Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Capítulo 10 - Reis e príncipes pálidos
Eu vi pálidos reis e também príncipes,
Pálidos guerreiros, de uma mortal palidez todos eles eram
– John Keats, La Belle Dame Sans Merci
Enquanto a carruagem passava pela Strand, Poncho levantou uma mão enluvada em preto e afastou uma das cortinas de veludo da janela, deixando um feixe de luz a gás amarela encontrar seu caminho para o interior escuro da carruagem.
— Parece que vamos ter chuva hoje à noite.
Anahí seguiu seu olhar. O céu era um nublado cinza metálico – o normal para Londres, ela pensou. Homens em chapéus e longos casacos escuros apressavam-se pelas calçadas dos dois lados da rua, seus ombros encurvados contra o vento forte que carregava poeira de carvão, esterco de cavalo e todos os tipos de lixo em seu rastro. Mais uma vez, Anahí pensou que podia cheirar o rio.
— Aquilo é uma igreja diretamente no meio da rua? — ela se perguntou em voz alta.
— É a Santa Maria le Strand — disse Poncho — e há uma longa historia sobre ela, mas eu não a contarei para você agora. Você estava ouvindo algo do que eu falei?
— Sim. Até você ter começado a falar sobre chuva. Quem se importa com a chuva? Estamos a caminho de algum tipo de... evento da sociedade vampírica, e eu não tenho ideia de como devo agir, e até agora você não ajudou muito.
O canto da boca de Poncho se contraiu para cima.
— Apenas seja cuidadosa. Quando chegarmos a casa, você não pode olhar para mim para ajuda ou instruções. Lembre, eu sou seu humano subjugado. Você me mantém por perto pelo sangue – sangue sempre que você quiser – e nada mais.
— Então você não irá falar esta noite — Anahí disse — nada.
— Não, a não ser que você me instrua a fazê-lo.
— Esta noite parece que será melhor do que eu pensava.
Poncho pareceu não tê-la escutado. Com sua mão direita ele estava apertando uma das pulseiras de metal porta-adagas em seu pulso esquerdo. Ele olhava fixamente pela janela, enxergando algo que não era visível para ela.
— Você pode estar pensando em vampiros como monstros ferozes, mas estes vampiros não são exatamente assim. Eles são tão cultos quanto cruéis. Facas afiadas para a lâmina cega da humanidade — a linha de seu maxilar ficou rígida na luz fraca — você terá que tentar acompanhar. E pelo amor de Deus, se não conseguir, não diga absolutamente nada. Eles têm um tortuoso e opaco senso de etiqueta. Uma séria gafe social pode significar morte instantânea.
As mãos de Anahí se apertaram em seu colo. Elas estavam frias. Ela podia sentir o frio da pele de Camille mesmo através das luvas.
— Você está brincando? Do jeito que você estava na biblioteca, sobre deixar cair aquele livro?
— Não — sua voz estava distante.
— Poncho, você está me assustando.
As palavras saíram da boca de Anahí antes que ela pudesse detê-las; ela ficou tensa, esperando zombaria.
Poncho tirou seu olhar da janela e moveu-o para ela como se alguma compreensão tivesse despontado nele.
— Annie — ele disse, e Anahí sentiu um solavanco momentâneo; ninguém nunca a tinha chamado de Annie. Algumas vezes seu irmão a chamava Gio, mas isto era tudo — você sabe que não precisa fazer isto, se não quiser.
Ela inspirou, algo que não precisava.
— E então o quê? Nós iríamos dar meia-volta na carruagem e ir para casa?
Ele estendeu suas mãos e pegou as dela. As mãos de Camille eram tão pequenas que as capazes mãos enluvadas em preto de Poncho pareciam engoli-las.
— Um por todos, e todos por um — ele disse.
Ela sorriu debilmente ante aquilo.
— Os Três Mosqueteiros?
Seu olhar firme segurou o dela. Seus olhos azuis eram muito escuros, únicos. Ela já tinha conhecido pessoas com olhos azuis antes, mas sempre eram azuis-claros. Os de Poncho eram da cor do céu bem na chegada da noite. Seus longos cílios os velaram enquanto ele dizia:
— Algumas vezes, quando eu tenho de fazer algo que não quero fazer, finjo que sou um personagem de um livro. É mais fácil saber o que eles iriam fazer.
— Sério? Quem você finge ser? D’artagnan? — Anahí perguntou, nomeando o único dos Três Mosqueteiros que ela se podia se lembrar.
— Esta é, com certeza, a melhor coisa que eu faço, que eu já fiz — Poncho citou — este será, com certeza, o melhor descanso que terei e que jamais tive.
— Sydney Carton? Mas você disse que odiava Um conto de duas cidades!
— Não realmente — Poncho parecia imperturbável pela sua mentira.
— E Sydney Carlton era um alcoólatra prolixo.
— Exatamente. Aí está um homem que era inútil, e sabia que era inútil, e ainda sim não importa o quanto ele tentasse afogar sua alma, sempre havia uma parte dele capaz de uma grande ação — Poncho abaixou sua voz — o que é que ele fala para Lucie Manette? Que embora ele seja fraco, ele ainda consegue queimar?
Anahí, que já tinha lido Um conto de duas cidades mais vezes que podia contar, sussurrou:
— E ainda assim eu tive a fraqueza, e ainda tenho a fraqueza de desejar que você saiba com quão maestria repentina você me acendeu, pilha de cinzas que sou, em fogo — ela hesitou — mas isto era porque ele a amava.
— Sim. Ele a amava o bastante para saber que ela estava melhor sem ele.
As mãos de Poncho ainda estavam sobre as dela, o calor queimando pelas luvas dela. O vento estava forte lá fora, e tinha desarrumado seus cabelos negros quando eles cruzaram o pátio do Instituto até a carruagem. Isto o fazia parecer mais jovem, e mais vulnerável – e seus olhos, também, estavam vulneráveis, abertos como uma porta. O jeito que ele estava olhando para ela... nunca teria pensado que Poncho pudesse, ou iria, olhar para alguém daquele jeito. Se ela pudesse ficar corada, pensou, estaria corada agora.
E então desejou não ter pensado naquilo. Por aquele pensamento levava, inevitável e desagradavelmente, a outro: estava ele olhando para ela agora, ou para Camille, que era de fato, primorosamente bela? Era esta a razão para a mudança em sua expressão? Ele podia ver Anahí ou apenas a concha dela?
nandacolucci e Mila Puente Herrera postando :)
Autor(a): Alien AyA
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Ela se afastou, tirando suas mãos das dele, embora estivessem fechadas com força em volta das dela. Ela levou um momento para tirá-las. — Anahí... — ele começou, mas antes que pudesse dizer mais, a carruagem fez uma parada abrupta que fez com que as cortinas balançassem. Thomas disse: — Nós estamos aqui! & ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....