Fanfics Brasil - 6 Parte II Calor Perverso

Fanfic: Calor Perverso | Tema: Vondy


Capítulo: 6 Parte II

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— Stephen sofreu também.
Rosa acenou rapidamente em acordo
— Sim. Eu só posso imaginar o que deve ter sofrido... o que ele ainda sofre. — Ela estudou Dulce com seus amáveis olhos escuros. — Ele respondeu da única maneira que conseguiu. Eu não posso dizer com certeza que eu mesma não teria bebido durante uma crise psicótica e me forçado a ficar lá e enfrentar as mesmas circunstâncias que vocês dois. Mas aqui a questão é essa, Dulce... — Rosa adicionou mais suavemente: — Você pode dizer isso. Você sabe. Você optou por prosseguir com sua vida, mesmo quando isso significava continuar sozinha.
Dulce apenas balançou a cabeça, sem palavras devido à emoção que, dolorosamente, tomou conta de sua garganta. Por que sempre doía tanto quando alguém dizia algo assim para ela? Seria algum tipo de déficit por parte dela que não havia quebrado sob o estresse e sofrimento como havia acontecido com Stephen? Será que isso significa que ela se importara menos com seu filho do que Stephen, que amara menos a Michael do que ele?
Não. Não, agora ela não estava sendo justa consigo mesma, assim como não fora justa consigo mesma ao estender esta tragédia para muito mais tempo do que o necessário. Dulce perguntou-se se haveria um dia, pelo resto de sua vida, em que o simples pensamento sobre o assassinato sem sentido de seu precioso garotinho, não causaria aquela dor aguda que a deixava literalmente sem fôlego.
Lágrimas escorriam silenciosamente por seu rosto. Rosa tinha sido apenas educada, gentil e amável com suas palavras. As dúvidas remanescentes de Niall sobre suas decisões eram a parte falha ali.
As lágrimas vieram de outra fonte, também. Dulce manteve tanta coisa fechada em seu coração. E se manteve assim por tanto tempo. Talvez fosse tolice, talvez fosse medo... talvez não fosse nada mais do que o orgulho teimoso que a fazia sofrer em silêncio.
Independentemente da razão que a fez manter tudo trancado dentro de si, Dulce também estava carente de falar com alguém... alguém que soubesse pelo menos alguma coisa sobre as circunstâncias do porque seu marido – outrora engraçado e inteligente – estava atualmente estabelecido em um hospital, contido, sedado, com quase todas as evidencias de sua humanidade e vibração extraídas dele pelo punho cruel da dor. Dulce desejava conectar-se com alguém que tinha mais do que apenas uma descrição verbal do que seu marido havia se tornado... do que Dulce havia perdido.
O psicólogo clínico que Evergreen Park indicara para Dulce fora gentil e atencioso, mas ele nunca havia interagido com ela. Duce sentiu como se ele fosse um cientista bem-intencionado estudando um golfinho através de um painel de vidro. Ele queria falar com ela. Mas a inevitável diferença em sua história fez com que o contato entre Dulce e o psicólogo fosse tão difícil quanto a comunicação entre membros de duas espécies distintas.
— Ah... querida — disse Rosa pesarosa, quando notou a expressão de Dulce. — Eu não tive a intenção de fazer você chorar, meu bem. — Ela enfiou a mão na bolsa rosa e retirou um maço de tecidos.
Dulce piscou os olhos turvos de surpresa quando Rosa enfiou metade dos tecidos em sua mão e usou o restante para enxugar as lágrimas que caíram em suas próprias bochechas.
— Desculpe — Rosa ofereceu um sorriso tímido. — Não foi muito profissional de minha parte.
Dulce deu uma risada abafada que libertou a voz presa.
— Talvez não. Mas foi humana. E eu quero dizer isso como um elogio muito grande. Não deve ser fácil para você ficar tão emocionalmente disponível — Dulce estendeu a mão e cobriu a mão de Rosa com a sua. Ela levantou os lenços de forma significativa. — Obrigada, Rosa.
Ela estava contente de ver, pelo sorriso amplo e quente de Rosa, que a mulher sabia que ela estava grata por muito, muito mais do que os tecidos.
Quando Dulce tinha se recomposto o suficiente, as mulheres se levantaram e jogaram seus respectivos maços de lenços na lata de lixo.
— Dulce, há algo importante que eu queria que você soubesse, especialmente agora. Eu tentei ligar para você na semana passada para falar sobre isso — disse Rosa enquanto pegavam seus casacos.
— Sinto muito. Eu estava em Tóquio durante toda a semana em uma viagem de negócios. Eu só peguei sua mensagem com minha assistente ontem à tarde.
Rosa balançou a cabeça em compreensão
— Achei que era algo assim. Você geralmente é tão pronta em retornar minhas chamadas.
— O que foi? — Dulce perguntou ansiosamente quando Rosa não falou por um segundo, mas apenas se inclinou para recuperar sua bolsa.
Rosa afagou seu braço, tranquilizadora.
— Eu só queria informá-la de algumas coisas. À luz das circunstâncias, eu gostaria de ter obtido a posse de Stephen mais cedo, mas... bem, ele não poderia ser ajudado de qualquer forma. Eu estava te ligando para dizer que havia recebido uma notificação oficial do estado sobre seu divórcio iminente — Rosa continuou. — Agora, como sua tutora legal, tenho velhos princípios a seguir nestas situações. Se eu julgar, pelos dados psiquiátricos e outras análises profissionais, que a pessoa sob minha tutela está mentalmente estável o suficiente para ouvir uma informação como esta, eu a forneço à pessoa. Pessoas como Stephen não são crianças. Eles são adultos com claros direitos legais. Como parte do meu dever, tenho que decidir se o dano ao meu cliente ou a outros, supera seu direito de, pelo menos, ouvir a verdade sobre decisões judiciais que dizem respeito a eles. Eu já lhe disse desde o começo, não foi, Dulce? Que eu sou a advogada de Stephen.
