Fanfic: Má Combinação | Tema: Romance, Roubo

Sabe aquele momento em que você tem realmente uma vontade louca de matar alguém? Bom, era exatamente assim que eu estava me sentindo. É por isso que eu não me importei nem um pouco em ser extremamente grosseira com aquele segurança estúpido quando ele veio me chamar, pois segundo ele havia alguém me esperando lá embaixo. Para falar a verdade a culpa é dele mesmo. Como assim me chamar de senhora? Eu lá tinha cara de senhora?

Caminhei rapidamente para o elevador enquanto lançava um último olhar mortal para o segurança que apenas deu de ombros.

Assim que o elevador abriu, dei de cara com George que sorriu abertamente.

—Aí está você. É impressão minha ou a senhorita está me evitando?

Sorri, mesmo que não sentisse vontade. Aquele maldito ladrãozinho tinha a habilidade de mandar o meu humor para o inferno.

—Mas é claro que não — respondi — eu estava apenas...pensando um pouco.

As sobrancelhas dele subiram um pouco diante da minha resposta vaga.

—Sozinha?

Franzi o cenho diante da pergunta. Porque ele disse aquilo? Ele sabia que não havia mais ninguém lá...a não ser, é claro que ele tivesse visto o francês cretino. Ele tinha descido uns minutos antes de mim e era provável que eles tivessem se encontrado.

—É claro. Porque, está com ciúmes?

Ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

—Ok, você me pegou. Acho que não posso evitar.

Eu sorri.

—Não se preocupe em evitar. Eu até que gosto.

Ele deu um passo na minha direção estendendo a mão para segurar o meu queixo.

—Sabe...

Ele não pôde terminar o que queria dizer, seja lá o que fosse. Tarik Rozala havia se materializado diante de nós com toda sua imponência. Eu enrijeci na mesma hora.

—Senhorita Hall, que prazer enorme vê-la — ele me deu um sorriso cortês enquanto estendia sua mão que eu aceitei depois de um breve momento de relutância. Não seja ridícula Kimberly, pensei. Ele é apenas um homem.

—Olá senhor Rozala — respondi educadamente.

Seu olhar me percorreu, como se ele estivesse buscando alguma coisa. Depois ele falou devagar.

—Estou surpreso que esteja aqui. Não achei que esse tipo de evento fosse do seu interesse — ele comentou, seu tom cheio de coisas não ditas.

—Na verdade, eu só estou aqui para acompanhar meus amigos — respondi com sinceridade — por falar nisso conhece o senhor Hamish? — eu acenei de leve para George.

Ele olhou para George como que só agora percebendo sua presença.

—Filho de Adam não é? Eu lembro de você.

George sorriu e apertou a mão de Tarik, e por um breve momento eu achei que houvesse um tipo de atrito entre os dois.

—Bom — disse Tarik — eu espero que estejam se divertindo. Agora preciso ir cumprimentar os outros convidados.

—É claro — respondi rapidamente, mais do que feliz por ele se afastar.

Depois que ele se distanciou George falou baixo.

—Eu não gosto muito desse cara.

Eu pensava o mesmo, mas preferi guardar isso para mim e apenas indagar.

—Por quê?

Ele piscou surpreso.

—Besteira minha. Só estava pensando alto. Que tal sairmos daqui. Conheço um lugar bacana onde poderíamos jantar.

Apertei os lábios. Ele estava muito evasivo.

—Talvez um outro dia. Estou cansada e quero dormir.

Ele pareceu entender.

—É claro — ele sorriu mesmo que o sorriso não alcançasse os olhos.

Eu lhe dei boa noite e fui procurar meus amigos. Dessa vez se eles tivessem me abandonado iriam sofrer muito. Mas acabei encontrando Matt e Peggy conversando.

—Que tal irmos para casa?

Peggy franziu o cenho.

—Eu pensei que iríamos festejar depois daqui.

—Aconteceu algo? — Matt perguntou.

—Eu...estou cansada e com dor de cabeça —menti — se você quiserem podem ir, só quis avisar primeiro.

Eu dei um olhar sugestivo para Peggy que pareceu encolher. Matt passou um dos braços pelos meus ombros.

—Claro que não! Se você não está bem, não vamos.

Peggy pareceu querer protestar diante daquilo, mas apenas fez uma careta.

—Tudo bem, vamos voltar.

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Voltar para o nosso apartamento foi uma experiência muito esquisita, para não dizer o mínimo. Matt parecia empolgado além do normal enquanto falava de um cara que ele conheceu na festa. Um tal de Thierry, se não me engano. Em contraponto, aqui estava eu irritada além do que é possível e extremamente curiosa em relação ao que o George falara mais cedo. Havia também uma certa curiosidade de minha parte em relação ao tal Dubois também. É claro que não era ESSE tipo de curiosidade apenas queria saber o que ele queria no escritório do Rozala. Isso só servia para mostrar o quão perigoso aquele sujeito era.

Bom, ele havia me salvado dos dois ogros naquela noite, pensei distraidamente. Ou talvez fosse só um plano para ele me roubar. Talvez fossem atém amigos. Era difícil acreditar quem uma pessoa como ele me ajudaria motivado por uma bondade genuína. O que eu devia fazer era ir a policia e denuncia-lo.

—Você está me ouvindo Kim? — Matt falou.

—Hum, claro — menti, enquanto mexia na minha bolsa a procura do meu celular.

—O que está fazendo? — perguntou Peggy.

—Só verificando meus e-mails — respondi. Se eu continuasse assim, meu nariz iria crescer mais do que o do Pinóquio.

Abri o tradutor e tentei escrever as palavras que Jean me chamara. Meu francês era uma porcaria e eu tinha ficado curiosa. Duas palavras surgiram na tela:

Pequena Boneca.

Idiota convencido.

—O que tem de tão interessante nesse email para você sorrir que nem boba Kim — Peg exigiu, tentando espiar — é o George?

Matt olhou pelo espelho do carro visivelmente interessado.

—Eu não estou sorrindo coisa nenhuma — respondi irritada.

—Então não é um email do George?

—Não! Querem parar com isso!

Peggy estreitou os olhos. Ah droga, aquilo era um mau sinal. Ela não iria me deixar em paz até que eu lhe contasse tudo.

Quando chegamos, fui logo tomar um banho. A temperatura da agua estava agradabilíssima e eu fiquei uns bons minutos aproveitando para relaxar na enorme banheira. Apesar disso eu não consegui descansar direito. Queria muito saber o que George ia me dizer antes do Tarik chegar...

George. Ele era o tipo perfeito de homem. Eu nem poderia imaginar a felicidade do meu pai se eu assumisse um relacionamento sério com alguém como ele. Papai sempre reclamou que eu era uma garota exigente demais e por isso nunca conseguia manter um relacionamento estável com o que ele dizia ser “um bom rapaz”. Sim, o George seria uma boa escolha. O único problema era que eu não achava que pudesse ter um relacionamento sério com quem que que seja. Nenhum cara que eu conheci tinha realmente feito com que eu sentisse alguma faísca.

—Esse negócio de amor não é para mim — disse para mim mesma.

“Está na minha hora petite poupée. Sem beijo de despedida dessa vez?”

As palavras pronunciadas por aquele maldito homem pairavam sobre mim como uma nuvem. Porque eu estava pensando nele agora? Eu o odiava.

Soltando uma maldição silenciosa, saí do banho e fui me deitar.