altas de ferro, cada uma esculpida com um símbolo curioso que se parecia com dois pares de Cs de costas um para o outro. Ela se virou e olhou para seus três companheiros.

— Ela, muito gentilmente, se ofereceu para nos ajudar, e não há propósito em oferecer-lhe tais insultos. Isso se aplica especialmente a você, Poncho. Se não pode ser educado, eu irei lhe mandar para fora do Santuário. Ucker, confio em você para ser o encanto em pessoa. Anahí... — Maite virou seus olhos sérios e gentis para Anahí. — Tente não se assustar.

Ela tirou uma chave de ferro de um bolso de seu vestido e a deslizou na fechadura da porta. A cabeça da chave tinha a forma de um anjo com as asas abertas; as asas brilharam uma vez, brevemente, quando Maite girou a chave, e a porta se abriu.

Mila Puente Herrera bom alguma coisa deve haver nele pra Annie ser tão apegada a ele ;)