Fanfics Brasil - 16 Cicatriz da alma adaptada AyA/ ponny

Fanfic: Cicatriz da alma adaptada AyA/ ponny | Tema: AyA/ ponny


Capítulo: 16

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Alfonso descontou a humilhação e a fúria na piscina de sua academia. Pelo menos na água seus movimentos eram suaves. Ele sabia exatamente seu comprimento e quantas braçadas eram necessárias para chegar até o outro lado. Ali ele não mancava, e sua visão não importava.


Ele parou e segurou na beira da piscina, esbravejando em voz alta. Ele passou a mão pelo rosto e retirou o excesso de água, sentindo a palma queimar onde os cacos a cortaram. Mas ele deu boas-vindas à dor. A dor física não significava quase nada para Alfonso. Ele sobrevivera a mais dor do que qualquer outro homem suportaria.


Mas fazer-se de bobo e mostrar suas fraquezas, isso fora um golpe duro. Ele jamais fizera isso. E agora o fizera duas vezes com Anahi.


 


Alfonso olhou para cima e viu um par de tornozelos pálidos e delicados, e mais acima um par de pernas esbeltas. Se ela estivesse um pouco mais próxima da piscina, ele teria tido uma vista muito melhor.


A mulher não tinha senso algum de limites.


— O que você quer Anahi?


Ele travou o maxilar, rangendo os dentes. Sua toalha estava do outro lado da academia e ali estava ela, parada, encarando-o. Outra chance de chocar-se com seu corpo deformado? Ela não fugira da primeira vez, mas ele tampouco fez questão de mostrar as cicatrizes que cobriam seu corpo.


Não por vaidade, mas porque elas o envergonhavam. Elas lembravam-no dia após dia que ele era menos do que já fora, em todos os sentidos.


Lembravam-no que ele não deveria estar ali.


Culpa de sobrevivente, fora o que declarara seu primeiro médico. Mas nomes não mudavam nada. Como é que ele deveria se sentir de fato? Ele deveria esquecer? Deixar para trás o acontecimento que levara todos? Se ele esquecesse, quem se lembraria? Quem se lembraria dos que já se foram?


— O que isso significa? — inquiriu ela.


Ele firmou as mãos no duro cimento que circundava a borda da piscina, abraçando a distração da dor ao sair da água em um único movimento fluído.


Os olhos dela estavam grudados no torso dele, e Alfonso lutou contra a vontade de cobrir-se. Uma resposta estranha e fraca. O que ela pensa de seu corpo não deveria incomodá-lo, o que ela pensa das cicatrizes, do sulco profundo que mostra a perda do músculo e da força de sua coxa.


Ele simplesmente ficou ali parado por um instante, desafiando-a a desviar o olhar. Mas ela não o fez. Mas ela nunca fizera nada do que ele esperava, por que iria começar agora? Ele ficaria quase desapontado se ela cedesse à previsibilidade. Quase.


Ele pegou uma toalha preta de um cabide próximo e a esfregou sobre o peito e depois sobre as costas. Ela o assistiu o tempo todo, e Alfonso sentiu seu corpo responder àquela apreciação feminina explícita.


Ninguém além de seu médico vira seu corpo descoberto desde que os ferimentos cicatrizaram. Amarah os vira quando eles ainda estavam em carne viva. Quando eles eram a esperança da recuperação. Eles foram um fardo pesado demais para ela. Ou talvez ela pudesse ter lidado com as feridas se o atentado tivesse lhe custado apenas à parte física, e não a própria alma. Ela fugiu cedo, antes que ele a levasse junto para o fundo do poço.


Claro que, diferentemente de sua ex, Anahi não iria fugir.


— Significa beleza — afirmou ele, jogando a toalha para o lado e cruzando os braços sobre o peito.


Ela pareceu ficar levemente surpresa com a tradução.


— Ah, achei que queria dizer “pé no saco” ou algo do tipo.


— Não exatamente.


Lábios róseos e fartos curvaram-se em um sorriso, derrubando as defesas que ele impusera entre eles. O corpo dele interessava-a, como uma mulher se interessa por um homem. Um homem completo. E por um breve instante, ele sentiu-se como tal.


