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Capítulo: 10? Capítulo

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CAPÍTULO X


 


        Quando Dulce acordou, viu-se sozinha na cama, e por alguns segundos ficou imóvel, enquanto as imagens da última noite emergiam em sua mente, perseguindo-a com uma intensidade pagã.


        O desejo de Chris fora feroz. Não pensara nas conseqüências, apenas em sua necessidade urgente.


        Seu ódio controlado foi mais aterrador do que se tivesse elevado a voz ou esmagado um objeto qualquer. Havia peças antigas, valiosas, em lindas prateleiras.


        Ela mudou de posição, tentando se espreguiçar... mas músculos doloridos a fizeram gemer. Sentiu uma dor interna., resultado da posse violenta da véspera.


        Que horas seriam? Sentou-se a fim de ver e teve um choque. Oito?


        Tinha trinta minutos para tomar banho, vestir-se e enfrentar um trânsito pesado se quisesse chegar na hora no escritório.


        Pronta, desceu, pegou o computador, a bolsa e dirigiu-se à porta. Parou de súbito quando Chris apareceu no hall.


        Por segundos ficou estática.


        _Estou atrasada_ ela disse.


        _Em tal caso, alguns minutos mais não fariam diferença_ ele respondeu com voz de seda.


        Dulce queria sair, abrir espaço entre ela e Chris e entrar na rotina mundana do trabalho, para ocupar sua mente.


        _Preciso sair_ falou.


        _Não. Não precisa. _ Ele segurou-lhe o queixo e a fez erguer o rosto para examinar-lhe as feições.


        Duvidara que Dulce tivesse dormido melhor que ele. Quantas vezes, durante a noite, afagara o corpo trêmulo dela...


        Não importava que Dulce o tivesse provocado, sua reação fora indesculpável.       


        _O que você quer?


        Agora surgia uma pergunta para a qual ele não podia encontrar a resposta. Passou o polegar pela curva do lábio inferior da esposa e perguntou:


        _Você está bem?


        _E importa-se com isso?


        _Sim, me importo, e muito.


        _Mas não tenho tempo para um post-mortem.


        _Está noite, então.


        _Antes, durante ou depois da exposição de arte? Não pode ter esquecido desse nosso compromisso de hoje.


        _Não, não esqueci. Já consultei minha agenda.


        Dulce tomou o caminho da garagem, dizendo:


        _Não posso chegar tarde.


        O tráfego estava terrível devido a um acidente, triplicando assim o tempo do trajeto. Eram mais de nove horas quando entrou no escritório.


        Aí constatou que o sistema eletrônico estava interrompido e que havia perdido o e-mail de um cliente importante, com probabilidade de haver perdido o negócio também.


        Quando pensou que o dia não poderia ser pior, sua secretária entrou na sala dizendo:


        _Belinda Shull se encontra na recepção.


        Seria fácil insistir com Belinda que se retirasse e pedisse uma entrevista antes de voltar, porém Dulce achou que isso só atrasaria o confronto.


        _Mande-a entrar.


        Dulce passou a mão pelos cabelos e retocou o batom. Uma pancada na porta precedeu a entrada de Belinda.


        Ela estava muito elegante, com um vestido bege e uma encharpe colocada com arte, sapatos de salto muito alto e maquiagem perfeita.


        _Por favor, sente-se. _ Dulce indicou-lhe uma cadeira e olhou para o relógio. _ Tenho uma reunião daqui a dez minutos.


        _Querida, cinco minutos serão suficientes. Chris e eu entramos num acordo.


        Não permita que ela a perturbe.


        _Mesmo?


        _Pensei que você estivesse interessada em saber.


        _Por que pensou?


        _Não a incomoda o fato de Chris continuar me vendo?


        _Deveria?


        _Sim, considerando-se que você é o obstáculo de ele poder ser abertamente o pai de nosso filho.


        _Um obstáculo que você pretende remover?


        _Alegra-me ver que entendeu bem.


        _Esse é seu último esforço para tal? Quanto tempo ainda vai demorar, Belinda, para obter o resultado de DNA? Um dia, horas, para seu esquema ser destruído?


        _Nikki é filho de Chris!


        _Tenho certeza de que você deseja que isso seja verdade. Mas ele não é, certo?_ Santo Deus, e se eu estiver errada?


        _Há dois dias Chris esteve em Brisbane comigo.


        _Um encontro que teve lugar no escritório do advogado.


        _Foi isso que ele lhe contou?


        _Que tal se eu lhe disser que tenho um detetive particular para seguir os passos de meu marido?_ Dulce não tinha, mas Belinda não precisava saber disso.


