Fanfic: Cicatriz da alma adaptada AyA/ ponny | Tema: AyA/ ponny
Alfonso esbravejou enquanto abotoava a camisa, a caminho do salão. O que acontecera com a rotina? E o distanciamento?
Ele raramente comia na área formal de jantar. Apenas quando precisava entreter visitantes importantes. E mesmo nessas ocasiões ele tentava enviar seu assessor em seu lugar. Ele não tinha o melhor dos rostos para representar Hajar. A maioria da população, pelos menos aqueles no controle da mídia, poderia confirmar isso. Ele não era um diplomata, versado em negociações. Ele era um estrategista, um planejador. E não era um homem de lidar com as coisas pessoalmente.
Ele atravessou a entrada arqueada da área de jantar ornamentada. A mesa era baixa, cercada por almofadas. Anahi estava sentada à cabeceira, naturalmente, sua expressão neutra. Seu prato estava vazio, apesar da abundância de comida sobre a mesa.
Ele ajoelhou-se no lado oposto.
— Sinto muito ter atrasado.
— Não, não sente. Você se atrasou de propósito.
— Não, estou aqui por acidente.
Ela produziu uma risada aborrecida.
— O que você quer dizer?
— Que eu não pretendia vir.
— Entendi. — Ela levantou-se e, levando o prato consigo, caminhou lentamente ao longo da mesa até ficar exatamente diante dele. A posição em que Alfonso se encontrava proporcionava uma vista intoxicante e inesperada das pernas de Anahi. Ela estava próxima o suficiente para ele descobrir se aquelas pernas esguias eram tão macias quando ele imaginava.
Ele teve um flash momentâneo, uma imagem mental anunciando o inevitável. Mas não era uma imagem de violência ou caos. Era ele, envolvendo a panturrilha dela com os dedos, beijando sua coxa, deslizando a ponta da língua sobre sua pele, subindo...
Alfonso cerrou os dentes com força, lutando para manter o corpo sob controle.
Ela então se sentou ao lado dele, roçando o braço contra o dele e interrompendo sua fantasia.
— Não vou me sentar do outro lado da sala.
— Por que não? A maioria das pessoas sentaria. — Ele pegou uma bandeja e colocou alguns figos e fatias de queijo e carne no prato de Anahi, antes de servir-se.
— Não sou a maioria das pessoas.
— Estou ciente disso.
Ela sempre o encara de frente, diretamente nos olhos. Ninguém mais o fazia. Nem mesmo os criados que já trabalhavam ali antes do atentado. A maioria partira fora muito difícil para eles permanecerem ali. Muito assustador. Sempre imaginando se as mesmas pessoas responsáveis pela morte da família dele iriam voltar.
Amarah não conseguiu tomar conta dele, apesar de ter tentado. Ela iria ser sua esposa, declarara seu amor por Alfonso. E também tentara assumir a responsabilidade de cuidar dele. Naquela época, ele não estava em si inteiramente. Nem no passado, nem no presente, incerto do que acontecera. Mas, às vezes, tudo passava em sua mente com uma clareza aterrorizante, do começo ao fim, como um filme que ele não conseguia desligar.
Depois de anos de prática, ele aprendeu a manter a calma e o controle total.
Amarah não conseguiu suportá-lo, muito menos as mudanças que ocorreram nele. Se até a mulher que ele amara e que o amara também não conseguiu ficar ao seu lado, não era de se espantar que ninguém mais conseguisse. E, de certa forma, ele estava feliz com isso. Não havia por que trazer mais gente para seu inferno pessoal.
— Esse é meu favorito — garantiu-a, pegando um prato. — Arroz selvagem com nozes pecã. Não é nenhum prato típico oficial, mas... É um prato que me conforta.
— Vou experimentar. — Ele levantou o prato, e ela lhe serviu uma porção.
Ele não tinha certeza se já comera dessa maneira antes. Era estranhamente íntimo, servi-la e ser servido por ela. Sua família sempre fora formal.
— Sua mãe não cozinhava certo?
— Não. Mas ela era boa em mandar.
Anahi riu espontaneamente, o que ajudou a dissipar o nó dentro de si.
— Ah, eu também. Repare que não me atrevi a cozinhar nada. — Ela fez uma pausa e inclinou a cabeça para o lado, fazendo com que o cabelo acobreado cascateasse até a altura dos ombros. — Talvez um dia eu cozinhe.
— Quando alcançar a luz no fim do túnel?
