Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico

— Houve algumas complicações com o Fósforo no início, mas Henry o demonstrou para mim na noite passada — Maite protestou — funciona perfeitamente.

Frederick bufou.

— Lembra-se da última vez que Henry ofereceu-nos o uso de uma de suas invenções? Estivemos todos limpando tripas de peixe de nossos equipamentos por dias.

— Mas aquilo não devia ser usado perto de água... — Maite começou, ainda na mesma voz trêmula, mas os outros já tinham começado a falar acima dela, conversando animadamente sobre as invenções falhas de Henry e as terríveis consequências delas, enquanto Maite caía no silêncio.

Pobre Maite, Anahí pensou. Maite, cujo senso de sua própria autoridade era tão importante, e tão caramente comprado.

— Bastardos, falando por cima dela assim — resmungou Poncho.

Anahí olhou para ele com espanto. Ele estava olhando fixamente para a cena abaixo dele, seus punhos apertados ao seu lado. Então ele era afeiçoado a Maite, ela pensou, e ficou surpreendida com quão contente ficou ao perceber isso. Talvez isso significasse que Poncho realmente tinha sentimentos, afinal.

Não que isso tivesse algo a ver com ela, se ele gostava ou não, é claro. Ela olhou rapidamente para longe de Poncho, para Ucker, que parecia igualmente fora de compostura. Ele estava mordendo o lábio.

— Onde está Henry? Ele já não deveria ter chegado?

Como se em resposta, a porta do depósito se abriu com um estrondo, e os três se viraram para ver Henry em pé com olhos arregalados e cabelos selvagens na porta. Ele estava segurando algo na mão – o tubo de cobre com o botão preto do lado que tinha quase levado Poncho a quebrar seu braço caindo sobre o guarda-louça na sala de jantar.

Poncho olhou para aquilo com medo.

— Leve esse maldito objeto para longe de mim.

Henry, que estava com o rosto vermelho e suando, olhou para todos eles em horror.

— Inferno. Eu estava procurando pela biblioteca. O Enclave...

— Está em reunião — Ucker completou — sim, nós sabemos. É um lance de escada abaixo daqui, Henry. Terceira porta à direita. E é melhor você ir. Maite está esperando por você.

— Eu sei — Henry lamentou — maldição, maldição, maldição. Eu estava apenas tentando conseguir consertar o Fósforo direito, é tudo.

— Henry — Ucker disse — Maite precisa de você.

— Certo.

Henry virou como se fosse se atirar para fora do cômodo, depois virou e olhou para eles, um olhar de confusão passando sobre o rosto sardento, como se apenas agora ele se perguntasse por que Poncho, Anahí e Ucker poderiam estar agachados juntos em uma sala de armazenamento quase fora de uso.

— O que vocês três estão fazendo aqui, afinal?

Poncho inclinou sua cabeça para o lado e sorriu para Henry.

— Charadas. Jogo de grupo.

— Ah. Certo, então — disse Henry, e correu pela porta, deixando-a girar até fechar atrás dele.

— Charadas — Ucker bufou de desgosto, depois se inclinou para frente novamente, com os cotovelos sobre os joelhos, enquanto a voz de Callida derivou de baixo.

— Honestamente, Maite — ela estava dizendo — quando você irá admitir que Henry não tem nada a ver com o funcionamento deste lugar, e que você está fazendo tudo sozinha? Talvez com a ajuda de Christophe Uckermann e Poncho Herrera, mas nenhum deles tem mais do que dezessete anos. De quanta ajuda eles podem ser?

Maite fez um barulho murmurado de depreciação.

— É demais para uma pessoa, especialmente alguém da sua idade — disse Benedict — você só tem vinte e três anos de idade. Se quiser se demitir...

Apenas vinte e três anos! Anahí estava atônita. Ela havia pensado que Maite fosse muito mais velha, provavelmente porque ela exalava um ar de competência.

— Cônsul Wayland atribuiu o funcionamento do Instituto a mim e meu marido há cinco anos — Maite respondeu bruscamente, aparentemente tendo encontrado sua voz novamente — se você tem algum problema com a escolha dele, deve conversar com ele. Enquanto isso, irei dirigir o Instituto como eu achar melhor.

— Espero que isso signifique que planos como o que você está sugerindo ainda passem por votação? — disse Benedict Lightwood. — Ou você está regendo por decreto agora?

— Não seja ridículo, Lightwood, é claro que é posto em votação — disse Lilian zangada, sem dar a Maite uma chance de responder — todos a favor de ir a de Quincey, digam sim.

Para surpresa de Anahí, houve um coro de sims, e nem um único não. A discussão havia sido controversa o suficiente e ela tinha estado certa de que pelo menos um dos Caçadores de Sombras iria tentar pular fora. Ucker pegou o seu olhar surpreso e sorriu.

— Eles são sempre assim — murmurou — gostam de manobrar pelo poder, mas nenhum deles votaria não em uma questão como esta. Seriam marcados como covardes por isso.

— Muito bem — Benedict falou — amanhã à noite acontece, então. Está todo mundo suficientemente preparado? Existem...

A porta da biblioteca bateu aberta, e Henry entrou – parecendo, se possível, ainda mais de olhos arregalados e de cabelos selvagens do que antes.

— Eu estou aqui! — anunciou ele. — Não estou muito atrasado, estou?

Maite cobriu o rosto com as mãos.

— Henry — disse Benedict Lightwood secamente — que bom te ver. Sua esposa estava acabando de nos informar sobre sua mais nova invenção. O fósforo, não é?

— Sim! — Henry segurou o fósforo com orgulho. — É isso. E posso prometer que funciona como anunciado. Vê?

— Agora, não há necessidade de uma demonstração — Benedict começou às pressas, mas já era tarde demais.

Henry já havia pressionado o botão. Houve um clarão, e as luzes se apagaram na biblioteca de repente, deixando Anahí olhando para um quadrado preto apagado no chão. Suspiros subiram até eles. Houve um grito, e algo caiu ao chão e quebrou. Erguendo-se acima de tudo estava o som de Benedict Lightwood, xingando fluentemente.

Poncho ergueu o olhar e sorriu.

— Um pouco embaraçoso para Henry, é claro — ele comentou alegremente — e ainda assim, de algum modo bastante satisfatório, vocês não acham?

Anahí não podia deixar de concordar com ambas as afirmações.

Até Mais! Próximos capítulos serão da festa se preparem ;)