        _Nesse caso, quer dizer que possui detalhes preciosos de cada contato dele comigo:


        Fique calma, Dulce disse a si mesma. Ela está blefando. Ou não estava? Não caia nessa.


        Com um controle violento Dulce foi até a porta e disse:


        _Desculpe-me, mas tenho um compromisso agora.


        _Ele pode continuar casado com você, mas será sempre meu. _ Belinda comunicou. E saiu com um sorriso nos lábios, o que deixou Dulce furiosa.


        Era a mesma cena que se repetia, Dulce refletiu enquanto voltava para sua mesa.


        Nove meses atrás ela estava naquele mesmo escritório, não querendo acreditar na notícia de que Belinda estava grávida do filho de Chris.


        Seria verdade ou mentira que o filho era de Chris?


        Ele insistia em sua inocência desde o começo. E se Chris estivesse certo?


        Não havia nada que ela pudesse fazer, apenas esperar que o resultado do DNA fosse liberado.


        À tarde recebeu outro telefonema de Pablo. Dulce pensou em falar com a mãe dele, mas Chloe insistia que aquilo era uma fase do filho, e que passaria. Porém havia muito que essa fase continuava, parecendo ser hábito permanente.


        Eram cinco e meia quando Dulce saiu do escritório. Ao chegar em casa notou que o carro de Chris já estava na garagem. E ele se encontrava no hall no momento em que ela entrou.


        Dulce lançou-lhe um olhar furioso e subiu as escadas depressa.


        _Não me pergunte nada_ disse.


        No topo da escada tirou os sapatos e ao chegar no quarto já havia desabotoado o paletó, despido a blusa e lidava com o zíper da saia.


        Um minuto mais tarde entrou nua no banheiro desejando ardentemente mergulhar na banheira com numerosos jatos de água que iriam diminuir sua tensão muscular... só que não contava como luxo de um tempo ilimitado.


        Conformou-se com o chuveiro, abriu a torneira e ajustou a temperatura. Entrou no boxe, pegou o sabonete e começou a se ensaboar.


        Estava cansada e emocionalmente gasta. Sentia dores em lugares nas quais não queria pensar.


        Um lixeiro som chamou sua atenção, e virou-se, engasgando quando Chris entrou nu no chuveiro com ela.


        _O que acha que vai fazer?_ Dulce lhe perguntou.


        Ele tirou-lhe o sabonete das mãos e respondeu:


        _Esta mais do que claro, não?


        _Oh, não, não está_ Dulce protestou e tentou tirar o sabonete das mãos dele, mas não conseguiu: _ Dê-me isso!


        _Por que não se limita a relaxar?


        _Relaxar? Não quero!


        As mãos de Chris massageavam-lhe o pescoço, e Dulce deu um gemido, parte de prazer e parte de desespero. Chris descia a massagem pelas costas com as pontas dos dedos, centímetro por centímetro, e subia de novo.


        Era tudo tão bom que Dulce esqueceu-se da raiva, da tensão do dia. Fechou os olhos e relaxou.


        Chris ensaboou cada centímetro da pele bem devagar, fazendo-a suspirara ao atingir os seios. Depois desceu até os quadris.


        _Não temos tempo a perder com isso_ Queixou-se Dulce.


        _Sim, temos.


        _Não devíamos chegar atrasados na exposição.


        _Não_ Chris concordou, abraçando-a bem junto a si.


        Beijou-a na boca, e com a língua iniciou uma dança sensual que esquentou o sangue de Dulce fazendo seu coração pulsar mais rápido.


        Havia apenas os dois no local, e a magia era apenas deles.


        Quanto tempo ficaram assim abraçados? Cinco minutos? Dez?Mais?


        Dulce sentia um calor preguiçoso subindo por seu corpo, e desejou que aquilo nunca acabasse. Assim mesmo, disse:


        _Devíamos sair daqui.


        Chris beijou-lhe a testa.


        Ela fechou a torneira enquanto Chris dava-lhe uma toalha. Pegou outra para seu uso.


        Foram à exposição de arte. Tinha lugar numa galeria da cidade e estava cheia de artistas, e entre eles alguns ganharam prêmios.


        Dulce examinou todos os quadros e gostou especialmente de um cujas cores a fizeram lembrar de Monet, devido aos jardins repletos de flores.


        _Gosta desse?_ Chris lhe perguntou.


        _Sim, muito. _ Ficaria lindo numa das paredes de seu escritório.


        Chris se demorou conversando com um dos artistas e Dulce continuou a apreciar os demais quadros.


        _Querida Dulce, pelo visto somos sempre convidados para os mesmos eventos.


        _Pablo. _ Ela reconheceu a voz imediatamente. _ Por que não estou surpresa em vê-lo aqui?


