Fanfics Brasil - Você Está Morto Anjo Mecânico [FINALIZADA]

Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico


Capítulo: Você Está Morto

158 visualizações Denunciar


— Eles provavelmente acham a mesma coisa sobre nós — disse Anahí. Ela olhou para os olhos de Ucker — e você, veio para o Instituto porque não tinha mais para onde ir? Por que você não ficou em Xangai?


— Meus pais dirigiam o Instituto lá — Ucker respondeu — mas eles foram assassinados por um demônio. Ele... a coisa... era chamado de Yanluo — sua voz estava muito calma — depois que eles morreram, todos pensaram que a coisa mais segura para mim seria deixar o país, caso o demônio ou seus companheiros viessem atrás de mim também.


— Mas por que aqui, por que a Inglaterra?


— Meu pai era britânico. Eu falava inglês. Parecia razoável — o tom de Ucker estava tão calmo quanto sempre, mas Anahí sentiu que havia algo que ele não estava contando — pensei que me sentiria mais em casa aqui do que em Idris, onde nenhum dos meus pais jamais esteve.


Do outro lado da ponte, o casal que passeava parou no parapeito; o homem parecia estar apontando características da ponte ferroviária, a mulher concordando enquanto ele falava.


— E fez? Você se sentir mais em casa, quero dizer?


— Não exatamente. A primeira coisa que percebi quando cheguei aqui foi que meu pai nunca pensou em si mesmo como britânico, não como um cidadão inglês iria. Verdadeiros ingleses são britânicos em primeiro lugar, e cavalheiros em segundo. Qualquer outra coisa que eles possam ser – médico, funcionário público ou proprietário rural – vem em segundo lugar. Para Caçadores de Sombras é diferente. Somos Nephilins em primeiro lugar, e só depois é que acenamos para qualquer país que poderíamos ter nascido e sido criados. E em terceiro, não há terceiro. Somos sempre Caçadores de Sombras. Quando outros Nephilins olham para mim, veem apenas um Caçador de Sombras. Não como mundanos, que olham para mim e veem um menino que não é totalmente estrangeiro, mas não é exatamente como eles, também.


— Metade uma coisa e metade outra — disse Anahí — como eu. Mas você sabe que é humano.


A expressão de Ucker suavizou.


— Como você é. De todas as maneiras que importam.


Anahí sentiu o fundo de seus olhos arderem. Ela olhou para cima e viu que a lua tinha passado por trás de uma nuvem, dando-lhe um brilho perolado.


— Acho que deveríamos voltar. Os outros devem estar preocupados.


Ucker aproximou-se para oferecer-lhe o braço – e fez uma pausa. O casal passeando que Ucker tinha notado antes, de repente estava na frente deles, obstruindo seu caminho. Embora eles devessem ter se movido muito ligeiramente para chegar ao outro lado da ponte tão rápido, eles estavam estranhamente imóveis agora, com os braços unidos. O rosto da mulher estava escondido na sombra de uma touca simples, o do homem escondido debaixo da aba do seu chapéu de feltro.


A mão de Ucker apertou o braço de Anahí, mas sua voz era neutra quando ele falou.


— Boa noite. Existe algo em que podemos ajudá-los?


Nenhum dos dois falou, mas deram um passo mais perto, a saia da mulher farfalhando ao vento. Anahí olhou em volta, mas não havia mais ninguém na ponte, ninguém visível em qualquer uma das margens. Londres parecia completamente deserta, sob o luar nevoento.


— Perdoem-me — Ucker continuou — eu apreciaria se vocês deixassem eu e minha acompanhante passar.


Ele deu um passo adiante, e Anahí seguiu. Eles estavam próximos o suficiente do casal silencioso que quando a lua saiu de trás de sua nuvem, inundando a ponte com luz prateada e iluminando o rosto do homem com chapéu de feltro, Anahí o reconheceu instantaneamente.


O cabelo emaranhado; o nariz grande quebrado e queixo marcado; e principalmente os olhos salientes, projetando-se, os mesmos olhos da mulher que estava ao lado dele, seu olhar vazio fixo em Anahí de uma forma terrível que lembrava Miranda.


Mas você está morto. Poncho o matou. Eu vi seu corpo. Anahí murmurou:


— É ele, o cocheiro. Ele pertence às Irmãs Sombrias.


O cocheiro deu uma risadinha.


— Eu pertenço — disse ele — ao Magistrado. Enquanto as Irmãs Sombrias lhe serviram, eu as servi. Agora eu sirvo apenas a ele.