Mas bastou a dor aguda de seu músculo encurtado da coxa para lembrar-lhe de que esse não era o caso.


Aquele rosto lindo contorceu-se.


— Ah não, isso foi por causa da mesa, não?


— O quê?


— O machucado em sua perna e... — Ela aproximou-se dele, e Alfonso deu um passo para trás. —... Em suas mãos.


— O quê?


Ela aproximou-se mais um passo.


— Deixe-me ver. — Ela segurou a mão dele e examinou a palma, movendo delicadamente o dedo ao redor dos machucados. — Dói? — O toque dela era suave. Quente. Vivo.


— Não muito. — Ele puxou a mão de volta, ainda sentindo o toque de Anahi. — Já passei por coisas piores. Isso não é nada.


— Não foi o que me pareceu hoje cedo.


— Eu estava nervoso.


— Eu sei. Comigo. E minhas flores tiveram uma morte horrível por causa disso. Não que eu culpe você. Eu não pensei direito, e... Sinto muito, muito mesmo.


Ele ergueu a mão.


— Isso? Isso vai sarar. — Diferentemente do restante do corpo dele. Essa foi à parte não dita da frase, pairando no ar entre eles.


Ele continuou parado diante dela, provocante, desafiando-a a desviar o olhar. Mas ela não conseguiria. Ele a mantinha presa, e por isso virou-se primeiro.


— O que você quer?


— Eu quero... Quero jantar com você. — Pela primeira vez ela fraquejou, mostrando sinais de nervosismo e vulnerabilidade. O primeiro instinto dele foi o de confortá-la, mas Alfonso simplesmente não conseguia imaginar como fazer isso.


— Pedi para o chef preparar alguns de seus pratos favoritos. E alguns dos meus. Achei que poderíamos... Conhecermo-nos um pouco melhor.


A última coisa que ele queria. Ele precisava que a vida dele e a dela continuassem separadas, que sua rotina permanecesse inalterada, pois se ela o fizesse sentir-se confortável, ele perderia o controle. E quando ele perdia o controle...


— Quanto conseguiremos economizar anualmente com os acordos comerciais referentes ao nosso casamento?


Os olhos dela expressaram sua confusão. E ele não sentiu nada. Alfonso abraçou o vazio e a segurança que ele oferecia.


— Dez bilhões no mínimo.


Ele escolheu as próximas palavras com cuidado, tentando manter o distanciamento.


— Isso é tudo o que preciso saber de você.


Ela encarou-o por um instante, os olhos brilhantes e o queixo inclinado para cima.


— Estarei no salão de jantar em meia hora.



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Autor(a): day

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Alfonso esbravejou enquanto abotoava a camisa, a caminho do salão. O que acontecera com a rotina? E o distanciamento? Ele raramente comia na área formal de jantar. Apenas quando precisava entreter visitantes importantes. E mesmo nessas ocasiões ele tentava enviar seu assessor em seu lugar. Ele não tinha o melhor dos rostos para representar Hajar. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 137



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  • thayswan Postado em 08/01/2016 - 14:49:24

    Foi muito linda!

  • Mila Puente Herrera Postado em 21/07/2015 - 19:43:51

    Ameeeei mamy *----* foi linda dms :3

  • franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 19:27:07

    day se vc fizer eu sofrer na outra fic eu te esgano!!!!!!!!!!!! ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 19:25:58

    q lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo o

  • franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 18:53:10

    *.*

  • franmarmentini♥ Postado em 17/07/2015 - 09:43:12

    ele é um idiota pq fez isso ;(

  • Mila Puente Herrera Postado em 17/07/2015 - 00:13:39

    Ain scrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr ALFONSO SEU LERDO MAS PFTO *---* Postaaaaaaaaaaaa <3 Ainnnnn fim noooooo pelo menos tem outra *-----*

  • Belle_ Postado em 16/07/2015 - 17:18:05

    Como assim os últimos capítulos???? Já??? :/ Continua...

  • franmarmentini♥♥ Postado em 15/07/2015 - 20:45:33

    Ai ponchito...tenho muita dó de vc... ;( tem q ae libertar desses medos e se entregar total pra any

  • franmarmentini♥♥ Postado em 15/07/2015 - 20:34:01

    *.*


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