Fanfics Brasil - Jean Dubois Má Combinação

Fanfic: Má Combinação | Tema: Romance, Roubo


Capítulo: Jean Dubois

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Eu estava tendo problemas para colocar aquele laço esquisito em torno do meu pescoço. Porque não podia ser uma festa normal, onde todo mundo pudesse usar o que tivesse vontade? Custava-me acreditar que qualquer homem na face da Terra poderia se sentir confortável dentro de um troço desses. Eu, particularmente estava me sentindo um embrulho de presente.


—Problemas aí?— Damien colocou a cabeça para dentro do quarto disfarçando um risinho. Ele parecia muito bem no seu smoking bem ajustado com os cabelo devidamente arrumados. Poderia se passar por um riquinho desses sem maiores problemas. Já eu...


—O que você acha? — respondi, sacudindo o objeto.


Ele adentrou nos aposentos, balançando a cabeça com se eu fosse uma criança birrenta e tomou a peça de minhas mãos.


—É só um smoking Jean você sabe disso, não sabe?


Revirei os olhos.


—Isso definitivamente não faz o meu estilo. Sinto-me mal sem minha jaqueta.


Ele terminou o laço e lançou um olhar reprovador para o cigarro ainda acesso depositado no cinzeiro.


—Você deveria parar de fumar, vai acabar morrendo jovem.


Dei de ombros.


—Fumar sempre me tranquilizou e no momento, eu preciso me acalmar.


Ele pareceu surpreso com a confissão.


—Por causa do serviço de hoje?


Balancei a cabeça numa enfática negativa ainda que sem explicar o real motivo. Damien não insistiu e eu agradeci aos céus por isso, afinal nem eu mesmo conhecia o motivo daquela tensão. Talvez fosse um mau pressentimento.


Saímos do apartamento e encontramos Mabelle do lado de fora, enrolada num casaco de lã azul escuro que contrastava com seu rosto pálido. No entanto, não foram as vestes dela que chamaram a minha atenção, mas sim o Porsche branco no qual ela estava apoiada. Damien assobiou.


—Presente de aniversário adiantado Ma Belle?


Ela agitou as chaves do automóvel, um leve curvar de lábios mostrado seu divertimento frente a excitação de meu amigo.


—Dom achou que seria melhor que fossem na festa com um veículo mais “adequado” — ela me atirou o objeto — tenham cuidado com ele.


Ignorei o resmungo de Damien por não conseguir as chaves e fitei a mulher diante de mim por mais tempo. Nos últimos dois dias eu tinha evitado atender as suas insistentes ligações. Sabia que ela queria me dizer algo importante, ou pelo menos, algo que ELA considerasse importante e, temendo isso resolvi apenas me afastar. Não tinha outro jeito: eu teria que terminar com aquilo.


—Você tem me ignorado esses dias — começou ela, sua voz denotando mais irritação do que ela gostaria. Ou eu.


—Estava cansado. Além disso, eu tinha outras coisas para pensar — merde, pensei. Eu iria precisar de um cigarro agora.


—Coisas como o serviço de hoje?


—É.


Ela cruzou os braços num gesto brusco antes de formular a próxima pergunta antes de verbalizá-la ironicamente


—E a minha prima?


Soltei um suspiro. Então, era esse o problema. A razão pela qual Mabelle tinha agido como uma louca controladora durante esses dois dias. Damien havia se afastado um pouco numa tentativa tola de nos dar privacidade, uma vez que estávamos em plena rua.


—Não vai dizer nada! — ela vociferou —eu posso saber quem é a sua amante, ou eu devo apenas chamá-la de prima?


Eu poderia apenas acalmá-la e assim explicar toda a situação. Mas ouvir aquilo me irritou profundamente. Ela estava querendo satisfações?


—Eu não vou dizer nada — disse entre dentes, assustando-a um pouco — eu não tenho que dizer nada. Eu não tenho amantes Mabelle, sabe por quê? Porque eu precisaria estar num relacionamento sério, o que não é o caso.


Ela parecer arrependida e tentou se desculpar.


—Jean...querido, eu...


—Eu deixei tudo bem claro quando começamos isso — disse, interrompendo seu balbuciar — eu nunca estabeleci regras, ou tentei controlar a sua vida. Sei que está acostumada com os homens se jogando aos seus pés e fazendo tudo por você Mabelle, mas é bom que saiba —falei pausadamente —Eu. Não. Sou. Um. Deles.


Ela desviou o olhar, passando uma mão nervosa pelos cabelos.


—Eu sei que não é, Jean. Me desculpe. Eu...eu gosto de você.


—Eu também Mabelle —admiti com total sinceridade —muito, mesmo que não seja do mesmo modo. E é exatamente por isso que eu não vou mais continuar com isso. Você realmente merece alguém que possa lhe dar o que você quer. Eu não sou esse homem.


