Fanfic: Má Combinação | Tema: Romance, Roubo
Entrei naquele elevador pisando tão duro quanto era possível para alguém que estava descalça e segui em direção ao elevador. Pude ver que os empregados do local me lançaram olhares curiosos e assustados, o que era até compreensível, dada a minha situação atual. Eu apenas os olhava de volta, a fúria dos meus olhos impedindo qualquer tipo de comentário maldoso. Mas aquilo era de longe o que mais me incomodava. Como ele pôde? Aquele bandidinho de quinta categoria teve a ousadia de jogar os meus sapatos fora e me fazer andar descalça num bairro imundo e ainda me beijar contra a minha vontade como se eu fosse uma qualquer. Ele teria sorte se eu nunca mais tivesse que vê-lo, pois se isso acontecesse de novo eu faria com que ele passasse um bom tempo na cadeia.
No entanto eu não devia me preocupar com isso agora, tinha assuntos a resolver com meus dois amigos traidores que me abandonaram sem nenhum aviso para que eu pagasse por todos os pecados e eu cometi e ainda vou cometer. Aliás, acho que mesmo que eu passe o resto da minha vida pecando tanto quanto possível, ainda não seria o bastante para merecer passar pelo que eu passei nesta maldita noite.
Invadi o apartamento feito um furacão procurando pela primeira vítima. O lugar estava silencioso, provavelmente eles deveriam estar dormindo um sono tranquilo de quem não passou a noite no inferno. Caminhei até o quarto do Matt e abri a porta.
Com um sorriso malvado nos lábios, peguei o balde de gelo onde repousava uma garrafa de champanhe e despejei o conteúdo na cabeça de meu suposto “amigo” que levantou em um pulo com os olhos arregalados.
—Mas... merda Kim, você enlouqueceu!!! — berrou ele tossindo um pouco por causa da água que havia caído em sua boca.
—Isso é pouco para o que eu tive que passar por causa de vocês seu amigo da onça! – retruquei agitando o balde de forma ameaçadora — cadê a Peggy?! Eu tenho um presentinho para ela também.
—Do que é que você está falando?! — disse ele acompanhando o balde que eu segurava com os olhos, provavelmente achando que eu iria lhe atirar o objeto.
Não me dei o trabalho de responder. Como ele podia? Fazer de conta que não sabia de nada? Saí do local e fui em direção ao quarto de Peggy que estava saindo dele exatamente no mesmo momento.
—Até que enfim Kim! — disse ela alegremente — eu já estava ficando preocupada com o seu sumiço.
—Preocupada droga nenhuma! — gritei, fazendo com que ela se assustasse – vocês me esqueceram lá!
—Como assim? — disse Matt confuso — você não disse que viria com o George?
—Eu disse? Ficou doido?! — indaguei incrédula.
—Foi o que a Peggy disse — respondeu ele olhando confuso para Peggy — não foi Peggy?
—Eu...é — gaguejou Peggy sem jeito — não, a Kim tinha dito para que nós esperássemos por ela.
—Então porque você mentiu? — indagou Matt, cruzando os braços por aborrecimento ou para tentar se aquecer um pouco.
—Calma gente, não me olhem como se eu fosse a pior pessoa do mundo, eu só quis dar uma forcinha para a Kim com o George hoje, só isso — se defendeu ela.
—Só isso? Por sua culpa eu fui para numa periferia onde tive que andar descalça e lhe dar com todo o tipo de marginais!!
—Eu não sabia! — murmurou ela parecendo surpresa — eu...só quis ajudar!
—Você sabia que eu não ia aceitar a carona do George porque eu já tinha confirmado que iria com vocês.
—Mas eu pensei que... sei lá, eu não pensei direito tá? Estava meio bêbada.
—Olha meninas vamos acalmar os ânimos aqui ok? — interviu Matt cujo cabelo escuro parecia um ninho de pássaros — Peggy, você pisou na bola com a Kim, ela podia ter se machucado ou pior.
—Eu sei me desculpe — disse Peggy triste.
