Fanfics Brasil - 16 Parte II Calor Perverso

Fanfic: Calor Perverso | Tema: Vondy


Capítulo: 16 Parte II

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Dulce olhou incerta para Meg antes de seguir Christopher alguns segundos mais tarde.
— Dulce, deixe isso por agora... — Ouviu Meg dizer em advertência, mas ela ultrapassou a porta de tela e parou na varanda. A aurora fazia do céu do leste uma paisagem vibrante em ouro pálido e rosa. O ar estava fresco e agradável em sua pele quando desceu correndo a escada de madeira pintada. A promessa luminescente da manhã de junho, combinada com a brisa suave e calma, parecia estar em contraste direto com a postura tensa e irritada de Christopher que espalhava cascalho com seus passos.
— Christopher espere — ela chamou depois de ter corrido vários metros atrás dele. Ela teve que forçar-se a não dar vários passos para trás quando ele se virou para encará-la. Seu belo rosto estava lívido de fúria. Ela perdeu a compostura com a visão. — Eu... Eu... não quero que você pense... — Ela tropeçou em suas palavras ansiosamente. — Eu não planejei isso... com Donny eu quero dizer.
— E eu deveria acreditar em você... por que exatamente? — Christopher perguntou com sarcasmo brutal.
As bochechas de Dulce ficaram vermelhas e quentes pela referência à sua desonestidade passada.
— Eu estou dizendo a verdade, Christopher. Eu não tinha como saber sobre o garoto. Eu não poderia ter planejado isso. Eu não teria — acrescentou ela em voz baixa.
Ele chegou mais perto. Ela inalou o cheiro familiar de sua pele misturado com o cheiro limpo e picante de seu sabonete. A saudade inundou sua consciência, um sentimento tão esmagadoramente poderoso que fez seus olhos arderem. Ela viu suas narinas se abrirem um pouco, como se tivesse capturando o cheiro dela também. Aquilo, combinado com a raiva que quase parecia fluir de seu corpo grande, como ondas de calor, fez seu coração bater violentamente no peito.
— Eu não acreditaria em nada de que você e Meg dissessem neste momento — afirmou em um rosnado baixo. Dule saltou quando ele envolveu seu braço com a mão e puxou-a para mais perto. — O que diabos você está fazendo? Por que você veio aqui?
Dulce tentou inalar lentamente para se acalmar. Não foi uma coisa fácil de fazer enquanto olhava em seus olhos cinzentos cheios de tempestade. Seu olhar permaneceu por um momento em sua boca... naquele dente da frente um pouco torto, que parecia pecaminosamente sexy.
— Eu vim porque estava pronta, Christopher.
— O que é que isso quer dizer?
Ela levantou o queixo teimosamente, sofrendo por causa do seu desprezo implacável.
— Isso significa que eu não estava pronta antes e agora estou — respondeu. Ela viu a mudança sutil que a resposta forjou em suas feições rígidas.
A porta de tela se fechou atrás dela, sinalizando que Tim e Andy saíram da casa. Christopher piscou ao som antes de se inclinar para mais perto de seu rosto, suas coxas roçando as dela, seus olhos cravados nela.
— Eu não me importo para o que diabos você está pronta, Dulce. Você pode ter manipulado as coisas até se infiltrar na vida de Meg, mas é melhor ficar longe da minha. Compreendido? — Perguntou ele em um tom ameaçador antes que sacudir o braço dela para dar ênfase.
— É você que não entende, Christopher.
— É mesmo? — Ele perguntou, com uma torção feia em sua boca bem torneada. Os passos de Tim e Andy eram ouvidos no cascalho alguns metros atrás deles. — Bem eu estou muito feliz na minha ignorância.
— Você não parece muito feliz — ela respondeu suavemente.
Ela sentiu o aumento da tensão em seus músculos, viu o potente flash de raiva em seus olhos claros. Dulce pensou que ele parecia furioso o suficiente para estrangulá-la. Em vez disso ele a soltou e se afastou abruptamente, como se de repente percebesse que estava tendo uma conversa íntima com uma cobra venenosa.
— Eu não me importo com o que você acha que pareço. Basta ficar longe de mim — ele ordenou, antes de se virar e seguir pelo caminho que levava ao celeiro.
Dulce sentiu sua determinação fraquejar diante do desapego brutal que viu na face de Christopher. Ela sabia, racionalmente, que ele ficaria irritado com sua presença na fazenda. Mas a lógica não poderia tê-la preparado para o impacto de sua fúria fervente. Enquanto ela e Meg passavam uma manhã relaxante arrumando o jardim da casa e depois preparando o almoço juntas, Meg assegurou em várias ocasiões que o temperamento de Christopher por ela estar ali era um bom sinal, não mau.
Meg não havia enfrentado a face da raiva de Christopher, no entanto. Dulce estava longe de estar confiante de que Christopher alguma vez lhe daria a oportunidade de explicar suas ações no ano passado, muito menos de que ele escutaria seu pedido de desculpas com um ouvido compassivo.
Mas sua intenção ao ir para a fazenda não havia sido apenas recuperar Christopher. Ela fora ali para ensinar história da arte, não importam as circunstâncias. Estar exposta ao talento nato de Donny e vê-lo concordar em participar das aulas a deixou ainda mais animada em lecionar naquele verão. Ela passou uma hora naquela manhã finalizando seus planos de aula e organizando os materiais que planejava usar para sua primeira semana.