        _Tenho contatos, muitas conexões.


        _Veio sozinho?


        _Jovens artistas não são do gosto de Chloe. Já pensou na minha oferta?


        _Não preciso pensar. A resposta, como sempre, é a mesma.


        _Dulce_ Pablo continuou_, quero dar informações interessantes a você. Não quer saber?


        _Não!


        _Não?_ Não está interessada em conhecer fatos acerca do lindo bebê de Belinda? Fatos que Chris já conhece?


        _Há alguma coisa que você não faça por dinheiro, Pablo?


        _Tenho hábitos dispendiosos, minha cara, que precisam ser alimentados. Não me importo se os jornais me pagam, ou você.


        _Vá para o inferno!


        _Isso quer dizer não?


        _Uma definitiva e permanente recusa a seus pedidos, agora e para o futuro_ disse Chris. _ Tome cuidado, Pablo, se entrar em contato com Dulce mais uma vez, tomarei providências enérgicas.


        _Você não pode me ameaçar!


        _Não posso? Expus os fatos, a escolha é sua.


        Pablo lançou um olhar ameaçador a Dulce.


        _Você me deve isso_ falou. _ Fernado me deve.


        _Atormentar o próximo é passível de punição_ insistiu Chris, com suavidade gelada.


        _Espero que vocês dois apodreçam no inferno.


        _Mesmo?_ Chris riu. _ Acho que vou ver mais alguns quadros.


        Dulce e Chris ainda não tinham saído do local quando um amigo cumprimentou-os. Ela deixou os dois homens conversando e foi andar, não sem antes apanhar a taça de champanhe que um garçom lhe ofereceu. Decidiu apreciar mais uma vez o quadro que admirara antes. Havia agora uma etiqueta pregada na tela o que a fez desapontar, censurando-se por não ter procurado o dono da galeria a fim de negociar o preço.


        _Acho_ observou Chris quando se juntou a ela de novo_ que já contribuímos com nossa atenção à mostra de arte. Vamos?


        Havia vários amigos entre os visitantes. E eles tiveram de cumprimentar uns e outros antes de sair.


        _Com fome, Dulce?


        _Está me convidando para comer?


        _Almoçou?


        Ela não almoçara e nem tomara o café da manhã. Passara a frutas, um sanduíche providenciado por sua secretária, café e chá o resto do dia.


        Ela e Chris foram a um restaurante com mesinhas na calçada, em Double Bay.


        O menu consistia numa variedades de pratos exóticos, e ela escolheu risoto. Chris pediu o mesmo e tomaram água mineral enquanto esperavam pela comida.


        Chris tinha o aspecto de sempre. Exalava sensualidade. Raramente Dulce vira-o irritado, exceto na noite anterior, quando se assemelhava a um tigre fora da jaula, e ela tremeu ligeiramente ao se lembrar da cena.


        _Com frio?_ Chris lhe perguntou.


        Dulce usava calça comprida de veludo, uma blusa e um paletó.


        _Não.


        Eles comeram com prazer e se demoraram no café.


        Passava das onze horas quando Chris pôs o carro na garagem e entraram em casa. Os eventos dos últimos dias começaram a ter seu efeito, e tudo o que Dulce queria era se despir e entrar na cama.


        _Deixe-me fazer isso_ Chris pediu. Dulce lançou-lhe um olhar de espanto quando ele colocou a mão nos botões do paletó. Veio depois a blusa e em seguida a calça.


        Ela murmurou algumas palavras de protesto quando as mãos de Chris desabotoaram o sutiã, e se afastou no instante em que começou a baixar seu biquíni.


        _Chris...


        Ele tapou-lhe a boca e despiu-se.


        Num movimento rápido colocou um braço sob os joelhos dela e carregou-a à cama consigo.


        Colocou-se entre as coxas de Dulce.


        Um som, em parte de suspiro, em parte gemido, saiu dos lábios de Dulce, e sua boca se abriu-se sob a dele. Seguiu-se um verdadeiro êxtase sensual.


        A noite anterior fora só de raiva, e Chris sentia necessidade de corrigir a intensidade de suas emoções, de sua falta de controle.


        Aquela noite seria de Dulce, e ele possui-a lentamente, usando de uma gentileza tão incrível que Dulce estava a ponto de chorar quando a penetrou.


        Mais tarde, segurou-a bem junto a si, os lábios enterrados nos cabelos dela. Dulce logo adormeceu.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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CAPÍTULO XI           Chris já tinha saído quando Dulce entrou na cozinha. Ela tirou o pão da torradeira, serviu-se de café, pegou a bandeja e o jornal e foi comer no terraço.         O calor do sol era convidativo, o ar estava pesado... uma perfeita manh&a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 128



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