Fanfics Brasil - Confiar Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Confiar

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A porta da sala de estar, quando ela a alcançou, estava entreaberta; podia ouvir vozes do outro lado. Ela hesitou, sua mão meio-levantada para bater – e então ouviu o som de seu próprio nome e congelou.


— Este não é o Hospital de Londres. O irmão de Anahí não deveria estar aqui! — Era a voz de Poncho, elevada a um berro. — Ele não é um Ser do Submundo, só um estúpido mercenário mundano que se viu metido em algo que ele não conseguia administrar...


Maite respondeu:


— Ele não pode ser tratado por médicos mundanos. Não pelo que há de errado com ele. Seja razoável, Poncho.


— Ele já sabe sobre o Submundo — a voz era de Ucker: calma, lógica — na verdade, ele pode saber um tanto de informações importantes que nós não sabemos. Mortmain afirmou que Nathaniel estava trabalhando para de Quincey; ele pode ter informações sobre os planos de de Quincey, os autômatos, o negócio todo de Magistrado... tudo disso. De Quincey queria vê-lo morto, afinal. Talvez fosse porque ele soubesse algo que não devia.


Houve um longo silêncio.


— Podemos chamar os Irmãos do Silêncio de novo, então — disse Poncho — eles podem rasgar a mente dele, ver o que acham. Não precisamos esperar que ele acorde.


— Você sabe que esse tipo de processo é delicado com mundanos — protestou Maite — Irmão Enoch já disse que a febre levou o Sr. Portilla a alucinações. É impossível para ele classificar o que, na mente do menino, é verdade e o que é delírio febril. Não sem danificar sua mente, possivelmente de forma permanente.


— Duvido muito que era uma mente muito boa para começar.


Anahí ouviu o tom de desgosto de Poncho, mesmo através da porta, e sentiu seu estômago apertar com raiva.


— Você não sabe nada sobre o homem — Ucker falou mais frio do que Anahí nunca o tinha ouvido falar antes — não posso imaginar o que está te deixando com este humor, Poncho, mas isso não lhe dá nenhum crédito.


— Eu sei o que é — Maite respondeu.


— Você sabe? — Poncho parecia chocado.


— Você está tão chateado quanto eu sobre a noite passada. Nós tivemos apenas duas fatalidades, é verdade, mas a fuga de de Quincey não reflete bem sobre nós. Era o meu plano. Empurrei-o no Enclave, e agora eles irão me culpar por tudo o que deu errado. Sem mencionar que Camille teve de se esconder já que não temos ideia de onde de Quincey está, e por agora ele provavelmente já colocou uma recompensa de sangue pela cabeça dela. E Christian Chávez, é claro, está furioso conosco porque Camille desapareceu. Portanto, a nossa melhor informante e o nosso melhor feiticeiro estão perdidos para nós no momento.


— Mas nós evitamos que de Quincey matasse o irmão de Anahí e quem sabe mais quantos mundanos — Ucker apontou — isso deve contar para alguma coisa. Benedict Lightwood não queria acreditar na traição de de Quincey no início; mas agora ele não tem escolha. Ele sabe que você estava certa.


— É provável que só vá deixá-lo mais irritado — Charlote respondeu.


— Talvez — disse Poncho — e talvez se você não tivesse insistido em amarrar o sucesso do meu plano à funcionalidade de uma das invenções ridículas de Henry, não estaríamos tendo essa conversa agora. Você pode dançar em torno disso o quanto quiser, mas a razão de tudo ter saído errado na noite passada foi porque o fósforo não funcionou. Nada que Henry inventa funciona. Se você apenas admitisse que seu marido é um idiota inútil, todos nós estaríamos muito melhor.


— Poncho — a voz de Ucker continha fúria fria.


— Não. Christophe, não — a voz de Maite tremia; houve uma espécie de batida, como se ela tivesse se sentado de repente em uma cadeira — Poncho, Henry é um homem bom, gentil e ele te ama.


— Não seja piegas, Maite — a voz de Poncho carregava apenas desprezo.


— Ele o conhece desde quando você era um menino. Gosta de você como se fosse o seu irmão mais novo. Assim como eu. Tudo o que eu sempre fiz foi te amar, Poncho...


— Sim, e eu gostaria que você não o tivesse feito.


Maite fez um barulho dolorido, como um cachorrinho que levou um chute.


— Eu sei que você não quer dizer isso.


— Eu quero dizer tudo que digo. Especialmente quando eu lhe digo que estaremos melhor peneirando a mente de Nathaniel Portilla agora do que mais tarde. Se você é muito sentimental para fazer isso...


Maite começou a interromper, mas não importava. Isso era demais para Anahí. Ela atirou a porta aberta e seguiu para dentro.


