Fanfic: Mini web ♥ Três Lições ♥ d&c

Eu estou uma pilha. Sério mesmo. Nunca tremi tanto na vida. Eu não entendo isso, não sou O pegador da escola, mas nunca tive problema nenhum com as garotas, bom, só quando eu vou terminar. Nunca fui bom pra terminar com alguém.

Droga! Mas só de pensar em ver a Dulce (imagina como ela deve estar linda) e lembrar que eu vou ter que beija-la na frente de todos, isso está acabando comigo.

Na minha cabeça eu a vejo. Eu me vejo estendendo o meu braço, a convidando pra dançar, eu imagino ela sorrindo e pegando na minha mão. Depois eu me imagino pisando no pé dela e ela fazendo careta. Ok Ok! Exagero!

Vou me arrumar, se não eu não chego a tempo na festa.

Eu vou sozinho pra festa, já que o Alfonso foi buscar a Anahí e eu não vou segurar vela de jeito nenhum. Chego à festa e ainda é cedo. Poucas pessoas circulam no grande salão, que está todo decorado.

Eu vou pra uma mesa vazia no canto e me sento, acompanhando as pessoas que entram no salão com o olhar.

Logo avisto Maite, que estava extremamente bonita, eu aceno pra ela e ela retribui com um sorriso. Eu continuo na mesma mesa, olhando para entrada um pouco ansioso.

Anahí e Alfonso entram no salão de mãos dadas e assim que me avistam, vêm se sentar ao meu lado. A gente conversa um pouco, até que acontece. Eu a vejo.

Ela entrava no salão com Christian, estava mais linda do que nunca. Seu cabelo estava solto e liso, sua franja caindo sobre seus olhos, ela vestia um vestido preto que a deixava absolutamente deslumbrante.

- Hm, baba baby! – diz Anahí rindo da minha cara de bobo.

- É amor, esse daí nem sabe disfarçar – ele diz rindo.

- E você sabe? – ela perguntou com raiva.

- Ih. Se ferrou! – eu disse rindo e me levantando antes que eles começassem a brigar e terminassem em amaços ali na minha frente – Vou dar uma volta!

Eles nem me escutam, já tinham começado o bate boca. Eu reviro os olhos e saio andando pela festa e cumprimentando os conhecidos.

- Christopher, irmão! – Henrique vem na minha direção me cumprimentando.

- E aí cara? – eu digo.

- Beleza e você? E o plano?

- De pé! – eu digo com um misto de nervosismo e empolgação.

- Vai que é tua! – ele diz rindo e se afastando. Eu rio dele e continuo caminhando pela festa.

Eu vou até onde estão servindo refrigerante e avisto Christian. Vendo ele, eu lembro que preciso fazer uma pergunta pra ele, para poder seguir com o plano.

- Hei Christian – eu digo o cumprimentando.

- E aí Christopher? – ele aperta e minha mão – Tudo firmeza?

- Tudo sim. Mas hei christian, eu posso fazer uma pergunta? – ela enruga o cenho, mas concorda com cabeça.

- Diz aí!

- Hm – eu passo a mão no cabelo e ele ri.

- Vai em frente, cara!

- Tipo, aquele cara com a Dulce na terça-feira – eu digo e ele confirma com a cabeça, como se lembrasse – É algo dela? – eu digo sem graça e ele ri.

- Nem cara – ele diz sorrindo – ta pensando em se declarar? – ele diz rindo e eu engulo o seco – Ah relaxa – ele diz depois de ver a minha expressão – Só a Dulce não reparou ainda – ele diz rindo.

- É o que todo mundo diz – eu digo passando mão no cabelo e sorrindo sem graça.

- É a verdade – ele sorri simpaticamente – Olha cara, deixa eu ir.

- Ok – eu digo.

- Boa sorte! – ele da uma tapa de leve no meu ombro e vai embora. Eu pego meu refrigerante e tomo num só gole.

Eu passo tempo ali e me viro, procurando Dulce com os olhos. Já estava na hora. Estava na hora de por o meu plano em ação, na hora de ver no que vai dá.

Respiro fundo e me meto no meio da pista de dança, ando um pouco a sua procura, mas parece que ela não está por aqui. Vou pra parte das mesas e a encontro sozinha olhando pra todo mundo dançando. Eu sorrio pela ótima oportunidade e me aproximo devagar.

- Boa noite! – eu digo me sentando ao seu lado.

- Oi Chris! – ela diz sorrindo pra mim. Nossa, ela estava realmente maravilhosa. Eu sorrio bobo.

- Hm ta gostando da festa? – eu puxo assunto.

- Sim, está boa – ela diz olhando pro salão.

- Porque isso não me convenceu? – eu digo rindo e ela me encara.

- Ah, eu queria estar dançando – ela diz apontando pra pista de dança com a cabeça. Opa. Essa é a minha deixa.

Eu me levanto e sorrio um sorriso verdadeiro. Estendo minha mão pra ela.

- Me concede essa dança, Senhorita? – eu digo de brincadeira e ela abre aquele sorriso que me encanta.

- Claro! – ela segura na minha mão e eu a levo pro meio da pista de dança.

A música agitada acabou no mesmo instante e começou a tocar uma musica lenta. Eu não esperava por isso e fico sem graça, ela ri como sempre.

Ela põe seus braços ao redor do meu pescoço e me olha sorrindo, eu sem jeito levo minha mão até a sua cintura. Ela apóia sua cabeça no meu ombro e a gente começa a se mexer no ritmo da música.

Muitos olhares eram direcionados à gente, já que Dulce é uma das meninas mais populares da escola. Eu fico um pouco mais nervoso com isso.