— Talvez. Daí então eu me mudarei do palácio. Tradicionalmente, uma princesa solteira deveria continuar a morar sob a proteção de sua família, mas acho que uma divorciada deve fazer o que quiser.
— Você acha?
— Ninguém da minha família jamais se divorciou.
— Ninguém?
— Não. Eu serei a única.
— Tenho certeza de que você já é.
— Talvez até demais, para o desespero de meu pai.
— E não está preocupada como isso será recebido?
— Minha mãe morreu quando eu tinha 10 anos. E meu pai vai partir logo... — A voz dela ficou embargada de tristeza. — Só me restará Alexander, e ele não se importará com isso. Você sabe como são irmãos menores.
Alfonso sabia. Ele fora um. Admirando Christopher com o mais puro respeito. Ele jamais invejou o status do irmão, nunca quis estar em seu lugar. E olha só onde ele estava: casando-se com a noiva prometida ao irmão.
A lembrança era como um ferro ardente sobre a pele. Nada se encaixava em sua vida. Nada era dela. Um lembrete constante de que o homem errado sobrevivera ao atentado. Christopher é que deveria estar ali com Anahi.
— Eu sei.
— Então ele aceitará seja lá o que eu faça com minha vida e... Ficará feliz por mim, acho.
— Você sempre aceitou seu destino?
A única coisa que se movia em Anahi era o vazio em sua garganta.
— Sempre aceitei o fato de que iria me casar com alguém pelo bem do meu país. Quando conheci Christopher... Eu me senti bem. Tudo parecia certo. Ele era um homem bom, e a aliança entre nossos países protegeria ambas as nações.
— E quando ele morreu?
— Meu coração partiu-se ao meio.
Anahi olhou para as mãos. Era verdade. No dia em que ficou sabendo dos ataques, ela sentiu como se ele tivesse ocorrido com a própria família. Ela chorara a morte dos Herreras. Chorara pelo país e por aquele que se fora. Ela não amara Christopher, mas sua morte não fora menos dolorosa por causa disso.
— Eu não sabia que você o considerava tanto — explanou Alfonso.
— Eu considero o nosso acordo. É por ele que eu lutei tanto, pois é a coisa certa a fazer.
— E ainda assim... Agora que eu a ofereci uma chance de fugir, você está mais do que disposta a aceitá-lo.
— Sim — admitiu-a em um sussurro.
— O que mudou?
— A idéia de que talvez eu possa ter alguma outra coisa. Algo mais.
— E enquanto isso, você se sacrifica.
— Não estamos ambos nos sacrificando?
— É verdade. Sei por que você faz tudo isso. Sabe por que sou o sheik de Hajar? Por que eu não passei o título para algum parente distante? Porque sou o último que vai, de fato, lutar. E mesmo se eu precisar lutar pelo meu povo da minha mesa, eu o farei até não conseguir mais respirar, porque sou o último que restou.
Autor(a): day
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Anahi sentiu o coração apertar-se no peito. O vazio da solidão dele sobrepujava-a, deixando-a sem fôlego. O movimento para tocá-lo foi involuntário, um instinto que ela não pôde conter. Ela colocou a mão sobre a dele e sentiu o corpo de Alfonso estremecer, mas a mão dele permaneceu sob a dela. Sem falar, el ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 137
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thayswan Postado em 08/01/2016 - 14:49:24
Foi muito linda!
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Mila Puente Herrera Postado em 21/07/2015 - 19:43:51
Ameeeei mamy *----* foi linda dms :3
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franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 19:27:07
day se vc fizer eu sofrer na outra fic eu te esgano!!!!!!!!!!!! ;(
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franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 19:25:58
q lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo o
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franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 18:53:10
*.*
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franmarmentini♥ Postado em 17/07/2015 - 09:43:12
ele é um idiota pq fez isso ;(
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Mila Puente Herrera Postado em 17/07/2015 - 00:13:39
Ain scrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr ALFONSO SEU LERDO MAS PFTO *---* Postaaaaaaaaaaaa <3 Ainnnnn fim noooooo pelo menos tem outra *-----*
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Belle_ Postado em 16/07/2015 - 17:18:05
Como assim os últimos capítulos???? Já??? :/ Continua...
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franmarmentini♥♥ Postado em 15/07/2015 - 20:45:33
Ai ponchito...tenho muita dó de vc... ;( tem q ae libertar desses medos e se entregar total pra any
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franmarmentini♥♥ Postado em 15/07/2015 - 20:34:01
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