— Sim, claro — Dulce concordou rapidamente, nem um pouco ofendida pela severidade no tom da voz de Rosa. Ela não tinha certeza de que poderia ter dado a guarda para quem não tivesse aquele brilho militante no olhar que Rosa tinha quando discutia os direitos das pessoas com doença mental. — Eu teria dito a Stephen eu mesma se não achasse que ele iria desestabiliza-lo. Você sabe como ele pode agir quando estou por perto, às vezes.
Devia ter sido você, Dulce.
Ela fechou os olhos por reflexo, tentando banir o pensamento automático. Outro, igualmente indesejável, abruptamente correu para tomar seu lugar.
— Espere... você está dizendo que falou a ele sobre o divórcio? — Dulce perguntou em pânico. — Foi por isso que ele atacou o homem no hospital?
— Não — disse Rosa, com firmeza. Sua mão subiu para cotovelo de Dulce, tranquilizadora. — Eu estou lhe dizendo exatamente porque achei que você poderia ter esse tipo de reação se pensasse sobre isso no futuro e eu talvez não estivesse aqui para dizer o contrário. — Rosa teve a certeza de que tinha toda a atenção de Dulce antes de continuar: — Eu não disse a Stephen sobre você pedir o divórcio. Todos os relatórios que o Dr. Fardesh e a equipe do Evergreen Park me passaram, argumentaram contra a sensatez desse ato e sobre os danos que poderia causar.
— Então por que você me ligou?
— Porque era meu dever dizer-lhe a minha filosofia sobre o assunto, que, se Stephen for considerado suficientemente estável, eu o informarei do fato de que ele está prestes a passar por um divórcio e perguntar-lhe se ele gostaria de afirmar a sua opinião sobre isso. Não que isso fosse mudar o resultado das coisas. Mas ele é um ser humano, afinal. Você prefere que eu faça tentativas de reconhecer os direitos humanos de Stephen em vez de apenas assinar os papéis do divórcio no trabalho, não é?
— É claro! — Dulce respondeu desesperadamente. — Só me diga mais uma vez que esta recaída recente não está relacionada ao fato de você ter contado a ele sobre o divórcio.
— Não — repetiu Rosa apaixonadamente. Ela olhou por cima quando um enfermeiro no posto de enfermagem pigarreou alto, sutilmente informando que eles precisavam se acalmar. — Os relatórios do Dr. Fardesh estavam longe de incentivar esse tipo de comunicação. Em seguida, Stephen teve esta recente recaída.
— ... que não tinha nada a ver com...
— Não! Dios, menina, acredite em mim! — Rosa insistiu, ganhando uma outra carranca do enfermeiro. Ela abaixou o tom quando continuou: — Eu já tinha decidido que não seria bom para Stephen ter quaisquer estressores colocados sobre ele. Então, ele teve esta última recaída... — Rosa fez uma pausa e sacudiu a cabeça desanimada. — Eu provavelmente deveria dizer-lhe também que, após este violento incidente em particular, eu concordei com a insistência do Dr. Fardesh em dar a Stephen uma nova medicação.
— Mais uma? — Dulce perguntou estupidamente.
— Nós temos que continuar tentando. Eu protelei o consentimento desta medicação, porque tem um efeito colateral perigoso. Uma pequena porcentagem dos pacientes apresenta uma queda drástica em sua contagem de glóbulos brancos quando o tomam. — Ela viu a expressão preocupada de Dulce. — Evergreen Park irá monitorar o sangue de Stephen de perto, Dulce. Não é como se, só porque não se comunica, ele vai perder sangue regularmente. E, quem sabe? Esta é uma droga antiga, mas que tem tido resultados surpreendentes para pessoas com psicose grave.
―Com a recaída mais recente de Stephen — disse Rosa —, na qualidade de sua tutora legal, senti que era importante lhe dizer que pretendo deixar Stephen à par de tudo o que, legalmente, lhe diz respeito. Claro que isso só irá acontecer se ele se estabilizar enquanto o seu divórcio ainda estiver em curso, o que nós duas sabemos, é altamente improvável, dado que provavelmente vai se finalizar nos próximos meses. E mesmo se isso acontecer, a chance de realmente afetar o processo do divórcio é uma em um milhão.
— Foi para me dizer isto que você me ligou na semana passada, certo?
— Sim — Rosa repetiu com uma risada divertida de frustração. Ela sabia muito bem como as famílias dos clientes precisavam, frequentemente, ter certeza de que eles não eram, de alguma forma, diretamente responsáveis por sua doença mental, ou a causa de uma recaída. — Eu lhe disse antes que foi uma pena não ter conseguido falar com você primeiro. Mas a mais recente recaída de Stephen não teve nada a ver com o seu pedido de divórcio, Niall. Absolutamente nada. Entendido?
Ela esperou até que Dulce assentiu.
— Bom — disse Rosa. Ela colocou a mão no cotovelo de Niall e a guiou. — Agora vamos sair deste lugar. Eu não deveria dizer isso, considerando o que faço para viver, mas realmente não suporto hospitais.
Dulce deu uma risada exausta.
— Deus, eu não poderia concordar mais.



