Fanfic: →ღ≈Falsa Traição≈ღ← [Terminada]
CAPÍTULO V
Dulce vestiu-se com cuidado, escolhendo uma elegante toalete creme. Pedrarias enfeitavam o top, num verdadeiro trabalho de arte descendo até a linha dos quadris, onde as pedras formavam longas tiras que chegavam à bainha que ondulava a cada movimento que ela fazia.
Naquela noite se esmerara no penteado e na maquiagem, e pusera uma pulseira de diamantes que combinava com os brincos. Os sapatos, como sempre, tinham salto muito alto.
Ela já jantara em sua vida com inúmeras pessoas da elite social e conversara sobre assuntos os mais variados.
Então, por que haveria de estar tão nervosa quanto a passar uma noite com alguns amigos de Chris e suas respectivas esposas?
Era verdade que, sem a menor dúvida, Chris e Dulce Uckermann seriam o foco de todas as atenções.
_Está pronta?_ ele perguntou.
Ela virou-se para Chris notando a elegância do smoking Armani... Ou sereia Cerruti? O talhe era impecável. A camisa branca do mais fino algodão, a gravata de seda pura.
Contudo, foi o homem em si que sacudiu os sentidos de Dulce. Os olhos escuros, a boca para a qual bastava olhar a fim de se lembrar de como a sentira na sua.
Chris possuía uma sensualidade perigosa, conduzia as mulheres para si como abelhas num pote de mel. Tinha um charme primitivo sob uma fachada sofisticada. Adicionando-se riqueza e poder a isso tudo, a combinação era letal.
Dulce podia entender por que as mulheres lutavam por ele.
Como Belinda lutara?
Belinda fora tão longe a ponto de ter um filho dele e desmanchar um casamento. Não fora?
_Será que adquiri de repente fios de cabelo branco? Você não tira os olhos de mim!_ ele exclamou.
_Não que eu tenha visto.
_Nesse caso, vamos?
As pessoas que os convidavam moravam numa graciosa casa longe da estrada principal, com magnífica vista.
Carros se alinhavam no jardim, e, dentro da casa, convidados se misturavam num enorme saguão.
Dulce entrou pelo braço de Chris e os anfitriões a apresentaram aos convidados.
Chris não a largou. Um gesto de proprietário ou para lhe dar segurança?
Dulce aceitou uma taça de champanhe.
_Acho que devemos projetar solidariedade, concorda?_ ela olhou para o marido que parecia divertir-se, fitando-a.
_Seria aconselhável, não?
_Só não espere que eu encare você com ar de adoração.
_Estou desapontado. Um ar de adoração seria uma agradável mudança.
_Mas fique sossegado. Guardarei minha animosidade para quando estivermos sozinhos.
_Pelo que lhe sou incrivelmente grato, Dulce.
_Pela animosidade ou por estarmos sós?
_Por ambos.
_Você adora nossas mudanças calorosas?
Chris ergueu uma das mãos e pressionou-lhe os lábios com um dedo.
_Adoro observar suas emoções em ação.
Ele gostava de classificar cada uma delas. No momento Dulce estava nervosa, mas decidida a adotar uma fachada que apenas ele conseguia penetrar. Era visível na pulsação ligeiramente mais rápida, no sorriso artificial, na intensidade do verde dos lindos olhos cor de esmeralda.
A tentativa de Chris em acariciá-la foi espontânea, um ligeiro roçar de dedos nos ombros. Notou que os olhos dela se arregalaram à percepção do toque.
_Acho que devemos nos misturar um pouco com os outros não acha?_ Dulce sugeriu e tomou um gole de champanhe. Tudo aquilo era loucura. Um simples gesto, e ela precisava controlar o instinto natural de seu corpo para não se debruçar sobre ele. _ Thea e Rafe Richardson chegaram há pouco. Podemos nos juntar a eles?
Foi uma noite agradável, o jantar delicioso. A distribuição dos convidados á mesa provou ser interessante, pois a conversa fluía com facilidade, acompanhada de risadas convidativas. Dulce estava consciente da atenção que despertava... em várias mulheres, cuja velada curiosidade permanecia o tempo todo presa em Chris e esposa.
