Fanfic: Calor Perverso | Tema: Vondy
— À queimação, então — ele murmurou, segurando seu olhar enquanto bebia. Maite lambeu o lábio inferior sensualmente antes que tomar outro gole de uísque, desta vez fazendo um trabalho muito melhor em esconder sua careta. Ela se inclinou para frente até que seus rostos estavam a poucos centímetros de distância.
— Eu deixarei sua cama em chamas, Christopher Uckermann.
Ele deu um sorriso pleno e direito, com a primeira onda de euforia que o uísque infundia em seu cérebro.
— É mesmo? — Ele falou.
Ela era cor de rosa devido ao blush aplicado deliberadamente em suas bochechas. Ele sentiu o cheiro de seu perfume barato, suor doce e fumaça velha. Ele se inclinou um pouco para trás e tomou outro gole de uísque para ocultar sua reação instintiva. Se ele bebesse o suficiente, não importaria como ela parecia ou cheirava. A única coisa que teria importância seria o orgasmo escaldante que ele jorraria profundamente dentro de seu corpo, aquele momento de nirvana quando todas as memórias eram abençoadamente varridas.
— Sim, é isso mesmo, garotão — Maite assegurou-lhe com os olhos brilhantes. — Eu saio daqui às duas e meia. Você só precisa se sentar aqui e me esperar, ouviu?
Christopher não respondeu quando ela pegou sua bandeja e deixou o bar com um último olhar tímido. A agradável névoa proveniente da cerveja e uísque que ele havia consumido, combinada com a promessa de um feliz esquecimento entre as longas e fortes coxas de Maite-a-garçonete, haviam-lhe feito sentir-se melhor do que ele estivera em meses.
Seis meses, para ser exato.
Sua euforia durou pouco, no entanto. Ela lhe pareceu uma frágil bolha quando viu entrarem no El Paso dois jovens valentões que pareciam ter acabado de descer da parte de trás de uma Harley ou que queriam que todos pensassem isso.
— Christopher!
Os olhos arregalados de Donny Farrell mostraram-se claramente através de uma espessa franja de cabelos castanhos, enquanto se aproximava da cabine onde Christopher estava.
— O que você está fazendo aqui? — Chhristopher exigiu laconicamente. O garoto que Meg havia afirmado ser um menino estável e insistido para que ele o contratasse há seis meses parecia não saber o que fazer com as palavras. O idiota de cavanhaque e cabelos compridos, sentado ao lado de Donny, no entanto, parecia não ter nenhum problema com a fala.
— Qual é o seu problema? Quem é você para questioná-lo sobre o que ele faz? O pai dele já morreu faz tempo, porra!
— Cale-se, Banger — Donny murmurou baixinho.
— Não, eu não sou seu pai. Quem é você? Um de seus colegas de classe no décimo grau? — Christopher rebateu firmemente.
O peito de Banger se expandiu tanto em indignação, que Christopher imaginou se ele esmagaria o corpo magro Donny para fora da cabine.
— Por que, seu filho-da-
— Vamos, Donny. Vou levar você para casa — afirmou Christopher, calmamente cortando o discurso de Banger.
— Vá em frente — o companheiro desalinhado de Banger zombou quando Donny se levantou, a expressão do garoto era de desafio e incerteza em igual medida. — Eu disse a Banger que você era muito covarde para sair com os garotos grandes.
— Você é um saco Chooch — Donny murmurou com um cansaço amargo que era triste ver em alguém tão jovem. — Isso é o que eu ouço de Banger. É isso que ouço ele chamar você pelas costas o tempo todo.
— Vá se foder, cara! — Chooch disse a Banger furiosamente, mudando o alvo de sua agressão sem um tremor em suas pálpebras. Banger estava no processo de medir Christopher, decidindo se poderia ou não aguentá-lo. A maior parte de sua bravata derreteu quando encontrou o olhar firme de Christopher.
O olhar de Christopher desceu sobre Banger de forma rápida, e depreciativa. Ele tinha seus vinte e poucos, se não estivesse próximo dos trinta anos de idade, o suficiente para saber que não devia arrastar crianças de 15 anos para bares com ele. Mas Christopher sabia que Donny tinha uma multidão de irmãos mais velhos – alguns deles estavam fora da prisão no momento. O durão que ele estudava no momento não compartilhava nenhuma semelhança física com Donny – felizmente para Donny –, então Christopher imaginou que ele devia ser um dos parceiros de seus irmãos mais velhos no crime.
