Fanfic: Cicatriz da alma adaptada AyA/ ponny | Tema: AyA/ ponny
— Alfonso.
Ela chamou por ele durante o sono de novo. Alfonso observou as sobrancelhas dela se franzirem e seu corpo tremer.
Ela estava com medo. Por ele. Dele. Tanto faz.
Não eram simples pesadelos; era o efeito da escuridão dele na alma pura dela. Ela trouxe luz para a vida dele, e Alfonso a poluíra.
Ele colocou a mão no rosto dela, e ela se acalmou. E o coração dele se contraiu.
Ele a amava. Com cada estilhaço de sua alma, ele amava Anahi.
Alfonso daria tudo por ela. E jamais seria suficiente. Não enquanto o que ele pudesse lhe oferecer fosse apenas pesadelos e tristeza. Seus próprios demônios agora atormentavam o sono dela.
Era algo doentio. Egoísta. Ele aceitaria de volta os flashbacks, toda a dor, medo e raiva se eles deixassem-na em paz. Ele não podia fazer isso com ela. Mesmo se isso significasse ter de matar a vida nova que acabara de começar a crescer dentro dele.
Quando Anahi acordou na manhã seguinte, a cama estava fria, e as velas haviam se transformado em massas disformes nos candelabros.
Alfonso estava parado de costas para ela, observando o sol nascer.
— Toda manhã eu fico grato por não ter perdido a visão dos dois olhos.
Anahi sentou-se, deixando os lençóis caírem ao redor da cintura.
— Toda manhã?
— Não há um dia em que eu não pense nisso. Em que eu não pense no quanto eu poderia ter perdido. — Ele virou para encará-la. — Teria sido uma lástima jamais poder ver seu rosto novamente.
A voz dele soava estranha, contida. Lembrava-a do homem que ela conhecera quando chegara ali.
— Se você deseja voltar para Austrich, você está livre para ir. — As palavras eram secas, diretas. Dolorosas.
— O quê?
— Não preciso de você aqui. Quando fizemos o acordo, eu achava que precisava. Mas... Você já fez sua aparição. Claro, você precisará voltar periodicamente, mas meu povo entenderá que com a saúde frágil de seu pai, você tem deveres em casa.
Anahi sentiu como se tivesse levado um soco... Não, era pior do que isso. Como se ela tivesse sido esfaqueava, estripada, e deixada para sangrar até morrer.
O povo dele. Não o dela. Não o deles. Na noite passada, ela se sentia como parte de Hajar, parte dele. Agora ele estava traçando uma linha divisória. Não havia malícia na voz dele, nem raiva ou ódio. Apenas uma declaração simples, factual.
— Mas e... Tudo o que você disse? Eu... Você quer que eu vá embora?
— Nós tivemos... Foi bom o que aconteceu entre a gente. Mas tenho responsabilidades aqui, e sua presença tem sido... Uma distração. Preciso poder me concentrar.
Agora a raiva queimava dentro dela. Ele pode não sentir nada. Um abençoado vazio, mas ela sentia tudo. E se recusava a aceitar.
— Uma distração? É assim que você chama tudo o que tivemos? Como se eu não tivesse ajudado você? E ontem?
Ele engoliu em seco.
— Ontem não teria acontecido se eu não tivesse me casado com você. Causa e efeito. Enfim, achei que você estava disposta a manter o casamento à distância o quanto fosse possível, lá de Austrich.
— Isso foi antes.
— Antes do sexo? Você me instigou, e eu presumi que era o que você queria. Nada deveria ter mudado. Você sabia disso.
Não havia resposta. Porque ela soubera, desde o início. Em sua mente. Pois seu coração havia forjado uma conexão com ele, uma conexão que Anahi tinha certeza de que ele também sentia.
Ela levantou-se da cama, usando os lençóis para se cobrir.
— As coisas mudaram Alfonso. Cinco anos sem uma mulher, lembra? Você garantiu que eu era diferente.
Um músculo pulsou no maxilar dele.
— E você é.
— Então o que está acontecendo?
— Estou libertando você! — Ele rugiu as palavras, liberando a fera em si, um lado dele que ela esquecera que existia. — Estou oferecendo a você uma saída, uma chance de conseguir tudo o que sempre quis! Por que você está brigando comigo?
— Porque eu mudei — afirmou ela, sentindo a garganta apertada. — Meus sentimentos mudaram. Você... Mostrou-me coisas sobre mim mesma. Você me fez acreditar que eu podia ser eu mesma.
Ele balançou a cabeça.
— Não. Não fale.
Pela primeira vez, ela obedeceu um comando dele. Pois ela não conseguia formar palavras para salvar a própria vida. A garganta dela queimava de dor, seus olhos ansiavam por derramar as lágrimas que ela custava a segurar.
— Não quero ouvir falar de seus sentimentos — falou ele secamente. — Eles não significam nada para mim.
— Sim, significam. Sei que significam. Lembro-me do que você me declarou na noite passada, que eu era a sua esperança. E eu acreditei...
— Você está certa — assegurou-o, à voz baixa e embargada de emoção. — Eu disse tais coisas de coração. Você é brilhante, Anahi, uma estrela reluzente. Tudo o que qualquer homem poderia querer em uma mulher. Mas estou morto por dentro. Não sinto nada. E você merece um homem que consiga sentir tudo.
— Desde quando você pode me dizer o que eu mereço? — explodiu ela.
