Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

—A maior parte das mulheres trabalham. Além disso, o posto só é a tempo parcial.

—A maior parte das mulheres não inclui a minha esposa. Bom, de que trabalho se trata?

—De recepcionista.

—Tem a mais remota idéia de quão ricos somos? —perguntou-lhe Alfonso, depois de uma pausa em que se recuperou de sua incredulidade.

—Eu não sou rica. Você é.

—Acredito que seria bastante pouco adequado que você aceitasse um posto que outra pessoa necessita mais que você. E essa será minha última palavra neste assunto.

—Mas não a minha. Consegui essa entrevista por méritos próprios, estou orgulhosa disso e penso acudir...

—Eu já lhe disse que não.

—É por acaso não tenho direito de estar em desacordo contigo?

—Não quando eu sei mais que você. Não penso permitir que atire pelo chão o nome dos Herrera só porque quer trabalhar de recepcionista.

—Ponhamos as coisas em claro —disse Anahí, lívida. —Se eu fosse cirurgião ou algo importante, mostraria uma atitude diferente. Entretanto, como só sou capaz de fazer um trabalho que você considera sem importância, tenho que ficar em casa para proteger sua dignidade.

—Dado que não é cirurgião, não acredito que tenhamos que falar desse aspecto. Vamos, ponha um pouco mais alegre e vamos às carreiras.

—Não.

—Seja sensata. Eu trabalho muitas horas. Quando estou livre, quero que...

—Alguém alguma vez te disse que pode ser muito dominante? Eu já disse que se quero trabalhar, trabalharei.

—É essa sua última palavra?

Anahí assentiu.

Alfonso a contemplou com uma falta de satisfação que fez que ela caísse presa do pânico. Então, seu marido girou sobre seus pés e começou a subir as escadas.

Uma hora mais tarde, enquanto Anahí esperava seu turno com as demais solicitantes, começou a perguntar-se exatamente o que estava fazendo ali. Queria deixar a seu filho ao cuidado exclusivo da babá? Ia deixar também suas aulas de italiano?

Talvez deveria ocupar-se mais de dirigir sua casa, dado que Alfonso tinha uma vida social muito agitada. De fato, aquela mesma noite tinham uma festa.

Depois de suprimir um suspiro, Anahí decidiu que não havia razão alguma em passar por uma entrevista para um trabalho que nem sequer queria. Só o orgulho a tinha impulsionado a procurar um emprego para que não a considerasse uma caça fortunas.

Quando chegou em casa, sentiu-se muito desiludida ao saber que Alfonso tinha voltado para seu escritório. Às três, foi ao salão. Sly, que fazia tempo que sabia que Anahí não era italiana, sempre atendia a jovem pessoalmente.

—Ouvi dizer que Claúdia não conseguiu um contrato muito importante para uma assinatura de cosméticos —lhe disse Sly, enquanto começava a lhe cortar o cabelo. —Mas tem que aceitar que os anos não passam em balde... 

—Quantos anos tem?

—Tem que ter mais de trinta —sussurrou Sly, como se a informação fora confidencial. —Se diz que é muito difícil trabalhar com ela. Muitas pessoas do mundo da moda não a apreciam. Isso faz a uma pensar se os rumores mais suculentos que circulam por aí serão verdade.

—Rumores? —perguntou Anahí, sem poder evitá-lo.

—As grandes empresas de cosméticos são muito cuidadosas com sua imagem e esperam que a modelo que selecionam tenha uma reputação limpa e Claúdia... Bom, ouvi que... Oh, me perdoe.

Sly teve que ausentar-se durante uns momentos. Anahí se olhou no espelho e decidiu que era horrível por sua parte escutar rumores sobre o Claúdia. A Alfonso não gostaria...

—Podemos mudar de assunto, Sly? —disse-lhe a jovem quando a estilista retornou.

—Contanto como nos estávamos divertindo esfolando ao Claúdia?

—Sinto muito. Sei que eu te provoquei, mas falar sobre ela faz que me sinta mau.

—Isso é o que não faço mais que dizer às pessoas sobre ti. Tem uma doçura e uma sinceridade inigualáveis. Aposto-me algo a que Alfonso ficou atônito pela diferença ao lhes comparar as duas. Quer que te diga o último? Alfonso se livrou de uma boa.