Alex voltou para o bar e deve ter notado os temperamentos inflamados na cabine.
— Banger eu não quero nenhum problema com você hoje à noite, ouviu? O Xerife Madigan está na parte de trás do bar e você já está na sua maldita lista! — Alex gritou.
A ameaça de Alex sobre Danny Madigan estar ali pareceu esvaziar completamente a bola de Banger. Christopher não poderia culpar o idiota. Madigan podia ser um garoto de cidade pequena, mas ele também tinha dois metros de puro músculo e era ex marinheiro, que não só tinha o poder da lei atrás de si, mas que poderia transformar Banger em carne moída embalada em uma questão de minutos. Ainda assim, Christopher suspeitava que houvesse alguma outra razão para Banger não escolher dançar aquele tango com Christopher quando o Xerife Madigan estava no local, algo que Christopher esperava não ter nada a ver com drogas ou armas ou alguma outra atividade ilegal.
— Olha essa sua bunda linguaruda, cara! — Banger disse a Christopher com um olhar que ele poderia ter aprendido numa classe terapêutica de atores da Penitenciária Joliet.
Christopher deu a Donny um olhar brando. Ele sabia que o garoto interpretara sua expressão com precisão quando os lábios de Donny se curvaram em diversão compartilhada.
— Banger, você é um idiota — disse Donny antes de se virar. — Vamos, Vic.
— Até mais, meninos — disse Christopher, sua boca curvando-se pela expressão enfurecida de Banger à sua ênfase sobre a palavra meninos.
— Ei espere.
Christopher fez uma pausa no processo de manter a porta da frente do Salão El Paso aberta para Donny.
— E o nosso encontro? — Maite perguntou estridentemente.
Christopher tentou ignorar o sorriso que viu no rosto de Donny pelo canto do olho.
— Talvez uma outra hora — ele murmurou antes de abaixar a cabeça e seguir Donny pela porta da frente. Christopher recebeu um longo embate de ar fresco e vivo, limpando-lhe a cabeça.
— Você tinha um encontro com Maite e desistiu? — Donny perguntou, sua voz quebrando um pouco em incredulidade. — Merda, você é louco, cara. Maite é quente.
— Não era exatamente um encontro — Christopher murmurou baixinho.
— Então você é ainda mais louco.
— É? Bem, você é muito jovem para estar falando sobre encontros e ir a bares — Christopher acusou amargamente quando eles começaram a caminhar até sua caminhonete.
— Você está apenas mudando de assunto.
Christopher franziu a testa. O garoto era muito afiado para seu próprio bem. A brilhante ideia de Meg de oferecer trabalho nos estábulos de Christopher para Donny tinha a ver com o fato de ela ver um monte de promessas no garoto e não poder aceitar que ele viesse a acabar no reformatório ou algo pior. Christopher havia visto os desenhos de Donny e tinha que concordar. Além disso, Christopher era extremamente exigente com as pessoas que cuidavam de seus cavalos e Donny era natural.
— Você é um garoto esperto — Christopher murmurou enquanto caminhavam pelo estacionamento. — Inteligente demais para deixar esses babacas o convencerem a fazer trocas de drogas ou qualquer outra coisa igualmente estúpida. Eles vão dizer que você não vai ter problemas por causa da sua idade, mas estão mentindo. Eles não dão a mínima para você. Estou certo?
Donny afastou a franja de cabelo escuro dos olhos.
— Sobre eu ser inteligente? Saí com você, não foi?
Christopher abriu a boca para continuar com o assunto, mas desistiu. Inferno, o que ele havia dito no bar era verdade. Ele não era o pai do garoto.
Donny havia mostrado seu ponto, assim como Christopher.
— Sua carteira de motorista está aí com você? — Christopher perguntou secamente quando procurou pelas chaves em seu jeans. Ele sabia pelo que já tinha visto na fazenda, que o garoto era um bom motorista. Vic o havia ajudado, como motorista adulto responsável, por todas as horas exigidas para que ele pudesse obter sua licença.
— Sim.