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Autor(a): Thaaaay

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • vandira20 Postado em 18/03/2024 - 18:06:09

    Ameiiii demais essa história ❤️

  • stellabarcelos Postado em 21/09/2015 - 07:37:41

    Fanfic maravilhosa, linda, incrível! Uma história de amor e dor! Amei! Parabéns!

  • juhcunha Postado em 15/05/2015 - 20:20:20

    ja acabou queria mais amei essa web ela e maravilhosa vc vai adaptar outros livros? se for posta os links aqui ta?!

  • juhcunha Postado em 06/05/2015 - 23:36:17

    posta mais

  • juhcunha Postado em 23/04/2015 - 22:53:03

    fique puta com ucker ele nao que escuta ela cara nao acredito que a dul vai aceita so sexo com ele eu madaria ele se fude cara mesmo se fosse que eu amo ta loca na aceitava uma merda dessa. Cara porque vc colocou a maite com a puta tinha que ser outra eu gosta da maite mais na web eu odiooooo!

  • Anny Lemos Postado em 23/04/2015 - 16:59:32

    Hey moça, tudo bom com você moça? Comigo ta moça. Moça gostei da capa da sua web, é do jeito das capas da WNV moça. Moça, continua logo viu moça. Ei moça, a senhora e lacradora em besha. Ei moça, a senhora troca divulgação? Moça tive um orgasmo só com o titulo da web viu moça. Moça a senhora deixe de safadeza, vou ali moça, gudy naite

  • nessavondy Postado em 16/04/2015 - 13:00:42

    Oieeee Affs dul nao vai falar pro Christopher nao? Ela tem que falar, pra eles voltarem E LOGOOOO CONTINUA

  • dulamaucker95 Postado em 15/04/2015 - 17:41:45

    Olá, acho que é a primeira vez que comento aqui, mas já tenho vindo a acompanhar essa fic desde o inicio. Bem, mas decidi comentar, porque está otima e acho que quem a posta deveria merecer reconhecer seu merito atraves de suas leitoras. (experiencia propria). Não sei qual é a dos pais de Dulce ao querer tomar as decisões dela e em insistir que ela deve estar junto a Stephen, mas ela já é uma mulherzinha e cara por o que to percebendo, ela sofreu muito, não só seu filho morreu como ainda teve que encarar a loucura de seu marido. Odeio a mãe de Dulce argh! Acho que Dulce devia contar tudo para Christopher, porque ela parece que gosta de sofrer, né porque assim ta dificil. Continua :)

  • juhcunha Postado em 11/04/2015 - 23:34:56

    Dulce corvade porque ela nao esplicou logo a cituaçao

  • juhcunha Postado em 10/04/2015 - 23:09:56

    a dul tem que contar a verdade paera o ucker logo


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