Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Naquele momento, Ezio se inclinou para retirar a jaqueta que Alfonso tinha colocado sobre a jovem.

—O que está fazendo? —perguntou-lhe ele.

—Tirei seu casaco do carro, chefe. Dará-lhe mais calor. Não há razão alguma para que você também adoeça de pneumonia.

—Eu estou bem. Talvez pudéssemos colocá-la na limusine... — disse Alfonso.

Naquele momento, o menino começou a chorar.

— Giovanni, você é um homem de família, reconforta a esse bebê um pouco... —acrescentou, referindo-se a um de seus guarda-costas. Então, voltou a colocar a jaqueta sobre o casaco para dar a jovem um pouco mais de calor. —Está gelada...

—Miguel? —sussurrou Anahí, de repente. Sentia a cabeça a ponto de explodir, mas tinha reagido heroicamente ao escutar os soluços de seu filho. —Onde está meu filho?

Alfonso se inclinou sobre ela e a olhou nos olhos, tão azuis como o céu da Toscana.

—Seu filho está bem. Fique quieta. Já vem de caminho uma ambulância...

—Não posso ir ao hospital... Tenho que cuidar de Miguel! — exclamou Anahí, ao mesmo tempo que sentia que o homem que lhe tinha falado com um acento tão musical lhe impedia de incorporar do chão. Ela o olhou, enquanto o desconhecido se dirigia a outra pessoa a que a jovem não podia ver.

—Chamaste já à polícia? Não, por favor, à polícia não... —suplicou Anahí. —É você a pessoa que estava no carro? —acrescentou. O homem assentiu a modo de resposta. —Não necessitamos nenhuma ambulância nem a polícia. Encontro-me bem. Tropecei e caí. Só perdi a consciência durante um segundo... isso é tudo...

—Tem família... um noivo ao que possa chamar em seu nome? — perguntou-lhe ele.

—Não.

—Tem que haver alguém. Um amigo, um parente... não?

—Não tenho a ninguém —insistiu ela, com um ligeiro tremor na voz.

Alfonso a estudou. Não era de Londres. Tinha um pronunciado acento que não podia localizar. Entretanto, decidiu que aquilo podia esperar. O primeiro era o primeiro.

—Quantos anos tem?

—Vinte. Não quero que chame a polícia... ouviu?

De novo, tratou de incorporar-se, apesar do forte enjôo que a envolvia. Se a levavam a um hospital, a polícia pediria às autoridades que se fizessem acusação do Miguel e lhe atribuiriam uns pais adotivos. Quando o conseguiu, sentiu que se cambaleava e que um forte braço lhe rodeava as costas.

—Devem lhe dar atenção médica. Prometo-lhe que não a separarão de seu filho.

—Como pode me prometer isso?

Ao fim chegou a ambulância, entre um estrondo de serenes e de luzes. A equipe médica se baixou imediatamente e obrigaram a Alfonso a afastar-se.

—Miguel! —exclamou Anahí, quando a levavam em uma maca.

—Eu a seguirei ao hospital com ele —lhe assegurou Alfonso.

—Não o conheço de nada...

—Mas nós sim que o conhecemos, —lhe assegurou um dos enfermeiros. —Não se preocupe. Seu filho estará completamente seguro com este cavalheiro.

Esgotada pelo esforço, Anahí se limitou a assentir. Enquanto a ambulância se afastava, Ezio deu a seu chefe sua jaqueta.

—Temos o nome e a direção de uma testemunha. Deveríamos declarar ante a polícia só para estar seguros... —sugeriu Ezio.

Alfonso se sentia completamente surpreso pelo oferecimento que tinha feito aquela moça para aplacar a ansiedade que sentia sobre seu filho. Então, aproximou-se do carrinho e contemplou ao pequeno.

Em um ninho formado por colchas e mantas e sob um gorro de lã com uma borla no alto, adivinhavam-se os enormes e assustados olhos azuis do pequeno.

—Te encarregue você dessa declaração. Eu levarei o Miguel ao hospital.