Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico

Não foi até que Poncho, tendo terminado com Ucker, viesse passeando até ela que ela percebeu por que estava tão cansada.

— De volta a si mesma, eu vejo.

Ele tinha uma toalha úmida em uma mão, mas ainda não tinha se incomodado em limpar o sangue de seu rosto e pescoço.

Anahí baixou o olhar para si. Era verdade. Em algum ponto ela havia perdido Camille e se tornado ela mesma de novo. Devia estar realmente atordoada, pensou, para não ter notado o retorno das batidas do seu próprio coração. Ele pulsava dentro dela como um tambor.

— Eu não sabia que você sabia como usar uma pistola — Poncho adicionou.

— Eu não sei. Acho que Camille sabia. Foi... instintivo — ela mordeu o lábio — não que isso importe, já que não funcionou.

— Nós raramente as usamos. Gravar runas no metal de uma arma ou bala previne que a pólvora acenda; ninguém sabe o porquê. Henry tentou resolver o problema, é claro, mas não com algum sucesso. Como você não pode matar um demônio sem uma arma com runas ou uma lâmina serafim, armas de fogo não são de muito uso para nós. Vampiros morrem se você atirar no coração, reconhecidamente, e lobisomens podem ser feridos se você tem uma bala de prata, mas se errar os pontos vitais, eles só irão atrás de você com mais raiva do que nunca. Lâminas com runas simplesmente servem melhor aos nossos propósitos. Pegue um vampiro com uma lâmina com runas e é muito mais difícil para eles se recuperarem e se curarem.

Anahí olhou para ele, seu olhar firme.

— Não é difícil?

Poncho jogou o pano molhado de lado. Estava escarlate de sangue.

— O quê não é difícil?

— Matar vampiros. Eles podem não ser pessoas, mas eles se parecem com pessoas. Eles sentem como as pessoas. Eles gritam e sangram. Não é difícil abatê-los?

A mandíbula de Poncho endureceu.

— Não. E se você realmente soubesse algo sobre eles...

— Camille sente — ela interrompeu — ela ama e odeia.

— E ela ainda está viva. Todos têm escolhas, Anahí. Aqueles vampiros não estariam aqui esta noite se não tivessem feito a deles — ele baixou o olhar para Nathaniel, flácido no colo de Anahí — nem, imagino, seu irmão estaria.

— Eu não sei por que de Quincey o queria morto — Anahí disse suavemente — não sei o que ele poderia ter feito para chamar sobre si a cólera dos vampiros.

— Anahí!

Era Maite, dardejando até Anahí e Poncho como um beija-flor. Ela ainda parecia tão pequena, e tão inofensiva, Anahí pensou – apesar do equipamento de batalha que ela usava e as tatuagens negras que ornamentavam sua pele como cobras enroladas.

— Foi-nos dada permissão para trazer seu irmão de volta para o Instituto conosco — ela anunciou, gesticulando para Nathaniel com uma pequena mão — os vampiros podem bem tê-lo drogado. Ele certamente foi mordido, e quem sabe mais o quê? Ele poderia se tornar um subjugado... ou pior, se não prevenirmos. Em qualquer caso, duvido que eles serão capazes de ajudá-lo em um hospital mundano. Conosco, pelo menos os Irmãos do Silêncio podem cuidar dele, coitadinho.

— Coitadinho? — ecoou Poncho muito rudemente. — Ele um tanto quanto se meteu nisso, não é? Ninguém falou a ele para correr e se envolver com um bando de Seres do Submundo.

— Realmente, Poncho — Maite o olhou friamente — você não pode ter um pouco de empatia?

— Deus querido — disse Poncho, olhando de Maite para Nate e de volta — há algo que deixe as mulheres mais tolas do que a visão de um jovem homem ferido?

Anahí estreitou os olhos para ele.

— Você pode querer limpar o resto do sangue do seu rosto antes de continuar argumentando nesse rumo.

Poncho jogou seus braços no ar e saiu andando. Maite olhou para Anahí, um meio-sorriso curvando o lado de sua boca.

— Eu preciso dizer, gosto um pouco da maneira como você manobra Poncho.

Anahí sacudiu a cabeça.

— Ninguém manobra Poncho.

Até Mais!