— Você andou bebendo? — Christopher pressionou. Ele já havia imaginado que a resposta seria não a partir do comportamento de Donny, mas o garoto tinha uma história, depois de tudo. Aquela foi uma das razões por que Meg havia implorado a Christopher para contratá-lo para trabalhar nos estábulos. Meg sabia que Donny tinha necessidade de algo constante no mundo caótico e disfuncional fornecido por sua mãe volúvel, algo diferente da casa cheia de reprováveis irmãos mais velhos e um pai que havia dito adeus a Donny antes mesmo que tivesse perdido seu primeiro dente.
— Não, eu não bebo mais — Donny respondeu com uma expressão vagamente insultada.
Christopher jogou as chaves para ele.
— Bem eu tenho uma boa notícia, você vai dirigir. Alguém vai sentir sua falta se você dormir nos estábulos hoje à noite? — Ele perguntou quando subiu no banco do passageiro de sua caminhonete e bateu a porta. Donny muitas vezes passou duas ou três noites por semana, depois de terminar o trabalho, no pequeno e acolhedor quarto existente nos estábulos e depois ia para a escola com Meg no período da manhã. Porém, Christopher lamentou ter feito a pergunta tão levianamente quando Donny não respondeu de imediato ocupando-se em ajustar o banco do motorista e os espelhos de acordo com sua diferença de altura de mais ou menos 10 centímetros. O garoto estava crescendo mais rápido do que um pé de milho no solo fértil de Illinois. Ele poderia ultrapassar sua altura facilmente até o final do verão.
— Ninguém vai sentir minha falta — Donny finalmente respondeu categoricamente quando virou a ignição e o carro ganhou vida.
Eles estavam confortáveis no silêncio que se seguiu enquanto Donny continuava pelas estradas rurais para chegar à fazenda. Christopher estava ocupado lamentando sua chance de finalmente voltar a agitar as coisas em relação ao s.exo. Ele percebeu que Donny estava muito grato pelo fato de Christopher não estar pegando no seu pé por ele estar em um bar a uma da manhã quando tinha apenas 15 anos de idade, e não ia estragar sua sorte tentando iniciar uma conversa.
Christopher estava tão preocupado com seus pensamentos sombrios e auto recriminatórios por não ter aproveitado cada coisa do menu que Maite lhe oferecera naquela noite que a princípio não compreendeu o que Donny quis dizer quando parou no caminho de cascalho ao lado da casa de Christopher.
— Quem está visitando Tim e Meg?
— Hein? — Christopher perguntou distraidamente.
Donny acenou com a cabeça para o sedan que os faróis iluminavam.
— Merda, é um Benz. A placa é NFC 87987. Sabe quem é? Christopher? — Donny adicionou depois de alguns segundos, quando percebeu que Christopher não havia respondido.
Christopher piscou várias vezes enquanto olhava para a imagem relativamente mundana do carro familiar como se fosse uma nave espacial que havia acabado de pousar na calçada em frente a eles.
— É. Eu sei quem é — disse Christopher eventualmente. — Vejo você no café da manhã, Donny.
— Boa Noite — Donny disse, um olhar de confusão em seu rosto enquanto observava a figura alta de seu patrão ir até a casa principal com um passo cheio de propósito e uma postura tensa que parecia totalmente fora de lugar, considerando o humor suave de Christopher.
Quem quer que fosse o motorista do carro, Donny decidiu que estava feliz por não ser ele.
__________________
Nos primeiros segundos após acordar, Dulce não sabia onde diabos estava. Então ela viu a pintura da fazenda na parede. Meg havia corado estranhamente quando disse a Dulce que o havia pintado em uma explosão de criatividade no verão passado.
— Eu sei que não é nada de bom — Meg disse, rindo dos protestos de Dulce em contrário. — É bom o suficiente para o quarto de hóspedes, mas não para ficar sobre a lareira, no entanto. Esta época do ano na fazenda realmente faz a criatividade fluir, você vai ver — Meg havia assegurado a ela quando apresentou-lhe a suíte arejada e espaçosa que ocuparia.
Quem havia ligado a luz?, Dulce se perguntou voltando ao presente. Ainda grogue, empurrou o cabelo para longe de seus olhos e apoiou-se no cotovelo. Seus lábios se abriram em choque quando percebeu que Christopher olhava para ela da porta aberta, seu dedo ainda pairando perto do interruptor de luz.