Seus olhos estavam arregalados e por um instante, senti pena dela.Félicitations idiote, pensei ressentido comigo mesmo. Entrei no carro e tomei uma profunda respiração. Pelo menos eu fui sincero


Damien, que sentou-se no banco do passageiro colocou uma mão no meu ombro.


—Você fez bem, mon ami. Não pode se culpar por não sentir o mesmo que ela.


Girei a chave antes de murmurar.


—Eu não o faço.


****************************


Entrar no prédio foi estupidamente fácil. É surpreendente o que um carro e uma roupa elegante podem fazer por você. O saguão não estava tão cheio, mas as grandes personalidade da cidade e também de fora parecia estar reunido naquele pomposo lugar. Eu me sentia uma criança no natal, só que, ao invés de carrinhos e bonecos, haviam joias. Muitas joias.


Era realmente uma pena ir embora sem ao menos levar um souvenir. Talvez mais tarde eu pensasse nisso. Agora, eu devia focar na pasta. Guardada na sala de ninguém menos que Tarik Rozala que, ao que parecia ainda não havia chegado.


Vaguei pelo salão discretamente, cumprimentando pessoas a quem não conhecia, mas que sorriam e acenavam, não por simpatia ou educação, é claro. Tinham medo de serem grosseiras com um homem importante e acabarem perdendo oportunidades. O cinismo delas era um poderoso aliado.


—Uma linda festa, não?


Me virei para observar quem tinha falado comigo. Uma mulher baixinha que parecia ter dificuldades para respirar no justíssimo vestido vermelho berrante.


—Com certeza —respondi educado.


Percebi que ela me analisava por completo, seus olhos azuis completamente predatórios.


—Eu não o conheço senhor...


—Thierry Moreau —respondi com o nome que estava no meu convite – a senhorita é?


É claro que eu sabia que ela devia ter mais de cinquenta anos. No entanto, ela pareceu ter apreciado muito ser chamada de senhorita. Mulheres são tão previsíveis...


—Sara Dulah — ela respondeu levemente corada. Ou talvez fosse o excesso de maquiagem.


Sorri,pegando sua mão macia e beijando-a suavemente.


—É um prazer, Sara.


Conversamos cerca de meia hora. Quer dizer, ela tagarelou por meia hora. Eu apenas sorria e dava alguma resposta esquiva quando ele se mostrava demasiada curiosa em relação a minha vida. Olhei em volta, procurando por Damien e ele ainda não havia aparecido. A senhora Dulah estava prestes a me contar como ganhara seu prêmio de mais bem vestida pela quarta vez quando meu amigo surgiu fazendo o sinal. Afastei-me dela, dizendo que ia lhe trazer champanhe e fiquei próximo ao meu amigo que sussurrou rapidamente.


—Seis guardas, dois no elevador. Devem haver mais lá em cima lá em cima. O resto espalhado pelo saguão. Vamos ter que chamar alguma atenção.


Trocamos rápidos olhares e eu voltei para perto de minha nova conhecida, levando-lhe a prometida taça de champanhe. Ao me ver ela desculpou-se dramaticamente.


—Por favor, Thierry! Isso não era necessário, podia ter pedido ao garçom que trouxesse!


—Não foi nada chéri — apressei-me em dizer — será que podemos ir para um lugar...mais calmo? — disse cinicamente.


Ela sorriu, entendimento brilhando em seu olhar malicioso.


—Claro!


O lugar não parecia ter nenhum jornalista, mas eu não queria arriscar. Então fomos andando mais para o fundo do salão para nos distanciar de olhares curiosos. Do canto do olho, observei Damien se aproximar segurando um lenço na mão direita. Eu não gostava de ter que fazer as coisas daquele jeito mas...


—Aqui é perfeito — disse Sara alegremente.


Eu não podia deixar de concordar. Damien colocou a mão direita no rosto da mulher surpresa, mal reagiu. Quando ela perdeu os sentidos, me afastei rapidamente enquanto Damien a colocava no chão. Não ia demorar muito.


Mon Dieu! Aquela mulher desmaiou! — disse meu amigo exageradamente afetado.


Todos os olhares se voltaram para a pobre Sara, completamente inconsciente, no chão de mármore. Uma correria começou, todos preocupados em ajudar a senhora caída, inclusive os dois guardas parados nos elevadores. Sem pensar duas vezes, deslizei para dentro.



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Autor(a): Tynna

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—Pode me explicar de novo? —pedi, disfarçando muito mal o meu aborrecimento — porque eu estou tendo muita dificuldade em entender o motivo de estarmos nessa droga de festa de gente chata, velha e sem graça. Estávamos todos numa das salas de reunião do imenso prédio para que pudéssemos conversar, digo discutir melho ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • mirelly_perroni Postado em 15/06/2015 - 13:58:24

    Amando a Fanfic! Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Please, Please. Beijooos.


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