Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

—Que... por que não? —repetiu Anahí. —Porque as pessoas não fazem coisas como essa por pessoas que não conhecem.

—Você decide.

Anahí se esticou. Sabia que Alfonso Herrera lhe estava oferecendo um cabo de salvação. Um telhado, uma cama, não ter que preocuparse com o que ia comer nos próximos dias. Era um homem extraordinário. Era tão amável...

—De acordo.

—Prepararei tudo.

Alfonso voltou a tomar o telefone e falou com o Ezio.

Houve um momento da conversação no que o homem se voltou para olhá-lo com o cenho franzido, gesto a que Alfonso não prestou atenção alguma.

A Anahí adorava aquele sotaque tão doce, apesar de que não tinha nem idéia do que estava dizendo. Ao surpreender-se de novo com aqueles pensamentos, ela se ruborizou vivamente.

—E quando me deixar em minha reunião, meu chofer te levará a minha casa. Se tiver algum problema, fala com o Ezio. Ele sabe inglês, mas a maioria dos empregados de minha casa não o fazem.

Anahí assentiu e tratou de imaginar o mundo no que uma pessoa teria empregados na casa. Ao observar de novo a Alfonso, sentiu que o fôlego lhe gelava na garganta. Tinha uns olhos tão formosos...

Minutos depois, ele desceu diante do edifício do Herrera Industries. Então, Ezio se clareou a garganta.

—À senhorita Kent não gostará que haja outra mulher na casa, chefe —lhe disse.

—O casamento foi cancelado, Ezio —replicou Alfonso, com voz gélida.

Com isso, entrou no edifício, deixando ao guarda-costas completamente atônito.

Então, o homem voltou a meter-se na limusine e o veículo arrancou rapidamente. Assombrada, Anahí olhou ao seu redor.

Só a ligeira moléstia que tinha na parte posterior da cabeça conseguiu convencê-la de que não estava sonhando. De verdade estava sentada na luxuosa limusine de Alfonso Herrera e, ao menos durante alguns dias, não teria que preocupar-se de nada.

Naquele momento, deu-se conta de que aquele homem devia haver tido piedade dela. Anahí só era um caso a mais, uma obra benéfica para um homem como Alfonso Herrera.

Decidiu que trabalharia em sua casa e trataria de lhe devolver sua generosidade do único modo que sabia.

Como tinha chegado até aquela situação? Tinha ocorrido pouco a pouco.

Tudo tinha começado no dia em que começou a se relacionar com o Jeff Danby. Aquele tinha sido seu pior engano.

Anahí tinha crescido em uma granja no Exmoor, que seu pai tinha em aluguel. Seus pais se casaram tarde e sua mãe tinha entrado já na quarentena quando Anahí nasceu. O fato de que a mãe não houvesse tornado a conceber tinha sido uma grande desilusão para seus pais, dado que aquilo significava que não haveria um filho que ajudasse ao pai quando este fosse muito velho para realizar algumas das tarefas mais duras.

Tinha tido uma infância feliz, mas como era filha única, tinham-na mimada um pouco. Seus pais a tinham animado a estudar na universidade, mas Anahí tinha preferido encontrar um trabalho para poder ter seu próprio dinheiro e poder passar mais tempo com suas amigas, que viviam em uma cidade próxima.

Durante os dois primeiros anos, quão único a tinha preocupado tinha sido ter dinheiro para poder comprar roupa da moda e encontrar um noivo.

Entretanto, embora os meninos lhe tinham insinuado abertamente, todos o tinham feito com a única pretensão de satisfazer um desejo sexual. Por muito que gostasse de mostrar-se liberal diante de suas amigas, o fato de haver se criado em uma casa em que aquela classe de comportamento não era aceitável lhe tinha impedido de fazer nada que desgostasse a seus pais.

Então, no dia em que fez dezoito anos, Jeff tinha aparecido em sua vida.