Por vários momentos tensos nenhum dos dois falou. Dulce absorveu sua imagem. Sedenta dele como estava, ela sentiu que poderia ter apenas uma esponja e sua imagem por horas e ainda haveria espaço para absorver mais.
Seu olhar mudou avidamente para suas longas pernas que recheavam seu jeans. Ele sempre usou jeans de cintura baixa que deixavam a mostra seu abdômen firme e quadris magros. Dulce pensou que agora eles pendiam um pouco soltos em seu corpo alto, como se ele tivesse perdido um pouco de peso. A camisa azul e branca estava aberta para revelar uma camiseta branca que destacava seu profundo bronzeado, bem como os músculos tensos de seu torso que iam da cintura até os ombros largos. Ela nunca havia visto seu cabelo tão longo ou a mandíbula necessitando tanto de um barbeador.
Ele parecia um pouco selvagem de pé ali na porta. Durante aqueles poucos e tensos segundos Dulce não tinha certeza do que ele ia fazer ou dizer. Quando ele acabou por falar, foi direto ao ponto com sua típica brevidade.
— O que você está fazendo na minha casa?
Dulce jogou o cabelo para trás de seu rosto e se sentou na cama. Ela instintivamente puxou as cobertas até ao redor de seus seios, sentindo-se vulnerável com os olhos de Christopher perfurando-a como lanças de fogo. Seu olhar cintilou sobre seu corpo acompanhando o movimento brusco, fazendo com que sua pele formigasse intensamente em reconhecimento.
— Eu pensei que era a casa de Meg — ela murmurou sem convicção.
— Você está visitando Meg? — Christopher mais indicou do que perguntou. Sua mão abaixou do interruptor de luz e ele deu um agressivo passo para dentro do quarto.
Dulce respirou profundamente a fim de se revigorar. Esperava uma reação hostil de Christopher, mas não havia imaginado que aquilo aconteceria enquanto ela estivesse meio dormindo e usando nada além de uma fina camisola enquanto ele se elevava sobre ela em uma fúria mal contida. Ela começou a duvidar seriamente de sua sabedoria em inventar aquele plano com Meg. O encontro com Christopher, naquele momento, despertou em sua mente a inesperada consciência de que se encontrava no olho de uma poderosa tempestade. Ela podia, perfeitamente, imaginá-lo tirando-a de sua aconchegante cama e jogando-a no caminho de cascalho junto com as chaves do carro e a mala.
— Essa é uma maneira de falar — respondeu ela, contente de ouvir que sua voz não tremeu. — Estou ficando aqui na fazenda pelos próximos meses.
A mandíbula dele caiu aberta.
— Você está ficando aqui na fazenda pelos próximos meses — ele repetiu com um sarcasmo ácido.
— Acredito que foi o que acabei de dizer, sim. Eu sou a professora contratada pelo Instituto para ensinar história da arte na escola. Talvez Meg tenha falado sobre isso.
— Você é a professora que eles contrataram para ensinar.
— Christopher, você não vai repetir tudo o que eu disser, não é? — Dulce o interrompeu.
Seus olhos brilharam e Dulce sabia que havia derramado combustível sobre o fogo.
— Você não quer que eu me repita? Ótimo. Aqui está algo que você ainda não me ouviu falar, mas que, se você tiver algumas células trabalhando no cérebro, certamente deve ter previsto. Você não vai ficar na fazenda.
— Por que não?
Ela o viu piscar de surpresa.
— Porque eu disse que não, é por isso — ele rugiu.
Dulce respirou fundo na tentativa de acalmar a corrida de seu coração. Seu nervosismo não tinha nada em comum com a ansiedade que associava à agitação e subsequente violência de Stephen, mas era extremamente potente, no entanto. Christopher, porém, nunca lhe dera a chance para responder. Em vez disso ele se virou e saiu do quarto, batendo a porta com tanta força que a pintura de Meg sacudiu na parede. Dulce ficou ali, sentada, com os olhos fechados e ouviu a conversa, carregada e concisa entre Christopher e Meg no corredor alguns segundos depois, seguido pelo som de Vic descendo as escadas, sua fúria aparente em cada ataque de suas botas à madeira dura.
Ela olhou para cima, cansada, um momento depois, quando alguém bateu suavemente na porta de seu quarto.