— Por que você continua querendo entrar à força em minha vida? — gritou ele.
— Saia — retrucou-a, chocada pelas palavras dele e se sentindo atordoada.
Ele não se moveu, continuou ali, parado, observando-a. Para quê? Para encontrar alguma brecha na armadura dela? Para ver os efeitos da devastação que ele acabara de causar?
Ele inclinou a cabeça e saiu. Seus passos eram pesados, e seu caminhar desigual, familiar. Ela sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto e a limpou com força. Quando ouviu a porta bater, ela virou-se.
Ela foi até o banheiro e deixou o lençol cair, antes de ligar o chuveiro e entrar debaixo do jato quente.
Anahi olhou para os braços, os desenhos de henna ainda presentes. Um soluço subiu por sua garganta, e ela agarrou o luxuoso sabonete artesanal e esfregou-o contra a pele, tentando remover as marcas.
Tentando apagá-lo. Tudo o que ela fizera por ele.
Mas a tinta não queria sair.
Ela deixou o sabonete cair no chão e baixou a cabeça, deixando as lágrimas se misturarem com a água que cascateava de seu cabelo. Por um momento, ela se imaginou entrando em um avião e voltando para
Austrich. Mas foi um pensamento passageiro.
Ela olhou novamente para as vinhas e as flores em seus braços, ainda vibrantes e fortes. Seu coração parecia que ia explodir de tanta dor, causada pela rejeição.
Mas a henna permanecia. Era um símbolo do casamento deles. Assim como a crença de que ela era digna de valor, digna de ser ela mesma. Sem precisar provar nada a ninguém. Era uma parte dele que ela estava deixando para trás.
O vaso de areia que eles criaram no dia do casamento. Na hora fora algo desagradável, um lembrete chocante do acordo que eles fizeram. Mas na verdade não era. Ele era parte dela, da mesma forma que ela sempre seria parte dele, por mais que ele não conseguisse acreditar.
Mais provavelmente, ele não conseguia encarar a realidade.
Anahi limpou a água e as lágrimas do rosto. Ela não iria voltar para Austrich. Desistir não era uma opção. Dar as costas para o homem que lhe mostrara sua força interior não era possível.
Alfonso sentia como se estivesse sangrando por dentro, e não sabia como estancar o sangue. Era uma dor pura, quente e destrutiva.
Deixá-la partir já fora ruim. Ter que magoá-la foi insuportável. Era o tipo de dor na qual um homem poderia se perder.
Mas a relação deles não era equilibrada. Ela dava e dava. E ele apenas recebia.
Ele saiu do palácio e foi ao piquete, pois não conseguiria vê-la partir. Ele fechou os olhos e deixou as emoções sobrepujá-lo e atingi-lo, como uma onda. Ele esperou por algo, pelos flashbacks. Mas nada. Nada para amenizar aquela dor. Nada para tirá-lo daquele momento.
Ele viu o rosto de Anahi. E sentiu como se tivesse finalmente encontrado a si mesmo. Mas a dor era intensa.
Ele não podia vê-la partir, pois acabaria tentando impedi-la.
Ele preparou Nalah para uma cavalgada. Ele precisava fugir, pois suas forças não durariam muito tempo.
Vê-la partir o destruiria. Ele precisou se reinventar uma vez. Mas não sabia se conseguiria fazer isso novamente sem ela.
AMORESSS OS PROXIOS CAPITULOS SERÃO OS ULTIMOS ENTAÃO COMENTEM MUITOOOOOOO
Autor(a): day
Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
AHAMM ACHARAM QUE QUE TINHA ESQUECIDO QUE PROMETI UMA SURPRESA PRA VCS PRA HJ ??? AQUI VAI MINHA SURPRESA, EU HAVIA DITO QUE IRIA ME APOSENTAR DAS FIC E EU REALMENTE PRETENDO FAZER ISSO POREN EU NÃO POSSO ME APOSENTAR SEM ANTES POSTAR ESSE LIVRO MARAVILHOSO QUE EU VOU ADAPTAR NUMA FIC PRA VCS :3 ENTÃO LA VAI A MINHA NOVA FIC .... . Aos 26 anos, Anah ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 137
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thayswan Postado em 08/01/2016 - 14:49:24
Foi muito linda!
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Mila Puente Herrera Postado em 21/07/2015 - 19:43:51
Ameeeei mamy *----* foi linda dms :3
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franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 19:27:07
day se vc fizer eu sofrer na outra fic eu te esgano!!!!!!!!!!!! ;(
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franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 19:25:58
q lindoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo o
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franmarmentini♥ Postado em 21/07/2015 - 18:53:10
*.*
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franmarmentini♥ Postado em 17/07/2015 - 09:43:12
ele é um idiota pq fez isso ;(
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Mila Puente Herrera Postado em 17/07/2015 - 00:13:39
Ain scrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr ALFONSO SEU LERDO MAS PFTO *---* Postaaaaaaaaaaaa <3 Ainnnnn fim noooooo pelo menos tem outra *-----*
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Belle_ Postado em 16/07/2015 - 17:18:05
Como assim os últimos capítulos???? Já??? :/ Continua...
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franmarmentini♥♥ Postado em 15/07/2015 - 20:45:33
Ai ponchito...tenho muita dó de vc... ;( tem q ae libertar desses medos e se entregar total pra any
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franmarmentini♥♥ Postado em 15/07/2015 - 20:34:01
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