Fanfics Brasil - Ponte Blackfriars Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Ponte Blackfriars

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Capítulo 14 - Ponte Blackfriars


Vinte pontes da Torre até Kew
Queriam saber o que o Rio sabia,
Porque elas eram jovens e o Tâmisa era velho,
E este é o conto que o rio contou.
– Rudyard Kipling, O conto do rio


Passando pelo portão de ferro do Instituto, Anahí se sentiu um pouco como a Bela Adormecida deixando seu castelo por trás da parede de espinhos. O Instituto ficava no centro de uma praça, e ruas seguiam dali em cada ponto cardeal, mergulhando em labirintos estreitos entre casas.


Ainda com a mão gentilmente sobre o cotovelo dela, Ucker levou Anahí por uma passagem estreita. O céu acima era como aço. O chão ainda estava úmido com a chuva do início do dia, e as laterais dos edifícios que pareciam se estreitar de ambos os lados estavam manchadas de umidade e sujas com resíduos negros de poeira.


Ucker falava enquanto eles andavam, sem dizer nada de importante, mas mantendo uma conversa calmante, contando-lhe o que ele tinha pensado sobre Londres assim que chegou aqui, como tudo lhe parecia um tom uniforme de cinza – até as pessoas! Ele havia sido incapaz de acreditar que podia chover tanto em um único lugar, e tão incessantemente. A umidade parecia subir do chão até seus ossos, de modo que ele pensou que acabaria criando mofo, como uma árvore.


— Você realmente se acostuma — disse ele, quando saíam da passagem estreita para a larga Rua Fleet — mesmo que às vezes você sinta como se fosse ser capaz de ser espremido como um pano de chão.


Lembrando-se do caos da rua durante o dia, Anahí foi consolada por ver quão silencioso era à noite, a multidão amontoada reduzida à figura ocasional caminhando pela calçada, de cabeça baixa, mantendo-se nas sombras. Havia ainda carruagens e até mesmo cavaleiros solitários na estrada, embora nenhum deles parecesse notar Anahí e Ucker. Um encantamento em trabalho? Anahí pensou, mas não perguntou. Estava gostando de apenas ouvir Ucker falar.


Esta era a parte mais antiga da cidade, ele lhe disse, onde Londres tinha nascido. As lojas que ladeavam a rua estavam fechadas, as cortinas cerradas, mas ainda havia anúncios em cada superfície, anúncios de tudo, desde sabonete Pears e tônico capilar a anúncios incentivando as pessoas a assistir a uma palestra sobre espiritismo. Enquanto Anahí caminhava, ela viu de relance as torres do Instituto entre os prédios, e não pôde deixar de imaginar se mais alguém poderia vê-las. Se lembrou da mulher papagaio com a pele verde e penas. O Instituto estava realmente escondido bem à vista? A curiosidade ganhando, ela perguntou a Ucker.


— Deixe-me lhe mostrar uma coisa — disse ele — pare aqui.


Tomou Anahí pelo cotovelo e virou-a de modo que ela estava encarando o outro lado da rua. Ele apontou.


— O que você vê lá?


Ela apertou os olhos para o outro lado da rua; eles estavam perto do cruzamento da Rua Fleet e Chancery Lane. Não parecia haver nada de notável sobre onde eles estavam.


— A frente de um banco. O que mais há para ver?


— Agora deixe sua mente vagar um pouco — ele aconselhou, ainda com a mesma voz suave — olhe para outra coisa, da maneira como você evitaria olhar diretamente para um gato de modo a não assustá-lo. Olhe para o banco novamente, pelo canto do olho. Agora olhe para ele diretamente, e bem rápido!


Anahí fez como indicado – e ficou encarando. O banco havia sumido; em seu lugar estava uma taverna com vigas de madeira expostas, com grandes janelas envidraçadas brilhantes. A luz dentro das janelas era colorida com um brilho avermelhado, e através da porta da frente aberta mais luz vermelha se derramava no pavimento. Através do vidro, sombras escuras se moviam – não as sombras familiares de homens e mulheres, mas formas muito altas e magras, muito estranhamente alongadas ou com muitos membros para ser humanas. Gargalhadas interrompiam, uma música alta, doce e fina, assustadora e sedutora. Uma placa pendurada na porta mostrava um homem esticando o braço para beliscar o nariz de um demônio com chifres. Impressas abaixo da imagem estavam as palavras A taverna do Diabo.


