Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
A sala de música estava quase cheia. Anahí, de braço dado com Christian, observou enquanto Poncho fazia seu caminho através da multidão, procurando por três assentos juntos. Ele estava mantendo a cabeça baixa, olhos no chão, mas mesmo assim...
— Eles ainda estão olhando para ele — ela disse para Christian baixinho — Poncho, quero dizer.
— Claro que eles estão — Christian falou. Seus olhos refletiam a luz como os de um gato enquanto eles examinavam a sala — olhe para ele. O rosto de um anjo mau e olhos como o céu à noite no Inferno. Ele é muito bonito, e os vampiros gostam disso. Não posso dizer que me incomoda também — Christian sorriu — cabelo preto e olhos azuis são a minha combinação favorita.
Anahí levantou a mão para dar um tapinha nos pálidos cachos loiros de Camille.
Christian deu de ombros.
— Ninguém é perfeito.
Anahí foi poupada de responder; Poncho tinha encontrado um conjunto de cadeiras e estava chamando-os com uma mão enluvada. Ela tentou não prestar atenção à forma como os vampiros estavam olhando para ele enquanto deixava Christian levá-la para os assentos. Era verdade que ele era bonito, mas por que eles se importavam? Poncho era apenas alimento para eles, não era?
Ela sentou-se com Christian de um lado e Poncho do outro, suas saias de tafetá de seda sussurrando como folhas em um vento forte. A sala estava fria, não como uma sala lotada de seres humanos, que estariam exalando calor corporal. A mão de Poncho deslizou de seu braço quando ele levantou a mão para tocar o bolso do colete, e ela viu que seu braço estava salpicado de arrepios. Ela se perguntou se os companheiros humanos dos vampiros estavam sempre com frio.
Um ruído de sussurros atravessou a sala, e Anahí arrancou seu olhar de Poncho. A luz dos candelabros não atingia os recessos distantes da sala; porções do “palco” – o fundo da sala – estavam manchadas com sombras, e até mesmo os olhos vampirescos de Anahí não podiam discernir o que estava se movendo dentro da escuridão até que de Quincey apareceu de repente das sombras.
A plateia ficou em silêncio. Então de Quincey sorriu. Era um sorriso maníaco, mostrando presas, e transformou seu rosto. Ele parecia descontrolado e selvagem agora, como um lobo. Um murmúrio de apreciação abafada atravessou a sala, da maneira como um público pode mostrar apreço por um ator com uma presença de palco particularmente boa.
— Boa noite — de Quincey falou — bem-vindos, amigos. Aqueles de vocês que se juntaram a mim aqui — e ele sorriu diretamente para Anahí, que estava muito nervosa para fazer qualquer coisa além de olhar fixamente de volta — são filhos e filhas orgulhos dos Filhos da Noite. Nós não dobramos o pescoço sob o jugo opressivo chamado de Lei. Nós não respondemos a Nephilins. Nem iremos abandonar nossos costumes antigos a seu bel prazer.
Era impossível não notar o efeito que o discurso de de Quincey, estava tendo sobre Poncho. Ele estava tenso como um arco, mãos fechadas em seu colo, as veias se destacando em seu pescoço.
— Nós temos um prisioneiro — de Quincey continuou — seu crime é trair os Filhos da Noite — ele varreu o seu olhar por toda a audiência de vampiros à espera — e qual é a punição para tal traição?
— É a morte — gritou uma voz, a vampira Delilah.
Ela estava inclinada para frente em seu assento, uma ânsia terrível no rosto.
Os outros vampiros assumiram o seu coro.
— Morte! Morte!
Mais formas sombrias escorregaram por entre as cortinas que formavam o palco improvisado. Dois vampiros do sexo masculino, segurando entre eles a forma um homem humano debatendo-se. Um capuz preto escondia as feições do homem. Tudo o que Anahí podia ver era que ele era esguio, provavelmente jovem – e imundo, suas roupas finas rasgadas e esfarrapadas. Seus pés descalços deixaram manchas de sangue nas tábuas enquanto os homens o arrastavam para frente e o atiravam na cadeira. Um débil suspiro de simpatia escapou da garganta de Anahí; ela sentiu Poncho tensionar ao lado dela.
O homem continuou a se debater debilmente como um inseto na ponta de um alfinete enquanto os vampiros amarravam seus pulsos e tornozelos à cadeira, e depois recuavam.
