Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

—Pequena linguaruda sou —murmurou Anahí. Sempre tinha tido a intenção de que aquilo fosse um segredo.

—Há dito que te bateu? —insistiu Alfonso.

—Foi minha culpa...

—Por que diz isso?

—Eu vim a Londres com o Miguel para encontrar ao Jeff. Levou-me tempo, porque tinha trocado de trabalho e se mudou de sua última direção conhecida—explicou Anahí. —Eu fui uma estúpida. Depois de tudo, ele sempre soube como ficar em contato comigo, mas eu não queria aceitar que tínhamos terminado...

—Tinha um filho dele. Claro que não queria aceitá-lo. Sabia ele que estava grávida quando te abandonou?

—Quando me abandonou? —repetiu ela. Aquela palavra fazia que soasse muito pior o que Jeff fazia. Em realidade, só tinha deixado de chamá-la.

Sabia que seguir ao Jeff a Londres tinha sido o segundo pior equívoco que tinha cometido em sua vida. Com um menino, tinha-lhe resultado impossível manter-se em uma cidade tão cara, mas não tinha nenhum outro lugar ao que ir nem familiares com os que ficar em contato.

—Não, não sabia —acrescentou ela. —De fato, eu mesma demorei bastante em me dar conta da situação.

—O que ocorreu quando por fim o encontrou?

—Estava vivendo em um apartamento muito elegante no Notting Hill. Eu levava o Miguel comigo, dado que não tinha nenhum outro lugar onde deixá-lo. Jeff abriu a porta...

—E? —perguntou Alfonso, impaciente.

—Disse-me que tinha uma visita e me colocou rapidamente na cozinha. Quando lhe disse que era o pai de meu filho ficou feito uma fúria. Então, apareceu sua namorada... aquilo foi pior ainda que ele me batesse porque sentiu pena por mim. Aquela era sua casa e decidiu jogar ao Jeff na rua até que se serenasse. Ela era muito sofisticada, muito mais velha que eu, e não se sentia nada envergonhada pela situação. Inclusive me preparou uma taça de chá enquanto me dizia que ir perseguindo o Jeff com um menino tinha sido uma estupidez. Disse-me também que Jeff tinha perdido a cabeça porque eu o tinha encurralado quando ela estava na casa e que ele só tinha tratado de livrar-se de mim para que ela não descobrisse que era o pai de meu filho.

—Encantadora...

—Tinha razão —sussurrou Anahí, enquanto se secava as lágrimas com a manga. —Eu estava muito assustada de confrontar o fato de que estava completamente sozinha, assim que me agarrei ao estúpido sonho de que tudo trocaria quando ele visse o... Miguel.

—Não te perdeste nada —disse Alfonso, enquanto lhe levantava o rosto para lhe secar as lágrimas com seu próprio lenço. —Seu filho e você têm sorte de ter podido escapar de um homem que utiliza com tanta rapidez os punhos em um momento de crise.

Anahí sentiu o cálido olhar de Alfonso sobre ela. Ao levantar os olhos, sentiu que Jeff desaparecia tão rapidamente de seus pensamentos como se não nunca tivesse existido.

Alfonso estava tão perto dela que quase não podia nem respirar. Baixou de novo os olhos e os concentrou sobre a sensual boca de seu protetor e, sem poder evitá-lo, tirou ligeiramente a língua para umedecer os ressecados lábios.

Nunca em toda sua vida se havia sentido tão desesperada, tão ansiosa por sentir os lábios de um homem sobre os seus. O desejo era quase insuportável.

—Não serão meus punhos o que tenha que temer de mim — murmurou Alfonso, de repente. —Eu sou muito mais imaginativo, embora provavelmente também mais perigoso...

"Por favor, por favor, me beije. Não me importa", pensou Anahí, sem poder evitá-lo.