Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
O portão arrebentou. As criaturas mecânicas derramaram-se pelo caminho, liderados por aquele que havia despedaçado a corrente, suas mãos sem pele brilhando ao luar.
Lembrando o que Poncho tinha dito, que alguém tinha que ter sangue de Caçador de Sombras para abrir a porta, Anahí alcançou a corda da sineta que pendia ao lado dela e puxou vigorosamente, mas não ouviu nenhum som. Desesperada, ela se virou de volta para Ucker, ainda agachado no chão.
— Ucker! Ucker, por favor, você tem que abrir a porta...
Ele levantou a cabeça. Seus olhos estavam abertos, mas não havia nenhuma cor neles. Eles estavam completamente brancos, como mármore. Ela podia ver a lua refletida neles.
— Ucker!
Ele tentou ficar de pé, mas seus joelhos vacilaram; ele caiu no chão, sangue escorrendo pelos cantos da boca. A bengala tinha rolado de sua mão, quase aos pés de Anahí.
As criaturas tinham chegado ao pé da escada; eles começaram a impulsionar para cima, balançando um pouco, aquele com as mãos esfoladas na liderança. Anahí atirou-se contra as portas do Instituto, batendo os punhos contra o carvalho. Ela podia ouvir as reverberações ocas de seus golpes, ecoando do outro lado, e se desesperou. O Instituto era tão grande, e não havia tempo.
Finalmente, ela desistiu. Afastando-se da porta, ela ficou horrorizada ao ver que o líder das criaturas havia alcançado Ucker; estava debruçado sobre ele, suas mãos de metal esfoladas em seu peito.
Com um grito ela agarrou a bengala de Ucker e a brandiu.
— Saia de perto dele! — gritou.
A criatura se endireitou, e sob o luar, pela primeira vez, ela viu seu rosto claramente. Era suave, quase sem feições, apenas entalhos onde os olhos e a boca deveriam estar, e sem nariz. Ele levantou suas mãos esfoladas; estavam manchadas com o sangue de Ucker. Ucker estava deitado muito quieto, sua camisa rasgada, sangue empoçando escuro em torno dele. Enquanto Anahí olhava com horror, o homem mecânico mexeu os dedos sangrentos para ela, em uma espécie de paródia grotesca de um aceno – então virou-se e lançou-se escada abaixo, quase fugindo, como uma aranha. Ele correu pelos portões e se perdeu de vista.
Anahí foi em direção a Ucker, mas os outros robôs se moveram rapidamente para bloquear seu caminho. Eles eram todos sem feições como seu líder, um conjunto combinado de guerreiros sem rosto, como se não tivesse havido tempo suficiente para terminá-los.
Com um zumbe-clique, um par de mãos metálicas se estendeu para ela, e ela balançou a bengala, quase às cegas. Bateu na lateral da cabeça de um homem mecânico. Sentiu o impacto da madeira contra o metal vibrando até seu braço e ele cambaleou para o lado, mas só por um momento. Sua cabeça virou-se rapidamente de volta com uma velocidade incrível. Ela balançou novamente, a bengala batendo contra o ombro dele desta vez; o robô cambaleou, mas outras mãos apareceram, agarrando a bengala, arrancando-a de sua mão com tanta força que a pele da sua mão queimou.
Ela lembrou a força do aperto doloroso de Miranda sobre ela, quando o autômato que arrancou a bengala dela bateu o objeto sobre os joelhos com força impressionante. Ela se quebrou ao meio com um som terrível.
Anahí virou-se para correr, mas mãos metálicas agarraram seus ombros, puxando-a para trás. Ela lutou para se livrar...
E as portas do Instituto se escancararam. As luzes que saíram delas cegaram-na momentaneamente, e ela não conseguiu ver nada além do contorno de figuras escuras, anelados em luz, saindo do interior da igreja. Alguma coisa zumbiu ao lado de sua cabeça, arranhando sua bochecha. Houve o rangido de metal contra metal, e em seguida os braços da criatura mecânica relaxaram e ela caiu para frente nos degraus, sufocando.
Anahí olhou para cima. Maite estava acima dela, o rosto pálido e definido, um disco de metal afiado em uma das mãos. Outro disco igual estava enterrado no peito do homem mecânico que a segurava. Ele estava se retorcendo e tendo espasmos em círculo, como um brinquedo com defeito. Faíscas azuis saíam do corte de seu pescoço.
Em torno dele o resto das criaturas estava girando e balançando enquanto os Caçadores de Sombras convergiam sobre eles, Henry baixando sua lâmina de serafim em um arco, abrindo o peito de um dos robôs, enviando-o cambaleando e sacudindo para as sombras. Ao seu lado estava Poncho, balançando o que parecia ser uma espécie de foice repetidas vezes, cortando outra das criaturas em pedaços com tanta fúria que emitiu uma fonte de faíscas azuis.
Maite, se arremessando pelos degraus, jogou o segundo de seus discos; ele cortou a cabeça de um monstro de metal com um ruído nauseante. O autômato caiu no chão, soltando mais faíscas e óleo negro.
As duas criaturas restantes, parecendo pensar melhor sobre a situação, viraram-se e saltaram na direção dos portões. Henry disparou atrás deles com Maite em seu encalço, mas Poncho, deixando cair sua arma, virou-se e correu de volta para os degraus.
— O que aconteceu? — ele gritou para Anahí.
Ela o olhou, atordoada demais para responder. A voz dele se elevou, com um quê de pânico furioso.
— Você está ferida? Onde está Ucker?
— Não estou ferida — ela sussurrou — mas Ucker, ele desmaiou. Ali.
Ela apontou para onde Ucker estava, dobrado nas sombras ao lado da porta.
O rosto de Poncho ficou inexpressivo, como um quadro limpo de giz. Sem olhar para ela novamente, ele subiu correndo a escada e caiu perto de Ucker, dizendo algo em voz baixa. Quando não houve resposta, Poncho levantou a cabeça, gritando para Thomas vir ajudá-lo a carregar Ucker, e gritando algo mais, algo que Anahí não conseguiu compreender através da sua tontura. Talvez ele estivesse gritando com ela. Talvez pensasse que tudo era culpa dela? Se ela não tivesse ficado tão irritada, se ela não tivesse fugido e feito Ucker segui-la...
Uma sombra escura apareceu na soleira da porta iluminada. Era Thomas, de cabelos desgrenhados e sério, que foi sem uma palavra se ajoelhar perto de Poncho. Juntos eles colocaram Ucker de pé, um braço pendurado em cada um de seus ombros. Eles correram para dentro sem olhar para trás.
Atordoada, Anahí olhou para o pátio. Algo estava estranho, diferente. Era o silêncio repentino depois de toda a gritaria e barulho. As criaturas mecânicas destruídas estavam aos pedaços pelo pátio, o chão estava escorregadio com fluido viscoso, os portões estavam abertos, e a lua brilhava sem expressão sobre tudo tal como tinha brilhado sobre ela e Ucker na ponte, quando ele lhe disse que ela era humana.
Até Mais!
Confira a minha mais nova mini-fanfic "Every Day...AyA"
http://fanfics.com.br/fanfic/44773
Autor(a): Alien AyA
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Capítulo 15 - Lama estrangeira Ah Deus, que o amor fosse como uma flor ou chama,Que a vida fosse como o significado de um nome,Que a morte não fosse mais lamentável que o desejo,Que estas coisas não fossem o mesmo!– Algernon Charles Swinburne, Laus Veneris — Srta. Anahí — a voz era de Sophie. Anahí se virou e ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
-
Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
-
franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
-
Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
-
franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....