_________________


Christopher se recusou a almoçar que ela e Meg, elas souberam quando os homens voltaram dos campos. Em vez disso ele latiu para Donny que eles almoçariam no El Paso. Donny parecia um pouco descontente com a mudança de planos, mas recuperou com rapidez.
— Uh... Eu acho que vou te ver... uh... na escola, então — dissera ele sem jeito para Dulce depois que pegou o caderno em cima da mesa e se arrastou em direção à porta dos fundos.
Dulce notou o olhar de desejo que o adolescente jogou ao prato de frango frito que ela acabara de colocar sobre a mesa.
— Estou feliz por você estar lá, Donny. Aqui. Leve um pedaço com você — ela ofereceu entregando-lhe um guardanapo e acenando para o prato. Ele havia vindo dos estábulos cerca de dez minutos atrás e já tinha perguntado pelo menos cinco vezes quando eles iriam comer.
— Eu vou te registrar, Donny. Certifique-se apenas de aparecer na segunda-feira a tempo — acrescentou Meg com ênfase antes que o menino saísse correndo pela porta de tela com um pedaço de guardanapo embrulhado em uma mão e seu caderno na outra.
Dulce o observou conversar animadamente com Christopher, entre mordidas no frango, enquanto caminhavam para a caminhonete de Christopher. A cabeça de Christopher estava ligeiramente inclinada enquanto ouvia, sua maneira lembrando-a de forma pungente do homem estoicamente silencioso por quem ela se apaixonara.
— Parece que eles são realmente chegados — disse Dulce melancolicamente.
Meg olhou ao redor do balcão.
— Eles são. Assustadoramente. Você nunca adivinharia que eles se conheceram há apenas 6 meses atrás — ela disse com uma pequena risada. — Christopher acha que eu sugeri que ele contratasse Donny unicamente por causa do menino. Donny tinha sido trocado de escola em Novembro e em seguida foi pego pela polícia com cerveja e maconha em seu carro várias semanas depois. Ele estava indo por um caminho no qual acabaria como um de seus irmãos, na prisão ou pior, em Pontiac, ou na Penitenciária Joliet. Donny merecia algo melhor. Você vê o quão brilhante ele é. Tenho que admitir que realmente gosto do garoto. Eu comecei a conhecê-lo muito bem. Deveria ter considerado a quantidade de tempo que ele passou no meu escritório quando calouro e estudante de segundo ano — brincou Meg colocando a tigela de salada de batata sobre a mesa. — Mas eu pedi que Christopher o contratasse para ajudar nos estábulos tanto por Christopher quanto por Donny. Christopher estava tão reservado depois do Natal. Eu pensei que ele precisava de algo para tirá-lo de si mesmo — Meg continuou. Ela olhou para fora da porta, pensativa quando viu Christopher manobrar sua caminhonete habilmente. — E você sabe, eu acho que fiz um bom trabalho. Donny precisava de um forte modelo masculino e Christopher precisava...
Dulce olhou para Meg bruscamente quando ela fez uma pausa.
— Ele precisava de alguém que precisasse dele — Meg terminou suavemente.
O coração de Dulce parecia ter perdido uma batida. Teria a depressão de Christopher se originado do fato dele ter se apaixonado por ela, assim como Dulce se apaixonara por ele? Ou sua melancolia tinha base mais no fato dele ter, cautelosamente, permitido que outra pessoa entrasse em sua vida depois de Jenny, só para acreditar que Dulce o havia traído tão insensivelmente? A expressão no rosto de Meg fez Dulce se corroer interiormente de culpa.
— Me desculpe, por feri-lo, Meg — ela disse suavemente. — Independente do que aconteça entre Christopher e eu, quero que você saiba que a aprecio por me dar esta chance.
O olhar distante de Meg desapareceu quando ela se concentrou em Dulce.
— Eu gosto de você, Dulce. Mamãe e eu ficamos tão chateadas quando você cancelou sua visita no Natal e você sabe como estou emocionada em ter você aqui agora. Mas estou fazendo isso mais por Christopher... e pelas crianças na escola, é claro. Não pense que não sei que a escola El Paso tem muita sorte de ter alguém do seu calibre como instrutora — acrescentou como um aparte antes de suspirar. — Eu sei que Christopher é um burro teimoso às vezes, mas eu o amo.
— Eu também — Dulce disse calmamente.
— E isso é uma coisa boa — afirmou Meg com um sorriso irônico quando Tim e Andy subiram os degraus. — Porque parece que meu irmão está determinado a provar que não poderia se importar menos com você, Dulce.