Este é o lugar onde Poncho estava a outra noite. Anahí olhou para Ucker. Ele olhava para a taverna, sua mão pousada no braço dela, a respiração lenta e suave. Ela podia ver a luz vermelha do bar refletida em seus olhos prateados como o pôr do sol na água.


— É este o seu lugar favorito? — ela perguntou.


A intensidade deixou seu olhar; ele virou-se para ela e riu.


— Deus, não. Só uma coisa que eu queria que você visse.


Alguém saiu pela porta da taverna então, um homem em um longo casaco preto, um elegante chapéu de seda colocado firmemente em sua cabeça. Enquanto ele observava a rua, Anahí viu que sua pele era azul escura como tinta, o cabelo e a barba brancos como gelo. Ele se moveu para o leste em direção à Strand enquanto Anahí observava, imaginando se ele colecionaria olhares curiosos, mas sua passagem não foi mais observada pelos transeuntes do que a de um fantasma seria. Na verdade, os mundanos que passavam na frente da Taverna do Diabo pareciam mal percebê-la, mesmo quando várias figuras chiadoras, altas e esguias, saíram e quase atropelaram um homem de aspecto cansado empurrando um carrinho vazio. Ele parou para olhar ao redor por um momento, perplexo, depois deu de ombros e continuou.


— Havia uma taverna muito comum lá uma vez — disse Ucker — à medida que ela se tornou mais e mais infestada de Seres do Submundo, os Nephilins ficaram preocupados com o entrelaçamento do Mundo das Sombras com o mundo mundano. Eles barraram mundanos no lugar pelo simples recurso de usar um encantamento para convencê-los de que a taverna tinha sido demolida e um banco erguido em seu lugar. O Diabo é um lugar frequentado quase exclusivamente por Seres do Submundo agora — Ucker olhou para a lua, um franzir de cenho atravessando seu rosto — está ficando tarde. É melhor seguir em frente.


Depois de um único olhar de volta para o Diabo, Anahí foi atrás de Ucker, que continuou a conversar facilmente enquanto eles caminhavam, apontando coisas interessantes – a Temple Church, onde os tribunais ficavam agora, e onde outrora os Cavaleiros Templários tinham mantido peregrinos em sua rota para a Terra Santa.


— Eles eram amigos dos Nephilins, os cavaleiros. Mundanos, mas não sem seu próprio conhecimento do Mundo das Sombras. E, é claro — ele acrescentou, enquanto saíam do cruzamento de ruas para a Ponte Blackfriars — muitos pensam que os Irmãos do Silêncio são os Frades Negros originais, embora ninguém possa provar. Aí está — ele acrescentou, apontando à frente — meu lugar favorito em Londres.


Olhando para a ponte, Anahí não pôde deixar de se perguntar o que Ucker gostava tanto nesse lugar. Ela se estendia de uma margem à outra do Tâmisa, uma ponte baixa de granito com arcos múltiplos, os parapeitos pintados de vermelho escuro e adornados com tinta dourada e vermelha que brilhava à luz do luar. Seria bonita se não fosse pela ponte ferroviária que corria ao longo do lado leste, silenciosa nas sombras, mas ainda uma treliça feia de grades de ferro estendendo-se até a margem oposta do rio.


— Eu sei o que você está pensando — Ucker disse novamente, exatamente como tinha feito fora do Instituto — a ponte ferroviária é horrível. Mas isso significa que as pessoas raramente vêm aqui para admirar a vista. Eu aprecio a solidão, e apenas a vista do rio, em silêncio, sob a lua.




Mila Puente Herrera eu acho que da amizade o Poncho não vai ter ciumes não, até porque pra ele o Ucker é como um irmão! Talvez esse "rancor" da Sophie seja  justificável, porque Poncho faz com que todos não gostem dele ele é só legal com o Ucker, e com a Anahí ele é meio bipolar como já devem ter notado...


nandacolucci Poncho esconde muita coisa, muita coisa mesmo e quando vocês souberem vão entender todos os porquês de ele ser assim...



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Autor(a): Alien AyA

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Eles caminharam até o centro da ponte, onde Anahí inclinou-se contra um parapeito de granito e olhou para baixo. O Tâmisa era preto ao luar. A extensão de Londres estendia-se em ambas as margens, a grande cúpula da Catedral de São Paulo pairando por trás dela como um fantasma branco, e tudo envolto na névoa suave que es ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



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  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


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