O meu coração acelera com a proximidade e eu torço pra que ela não perceba. Mentalmente eu torço pra musica durar mais que três ou cinco minutos, pra ela durar horas. Pra eu poder tê-la em meus braços assim.

Eu suspiro e ela se afasta de mim pra me encarar. Eu a olho nos olhos e uma coragem surpreendente cresce em mim. Eu me aproximo rápido demais e colo os meus lábios no dela. Um sentimento forte se apoderou do meu coração e começou a se espalhar pelo meu corpo, até que... Até que ela me empurra.

Ela me encara com os olhos arregalados de surpresa e não sei o que. Eu sinto os mesmos olhares em mim e escuto algumas risadas.

"Ah cara, que babaca!" eu escuto atrás de mim e engulo o seco. Eu olho pros lados e só comprovo que éramos o centro das atenções, quer dizer, [i]eu[/i] era o centro das atenções. Eu faço a primeira coisa que vem a minha cabeça, eu corro dali. Sim, saio como um covarde. Se quiser pode me chamar assim. Ou quem sabe de "idiota" ou "babaca", bom é isso que estão me chamando mesmo.

Droga!

Eu vou correndo pra casa, não era muito longe dali de qualquer forma.

Entro em casa e ouço minha mãe chamar o meu nome.

- To subindo mãe! – eu digo pra evitar que ela fosse conferir se era eu.

Eu me jogo na cama sem nem mesmo me trocar.

Eu estava acabado, estava me sentindo humilhado. E o pior de tudo não era isso, por mais estranho que pareça, o pior é que eu fui rejeitado. Rejeitado pela garota que eu amo.

Agora que eu lhes contei a minha trágica historia, vocês podem compreender o que eu faço aqui, rolando na cama. Tudo bem que a culpa disso tudo foi minha. Eu não deveria ter feito tantas coisas, mas o que posso fazer agora?

Bom, só lamentar. E isso eu sei fazer muito bem.

Eu finalmente consigo dormir, mas acordo algumas horas depois com uma baita dor de cabeça. Deve ser devido ao nó que está na minha cabeça.

Eu levanto da cama, ainda com a mesma roupa do dia anterior e vou lavar o meu rosto e escovar os meus dentes.

Do banheiro eu escuto a campainha tocar, espero que alguém vá atender. Vou ficar em casa por um bom tempo, sem mostrar a minha cara em público.

A campainha toca de novo. Droga. Acho que estou sozinho.

Desço as escadas com uma grande má vontade e abro a porta.

- Dulce? – eu estava surpreso. Mais que surpreso, eu estava chocado – Han... er... o que... eu...

Ta. Eu não to falando nada com nada.

Ela levantou os lados da boca, numa tentativa de sorriso. Mas não era o seu sorriso, não era o meu sorriso favorito.

Eu suspirei.

O que eu menos queria era fazê-la se sentir culpada.

- Dulce, você não precisa, sabe – eu tento dizer, mas as palavras não parecem ter coerência na minha cabeça.

- Shh – ela coloca o dedo dela sobre a minha boca e eu não entendo nada. Ela se aproxima de mim e sorri. Segura o meu rosto entre suas mãos e faz o que eu não esperaria nem em mil anos. Ela me beija. Me beija como eu sempre sonhei em beijá-la. E é claro que eu retribuo.

Os melhores minutos da minha vida acabam com selinhos. Ela encosta a testa dela na minha, e ainda com nossas respirações ofegantes, ela diz:

- Desculpa por ontem – ela está de olhos fechados e eu também – Você me pegou de surpresa, na verdade eu nunca pensei que você fosse – ela pára e eu abro os meus olhos para encará-la, assim descolando nossas testas.

- Que eu fosse beijá-la?

- É – ela diz sem jeito – Você é todo tímido e tal – eu coro e ela leva as mãos às minhas bochechas – Vê?

Eu sorrio e seguro seu rosto em minhas mãos.

- Então você queria me beijar também?

- Bom – ela parecia sem graça agora – Na verdade eu nunca havia pensado nisso, mas quando você saiu dali eu fiquei pensando – eu a encarei confuso – Quer dizer – ela me encarou – Eu queria, mas não sabia que queria, você entende? – ela pergunta e eu confirmo com a cabeça – Eu nunca tinha pensado em você dessa forma, mas ontem – ela parou um pouco e me encarou – Você me fez lhe enxergar diferente.

- Como assim?

- Quando você foi embora, algumas pessoas vieram falar comigo... – eu a interrompo.

- Quem?

- Calma Chris – ele disse tocando os meus braços – Eles me falaram umas coisas que me fizeram pensar – eu a encaro, confuso e ela prossegue – Eu fui pra casa e fiquei pensando a noite toda, sabe? E aí eu me toquei que aquele dia quando você me falou sobre estar confuso com os seus sentimentos, você estava falando sobre mim.

Eu dei um sorriso tímido e concordei com a cabeça.

- Aí eu comecei a analisar cada momento e eu vi o que todos viram menos eu – ela me encara e sorri.

- E o que você viu?

- Eu vi que fui uma idiota por demorar tanto tempo pra perceber que você gostava de mim e eu vi que me encanta esse seu jeito todo tímido – ela ri, enquanto as minhas bochechas coram – E eu vi que você fica assim quando está comigo e que algo diferente acontece quando eu vejo as suas bochechas corarem – ela ri – ou quando você passa a mão no cabelo, nervoso. Não sei o que é, mas é diferente.

Eu sorri.

- E o que você acha que é? – eu pergunto.

- Não sei – ela diz rindo - Mas eu quero descobrir! – nem dá tempo de falar nada e ela me puxa pra um novo beijo.

Sim, eu estou beijando Dulce Maria. E foi ela quem procurou por isso.