As três primeiras semanas da estadia de Dulce na fazenda foram muito mais calmas do que ela jamais teria esperado, ou talvez esperasse, já que as coisas ficaram fáceis, principalmente porque Christopher ignorava quase completamente sua presença. Sua fuga foi agravada pelo fato dele ter passado vários dias por semana em Chicago, supervisionando a peça no Teatro Hesse. Ela às vezes se perguntava se não teria tido melhor chance de se encontrar com Christopher em uma Rua de Chicago do que em sua fazenda. Pelo menos o Hesse fecharia em julho e as chances eram de que ele passasse menos tempo na cidade.
Ela só esperava, no entanto, que sua determinação em ficar longe dela não fizesse a cidade parecer mais e mais tentadora para ele. Talvez ele e Eileen Moore compartilhassem jantares no The Art após as apresentações de X Alias, bem como a cama de Christopher no Riverview Towers.
Apenas o pensamento agia como um veneno para o sistema de Dulce, causando náuseas através dela como uma onda.
Junho – talvez um dos meses mais mutáveis no centro de Illinois – ia de um vigoroso e refrescante verão, para uma umidade sufocava com uma rapidez incrível. Ela gostava de sua classe e encontrou em seus 12 alunos a alegria de ensinar. As aulas eram realizadas três dias por semana, em sessões de duas horas, no entanto, ela encontrou-se com muito tempo livre em suas mãos. Ela e Meg ficaram mais próximas ao levantarem vários projetos para a fazenda – expandir o já extenso jardim de Meg, renovar o balanço em frente ao enorme e antigo alpendre da fazenda, ou fazer viagens até Bloomington para comprar alimentos à granel ou materiais de arte. Elas também fizeram longas caminhadas pelas estradas que cortavam a grande propriedade, serpenteando por uma área arborizada e um pequeno lago, além das vastas áreas abertas. Às vezes elas viam Tim ou um dos homens na distância em um trator e acenavam.
Dulce sentiu-se revigorada pela vida no campo. Ela sempre acordava bem cedo de manhã para encontrar a melhor hora para fazer sua rotina de yoga. Ultimamente ela trocara seu tempo de treino para a noite, já que muitas vezes estava ocupada ajudando com o café da manhã dos homens antes deles partirem para os campos. Ela gostava de seu exercício solitário na sala vazia e espaçosa que Meg havia decorado, como o resto da casa da fazenda, em estilo artesanal. Na noite de segunda-feira ela sentiu olhos sobre ela enquanto estava curvada no chão durante o alongamento, só para olhar para cima e dar de cara com Vic. Ele parecia incrivelmente alto de sua posição ao lado do piso, o topo de sua cabeça há menos de um palmo do arco de entrada. A visão dele lhe pareceu atraente... até mesmo impressionante... em sua imprevisibilidade.
Seus olhares se encontraram e se mantiveram. Dulce finalmente se endireitou lentamente e se esforçou para dizer alguma coisa. Mas antes que ela pudesse, seus olhos brilharam sobre ela. Suas narinas se abriram. O desejo floresceu em seu baixo ventre, tornando seu sexo aflito, com uma dor latejante e maçante quando percebeu que suas pernas estavam completamente abertas enquanto ela o encarava. Ela sabia o quanto ansiava por ele, mas naquele momento a magnitude de sua necessidade primitiva pareceu esmagadora em sua intensidade.
Os olhos dele patinaram até seu rosto novamente.
Dulce perguntou-se o que não teria dado naquele momento para ter Christopher beijando-a mais uma vez, tocando-a, metendo seu pa.u profundamente dentro dela. A última vez que fizeram amor parecia distante, mas era uma memória tão desejada e ela se agarrava a ela com tanta frequência nos dias de hoje que havia começado a assumir a qualidade de um sonho.
Ele pareceu hesitar por alguns segundos, como se quisesse dizer alguma coisa... como se quisesse fazer alguma coisa. Mas, então ele respirou fundo e se virou.
E mesmo esse encontro pungente e breve se tornou nada mais que uma memória.
