Fanfic: Anjo Mecânico [FINALIZADA] | Tema: Anahi, Alfonso, Christopher, Suspense, Anjo Mecânico
A iluminação no corredor sem janelas era diferente, a pedra enfeitiçada lançando discretas poças brilhantes de luz que não se tocavam. Poncho e Anahí se encontravam nas sombras entre duas das poças, olhando um para o outro – desconfiados, pensou Anahí, como gatos furiosos se circulando em uma viela.
Foi Poncho quem quebrou o silêncio.
— Muito bem. Você me tem sozinho no corredor...
— Sim, sim — retorquiu Anahí impacientemente — e milhares de mulheres por toda a Inglaterra pagariam muito pelo privilégio de tal oportunidade. Podemos por de lado a exibição de sua vivacidade de espírito por um momento? Isto é importante.
— Você quer que eu me desculpe, não é? Pelo o que aconteceu no sótão?
Anahí, apanhada desprevenida, pestanejou.
— No sótão?
— Você quer que eu diga que lamento ter beijado você.
Ouvindo as palavras, a recordação veio novamente a Anahí com inesperada clareza – os dedos de Poncho no seu cabelo, o toque da sua mão na luva dela, a sua boca na dela. Ela se sentiu corando e esperou furiosamente que isso não fosse visível no escuro.
— O quê... não. Não!
— Então você não quer que eu lamente — replicou Poncho.
Ele estava sorrindo muito levemente agora, o tipo de sorriso que uma criança pequena oferece ao castelo que acabou de construir com pecinhas de madeira, antes de o destruir com um mover de braço.
— Não me importo que lamente ou não — Anahí falou — não era sobre isso que queria falar com você. Eu queria lhe dizer para ser gentil com o meu irmão. Ele passou por uma terrível provação. Não precisa ser interrogado como alguma espécie de criminoso.
Poncho respondeu mais calmamente do que Anahí teria imaginado.
— Eu compreendo isso. Mas se ele estiver escondendo alguma coisa...
— Todo mundo esconde coisas! — Anahí explodiu, surpreendendo a si própria. — Há coisas das quais eu sei que ele se sente envergonhado, mas isso não significa que elas precisam importar a você. Não é como se você contasse tudo a todos, não é?
Poncho pareceu desconfiado.
— De que está falando?
E os seus pais, Poncho? Por que você se recusou vê-los? Por que você não tem outro lugar para ir senão aqui? E por que, no sótão, você me mandou embora? Mas Anahí não disse nenhuma dessas coisas. Ao invés disso, ela perguntou:
— E Ucker? Por que você não me disse que ele estava doente como está?
— Ucker? — A surpresa de Poncho parecia verdadeira. — Ele não queria que eu contasse. Considere isso assunto dele. E é. Você deve se lembrar, eu nem sequer era a favor de ele te contar. Ele pensou que devia uma explicação a você, mas não devia. Ucker não deve nada a ninguém. O que aconteceu com ele não foi culpa dele, e ainda assim ele carrega o peso de tudo aquilo e se sente envergonhado...
— Ele não tem nada de que se envergonhar.
— Você pode pensar assim. Outros não veem qualquer diferença entre a doença dele e um vício, e o desprezam por ser fraco. Como se ele pudesse apenas deixar de tomar a droga se tivesse vontade suficiente — Poncho soava surpreendentemente amargo — disseram isso a ele, por vezes na cara dele. Eu não queria que ele tivesse também de ouvir você dizendo isso.
— Eu nunca teria dito isso.
— Como eu poderia adivinhar o que você iria dizer? Eu não a conheço de verdade, Anahí, conheço? Não mais do que você me conhece.
— Você não quer que ninguém te conheça — Anahí cortou-o — e muito bem, não vou tentar. Mas não finja que Ucker é exatamente como você. Talvez ele preferisse que as pessoas conhecessem a verdade de quem ele é.
