Fanfic: Má Combinação | Tema: Romance, Roubo
Eu estava absolutamente satisfeito. Encontrar com a doce (ok, talvez não tão doce assim) senhorita Hall sempre fazia maravilhas para o meu humor. Além disso, conseguir o tal pacote tinha sido muito fácil.
Assobiando uma canção alegre eu pacientemente esperei que o elevador chegasse ao térreo, onde um homem com pinta de príncipe da Disney parecia estar aguardando alguém. Ele sequer disfarçou o desapontamento ao ver que não era a pessoa que ele esperava. Não pude deixar de pensar que ele devia ser o tipo perfeito de cara para a loirinha de nariz empinado.
O cumprimentei com um leve gesto de cabeça enquanto ele me avaliava dos pés a cabeça, cenho franzido e punhos cerrados. Bom, o senhor conto de fadas não tinha gostado muito de mim.
Passei por ele ainda sorrindo. Eu estava acostumado com olhares hostis do público masculino e sinceramente, não fazia diferença nenhuma diferença.
Passeei pelo saguão discretamente procurando por Damien e encontrando-o conversando distraidamente com um sujeito que parecia completamente fascinado por tudo que meu amigo dizia. Um americano, eu arrisquei. Eles eram todos parecidos no final das contas: metidos e confiantes a ponto de serem absolutamente fáceis de enganar.
—Mon ami, até que enfim — eu disse com um floreio — eu o procurei por todo o canto! Onde você andou se escondendo?
Damien piscou surpreso com a minha rapidez, mal disfarçando uma olhada suspeita na direção dos elevadores. Mas logo se recompôs sorrindo amplamente.
—Pardon Thierry, admito que fiquei muito entretido com o Mattew aqui — ele acenou para o rapaz — Mattew, este é meu amigo Thierry.
O rapaz usava uma roupa moderna e seu cabelo castanho-escuro muito bem cortado dava-lhe um ar “Ei! Eu tenho muita grana!” . Ele me deu um sorriso desconcertado enquanto estendia uma mão.
—É só Matt. Prazer em conhecê-lo.
Apertei a mão que me era oferecida respondendo educadamente.
—O prazer é meu — e fui adiantando — e sinto muito interrompê-los, mas precisamos ir companheiro.
Matt respondeu rapidamente, tropeçando nas palavras.
—Eu, er...claro! Eu compreendo.
—Então adeus — eu encerrei — e mais uma vez, foi um prazer.
Damien também despediu-se e nós caminhamos discretamente para fora onde o carro esperava. Só quando entramos no veículo e eu dei a partida, meu amigo finalmente fez a pergunta que tanto queria.
—Você conseguiu?
—O que você acha? — respondi, com um bufar.
—É impressão minha ou foi muito rápido?
Eu dei de ombros. Sim, foi rápido e tão fácil quanto tirar doce de criança. Ou realmente aquele era o meu dia de sorte...
—Não estou gostando disso —disse, suspirando. A alegria inicial tinha ido embora completamente.
Damien me deu uma olhada.
—Está tudo certo Jean — afirmou, tentando amenizar — vamos fazer a entrega e pegar a grana. Simples assim.
Decidi escutar as palavras do meu amigo e apenas fixar meus olhos na movimentada Avenida Champs-Élysées tentando afastar qualquer pensamento ruim.
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O som do celular desviou minha atenção. Damien atendeu.
—Claro. Estamos a caminho — e desligou em seguida.
—Mabelle? — eu sabia qual seria a resposta, mas preferi ter certeza. Damien apenas concordou com a cabeça, não mencionando o fato dela ter ligado para o celular dele e não para o meu, como era o costume. Eu tampouco falei algo.
Menos de dez minutos depois eu estacionava o veículo no estacionamento do hotel. Atravessamos o saguão e pegamos o elevador até o vigésimo andar onde Mabelle nos esperava na companhia de Dom.
—Aí estão eles — as palavras eram suaves, o tom de voz, não.
Dom parecia absolutamente satisfeito.
—Onde está? — ele foi logo perguntando.
Sorri para ele enquanto afrouxava o nó daquele maldito laço.
—Onde está o dinheiro?
Ele não pareceu gostar da ousadia, mas foi até a mesinha e pegou uma maleta abrindo-a para que pudéssemos ver o conteúdo.
—Aí está. Como foi combinado.
Peguei um maço e avaliei. Damien se aproximou e acenou para mim. Eu retirei o envelope e entreguei.
—Como combinado — repeti suas palavras.
Ele parecia uma criança prestes ao ganhar seu presente de natal. Seja lá a informação que tivesse naquele envelope, deveria ser muito importante.
—Estou muito satisfeito com o serviço de vocês. É provável que em breve eu precise deles novamente.
Depois de uma rápida troca de olhares com Damien que parecia muito animado com a possibilidade de uma grana fácil novamente, eu respondi.
—Sabe onde nos encontrar.
Depois do acerto, Dom ainda ficou com Mabelle, segundo ele para acertar alguns detalhes de um outra coisa qualquer. A mim não fazia qualquer diferença. Eu tinha umas contas para acertar o mais rápido possível.
Porém, antes de ir até o cassino do Lorenzo paramos em casa para esconder o resto do dinheiro. Eu não confiava nem um pouco naquele maldito italiano ganancioso. Se ele visse todo aquele dinheiro iria inventar alguma desculpa para ficar com tudo ao invés do que ele tinha combinado com Damien.
A única coisa que eu sei é que isso foi um grande erro. Assim que chegamos em frente ao prédio um saraivada de balas atingiu o carro. Seis homens fortemente armados surgiram de todos os lados, seus rostos expressando um único comando: matar.
Por um segundo, eu não soube como reagir. Mas então meus instintos substituíram minha perplexidade eu me pus a agir.
Dei ré, atropelando um deles que se aproximava por trás e depois acelerei, quase atingindo um cachorro que fuçava numa lata de lixo.
—Merde! — Damien suspirou fazendo-me desviar os olhos da rua para olhá-lo.
Ele estava um pouco pálido e tinha uma mão pressionada no ventre, de onde um líquido escuro saía. Não era preciso uma bola de cristal para eu saber o que tinha acontecido.
—Temos que levar você para um hospital — eu disse tentando não soar nervoso.
—Se estiverem nos seguindo... —ele arfou.
Apesar de não estarmos vendo eles agora era possível que sim, eu pensei. Mas eu não podia continuar fugindo, não com Damien perdendo tanto sangue.
—Mantenha isso pressionado — eu lhe indiquei — vou tirar a gente dessa.
Autor(a): Tynna
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