Chris tomou uma atitude de ternura, para o desconforto de Dulce. Era evidente no toque de sua mão na dela, embora rápido.
Quando a sobremesa foi servida, ela achou que seria melhor para de sofrer. Se fora um jogo de Chris aquele jantar, começaria a jogar.
Serviu-se então de creme caramelo e ofereceu-o numa colher ao marido.
_Experimente, querido_ disse a ele.
Chris abriu os lábios e aceitou a oferta.
Minutos mais tarde Dulce colocou a mão na coxa musculosa. Em seguida enterrou as unhas e foi descendo na direção das virilhas.
_Vingando-se, Dulce?
_Sim.
_Não passe a fronteira.
_Eu não sabia que fronteira tinham sido colocadas.
_A retribuição tem um preço, Dulce. Não se esqueça.
_Trata-se de ameaça ou desafio?
_É a sua vez de jogar. _ Os olhos dele estavam quase negros.
Talvez fosse aconselhável parar, admitiu Dulce. Temporariamente, claro, pois ainda não estava vingada.
Virou-se então para seu companheiro de mesa do outro lado, o advogado da firma, e iniciou uma conversa.
_Soube que você vai voar para Melbourne amanhã a fim de ver umas das propriedades que Fernado tinha em vista_ disse Chris ao advogado.
Dulce encarou o marido, contendo surpresa. O advogado da firma sabia de suas intenções, e com certeza achara seu dever relatar a informação a Chris.
_Sim, vou.
_Eu o acompanharei.
_Por quê?
_É de meu interesse, como inventariante do testamento de Fernado e membro da diretoria, sancionar qualquer decisão que se fizer acerca dos negócios da firma.
_Pretendo passar uma noite lá.
_Sem problemas. Imagino que tenha reservas para o primeiro vôo.
Dulce teve vontade de ranger os dentes. Com muita habilidade Chris manobrara as coisas de tal forma que ela teria de aceitar, pois se tratava de viagem de negócios.
O café foi servido no salão. Ela sentou-se numa poltrona onde achou que ficaria sossegada por algum tempo.
Enganou-se, contudo, percebeu em poucos minutos. Chris ocupou um lugar bem perto dela e essa proximidade teve um efeito desastroso até em sua respiração. Como também em outras partes mais íntimas do corpo.
O que havia de errado com ela? Ambos estavam representando como num teatro. Assim que o carro passasse pelo portão, tudo voltaria ao normal. Quartos separados. Vidas separadas. Estavam juntos apenas por uma questão de aparência.
Então, por que sentia como se seu corpo fosse um instrumento musical à espera de que o músico o tocasse? Cada nervo estava retesado, cada palpitação sensibilizada.
Se Chris a tocasse, ela ficaria em chamas.
Saberia Chris disso? Santo Deus, esperava que não! Seria uma total humilhação. Para ela!
Queria que a noite chegasse ao fim, voltar para casa, queria se despir, remover a maquiagem e deitar-se... Sozinha.
Mentirosa... Ela queria estar com ele. Experimentar mais uma vez o que compartilharam um dia. Nos bons tempos.
Com Chris, fora mais do que sexo. Fora intimidade, uma expressão física de amor entre duas pessoas, sempre em sintonia de uma com a outra em todos os níveis.
Todos os seus instintos protetores a preveniam de que voltar ao passado seria o mesmo que cometer suicídio emocional. E ela era uma sobrevivente. Tinha de continuar sendo.
Eram mais de onze horas quando Chris decidiu sair, Dulce agradeceu aos donos da casa, despediu-se de todos e foi para o carro ao lado de Chris. Minutos mais tarde chegaram à estrada principal, a caminho de Point Piper.
As luzes da rua forneciam iluminação e as árvores lançavam sombras por toda parte. Muitas casas estavam na escuridão, mas de quando em quando uma janela acessa revelava atividade no interior.
Na cada dos anfitriões havia segurança para ela, Dulce pensou. Agora estavam sós e ela consciente do perigo, encontrava-se numa situação com a qual não se sentia à vontade... agora e no futuro.
Na realidade, estava sem controle de suas emoções.
