Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Durante um décimo de segundo ninguém se moveu nem falou. Claúdia e Tammy o olharam, boquiabertas. Então a morena lançou um afogado grito de horror e saiu fugindo em direção ao banheiro. Depois de dar uma portada, passou a chave.

—Céus... que susto me deste... —sussurrou Claúdia, subindo o vestido para cobri-los ombros nus. Tinha o rosto pálido e frio como o mármore e seus maravilhosos olhos negros brilhavam com uma febril ansiedade. —Por favor, não deve tirar uma conclusão equivocada do que viu, Alfonso...

—Uma conclusão equivocada? —espetou-lhe ele, cheio de fúria. A incredulidade inicial tinha dado passo à raiva.

—Só estávamos brincando. Não seja tão conservador sobre...

Claúdia foi se aproximando dele pouco a pouco, com as mãos em tom suplicante. Alfonso não podia afastar os olhos dela. Claúdia Kent, a Top model famosa no mundo inteiro, a mulher a que adoravam as câmaras, a que levava um anel de compromisso que Alfonso lhe tinha dado... Sua beleza nórdica e umas intermináveis pernas a tinham convertido em uma lenda dentro do mundo da moda.

—De acordo, serei sincera contigo —acrescentou, em um tom desesperado. —Te estava sentindo falta terrivelmente e, de vez em quando, eu gosto de variar...

—Variar? Faz soar como se não fosse nada mais o que...

—E não o é! É só sexo! —o interrompeu sua noiva, enquanto lhe agarrava as poderosas mãos que ele, para conter sua raiva, tinha convertido em punhos a ambos os lados de seu corpo. —Não é nada do que você deva preocupar-se, nem sequer nada no que deva pensar porque, se você não gostar, juro-te que não voltará a ocorrer.

Alfonso deu um passo atrás para soltar-se dela. Só era capaz de ver uma imagem: Claúdia, meio nua, abraçada e excitada por outra mulher.

Só sexo? Sentia-se traído e sobre tudo algo a que não estava acostumado: Sentia-se como um estúpido.

—O entendo... Sente-se surpreso e furioso e o sinto muito — prosseguiu Claúdia, cada vez mais desesperada ao ver que Alfonso não respondia. —Sinto muito! Compensarei-te...

—Com o que? Sugerindo-me que me una a vocês?

Claúdia o olhou. De repente, seus olhos verdes adquiriram uma expressão de alívio.

—Você gostaria disso, querido? —perguntou-lhe, com voz sedutora. A fúria e o desprezo percorreram o corpo de Alfonso ao ouvir aquela sugestão. Se Claúdia não fosse uma mulher, a teria golpeado contra a parede.

—Tem o tempo justo para recolher suas coisas e partir daqui —lhe espetou. —Eu me ocuparei de cancelar os preparativos do casamento.

—Não pode estar falando sério! —replicou Claúdia horrorizada. —Parecemos o um para o outro!

Alfonso se deu a volta e saiu do dormitório. Enquanto isso, Claúdia não lhe perdia passo e lhe suplicava constantemente que se acalmasse e que pensasse no que estava fazendo.

Já no saguão, interpôs-se entre a porta e Alfonso para evitar que este partisse.

—Se o conta às pessoas, arruinará minha carreira! Alfonso se limitou a agarrá-la e a apartar a de seu caminho.

—Dio mio... Não o direi a ninguém.

—Então, por que não pode me perdoar? Tammy não significa nada para mim. Não é como se ela fosse outro homem ou que eu estivesse apaixonada por ela. Quero a ti, Alfonso...

O queria? O que teria querido alguma vez ou acaso era a enorme riqueza de Alfonso o que mais a tinha atraído? Ele recordou que Claúdia tinha gostos muito caros, que superavam inclusive o que seu poder aquisitivo lhe permitia.