— Entre. — Ela piscou surpresa quando viu a expressão divertida no rosto de Meg.
— Eu achei que foi tudo muito bem, não é? — Meg falou através de um sorriso.
— Oh, sim, ótimo — Dulce concordou secamente. — Pelo menos ele não me pegou e me jogou lá na calçada. — Suas sobrancelhas franziram em perplexidade quando viu que aquele sorriso de Meg só cresceu. — Meg, não é engraçado! Não deveria ter feito isso. Deveríamos ter, no mínimo, avisado primeiro ou algo assim.
Meg zombou.
— Ele pode lidar com isso. Confie em mim, meu irmão precisa de alguma agitação. Seu jeito rabugento estava realmente começando a me irritar.
— Ele não me quer aqui.
Meg balançou seus cachos escuros em advertência.
— Querida, você sabia que ele não iria recebê-la de braços abertos. Você não vai desistir tão fácil, não é? Era uma aposta certa de que ele iria agir como um urso quando descobrisse o que planejamos.
Dulce suspirou.
— Eu só não imaginava que ele estaria tão...
— Puto? — Meg perguntou alegremente. — Sim, Christopher é um verdadeiro idiota quando fica zangado. Mas não se preocupe, ele nunca fica violento. Pelo menos não com mulheres, crianças ou animais — acrescentou Meg como se estivesse reconsiderando. —
No entanto, se você é um objeto inanimado ou um valentão com bolas, melhor tomar cuidado.
— Certo. Com uma mulher ele só vai dar um gelo e excluí-la — Dulce murmurou.
Meg estendeu a mão para o interruptor de luz. Dulce tinha uma forte suspeita de que ela possuía uma satisfação perversa em mexer com o temperamento do irmão, assim como uma criança travessa mexe em um ninho de vespas apenas pela emoção de provocar.
— Aquilo não foi dar gelo, Dulce. O que é mais do que uma razão para dizer que a reação de Christopher por você estar na fazenda foi uma coisa boa. Vá dormir, querida. O café da manhã é servido bem cedo na fazenda.
Ela desligou a luz, mergulhando o quarto em uma escuridão absoluta que era completamente estranha para Dulce.
__________________________
Christopher tropeçou em algo no caminho para o banheiro pouco antes do amanhecer. Depois que ele pegou sua bota e lançou-a contra a parede em um acesso ineficaz de raiva sentiu-se um grande tolo.
Ele não havia dormido a noite toda. Sua cabeça latejava devido à ressaca, ou por ranger os dentes por tantas horas, ou mais provavelmente por ambos. A imagem de Dulce olhando para ele com aqueles enormes olhos castanhos e parecendo toda macia e despenteada do sono parecia permanentemente gravada por trás de suas pálpebras. Tinha sido uma visão inesperada, irritante.
Ele preferia não pensar sobre o fato de ter sido bem interessante também.
Não havia nenhuma maneira da mulher ficar hospedada na fazenda por mais uma noite. Ele não queria ter uma briga com Meg, mas aquela propriedade era sua, caramba. Ele tinha o direito de dizer quem ficaria sobre ela, não tinha?
Ele terminou de fazer sua higiene e fez uma careta para seu reflexo no espelho sobre a pia. Ele parecia algum tipo de homem selvagem da montanha. Um forte desejo de se barbear e se fazer apresentável o dominou.
— Foda-se — ele murmurou, antes de secar as mãos rapidamente e sair do banheiro.
Por que Dulce estava ali depois de lhe dar o tratamento do silêncio por 6 meses?, ele se indagou enquanto se jogava na cama sob o barulhento protesto das molas. Será que seu marido estava doente de novo e ela precisava de um corpo quente em sua cama? Ou talvez a sua presença ali não tivesse nada a ver com ele...
Por que ela queria fod.er com sua cabeça daquele jeito?
Ela deixou claro, depois que sua mãe revelou o fato dela ser casada, que não poderia oferecer a Christopher uma explicação viável por sua desonestidade. Ele tentou entrar em contato com ela depois, pensando que deveria haver alguma explicação lógica por trás do incompreensível comportamento de Dulce, mesmo que ele não pudesse imaginar qual seria em seu próprio cérebro atordoado. Mas quando ela o evitou cuidadosamente, Christopher finalmente foi forçado a aceitar o fato de que Dulce sentia-se muito culpada para enfrentá-lo.