— Não — Poncho falou, os olhos azuis escurecendo — não pense que conhece Ucker melhor do que eu.
— Se você se preocupa tanto com ele, por que não está fazendo nada para ajudá-lo? Por que não procurar uma cura?
— Pensa que não procuramos? Pensa que Maite não procurou, que Henry não procurou, que não contratamos feiticeiros, pagamos informações, trocamos favores? Você imagina que a morte de Ucker é apenas uma coisa que nós todos aceitámos sem lutar contra isso?
— Ucker me contou que pediu a todos para pararem de procurar — retorquiu Anahí, calma frente à fúria de Poncho — e que vocês pararam. Não foi?
— Ele te disse isso, não disse?
— Vocês pararam?
— Não há nada para descobrir, Anahí. Não há cura.
— Você não sabe disso. Vocês podiam continuar procurando e não dizer a ele que estavam procurando. Pode haver alguma coisa. Mesmo a menor das hipóteses...
Poncho levantou as sobrancelhas. A luz trêmula do corredor aprofundava as sombras sob seus olhos, os ossos angulares das maçãs do rosto.
— Você acha que devemos desconsiderar os desejos dele?
— Acho que vocês deveriam fazer tudo o que puderem, mesmo que isso signifique que tenham de mentir para ele. Acho que não compreendo sua aceitação da morte dele.
— E eu acho que você não compreende que por vezes a única opção é entre a aceitação e a loucura.
Atrás deles, no corredor, alguém pigarreou.
— Então, o que se passa aqui? — uma voz familiar perguntou.
Anahí e Poncho haviam estado tão absortos em sua conversa que não ouviram Ucker se aproximar. Poncho deu um pulinho culpado antes de virar para olhar seu amigo, que estava observando-os com calmo interesse.
nandacolucci postando ;)
Mila Puente Herrera inocente, inocente ele não é isso é claro, mas vamos ver o que ele tem a contar no próximo capítulo...
fran como eu já disse muitas vezes tudo tem uma explicação no final e o Poncho ter tratado a Annie daquele jeito tem um explicação, só que só mais tarde ;)
Acho que o irmão da Annie é um banana mesmo e escondendo o jogo... pode ser, um pouco talvez...
Espero que você esteja melhor!
Autor(a): Alien AyA
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Ucker estava completamente vestido, mas parecia como se tivesse acabado de acordar de um sono febril, seu cabelo amassado e suas bochechas queimando com cor. Poncho pareceu surpreso, e não inteiramente satisfeito, em vê-lo. — O que você está fazendo fora da cama? — Encontrei Maite no corredor. Ela disse que todos nós está ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 325
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nandacolucci Postado em 27/09/2015 - 09:05:03
que tristeza vc não vai postar mais fic :( poncho morreu que final em <3 :´(
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:54:43
adri...eu quase morri de tanto chorra...poncho morreu...isso acabou comigo...ai deus ai deus...eu to mal...nao quero que vc pare de postar!!!!!!!!!!!! plis!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 14:01:53
que lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini♥ Postado em 25/09/2015 - 13:25:12
adri...mas achei os outros livros..vc tem que postar os outros doissssssssssssssssssss
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Mila Puente Herrera Postado em 24/09/2015 - 00:56:54
Chorei :/ Adeus não viu Adri..
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:25:10
chorrei bastante viu... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 14:15:37
nossa...cara que tristeza eu vendo poncho viu...ele só sofre...o melhor amigo se foi...e a mulher que ele ama..ama outro.
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franmarmentini♥ Postado em 23/09/2015 - 13:53:21
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho..
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Postado em 23/09/2015 - 13:52:16
sinceramente...não gostei..desse negocio da any ainda continuar haver o ucker...pelo jeito se fosse pra ela escolher ela sempre iria ficar com ele e não o poncho.
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franmarmentini♥ Postado em 22/09/2015 - 22:32:41
Nossa....