Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
Sua cabeça estava inclinada, com o cabelo úmido preto caindo para frente; ela não podia ver seu rosto. Ele roçou os dedos levemente sobre a superfície da luva. Havia quatro botões de pérola fechando-a no pulso, e à medida que ele correu as pontas dos dedos sobre eles, eles se abriram e a maciez do polegar dele roçou a pele nua de seu pulso interno, onde as veias azuis pulsavam.
Ela quase pulou.
— Poncho.
— Anahí. O que você quer de mim?
Ele ainda estava acariciando o interior de seu pulso, seu toque fazendo estranhas coisas deliciosas para sua pele e nervos. Sua voz tremeu quando ela falou.
— Eu... eu quero te entender.
Ele olhou para ela através de seus cílios.
— Isso é realmente necessário?
— Eu não sei. Eu não tenho certeza que alguém te entende, exceto, possivelmente, Ucker.
— Ucker não me entende. Ele se importa comigo... como um irmão. Não é a mesma coisa.
— Você não quer que ele te entenda?
— Querido Deus, não. Por que ele precisaria saber a minha razão de viver a vida como eu vivo?
— Talvez — disse Anahí — ele simplesmente queira saber que há uma razão.
— Isso importa? — Poncho perguntou baixinho, e com um movimento rápido, ele tirou a luva inteiramente de sua mão.
O ar frio da sala atingiu a pele nua de seus dedos com um choque, e um arrepio passou em todo o corpo de Anahí, como se ela tivesse de repente se encontrado nua no frio.
— Será que as razões importam quando não há nada que pode ser feito para mudar as coisas?
Anahí procurou por uma resposta, e não encontrou nada. Ela estava tendo arrepios, quase fortes demais para falar.
— Você está com frio?
Unindo seus dedos aos dela, Poncho pegou sua mão e apertou-a contra a bochecha dele. Ela se assustou com o calor febril de sua pele.
— Annie — ele disse, sua voz grossa e macia com desejo, e ela se inclinou em direção a ele, balançando como uma árvore cujos galhos estavam pesados pela neve.
Seu corpo todo doía; ela doía, como se houvesse um terrível vazio oco dentro dela. Ela estava mais consciente de Poncho do que jamais havia estado de algo ou alguém em sua vida, do fraco brilho de azul sob as pálpebras semicerradas, da leve sombra de barba através de sua mandíbula onde ele não havia se barbeado, de fracas cicatrizes brancas que pontilhavam a pele de seus ombros e garganta... e, mais do que qualquer outra coisa, de sua boca, a forma crescente da mesma, o amassado leve no centro do lábio inferior. Quando ele inclinou-se para ela e roçou os lábios nos dela, ela chegou para ele como se caso contrário fosse se afogar.
Por um instante, suas bocas se pressionaram quentes, a mão livre de Poncho se enfiando no cabelo dela. Anahí suspirou quando os braços dele uniram-se ao seu redor, suas saias se arrastando no chão quando ele a puxou com força contra ele. Ela pôs as mãos levemente em volta do seu pescoço; sua pele estava ardente ao toque. Através do material fino molhado de sua camisa, ela podia sentir os músculos de seus ombros, duros e lisos. Os dedos dele encontraram seu prendedor de cabelo com joias e o puxaram, e o seu cabelo se esparramou sobre os ombros, o pente chocalhando para o chão, e Anahí deu um pequeno grito de surpresa contra a sua boca.
E então, sem aviso, ele arrancou suas mãos dela e empurrou com força contra seus ombros, empurrando-a para longe dele com tanta força que ela quase caiu para trás, e só parou desajeitadamente, com as mãos apoiados no chão atrás dela.
Ela sentou-se com os cabelos caídos ao seu redor como uma cortina emaranhada, olhando para ele em espanto. Poncho estava de joelhos, o peito puxando para cima e para baixo como se ele tivesse corrido incrivelmente rápido e longe. Ele estava pálido, exceto por duas manchas de vermelho, da febre em seu rosto.
— Deus no Céu — ele sussurrou — o que foi isso?
Anahí sentiu o rosto corar. Não era Poncho que deveria saber exatamente o que issoera e não era ela quem deveria tê-lo empurrado para longe?
— Eu não posso — as mãos dele estavam fechadas em punhos ao seu lado; ela podia vê-las tremer — Anahí, eu acho que é melhor você ir.
— Ir?
Sua mente girava; ela se sentia como se tivesse estado em um lugar morno e seguro, e, sem alerta, houvesse sido expulsa para uma escuridão vazia e congelante.
— Eu... eu não deveria ter sido tão direta. Sinto muito...
Um olhar de dor intensa brilhou no rosto dele.
— Deus, Anahí — as palavras pareceram sair arrastadas para fora dele — por favor. Apenas saia. Eu não posso ter você aqui. Não... é possível.
— Poncho, por favor...
— Não — ele jogou seu olhar para longe dela, desviando o rosto, os olhos fixos no chão — eu direi o que você quiser saber amanhã. Qualquer coisa. Só me deixe em paz agora — sua voz quebrou de forma irregular — Anahí. Eu estou lhe implorando. Você entendeu? Eu estou lhe implorando. Por favor, por favor, vá.
— Muito bem — Anahí falou, e viu com uma mistura de espanto e dor que as linhas de tensão saíram de seus ombros.
Era realmente um horror tão grande tê-la lá, e tão grande alívio que ela estivesse saindo? Ela levantou-se, o vestido úmido, frio e pesado, os pés quase escorregando no piso molhado. Poncho não se mexeu nem olhou para cima, mas ficou onde estava de joelhos, olhando para o chão enquanto Anahí fez seu caminho através da sala e descendo as escadas, sem olhar para trás.
***
Algum tempo depois, seu quarto levemente iluminado com o brilho suave do nascer do sol de Londres, Anahí deitou-se na cama, exausta demais para mudar da roupa de Camille – exausta demais, até mesmo, para dormir. Tinha sido um dia de primeiras vezes. A primeira vez que ela usou seu poder por seu próprio desejo e arbítrio, e se sentido bem com isso. A primeira vez que ela tinha disparado uma pistola. E – a única primeira vez que ela tinha sonhado, por anos – seu primeiro beijo.
Anahí rolou, escondendo o rosto no travesseiro. Por muitos anos ela havia se perguntado como seu primeiro beijo seria – se ele seria bonito, se ele iria amá-la, se seria gentil. Nunca tinha imaginado que o beijo seria tão breve, desesperado e selvagem. Ou que teria sabor de água benta. Água benta e sangue.
Até Mais ;)
Autor(a): Alien AyA
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Capítulo 13 - Alguma coisa sombria Às vezes somos menos infelizes em sermos enganadospor aqueles que amamos, que em ouvirmos deles a verdade.– François La Rochefoucauld, Máximas Anahí acordou no dia seguinte com Sophie acendendo a lâmpada ao lado da cama. Com um gemido, Anahí fez um movimento para cobrir os olhos d ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....