Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

—Sim, disse-me que você gostava...

—Entretanto, já não pude fingir mais quando desapareceu. Estava desesperado. Não podia trabalhar, nem dormir. Passava o tempo percorrendo os albergues para os sem casa... não tem nem idéia do que aconteceu nessas duas primeiras semanas. Pareceu-me que tinha descido ao inferno. E estava tão preocupado... Pensei que não lhes voltaria a encontrar.

—Suponho que cedo ou tarde teria ido a um advogado para que nos tramitasse o divórcio, mas era algo ao que não me podia enfrentar...

Alfonso a tomou entre seus braços com tanta força que Anahí quase não podia respirar.

—Nunca teria aceito me divorciar de ti. Teria lutado. Não há nada que não tivesse sido capaz de fazer para recuperar ao Miguel e a ti... Teria sido capaz de suplicar... É que não te dá conta de quão feliz sou contigo?

Efetivamente, Anahí tinha pressentido tudo aquilo muitas vezes, mas sem as palavras de amor que confirmassem o que sentia...

—Você disse que você me gostava e que, com o tempo, poderia tomar carinho. Pareceu-me tão vazio de sentimentos... Era como dizer que jamais te poderia apaixonar por alguém como eu.

—Não sabia o que te dizer nem como te tratar, mas te asseguro que não o disse com a intenção que você tomou. Dava-me muito medo dizer a palavra "amor" tão logo atrás de minha ruptura com Claúdia...

—E me enganou deliberadamente?

—Sim, porque sentia que senão, rechaçaria-me. Acaso não te começou a perguntar de que planeta era eu quando te pedi que te casasse comigo só uns dias depois de te conhecer? Agarrei-me à primeira desculpa que me ocorreu para não voltar a me separar nem do Miguel nem de ti. Por certo, onde está?

—Na cama. Pode ir vê-lo se quiser —disse Anahí. Sentia-se ditosa de que já não houvesse nada que esconder entre eles. —Te quero tanto... 

—Eu também te quero, meu tesouro... 

Anahí o acompanhou ao dormitório, que estava na planta de cima, para que visse o menino. De repente, Miguel abriu os olhos e os olhou fixamente. Então, com um grande esforço, ficou de pé no berço pela primeira vez.

—Quando aprendeu a fazer isso? —perguntou Alfonso.

—É a primeira vez que o consegue. 

O menino parecia tão surpreso como eles do que tinha conseguido. Então, sorriu, mas cometeu o engano de soltar a barra do berço a que se agarrou e caiu sobre o colchão com um grunhido de decepção. Alfonso tomou ao menino nos braços. 

—É muito inteligente! Mamãe e eu estamos muito impressionados!

Depois de tantas emoções, custou-lhes um pouco que o menino se voltasse a dormir, mas, ao final, o esgotamento conseguiu.

—Meus pais chegarão muito em breve a casa —disse Anahí, quando estavam no alto das escadas. 

—Não. Vão passar a noite em um hotel. 

—Como disse?

—Vim pela primeira vez ontem pela tarde, quando você estava às compras com o Miguel. Seus pais me convidaram a passear e me submeteram a um interrogatório. Sugeriram-me que viesse a ver-te esta tarde, quando eles estariam fora, mas os preocupava que não tivéssemos tempo suficiente de limar nossas diferenças....

—Não posso acreditar nisso! Não me disseram nada!

—Contaram-me que talvez me custasse um pouco te convencer para que retornasse comigo, assim que me ocorreu a idéia do hotel.

—Como foste capaz de jogá-los de sua própria casa? Não estiveram em um hotel em toda sua vida!

—Sei, disseram-me isso. E a sua mãe pareceu emocioná-la muito a idéia.

—Já vejo que lhe ganhaste isso...

—Estamos empatados. Você tem a minha mãe de sua parte.

—Isso é impossível.

—Por certo, é essa sua habitação? —perguntou ele, metendo-se no dormitório. —Eu adoro as flores e tudo que me lembra você. — brincou, puxando-a para que entrasse no quarto.

Acariciou brandamente os cachos e a beijou com uma imensa ternura, tanta que ela pôs-se a tremer. Era maravilhoso sentir-se amada.

—É tão formosa e te amo tanto que me dói —confessou Alfonso. —Cada vez que penso que poderia não te haver conhecido, o medo se apodera de mim e...

—Eu também te amo...