Ele não podia imaginar qualquer outro motivo para a expressão destroçada no rosto de Dulce na noite em que sua mãe soltara a bomba de que Dulce tinha um marido doente. Que outra razão poderia haver, além de culpa, para explicar porque ela o evitara após o ocorrido como se ele possuísse uma forma virulenta de peste? Mesmo com tudo isso ele ainda foi otário o suficiente para ficar chocado ao ver os homens da mudança no apartamento de Dulce em Fevereiro. Ele ficou ali como um idiota na porta dela, pensando que finalmente teria a oportunidade de confrontá-la sobre o que havia acontecido entre eles, quando um homem jovem e ruivo passou carregando uma caixa.
— Oi! Você é um dos meus novos vizinhos? — Ele gritou alegremente.
— Quem é você?
Ele ficou confuso mediante a concisão de Christopher, antes de rir, bem-humorado.
— Eu sou o cara que está se mudando para este apartamento. Pete Sheppard. — Ele mudou a caixa de braço e estendeu a mão em cumprimento.
Christopher só olhava fixamente para o estranho intruso que estava se mudando para o apartamento de Dulce. Ele ainda sentiu o perfume fresco e feminino de Dulce, que emanava da porta aberta. A sensação quase o fez ficar cego de fúria. Mesmo com toda a agitação e raiva que sentira no mês anterior, nunca havia imaginado que ela pudesse se mudar como um ladrão na noite, sem lhe dizer uma palavra a.
Ele sentiu, mais uma vez, como se tivesse sido chutado no estômago por uma bota com bico de aço. Mas de alguma forma daquela vez parecia ainda pior do que naquela noite de Dezembro.
Foi quando a verdade o atingiu. Havia uma boa chance de nunca mais ver Dulce Maria Savinõn novamente. Dulce realmente estava se sentindo muito culpada para enfrentá-lo. E por que não devia sentir vergonha de si mesma, caramba? Ela não estivera fodendo seus miolos enquanto seu marido doente estava em uma cama de hospital? Então seu marido melhorara milagrosamente e Dulce começou a ignorar a existência de Christopher, como se ele fosse a mais lamentável aventura de uma noite após ter bebido todas.
Obviamente o que havia ocorrido entre eles tinha sido algum tipo de escape emocional para ela. Fora, certamente, um caso explosivo. Christopher só não imaginava que o impulso tinha vindo da parte de Dulce.
Agora ele sabia. Dulce devia estar sentindo-se solitária e privada enquanto seu marido estava tão doente. Aquilo devia ser a origem de seus pesadelos. Ela era linda, vibrante... apaixonada. Como Jenny, ela só precisava de um homem em sua cama para afirmar todas essas coisas e Christopher havia sido uma conveniência.
Christopher fez uma careta e virou-se para o outro lado. Bem, ele certamente ficou feliz por ter dado uma mãozinha a Niall com aquele ponto sensível. Transar com ela havia sido formidável.
Tão formidável, na verdade, que ela posteriormente arruinou sua vida sexual.
— Você é tão culpado quanto ela — Christopher acusou a si mesmo amargamente. Ele expressamente direcionara a si mesmo a não entrar em seus próprios pensamentos, mas seu olhar ainda se deslocava, traiçoeiramente, para a porta de seu armário. Os presentes de Natal que ele nunca havia comprado para Niall estavam lá, jogados no canto mais escuro. De alguma forma, pensar no que estava lá, embrulhado em um saco que fora furiosamente amassado e na imagem sexy de Dulce com seu olhar suave ontem à noite na cama irrompeu em sua mente como os dois primeiros números inteiros de uma equação.
Seu pê.nis sacudiu e tencionou como se tivesse acabado de ser puxado por uma corda, assim como seu abrupto tesão era o resultado óbvio da adição desses dois pensamentos juntos, como um mais um é igual a dois.
Merda. Bem, pelo menos não restava qualquer dúvida de que a falta de uma vida sexual não tinha nada a ver com danos ao equipamento, ele pensou amargamente. Não que ele apreciasse o fato de que fora Dulce quem, quase instantaneamente, transformou seu pên.is em uma barra de aço.
— Aquele maldito saco irá para o lago mais tarde — ele prometeu a si mesmo.
