Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Uma brisa de ar fresco tirou Anahí de seus pensamentos. Então, deu-se conta de que a porta estava aberta.

Ao sair, viu uma enorme casa diante dela.

—Senhorita Puente... Meu nome é Ezio Farretti.

—Encantada de conhecê-lo —sussurrou Anahí timidamente.

Ezio falou com uma criada que esperava à porta em seu idioma materno e logo fez um gesto a ela para que passasse.

Anahí se sentia estranha, desconjurado. Muito intimidada pelo que a rodeava, contemplou a imponente escada e os quadros tão formosos que adornavam as paredes.

—Por aqui, senhorita Puente.

—Qual é seu idioma materno? —perguntou ela, para encher o silêncio.

—Italiano.

Ezio a acompanhou até uma luxuosa sala. Opulentos sofás e uma enorme chaminé lhe fizeram pensar que aquilo tivesse sido o que ela tivesse considerado o salão da casa. Na chaminé, ardia o fogo. Anahí não tinha visto um fogo desde que se partiu de sua casa e, sem poder evitá-lo, pensou na cozinha da granja, em que se sentava com seus pais nas frias noites de inverno.

Ezio lhe estendeu um caderno de notas e uma caneta.

—Quer escrever o que necessita para seu filho e para você?

—O que necessito?

—Sim, o que quiser.

—Não tenho dinheiro —sussurrou, avermelhando-se de novo.

—Isso não é problema algum.

O silêncio que Ezio lhe dedicou lhe obrigou a escrever algo.

Decidiu pôr fraldas e comida e sucos para seu filho. Sabia que a sorte lhe tinha sorrido, mas não ia aproveitar se mais do devido. Certamente teria a oportunidade de lavar a roupa.

—Deveria anotar mais coisas —lhe disse Ezio, com voz rouca, quando lhe entregou o caderno. Anahí negou com a cabeça.

Até pôr as necessidades mais básicas lhe tinha doído. Não queria que Alfonso Herrera gastasse neles mais dinheiro do que o necessário.

Subiu com o Ezio a imponente escada. Os móveis que havia no patamar pareciam dignos dos de um palácio. Quando o homem lhe mostrou sua habitação, pareceu-lhe fabulosa. Tinha um quarto de banho anexo e uma pequena habitação com um berço para um bebê e brinquedos quase novos.

De repente, lhe ocorreu que, talvez, Alfonso Herrera era um homem casado e com filhos. Apesar de que sentiu um grande vazio no ventre, o perguntou ao Ezio em seguida.

—O chefe está... solteiro —disse Ezio, depois de um momento de dúvida, —mas freqüentemente recebe visitas de parentes com meninos pequenos. Os Herrera são uma família muito grande.

Depois de que Ezio partisse, Anahí se contemplou em um espelho.

Tinha as calças muito sujas, sobre tudo pela parte traseira, provavelmente de quando caiu. Depois de agarrar um par de brinquedos do berço, levou ao Miguel no quarto de banho e o colocou em cima de uma toalha. Então, despiu-se e, depois de atirar a roupa na banheira, meteu-se na ducha.

Manteve a porta ligeiramente aberta para vigiar a seu pequeno, mas apesar de tudo sentir a água lhe correndo pela pele foi uma glória. Ensaboou-se o cabelo e o acondicionou pela primeira vez em muitos meses. Depois, lavou-se a roupa, mas se surpreendeu ao ver que não havia radiadores.

Naquele momento, alguém bateu na porta da habitação.

Depois de envolver-se em uma toalha, Anahí abriu ligeiramente a porta.

Era Ezio, com uma enorme bolsa do algodão na mão.

—Onde estão os radiadores? —perguntou-lhe.

—Não há. A calefação vai pelo chão.

—Oh...

—Esta bolsa contém roupa que se esqueceram outros convidados. Poderia haver algo que servisse a você ou ao Miguel.

—Não posso me pôr as coisas de outra pessoa. Ficaria furiosa...

—Estamos falando de pessoas muito ricas. Não sentem falta do que esquecem. Simplesmente compram mais coisas —lhe disse o homem, amavelmente. —Deixarei a bolsa do outro lado da porta.

—Obrigada, Ezio —sussurrou Anahí.

—De nada. Entretanto —acrescentou, depois de clarear a garganta, —se não se importar que lhe dê um conselho, não preste muita atenção no chefe. Nestes momentos, não é ele mesmo e suponho que não quer que o façam sofrer, senhorita...

Que não era ele mesmo? Que Anahí não queria que o fizessem sofrer? O que significava aquilo?

De repente, o rosto de Anahí se tinjo de vermelho. Deus santo... teria se dado conta Ezio sobre como Anahí se ruborizava e se comportava como uma colegial quando estava perto de Alfonso Herrera? O que outra coisa tinha podido querer fazer a não ser adverti-la para que não se fizesse ilusões?