Dulce começou a cozinhar com mais frequência para a família e trabalhadores agrícolas uma vez que havia convencido Meg de que realmente gostava disso e não estava apenas sendo educada. Ela sempre foi uma boa cozinheira e perdeu esse hábito dolorosamente enquanto vivia em Riverview Towers. Ela não podia fazer nada se era bajulada por Tim, Andy e Tony com seus rostos ansiosos e exuberantes elogios sobre sua comida, ou com o fato de Donny haver planejado suas visitas e horário de trabalho nos estábulos, para coincidirem com as refeições que ela preparava.
As poucas vezes em que Christopher apareceu para comer na grande mesa de carvalho na cozinha da fazenda ele permaneceu em silêncio enquanto todos se derramaram sobre seus biscoitos caseiros e molho de salsicha, seu frango assado marinado com batatas, ou algum outro prato. Mas Dulce não podia deixar de sentir alguma satisfação pelo fato de Christopher sempre comer tudo em seu prato e, com muita frequência, confrontar Tim ou Andy ou Meg por alguns segundos. Ela ficava feliz quando Meg ou Tim perguntavam-lhe sobre como estavam indo as coisas no teatro ou sobre a sua escrita, porque se sentia demasiado autoconsciente sobre a fazer isso quando todos sentados à mesa sabiam que Christopher desaprovava sua presença ali.
Ela se sentia como um ladrão, roubando olhares de Christopher secretamente nessas ocasiões. Animava-a ver que, apesar de que seu cabelo ainda estar desgrenhado, ele pelo menos não estava mais tão selvagem como havia estado quando ela chegara. Ele estava fazendo a barba novamente. O bronzeado que adquirira tão facilmente da equitação ou trabalhando na fazenda o deixou ainda mais magneticamente atraente.
Dulce encontrou-se olhando para seus braços nus enquanto ele comia, pensando que eram um alvo relativamente seguro para seus olhares cobiçosos. Ela nunca teria imaginado, antes de conhecer Christopher, que um homem nu com braços musculosos ou grandes e mãos aparentemente tão capazes, poderia ser tão sexy. Para Dulce, no entanto, os antebraços e as mãos de Christopher rivalizavam com a visão de suas longas coxas duras ou da bunda firma em seu jeans justo. Bem, isso só durou um segundo.
E mendigos não poderiam escolher.
Uma vez ele a pegou olhando e de repente parou o movimento de cortar a bisteca. Ela olhou para cima culposamente para encontrá-lo olhando diretamente para ela. Sua pele bronzeada fazia seus olhos claros ainda mais atraentes. Dulce congelou em sua cadeira como um pequeno animal que havia acabado de entrar no campo de visão de um predador. Ela não podia ler a expressão inexplicável dos olhos de Christopher naquele instante. No momento em que ele fez o seu característico movimento de rolamento com a mandíbula e olhou para baixo, Dulce ficou sem fôlego com a confusão e a saudade.
Ele deixou a cozinha cedo naquela noite, Meg surpreendeu-se quando ele recusou uma porção de sua torta de morangos.
Dulce assistiu, alguns segundos mais tarde, através da janela sobre a pia, quando Christopher saiu da garagem. Ela tentou não pensar onde ele poderia estar indo, mas fora tão bem sucedida nisso quanto havia sido ao se torturar imaginando o que ele fizera com Eileen Moore nas noites em que permanecera em Chicago.
Cerca de duas semanas depois da chegada de Dulce, Donny inocentemente a forçou a reconhecer Christopher enquanto eles estavam jantando. Era uma brilhante noite de verão confortavelmente quente. O fato de ser uma noite de sexta-feira e de Christopher estar em casa deu um ar festivo ao jantar daquela noite. Dulce havia passado boa parte da tarde, depois que voltou da classe, a limpar a enorme churrasqueira que, Meg admitiu, não ter sido usada uma vez sequer desde que se mudaram para a casa da fazenda. Quando Dulce havia finalmente limpado a engenhoca de ferro monstruosa, resolveu fazer um bom uso dela, para sua satisfação, colocando para assar alguns bifes suculentos, milho na espiga e batatas assadas. Eles estavam desfrutando de sua festa de verão quando, de repente, Donny surgiu com sua pergunta inesperada a Dulce.
— Quer que eu a ensine a montar neste verão, Sra. Savinõn?
Dulce olhou, surpresa, percebendo como queixo angular de Christopher fez uma pausa no movimento de mastigar sua carne.
— Uh... Eu não tenho certeza sobre isso, Donny — ela disse com um riso nervoso. A ideia de montar um daqueles belos, rápidos e gratuitos animais, sem dúvida, a atraía. Mas também era o mesmo que dizer que o pensamento de voar em um avião parecia emocionante e maravilhoso quando se estava apavorado com a decolagem. Não importava o tamanho do seu desejo, ela morria de medo.