Quando percebeu que estava falando consigo mesmo, saltou da cama. O que ele precisava era de um grande café da manhã, um longo passeio em seu cavalo favorito, Traveler, umas boas horas escrevendo no computador... e talvez uma viagem de volta ao El Paso depois. Era sábado. As chances eram de que Maite estaria trabalhando novamente aquela noite, ele se lembrou enquanto colocava a temperatura do chuveiro no gelado.
Christopher não se permitiria reprisar a maior e mais irritante questão que importunava sua mente, mas...
O que diabos Dulce esperava conseguir, indo até sua fazenda?
Estaria ela ainda interessada nele, ou ele seria apenas um infeliz detalhe que ela teria de suportar por causa de outra agenda? Ela estaria ali apenas para recomeçar de onde haviam parado? Porque se ela achava que ele seria o curativo para a falta de seu marido novamente, ela definitivamente teria que achar um outro cara. Christopher desprezava mentirosos e ele não saía com mulheres casadas.
E ficou danado com Dulce por fazê-lo quebrar esse código, mesmo sem seu conhecimento.
Por que ele não deixara Dulce sair pela porra da porta naquela primeira noite?
Autor(a): Thaaaay
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Capitulo Dezesseis. Andy, um de seus peões em tempo integral, Meg, Tim, Donny e Dulce, todos congelaram quando Christopher abriu a porta de tela que levava diretamente para a cozinha. Por sua vez, ele franziu o cenho para cada um deles, embora tenha feito questão de não fazer contato visual com Dulce. Tim parou com uma faca de manteiga pousada sobre uma ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 32
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
vandira20 Postado em 18/03/2024 - 18:06:09
Ameiiii demais essa história ❤️
-
stellabarcelos Postado em 21/09/2015 - 07:37:41
Fanfic maravilhosa, linda, incrível! Uma história de amor e dor! Amei! Parabéns!
-
juhcunha Postado em 15/05/2015 - 20:20:20
ja acabou queria mais amei essa web ela e maravilhosa vc vai adaptar outros livros? se for posta os links aqui ta?!
-
juhcunha Postado em 06/05/2015 - 23:36:17
posta mais
-
juhcunha Postado em 23/04/2015 - 22:53:03
fique puta com ucker ele nao que escuta ela cara nao acredito que a dul vai aceita so sexo com ele eu madaria ele se fude cara mesmo se fosse que eu amo ta loca na aceitava uma merda dessa. Cara porque vc colocou a maite com a puta tinha que ser outra eu gosta da maite mais na web eu odiooooo!
-
Anny Lemos Postado em 23/04/2015 - 16:59:32
Hey moça, tudo bom com você moça? Comigo ta moça. Moça gostei da capa da sua web, é do jeito das capas da WNV moça. Moça, continua logo viu moça. Ei moça, a senhora e lacradora em besha. Ei moça, a senhora troca divulgação? Moça tive um orgasmo só com o titulo da web viu moça. Moça a senhora deixe de safadeza, vou ali moça, gudy naite
-
nessavondy Postado em 16/04/2015 - 13:00:42
Oieeee Affs dul nao vai falar pro Christopher nao? Ela tem que falar, pra eles voltarem E LOGOOOO CONTINUA
-
dulamaucker95 Postado em 15/04/2015 - 17:41:45
Olá, acho que é a primeira vez que comento aqui, mas já tenho vindo a acompanhar essa fic desde o inicio. Bem, mas decidi comentar, porque está otima e acho que quem a posta deveria merecer reconhecer seu merito atraves de suas leitoras. (experiencia propria). Não sei qual é a dos pais de Dulce ao querer tomar as decisões dela e em insistir que ela deve estar junto a Stephen, mas ela já é uma mulherzinha e cara por o que to percebendo, ela sofreu muito, não só seu filho morreu como ainda teve que encarar a loucura de seu marido. Odeio a mãe de Dulce argh! Acho que Dulce devia contar tudo para Christopher, porque ela parece que gosta de sofrer, né porque assim ta dificil. Continua :)
-
juhcunha Postado em 11/04/2015 - 23:34:56
Dulce corvade porque ela nao esplicou logo a cituaçao
-
juhcunha Postado em 10/04/2015 - 23:09:56
a dul tem que contar a verdade paera o ucker logo