Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

—Sinto te haver falado desse modo —murmurou Alfonso, secamente, enquanto se tornava a um lado para que ela pudesse sair do elevador. Ela assentiu ligeiramente para aceitar suas desculpas. —Agora, vá descansar. Farei que lhe enviem algo para jantar.

—Não tenho fome —sussurrou Anahí, com voz tremente, já sem poder olhá-lo.

Então, escutou como Alfonso se afastava dela.

Desprezava-se pelo que havia sentido uns minutos antes. Um homem como Alfonso Herrera não lhe prestaria nenhuma atenção. Felizmente. Era completamente inútil na cama. "Frígida como um cadáver".

Ao recordar aquela penosa descrição de como Jeff tinha definido sua atitude na cama, rememorou também que não tinha desfrutado absolutamente daquela única sessão de intimidade física. O único bom que tinha saído de tudo aquilo tinha sido a concepção do Miguel. Entretanto, Jeff lhe tinha deixado bem claro que ele o tinha desfrutado ainda menos.

Como tinha podido acreditá-lo quando, bêbado, lhe havia dito que era a mulher com quem queria casar-se? Aquilo só tinha sido uma frase pensada para colocá-la entre os lençóis.

—Por que não abortaste, estúpida? —tinha-lhe espetado Jeff, justo antes de lhe dar um murro na cara. Tinha-a atirado contra o chão em sua fúria. Aquilo tinha ocorrido quase cinco meses atrás, mas Anahí recordava o muito que a tinha assustado aquela violência. —Se acha que estou ganhando o dinheiro para gastá-lo em ti e em seu bastardo, está muito equivocada. Se tratar de me prejudicar farei que te arrependa de ter nascido...

O que Anahí mais sentia era que não tivesse visto antes que, sob o superficial encanto do Jeff, escondia-se um homem que utilizava e se aproveitava das mulheres. Deitou-se com outras garotas quando tinha decidido cortar sua relação com ela por duas vezes. Tinha-lhe mentido a respeito, embora, no fundo de seu coração, Anahí sempre tinha suspeitado da verdade.

Entretanto, negou-se a aceitar o fato de que um homem que a tratava daquela maneira não podia ter sentimento algum para ela. Por isso, no momento em que tinha conseguido deitar-se com ela, tinha começado a perder o desejo.

Aquele tinha sido seu castigo por comportar-se como uma tonta, por sonhar com um vestido branco e com a Marcha Nupcial. O que não podia suportar era a atitude de seus pais.

Sabia que a estariam jogando terrivelmente de menos, mas não podia voltar para sua casa enquanto não levasse uma aliança no dedo. As comunidades das sociedades rurais não eram muito liberais. Uma filha solteira, mãe de um filho sem pai, só podia mortificar e envergonhar a seus progenitores.

Justo no momento em que Anahí se deixava cair em cima da cama, Ezio entrou na habitação com o pequeno Miguel nos braços.

—Tirei as roupas do menino da secadora, mas temo que terá que ser você quem o troque.

—Obrigada —sussurrou ela com um fio de voz, enquanto ficava de novo de pé para ocupar-se de seu filho.

—O chefe tem muito pouca paciência nestes momentos. Tratei de lhe advertir —lhe disse Ezio, da porta.

Anahí se deu conta de que não tinha sabido escutar. Com seu orgulho tinha ofendido Alfonso Herrera, a única pessoa que tinha sido amável com ela depois de meses de indiferença.

Um homem rico, atraente como ele não podia ter outros motivos para ajudá-la que a caridade. Sentiu-se envergonhada da realidade do que ela tinha desejado, envergonhada do que sentia quando estava com ele...

À manhã seguinte, despertou com o insistente som do telefone. Era Alfonso.