—Kim, — ele continuou — eu entendo sua raiva, mas acho que devia aceitar as desculpas da Peggy afinal, ela só quis ajudar. De um jeito meio torto, admito.
Dei um suspiro. Talvez fosse verdade. Pensando bem a Peggy não teria nenhum motivo para querer me prejudicar. Ela era minha melhor amiga
—Tudo bem, mas que isso nunca mais se repita ok? Quando combinarmos algo é aquilo e pronto —disse séria.
—Então que tal você ir tomar um banho e descansar um pouco? — sugeriu Matt passando um braço ao redor dos meus ombros — eu acho que não vou precisar visto que você já me deu um banho, e gelado.
Sorri um pouco. Matt sempre conseguia fazer isso comigo, levantar o meu astral.
—Ok. Estou indo — disse por fim, caminhando em direção ao meu quarto.
Depois de um banho revigorante, resolvi me deitar um pouco. Estava muito cansada e com a cabeça a mil por hora por causa dos recentes acontecimentos. Sinceramente, eu já estava pensando em desistir daquela viagem que só tinha me trazido coisas ruins. Bem, nem tudo era tão ruim afinal eu tinha conhecido o George e ele até que era um cara legal, muito bonito... não tão bonito quanto aquele cara da moto... O quê!!!
Balancei a cabeça espantada pelo meu próprio pensamento. Como se eu realmente tivesse parado para pensar naquele bandidinho barato, humpf.
—Tudo que eu preciso é de uma boa noite de sono — disse para mim mesma ajeitando os travesseiros sob a minha cabeça.
Num ato instintivo, levei minhas mãos ao pescoço para tocar no meu pingente, surpreendendo-me ao notar que ele não estava lá.
Levantei-me e comecei a procurar desesperadamente pelo objeto. Será que eu o havia perdido? Não era possível eu não podia ter perdido aquilo, era um presente da minha avó!!! Mas como? Onde? Em que momento...
De repente lembrei da minha “despedida” com o tal Dubois. Só podia ter sido ele! Ele havia se aproximado o suficiente de mim quando me...beijou.
—Maldito!!! — gritei para as paredes.
Busquei me controlar, visto que um outro ataque não seria de muita ajuda.
—Respira Kimberly, respira — repeti para mim mesma.
—Kim? — indagou Matt de fora do quarto — tudo bem aí?
—Não, não está tudo bem — respondi.
Ele entrou no quarto fechando a porta atrás de si e sentou-se na cama.
—Não que me contar o que aconteceu?
—Não — foi a minha resposta aborrecida.
—Para de bancar a malcriada Kimberly, me diz logo o que está de incomodando —vociferou ele impaciente. Eu odiava quando ele bancava o meu pai.
—Tá bem, eu conto — disse a contragosto.
—Caramba! — foi a única palavra que Matt usou para descrever seus sentimentos em relação a minha aventura.
—Pois é.
—Então o tal cara da moto hein? — ele começou erguendo uma sobrancelha — ele era mesmo tão horrível?
—Como assim? — perguntei ofendida — é claro que é!
—Bom, se você diz...para mim ele parece o tipo mal e super sexy — brincou Matt.
—Isso não é nem um pouco engraçado Matt — reclamei — esse cara é um energúmeno, um troglodita!
—Durante a sua história você já xingou ele de todos os palavrões existentes na face da terra Kim. Não acha meio tedioso repetir tudo isso de novo?
—Eu te conto uma coisa séria e você vai ficar me enchendo com suas piadinhas? – reclamei atirando um travesseiro no rosto dele.
—Calma! — disse ele entre risos — eu já parei. E então vai contar sua aventura para Peggy?
—Não — respondi, séria — pelo menos não agora. Ainda estou zangada pelo que ela fez.
—Entendo — assentiu ele — bom, eu vou ver um pouco de TV visto que eu perdi o sono graças a você.
Não pude evitar o riso.
—Me desculpa tá? Eu admito que o balde de gelo foi um pouco de maldade minha.
Ele sorriu e se retirou me deixando sozinha com os meus confusos pensamentos.
Autor(a): Tynna
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