Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Ela podia se ver no espelho que estava pendurado na parede oposta – ou mais exatamente, ela podia ver a imagem de Camille. O brilhante cabelo pálido de Camille, solto, caía sobre seus ombros, e sua pele branca subia e derramava sobre o corpete do vestido agora demasiadamente apertado de Anahí de uma forma que a teria feito ruborizar – se ela pudesse ruborizar. Mas ruborizar precisaria de sangue realmente correndo em suas veias, e ela se lembrou, com um terror crescente, que vampiros não respiravam, não ficavam quentes ou frios, e não tinham corações batendo em seus peitos.
Então isso era o vazio, a estranheza que ela sentia Seu coração estava imóvel, em seu peito como uma coisa morta. Ela tomou outro fôlego soluçante. Doeu, e ela percebeu que, embora pudesse respirar, seu novo corpo não queria ou precisava disso.
— Oh, Deus — ela disse em um suave sussurro para Ucker — eu... meu coração não está batendo. Sinto como se tivesse morrido. Ucker...
Ele acariciou-lhe a mão, cuidadosamente, suavemente, e a olhou com seus olhos prateados. A expressão neles não havia mudado com a transformação dela; ele a olhava como antes, como se ainda fosse Anahí Portilla.
— Você está viva — ele falou, numa voz tão suave que só ela podia ouvi-lo — está usando uma pele diferente, mas você é Anahí, e está viva. Sabe como eu sei disso?
Ela sacudiu a cabeça.
— Porque você disse a palavra “Deus” agora para mim. Nenhum vampiro poderia dizer isso — ele apertou a mão dela — sua alma ainda é a mesma.
Ela fechou os olhos e permaneceu sentada por um momento, concentrando-se na pressão da mão dele sobre a sua, sua pele quente contra a dela, que estava muito gelada. Lentamente, o tremor que sacudia seu corpo começou a desvanecer; ela abriu os olhos e deu a Ucker um sorriso fraco, instável.
— Anahí — disse Maite — você está... está tudo bem?
Anahí afastou seus olhos do rosto de Ucker e olhou para Maite, que estava observando-a com um olhar ansioso. Poncho, ao lado de Maite, tinha uma expressão ilegível.
— Você terá que praticar um pouco, mover-se e se portar, se quiser convencer de Quincey de que você sou eu — Lady Belcourt comentou — eu nunca cairia em uma cadeira assim — ela inclinou a cabeça para o lado — ainda assim, no geral, uma exibição impressionante. Alguém te treinou bem.
Anahí pensou nas Irmãs Sombrias. Teriam elas a treinado bem? Teriam elas feito-lhe um favor, desbloqueando esse poder adormecido dentro dela, apesar do quanto as odiava? Ou teria sido melhor se ela nunca tivesse sabido que era diferente?
Lentamente ela deixou ir, deixou a pele de Camille escapar dela. Era como se estivesse emergindo da água gelada. Sua mão apertou a de Ucker quando um calafrio correu através dela, da cabeça aos pés, uma cascata congelante. Algo saltou dentro de seu peito então. Como um pássaro que havia ficado atordoado e imóvel depois de voar em uma janela, apenas para reunir suas forças e pular do chão para voar no ar, seu coração começou subitamente a bater de novo. Ar preencheu seus pulmões, e ela soltou Ucker, suas mãos voando para seu peito, seus dedos pressionados contra sua pele para sentir o ritmo suave sob eles.
Ela olhou no espelho do outro lado da sala. Era ela mesma novamente: Anahí Portilla, não uma vampira miraculosamente bonita. Sentiu um enorme alívio.
— Meu colar? — Lady Belcourt disse friamente, e estendeu a mão delgada.
Ucker pegou o pingente de rubi de Anahí para levá-lo para a vampira; quando o levantou, Anahí viu que havia palavras gravadas na moldura de prata do pingente: AMOR VERUS NUMQUAM MORITUR.
Ela olhou para o outro lado da sala para Poncho. Não estava certa do porquê, e descobriu que ele estava fitando-a. Ambos desviaram rapidamente o olhar.
— Lady Belcourt — Poncho disse — como nenhum de nós jamais esteve na casa de de Quincey, acha que seria possível nos fornecer uma planta, ou até mesmo um esboço do terreno e dos aposentos?
— Eu lhes darei algo melhor — Lady Belcourt levantou os braços para fechar o colar em volta do pescoço — Christian Chávez.
— O feiticeiro? — Maite levantou as sobrancelhas.
— Sem dúvida. Ele conhece a casa da cidade tão bem quanto eu e frequentemente é convidado para os eventos sociais de de Quincey. Embora, como eu, ele tenha a princípio evitado as festas em que assassinatos são cometidos.
— Nobre da parte dele — murmurou Poncho.
— Ele irá encontrá-los lá e guiá-los pela casa. Ninguém irá se surpreender ao nos ver juntos. Christian Chávez é meu amante, você sabe.
A boca de Anahí abriu ligeiramente. Este não era o tipo de coisa que damas diriam em companhia educada, ou em qualquer outra companhia. Mas talvez fosse diferente para vampiros? Todos os outros pareciam tão surpresos quanto ela, exceto Poncho, que como sempre parecia como se estivesse tentando não rir.
— Que bom — Maite falou finalmente, depois de uma pausa.
— De fato é — Camille disse, e levantou-se — e agora, se alguém me acompanhar até lá fora. Está ficando tarde, e eu ainda não me alimentei.
Maite, que estava observando Anahí com preocupação, falou:
— Poncho, Ucker, vocês podem ir?
Anahí observou enquanto os dois rapazes ladearam Camille como soldados – o que, ela supôs, era o que eles eram – e a seguiram pela sala. Antes de atravessar a porta, a vampira parou e olhou para trás por cima do ombro. Seus pálidos cachos loiros tocaram de leve em suas bochechas enquanto ela sorria; ela era tão bonita que Anahí sentiu uma espécie de angústia repelindo seu instintivo sentimento de aversão.
— Se você fizer isso — Camille falou — e tiver sucesso – encontrando ou não seu irmão – posso lhe prometer, pequena trocadora de forma, que você não irá se arrepender.
Anahí franziu a testa, mas Camille já tinha ido. Ela se moveu tão rápido que era como se tivesse desaparecido entre uma respiração e a próxima. Anahí voltou-se para Maite.
— O que você acha que ela quis dizer com isso? Que eu não irei me arrepender?
Maite sacudiu a cabeça.
— Eu não sei — ela suspiro — gostaria de pensar que ela queria dizer que o conhecimento de uma boa ação realizada deveria consolá-la, mas é Camille, então…
— Todos os vampiros são assim? — Anahí perguntou. — Frios assim?
— Muitos deles estão vivos por muito tempo — Maite disse diplomaticamente — eles não veem as coisas do mesmo modo que nós.
Anahí colocou seus dedos em suas têmporas doendo.
— De fato, eles não veem.
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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De todas as coisas que incomodavam Poncho sobre vampiros – a forma como eles se moviam silenciosamente, o timbre baixo e desumano de suas vozes – era a maneira como eles cheiravam que mais o incomodava. Ou melhor, a maneira como eles não cheiravam. Todos os seres humanos cheiravam a algo – suor, sabonete, perfume – mas vampiros n&atil ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....