— Você não acha que ela poderia aprender em Velvet... ou talvez Aster? — Donny perguntou a Christopher incisivamente.
Dulce esperou em crescente desconforto, enquanto Vic tomava seu tempo de mastigação e deglutição. Quando ele finalmente transferiu seu olhar para ela, a fez sentir-se quente e agitada.
— Você nunca montou antes, não é?
Ela balançou a cabeça lentamente. Ele perguntou se ela já havia montado uma vez enquanto eles estavam namorando em Chicago no ano passado e Dulce lhe havia dito que não, então, nitidamente, mudou de assunto.
— Fui inscrita para fazer aulas de equitação quando tinha sete anos. No dia em que apareci, o cavalo que haviam escolhido para mim, travou e se empinou enquanto o instrutor me ajudava a montar. Eu mais ou menos... recusei-me a voltar depois, para desgosto da minha mãe — acrescentou Dulce sob sua respiração.
Na verdade, Alexis havia ficado quase louca tentando entender como sua filha havia ficado tão aterrorizada por causa do empino de um cavalo. Ela não podia compreender as recusas solenes e, eventualmente, ferozes de Dulce para retomar suas aulas. Alexis havia sido uma amazona exemplar desde muito nova e ia além de compreensão a razão de sua própria carne e sangue abominar o que ela tanto amava.
— O que você acha,Christopher ? — Donny falou quando Christopher apenas olhou para o seu prato e espetou um pedaço de bife com o garfo.
— Não importa o quanto você queira que ela faça isso. Ela tem que querer fazê-lo sozinha — afirmou Christopher laconicamente, antes de comer a carne.
— Mas estes cavalos são gentis! Aster não faria...
— Aster faria... se alguém o deixasse suficientemente nervoso — disse Christopher a Donny com um olhar penetrante. — Não tenho nenhum cavalo em meus estábulos que não tenha algum espírito. Nenhum deles é adequado para algum tímido principiante... exceto, talvez, o Traveler — acrescentou ele em voz baixa.
— Traveler? — Meg estalou. — Você tem que estar brincando. Não pode estar pensando em colocar Dulce em cima daquele mamute!
Christopher pousou o garfo no prato com um barulhinho.
— Eu não disse que estava pensando em fazer qualquer coisa.
Dulce mexeu-se desconfortavelmente em sua cadeira pela tensão que se seguiu. Christopher deve ter percebido que todos haviam parado de comer e olhavam para ele, porque lentamente inalou e pegou o garfo novamente.
— Eu só queria dizer que o Traveler é o melhor treinado do lote. Ele se manteria firme com um trem de carga embarricado nele.
— Se você fosse às suas costas incentivando — Donny admitiu depois de um momento de reflexão. — Mas só até o último segundo antes do impacto. Ele nunca deixaria Christopher se machucar — acrescentou o menino como um aparte para Dulce.
Dulce teve o vislumbre de Christopher sobre Traveler em várias ocasiões e tinha que concordar. Ela nunca havia visto um homem e um animal juntos de forma tão natural e graciosa. Ela sorriu para Donny calorosamente. Eles estavam formando uma estreita amizade e Dulce teve a impressão de que o adolescente queria compartilhar algo que ele conhecia e gostava com ela, assim como ela havia começado a fazer abrindo o mundo da arte para ele.
— Eu aprecio você ter pensando em mim, Donny. Mesmo — disse ela. — Mas, mesmo sendo uma ideia que me atrai, de alguma maneira, não acho que Deus me queria em cima de um cavalo.
Ela sentiu os olhos de Christopher sobre ela quando Donny abriu a boca para protestar.
— Mas eu acho que você se daria bem com Velvet. Talvez se...
— Donny, apenas deixe para lá — Christopher murmurou com exasperação. Havia impaciência o suficiente em sua voz para silenciar Donny, por enquanto.
Na sexta-feira seguinte Christopher não apareceu na fazenda. Dulce tentou dizer a si mesma que não importava, o que era ridículo, porque claramente importava. Um pânico subiu em seu peito toda vez que ela considerou que a sua estada na fazenda estava quase na metade e Christopher ainda não havia falado uma dúzia de palavras com ela desde o seu segundo dia. E ela tinha uma grande suspeita se que ele estava passando um tempo na cama de outra mulher. E se ele continuasse a excluí-la, como havia feito com Jennifer Atwood com sucesso? O tempo estava passando e ela começava a aceitar que seu caso era um capítulo acabado, pelo menos por parte de Christopher.