O interior da sala estava iluminado por uma lareira, em contraste com os quadrados de vidro cinza escuro, que deixavam entrar o que havia do crepúsculo nublado. Maite estava sentada atrás da mesa grande, Ucker em uma cadeira ao lado dela. Poncho, por outro lado, estava encostado à lareira; ele estava vermelho de raiva óbvia, os olhos brilhando, seu colarinho torto. Seus olhos encontraram os de Anahí em um momento de puro espanto. Qualquer esperança que ela tinha alimentado que ele pudesse ter esquecido magicamente o que tinha acontecido no sótão na noite anterior desapareceu. Ele corou ao vê-la, seus insondáveis olhos azuis escurecendo – e desviou o olhar, como se não aguentasse segurá-lo.


— Suponho que você esteve bisbilhotando, então? — perguntou ele. — E agora está aqui para me dizer o que pensa sobre seu precioso irmão?


— Pelo menos eu tenho uma mente para lhe dizer algo, enquanto Nathaniel não, se você conseguir o que quer — Anahí virou-se para Maite — eu não deixarei o Irmão Enoch ir arranhando através da mente de Nate. Ele já está doente o suficiente; isso provavelmente iria matá-lo.


Maite balançou a cabeça. Ela parecia exausta, o rosto cinzento, pálpebras caídas. Anahí se perguntou se ela tinha dormido.


— Na verdade, nós permitiremos que ele se cure antes de pensarmos em interrogá-lo.


— E se ele ficar doente por semanas? Ou meses? — Poncho indagou. — Podemos não ter tanto tempo assim.


— Por que não? O que há de tão urgente que vocês pretendem arriscar a vida do meu irmão por causa disso? — Anahí vociferou.


Os olhos de Poncho eram lascas de vidro azul.


— Tudo com que você sempre se preocupou foi encontrar o seu irmão. E agora você o encontrou. Bom para você. Mas esta nunca foi a nossa meta. Você percebe isso, não é? Não costumamos ir tão longe por causa de um delinquente mundano.


— O que Poncho está tentando dizer — Ucker interveio — embora sem civilidade, é — ele parou, e suspirou — de Quincey disse que seu irmão era alguém em quem ele havia confiado. E agora de Quincey se foi, e não temos ideia de onde ele está se escondendo. As anotações que encontramos em seu escritório sugerem que de Quincey acreditava que em breve haveria uma guerra entre Seres do Submundo e Caçadores de Sombras, uma guerra na qual aquelas criaturas mecânicas em que ele estava trabalhando, sem dúvida, figuram em proeminência. Você pode ver porque queremos saber onde ele está, e o que mais seu irmão poderia saber.


— Talvez vocês queiram saber dessas coisas — disse Anahí — mas não é minha luta. Eu não sou uma Caçadora das Sombras.


— Certamente. Não ache que nós não sabemos isso.


— Fique quieto, Poncho — o tom de Maite continha mais que sua aspereza habitual. Ela virou-se dele para Anahí, seus olhos castanhos suplicando — nós confiamos em você, Anahí. Você precisa confiar em nós, também.


— Não. Não, eu não confio.


Ela podia sentir o olhar de Poncho nela e de repente foi preenchida por uma raiva impressionante. Como ele ousa ser frio com ela, ter raiva dela? O que ela tinha feito para merecer isso? Ela o deixou beijá-la. Isso era tudo. De algum modo, era como se isso sozinho tivesse apagado todo o resto que ela tinha feito naquela noite – como se agora que ela tinha beijado Poncho, já não importava que ela também tivesse sido corajosa.


— Vocês queriam me usar – assim como as Irmãs Sombrias – e no momento em que tiveram a chance, no momento em que Lady Belcourt apareceu e vocês precisaram do que eu podia fazer, queriam que eu fizesse. Não importa o quão perigoso fosse! Vocês se comportam como se eu tivesse alguma responsabilidade com seu mundo, suas leis e seus Acordos, mas é o seu mundo, e vocês são aqueles que devem governá-lo. Não é minha culpa se vocês estão fazendo um trabalho podre!


Anahí viu Maite ficar pálida e sentar-se. Ela sentiu uma forte pontada no peito. Não era Maite quem ela tinha a intenção de ferir. Ainda assim, ela continuou. Ela não podia evitar, as palavras saindo em uma inundação.


— Toda a conversa de vocês sobre Seres do Submundo e como vocês não os odeiam. Isso é tudo um grande nada, não é? Apenas palavras. Vocês não falam a sério. E quanto aos mundanos, já pensaram que talvez vocês seriam melhores em protegê-los se não os desprezassem tanto?


Ela olhou para Poncho. Ele estava pálido, os olhos brilhando. Ele parecia... ela não tinha certeza se poderia descrever sua expressão. Horrorizado, pensou, mas não com ela; o terror corria mais profundamente que isso.


— Anahí — Maite protestou, mas Anahí já estava indo para a porta. Ela virou-se no último momento, na soleira, para vê-los todos encarando-a.


— Fiquem longe do meu irmão — ela retrucou — e não me sigam.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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