A voz do cocheiro soava diferente de como Anahí se lembrava – menos grossa, mais articulada, com uma suavidade quase sinistra. Ao lado de Anahí, Ucker tinha ficado muito quieto.


— Quem é você? — perguntou. — Por que está nos seguindo?


— O Magistrado nos ordenou segui-los. Você é Nephilim. É responsável pela destruição de sua casa, a destruição de seu povo, os Filhos da Noite. Estamos aqui para entregar uma declaração de guerra. E nós estamos aqui pela menina — ele virou os olhos para Anahí — ela é propriedade do Magistrado, e ele a terá.


— O Magistrado — Ucker comentou, seus olhos muito prateados ao luar — você quer dizer de Quincey?


— O nome que você lhe dá não importa. Ele é o Magistrado. Nos disse para entregar uma mensagem. Essa mensagem é guerra.


A mão de Ucker apertou a cabeça de sua bengala.


— Vocês servem de Quincey, mas não são vampiros. O que vocês são?


A mulher de pé ao lado do cocheiro fez um estranho ruído suspirante, como o apito alto de um trem.


— Cuidado, Nephilim. Como você mata outros, assim será morto. Seu anjo não pode protegê-lo contra o que nem Deus nem o Diabo criaram.


Anahí começou a virar para Ucker, mas ele já estava em movimento. Sua mão golpeou para cima, a bengala com topo de jade nela. Houve um clarão. Uma lâmina perversamente afiada e brilhante disparou do final da bengala. Com uma volta rápida de seu corpo, Ucker mergulhou a lâmina para frente e a enfiou no peito do cocheiro. O homem cambaleou para trás, um zumbido alto de surpresa saindo de sua garganta.


Anahí prendeu sua respiração. Um corte longo abriu através da camisa do cocheiro, e embaixo dela não era visível nem carne nem sangue, mas metal brilhante, marcado irregularmente pela lâmina de Ucker.


Ucker sacou a lâmina de volta, deixando escapar um suspiro, satisfação misturada com alívio.


— Eu sabia...


O cocheiro rosnou. Com um movimento rápido, sua mão retirou uma longa faca serrilhada do casaco, do tipo utilizado por açougueiros para cortar osso, enquanto a mulher, entrando em ação, moveu-se em direção a Anahí, as mãos sem luvas estendidas. Seus movimentos eram bruscos, irregulares – mas muito, muito rápidos, mais rápidos do que Anahí poderia imaginar que podiam se mover. A companheira do cocheiro avançou sobre Anahí, o rosto sem expressão, a boca semiaberta. Algo metálico brilhava dentro dela – metal ou cobre. Ela não tem garganta, e, eu suporia, nem estômago. A boca dela termina em uma camada de metal por trás dos dentes.


Anahí recuou até suas costas baterem no parapeito. Ela olhou para Ucker, mas o cocheiro estava avançando contra ele novamente. Ucker o golpeou com a lâmina, mas isto pareceu apenas para retardar o homem. O casaco e a camisa do cocheiro pendiam de seu corpo agora em tiras irregulares, mostrando claramente o revestimento de metal embaixo.


A mulher agarrou Anahí, que se lançou para o lado. A mulher jogou-se para frente e bateu no parapeito. Ela parecia não sentir mais dor que o cocheiro; ela levantou-se duramente e virou para avançar em Anahí novamente. O impacto parecia ter danificado seu braço esquerdo, porém, pois ele estava pendurado amassado ao seu lado. Ela golpeou em direção a Anahí com seu braço direito, os dedos estendidos, e agarrou-a pelo pulso.


Seu aperto era firme o suficiente para fazer Anahí gritar quando os pequenos ossos no seu pulso queimaram de dor. Ela agarrou a mão que a segurava, seus dedos afundando profundamente na pele macia e delicada. Ela descolou como a pele de uma fruta, as unhas de Anahí arranhando o metal por baixo com uma aspereza que causou arrepios na espinha.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Alien AyA

Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Tentou puxar sua mão para trás, mas só conseguiu atrair a mulher para ela; ela fazia um estridente barulho de zumbido e clique em sua garganta que soava desagradavelmente como um inseto, e de perto, seus olhos eram sem pupilas e pretos. Anahí puxou o pé para trás para chutar... E houve o súbito ressoar de metal contra metal; ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 325



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03

    que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43

    adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53

    que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!

  • franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12

    adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss

  • Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54

    Chorei :/ Adeus não viu Adri..

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10

    chorrei bastante viu... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37

    nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.

  • franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..

  • Postado em 23/09/2015 - 13:52:16

    sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41

    Nossa....


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais