Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Escolheu um vestido e uma jaqueta cor turquesa e procurou entre as caixas até que encontrou uns sapatos que faziam jogo. Não podia imaginar-se que Alfonso gastou tanto dinheiro com ela. Era uma loucura.

De verdade não tinha nem idéia do tipo de vida que ela em teoria levava nem os ambientes nos que devia mover-se. Onde ia a ela a poder usar todos aqueles trajes e vestidos de noite tão maravilhosos?

Quando esteve vestida, viu que nem Miguel nem sua babá estavam já no quarto do menino, por isso se dispôs a descer as escadas. Fez com muito cuidado, dado que os saltos que usava eram muito altos. Além disso, sentia-se muito nervosa pela visita.

Antes de entrar no salão, viu-se refletida em um dos espelhos do vestíbulo e quase não se reconheceu. Sua nova imagem transmitia classe e dinheiro. Naquele momento, abriu-se uma das portas que davam ao vestíbulo.

—Anahí... se apressa —disse Alfonso, com certa exasperação. 

Até falando daquela maneira, resultava um homem formoso. A jovem entrou no salão. Ali, viu uma mulher loira, amadurecida, com frios olhos azuis e um ar de eficiência. Em seguida, a mulher se dirigiu a ela.

—É você a senhorita Puente? —perguntou, olhando-a de cima abaixo com a dúvida no rosto.

—Sim.

Miguel estava sentado em um tapete, jogando. Ao ver sua mãe, lançou um grito de alegria e estendeu os braços. Com aquela roupa tão bonita, parecia um menino que tinha nascido rico e com toda a vida resolvida.

Depois de tomar o seu filho nos braços, Anahí se sentou e o colocou no colo. Abraçou-o muito forte e, ao mesmo tempo, deixou que o queixo lhe descansasse sobre a cabeça do pequeno.

—O doutor Coulter me informou que, no momento, você está vivendo aqui —comentou a mulher. —Isso é verdade?

—Anahí e eu vamos nos casar —afirmou Alfonso, com a maior tranqüilidade do mundo.

Com aquilo foi mais que suficiente. A assistente social ficou boquiaberta. Então, consultou o relatório que levava em uma pasta e olhou ao Miguel. Por último, observou a Alfonso e sorriu.

—Estou encantada de que a situação se resolveu deste modo. Miguel parece estar muito feliz.

—Também espero adotar Miguel como meu filho —lhe assegurou Alfonso.

A mulher assentiu lentamente. Depois de lhes desejar todo o melhor para o futuro, levantou-se e se dispôs a partir. Anahí deixou que fosse Alfonso  quem se preocupasse de acompanhá-la à porta. Uns minutos mais tarde, Alfonso voltou a entrar no salão.

—A senhorita Elliott deu por certo que Miguel era meu filho.

Anahí se ruborizou e ficou de pé de um salto. Aquela possibilidade não lhe tinha ocorrido, mas assim que Alfonso o comentou, compreendeu imediatamente o modo em que a assistente social tinha reagido.

—De verdade? Disse-te algo enquanto partia?

—Não teve que dizer. Tinha-o escrito no rosto. Suponho que Miguel tem o cabelo escuro e essa explicação faz que nossos planos de casamento lhe pareçam muito mais lógicos. Entretanto, eu não gostaria que ninguém acreditasse que eu seria capaz de tratar à mãe de meu filho como o pai de seu filho tratou a ti. Por isso lhe disse que tinha a intenção de adotar ao menino —acrescentou, enquanto cruzava a sala e se aproximava de contemplar ao pequeno, cujos enormes olhos azuis começavam a refletir o esgotamento. —É surpreendente. Passa-se a metade da manhã comendo, lavando-se e vestindo-se e... assim que está preparado, o único que quer é voltar para o berço.

—Sempre dormiu muito —disse Anahí, agradecida por aquele tema de conversação. —É um menino muito bom. E você te levou muito bem diante da senhorita Elliott. Foste muito convincente. Sei que não disse tudo isso sobre você e eu a sério, mas estou muito agradecida. Aconteça o que acontecer, asseguro-te que não voltarei a correr o risco de que tirem o meu filho.

Alfonso a contemplou com uma expressão tensa no rosto. Então, franziu o cenho.

—Acredito que estivemos falando sem nos chegar a entender completamente. Quando tiver levado Miguel para que tire sua soneca, voltaremos a conversar sobre este assunto.

O que significava aquilo?