Não levaram muito tempo para chegar a casa. Num movimento rápido Dulce saltou do carro e entrou antes do marido.
O ruído do salto de seus sapatos batendo no chão de mármore soou alto no silêncio da noite.
Chris ligou o alarme, apagou as luzes.
Está fugindo de que, Dulce?, uma vozinha lhe perguntou. De si mesma?
Ela não ousou responder. Correu para o santuário de seu quarto.
Chris não a impediu.
Nesse caso, por que estava com a impressão de que ele tinha um plano em mente?
Um plano para seduzi-la?
Por quê? Para provar que poderia, se quisesse?
Ela colocou a camisola e deitou-se, certa de que dormiria logo.
Após uma hora, revirando-se na cama de um lado para o outro, resolveu descer. Trocou a camisola por um roupão e foi á piscina interna, aquecida.
Lá, tirou o roupão e mergulhou na água cristalina.
Nadou e adorou sentir a água contra sua pele. Achou que talvez se acalmasse e conseguisse dormir.
Quem sabe a imagem de Chris não a perseguisse mais, não invadisse seus sonhos.
Começava a se cansar. Hora de parar, refletiu e decidiu para apoiando-se na beirada a fim de descansar alguns segundos.
_Cansou?
A voz lhe era familiar. Inadvertidamente soltou as mãos e mergulhou.
Segundos depois voltou à superfície, indignada, cuspindo água.
_Você me assustou_ disse. _ Como sabia que eu estava aqui?
_Meu sensor de segurança_ Chris informou-a. _ Ele emite um sol ao lado de minha cama antes de o alarme avisar, se alguma luz está acessa na casa.
_Quer dizer que tentou investigar. _ Ele assemelhava-se a um anjo negro, e o roupão que ela usara a fez lembrar de que não tinha nada por baixo.
Havia toalhas no vestiário, porém ela precisava sair da piscina para chegar até lá.
Chris estendeu-lhe a mão.
_Quer ajuda?
_Se quer mesmo me ajudar vá buscar uma toalha_ ela respondeu secamente.
_Mergulhando nua?
_Há quanto tempo você está aí?
_Alguns minutos.
_Seu demônio!
Chris tirou o roupão e mergulhou ao lado dele.
_Agora estamos em igualdade de condições.
_Deixe-me ir. _ Ela afastou-se do marido o mais que pôde.
_Não confia em mim ou em você mesma, Dulce?
_Não quero brincar de gato e rato.
_É isso que acha que estou fazendo? Brincando?
_Acho que está se divertindo muito com a situação.
_E gostaria de fugir?
_Gostaria de sair da piscina_ Dulce corrigiu-o.
_Então vá, meu amor. Não vou segura-la.
Ela nadou até a outra extremidade.
Com um movimento rápido Dulce ergueu o corpo subindo na murada de pedra e bem depressa pegou o roupão que jogara lá.
Podia ter sentindo frio, pois a água estava tépida, mas em vez disso um calor percorreu-lhe o corpo todo e seu coração acelerou. Apanhou uma toalha e com ela fez um turbante para os cabelos.
Aquela não foi a primeira vez que estivera nua na piscina com Chris. Exceto que, então... Não, pensou com firmeza, não pensaria naquilo.
Sem olhar para trás, fugiu para seu quarto. Tomou banho, lavou a cabeça, secou os cabelos e entrou embaixo das cobertas.
Olhou para o relógio. Em algumas horas, poucas, o despertador daria o alarme, e precisaria se levantar, preparar a maleta e seguir para o aeroporto.
Autor(a): dullinylarebeldevondy
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Capitulo VI Melbourne era uma grande cidade cosmopolita, de espaçosas ruas com três faixas de trânsito, bondes elétricos e clima variável. Dulce visitara a cidade havia dois anos e nada mudara, ela notou, enquanto seguiam de táxi pela famili ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 128
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ninabreak Postado em 31/10/2009 - 17:09:58
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ninabreak Postado em 31/10/2009 - 17:09:52
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ninabreak Postado em 31/10/2009 - 17:09:49
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ninabreak Postado em 31/10/2009 - 17:09:38
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