De Quincey sorriu; suas presas estavam fora. Elas brilhavam como alfinetes de marfim enquanto ele inspecionava a multidão. Anahí podia sentir a inquietação dos vampiros – e mais do que sua inquietação, sua fome. Não mais eles se assemelhavam a um público educado de espectadores humanos. Eles estavam tão ávidos quanto leões farejando a presa, saltando para frente em suas cadeiras, seus olhos largos e brilhantes, suas bocas abertas.
— Quando você pode chamar o Enclave? — Anahí perguntou a Poncho em um sussurro urgente.
A voz de Poncho estava apertada.
— Quando ele tirar sangue. Temos de vê-lo fazer isso.
— Poncho...
— Anahí — ele sussurrou seu nome verdadeiro, os dedos segurando os dela — fique quieta.
Relutantemente, Anahí voltou sua atenção para o palco, onde de Quincey estava se aproximando do prisioneiro algemado. Ele parou junto à cadeira, estendeu o braço e seus dedos finos e pálidos roçaram o ombro do homem, tão leve como o toque de uma aranha. O prisioneiro convulsionou, sacudindo em terror desesperado enquanto a mão do vampiro deslizava do ombro até o pescoço. De Quincey colocou dois dedos brancos no pulso do homem, como se ele fosse um médico verificando a pulsação de um paciente.
De Quincey usava um anel de prata em um dedo, Anahí viu, um lado do qual era afiado como uma agulha que se projetou quando ele apertou a mão em um punho. Houve um clarão de prata e o prisioneiro gritou – o primeiro som que ele tinha feito. Havia algo de familiar no som.
Uma fina linha vermelha apareceu na garganta do prisioneiro. Sangue brotou e derramou-se no vão de sua clavícula. O prisioneiro se debateu e lutou enquanto de Quincey, seu rosto agora uma máscara ritual de fome, estendia uma mão para tocar com dois dedos o líquido vermelho. Ele ergueu os dedos manchados até sua boca. A multidão estava sibilando e gemendo, mal conseguindo ficar em seus lugares. Anahí olhou para a mulher com o chapéu de plumas brancas. Sua boca estava aberta, o queixo molhado de baba.
— Poncho — murmurou Anahí — Poncho, por favor.
Poncho olhou além dela, para Christian.
— Christian. Leve-a daqui.
Algo em Anahí se rebelou contra a ideia de ser mandada embora.
— Poncho, não, eu estou bem aqui...
A voz de Poncho era calma, mas seus olhos queimavam.
— Já falamos sobre isso. Vá, ou não convocarei o Enclave. Vá, ou o homem irá morrer.
— Venha.
Era Christian, a mão em seu cotovelo, orientando-a a ficar em pé. Relutantemente, ela permitiu que o feiticeiro a colocasse de pé, e depois a levasse em direção às portas. Anahí olhou em volta ansiosamente para ver se alguém notou sua saída, mas ninguém estava olhando para eles. Toda a atenção estava focada em de Quincey e no prisioneiro, e muitos vampiros já estavam de pé, sibilando e aplaudindo e fazendo sons famintos desumanos.
Entre a multidão fervilhando, Poncho ainda estava sentado, inclinando-se para frente como um cão de caça ansiando para ser liberado da coleira. Sua mão esquerda deslizou no bolso do colete, e surgiu com algo de cobre escondido entre os dedos.
O fósforo.
Christian abriu a porta atrás deles.
— Depressa.
Anahí hesitou, olhando de volta para o palco. De Quincey estava em pé atrás do prisioneiro agora. Sua boca sorridente estava manchada com sangue. Ele estendeu a mão e segurou o capuz do prisioneiro.
Poncho se levantou, o fósforo seguro no alto. Christian xingou e puxou o braço de Anahí. Ela meio que virou como se quisesse ir com ele, então congelou quando de Quincey arrancou o capuz negro para revelar o preso embaixo.
Seu rosto estava inchado e machucado com espancamentos. Um de seus olhos estava roxo e fechado. Seu cabelo loiro estava colado ao crânio com sangue e suor. Mas nada disso importava; Anahí o teria reconhecido de qualquer maneira, em qualquer lugar. Ela sabia agora por que o seu grito de dor tinha soado tão familiar para ela.
Era Nathaniel.
E Agora?! Só no proximo capitulo
Até Mais!
Autor(a): Alien AyA
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Capítulo 11 - Poucos são anjos Mas nós todos somos todos homens,De natureza frágil e sujeitos à carne;Muito poucos serão anjos– Shakespeare, Rei Henrique VIII Anahí gritou. Não um grito humano, mas o de um vampiro. Ela mal reconheceu o som que saiu de sua própria garganta – soou como vidro que ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....