Fanfic: Cicatriz da alma adaptada AyA/ ponny | Tema: AyA/ ponny

O coração de Anahi parecia que ia explodir. Ela podia sentir o esforço dele em si mesma, a força que lhe custava para caminhar com a cabeça ereta.

Dois seguranças abriram as portas da frente e os acompanharam até o pátio. A imprensa estava atrás do portão, com as câmeras apontadas para Alfonso. Houve uma rápida chuva de flashes e cliques, e ela viu uma leve tensão tomar conta do rosto dele, algo quase imperceptível. Sua expressão permaneceu passiva, e seu corpo rijo e ereto.

— Não precisamos fazer isso — informou ela. — Podemos mandar um representante...

— Não vou desistir. Não sou covarde, Anahi.

Ela assentiu com a cabeça e deu três passos rápidos, ficando ao lado dele.

— Vamos responder a três perguntas — comunicou Alfonso diante do portão massivo de ferro, os braços cruzados sobre o peito. Perguntas que não importariam não para uma imprensa obcecada em ver a Fera de Hajar, o homem que se reclusara em seu palácio por tanto tempo.

— É verdade que você vai se casar com a noiva do sheik Christopher, a princesa Anahi? — gritou um dos repórteres no fundo da multidão.

— Não. Ela não é noiva de Christopher. Meu irmão morreu. Vou me casar com a minha noiva.— Ele cuspiu as palavras, e ela viu gotas de suor se formarem na testa dele. Anahi se aproximou e roçou os dedos no braço dele.

Ela sentiu Alfonso relaxar um pouco.

— Quando será o casamento?

— Daqui a um mês.

— Princesa Anahi! Como é dormir com a Fera?

Os músculos dele se retesaram sob a mão dela. A raiva fervilhava no estômago de Anahi, ameaçando explodir.

— Eu não seria tão grosseira de responder a essa pergunta — esclareceu ela. Anahi sentiu um leve tremor percorrer os músculos do antebraço de Alfonso. — Mas posso dizer que é uma perda para as mulheres, pois tenho certeza de que meu marido será fiel a mim. Uma grande perda, na verdade.

Ela sentiu um pouco da tensão dele se dissipar de alguma forma. Ela sentia dentro de si um eco das emoções e do estresse dele.

— Chega — afirmou ele, tomando a mão dela. Anahi o seguiu de volta ao santuário fresco e arejado que era o palácio. Quando as portas pesadas se fecharam, Alfonso passou a mão pelo cabelo. Seus dedos tremiam.

Ela tentou encontrar palavras. Ou talvez alguns nomes feios para xingar o repórter que ousara fazer aquela pergunta. Ou alguns nomes feios para seu pai, por colocá-los naquela situação, por expor Alfonso à imprensa européia, faminta por escândalos.

Ele virou-se para ela, e as palavras desapareceram da mente de Anahi. Aqueles olhos verdes brilharam com uma emoção abrasiva, um fogo, uma ânsia por uma resposta que machucava Anahi.

Ela afastou-se um passo, e ele avançou um passo, depois mais dois, e ela não tentou afastar-se mais. Alfonso envolveu a cintura dela com o braço e a puxou para si, contra seu peito.