Meg disse que estava muito quente para cozinhar, então convidou Tim e Dulce para irem a um restaurante italiano em El Paso. Havia sido o dia mais quente do verão até agora e a noite não parecia estar esfriando muito lá fora. Dulce desceu na hora marcada para a partida e se encontrou com Tim e Meg na cozinha.
— O quê? — Ela perguntou a Meg, arregalando os olhos em alarme quando Meg suprimiu, sem sucesso, risadas devido a sua aparência e os olhos azuis de Tim brilhavam com diversão.
— Nós não iremos para o Ritz, Niall. É um lugar simples em El Paso — Meg riu.
— Bem, era isso o que eu imaginava — Dulce respondeu, olhando-os perplexa.
— Você está usando um vestido, salto alto e pérolas! — Meg forneceu o óbvio, já que Niall parecia não vê-lo.
Ela olhou para baixo, confusa por roupa ser a fonte de diversão de Tim e Meg.
— Estou usando um vestido de algodão e um par de sandálias. Está escaldante lá fora.
— E o seu cabelo? — Tim brincou quando fez alguns movimentos girando ao redor de sua cabeça para apontar seu penteado puxado para cima. Meg bufou por sua rudeza masculina.
— Oh, pelo amor de Deus... Você está feliz? — Dulce perguntou com desgosto simulado quando tirou o único clipe que segurava seu cabelo e jogou-o em sua bolsa. Era um dos penteados mais informais, e Meg sabia muito bem! Somente um homem poderia pensar que era sofisticado, pois estava no alto da cabeça. — Um vestido de verão é tão casual quanto uma calça jeans — lembrou a Meg enquanto se dirigiam para a porta traseira. — E eu só estou usando as pérolas porque...
Ela parou abruptamente no meio da frase. Dulce não usava suas pérolas desde que chegara à fazenda. Mas talvez sua melancolia pela falta de Christopher a fizera olhar para elas esta noite. Ele sempre dissera a ela o quanto gostava quando ela usava suas pérolas. E, claro, houve aquela vez...
A memória carregada de Christopher olhando para ela com os olhos quentes e um sorriso lento quando ergueu suas pérolas inundou sua consciência.
Ótimo. Porque eu vou fazer você gozar novamente com isso.
Ela fechou os olhos com força. Uma sensação estranha, trêmula, começou a vibrar em seu peito. Levou um momento para reconhecê-la como os primeiros estágios de pânico.
O que ela fará se não conseguir Christopher de volta?
— Dulce, você está bem? — Meg perguntou, com um vacilante sorriso.
— Nós estamos só brincando — Tim assegurou-lhe rapidamente. — Você nos faria parecer caipiras mesmo que estivesse usando um saco de estopa.
Dulce abriu os olhos lentamente e percebeu que eles estavam parados no caminho de cascalho.
— É claro que eu estou bem — disse ela um pouco rápido demais. — Vamos, eu vou dirigir — ela ofereceu, sabendo que precisava de alguma coisa para se focar além de Christopher Uckermann ou a gritante falta que ele fazia em sua vida.
Após o jantar ela ficou sabendo por que Christopher não havia retornado imediatamente para a fazenda naquela noite.
Claro que ela poderia ter concluído, com toda a franqueza, sem precisar ver.
Os três caminharam até o carro após o jantar, todos eles aparentemente descontraídos, vindo do restaurante climatizado após uma boa refeição em suas barrigas.
O que Dulce viu quando eles se aproximaram de seu carro foi suficiente para ela praticamente jogar a massa que havia estado tão pacificamente descansando em seu estômago na calçada. Tim parou quando viu como estava pálida ao chegar à porta do motorista. Ele olhou para o estacionamento ao lado do restaurante, onde Dulce olhava fixamente.
— Vamos, Dulce. Eu vou dirigir — Tim disse suavemente e, de repente, pegou as chaves do carro de seus dedos dormentes.
Ela saiu do transe que a assaltou enquanto assistia Christopher beijando uma mulher morena no estacionamento de um lugar chamado Salão El Paso. Os braços da mulher serpenteavam em torno de seu pescoço. Ela agarrava seus cabelos muito longos em um gesto ganancioso antes de passar os dedos por seu comprimento. A maneira como Christopher se inclinava sobre a mulher e segurava seu corpo tão perto fez o ato parecer um consumo tanto quanto um abraço.



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Autor(a): Thaaaay

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • vandira20 Postado em 18/03/2024 - 18:06:09

    Ameiiii demais essa história ❤️

  • stellabarcelos Postado em 21/09/2015 - 07:37:41

    Fanfic maravilhosa, linda, incrível! Uma história de amor e dor! Amei! Parabéns!

  • juhcunha Postado em 15/05/2015 - 20:20:20

    ja acabou queria mais amei essa web ela e maravilhosa vc vai adaptar outros livros? se for posta os links aqui ta?!

  • juhcunha Postado em 06/05/2015 - 23:36:17

    posta mais

  • juhcunha Postado em 23/04/2015 - 22:53:03

    fique puta com ucker ele nao que escuta ela cara nao acredito que a dul vai aceita so sexo com ele eu madaria ele se fude cara mesmo se fosse que eu amo ta loca na aceitava uma merda dessa. Cara porque vc colocou a maite com a puta tinha que ser outra eu gosta da maite mais na web eu odiooooo!

  • Anny Lemos Postado em 23/04/2015 - 16:59:32

    Hey moça, tudo bom com você moça? Comigo ta moça. Moça gostei da capa da sua web, é do jeito das capas da WNV moça. Moça, continua logo viu moça. Ei moça, a senhora e lacradora em besha. Ei moça, a senhora troca divulgação? Moça tive um orgasmo só com o titulo da web viu moça. Moça a senhora deixe de safadeza, vou ali moça, gudy naite

  • nessavondy Postado em 16/04/2015 - 13:00:42

    Oieeee Affs dul nao vai falar pro Christopher nao? Ela tem que falar, pra eles voltarem E LOGOOOO CONTINUA

  • dulamaucker95 Postado em 15/04/2015 - 17:41:45

    Olá, acho que é a primeira vez que comento aqui, mas já tenho vindo a acompanhar essa fic desde o inicio. Bem, mas decidi comentar, porque está otima e acho que quem a posta deveria merecer reconhecer seu merito atraves de suas leitoras. (experiencia propria). Não sei qual é a dos pais de Dulce ao querer tomar as decisões dela e em insistir que ela deve estar junto a Stephen, mas ela já é uma mulherzinha e cara por o que to percebendo, ela sofreu muito, não só seu filho morreu como ainda teve que encarar a loucura de seu marido. Odeio a mãe de Dulce argh! Acho que Dulce devia contar tudo para Christopher, porque ela parece que gosta de sofrer, né porque assim ta dificil. Continua :)

  • juhcunha Postado em 11/04/2015 - 23:34:56

    Dulce corvade porque ela nao esplicou logo a cituaçao

  • juhcunha Postado em 10/04/2015 - 23:09:56

    a dul tem que contar a verdade paera o ucker logo


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