Fanfic: Paixão Italiana *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Naquele momento, deu-se conta de que a solução a sua situação tinha estado batendo na porta durante muitas semanas, mas ela se negou a enfrentar-se à verdade. Miguel tinha que ser primeiro. Tinha sido muito egoísta.

Que mãe teria a seu filho na rua a altas horas da madrugada? Tinha vinte anos e, embora tinha deixado de estudar antes de tempo, não era tola. Finalmente estava aceitando o inevitável.

—Se entregar o menino em adoção, —lhe havia dito sua mãe, — poderá voltar para casa conosco. Não consentirei que faça sofrer mais a seu pai, Anahí. Fez o que não devia e agora está pagando as consequências. Se decide ficar com o menino, só lhe esperam penalidades...

Ao longo daqueles meses, Anahí tinha compreendido a verdade que havia naquelas palavras, apesar de que em um princípio lhe tinham parecido completamente desumanas.

Tinha sido o suficientemente estúpida para acreditar que Jeff faria um lar para eles em Londres, que quereria a seu filho tanto como ela e que se casaria como lhe tinha prometido. Entretanto, nada disso tinha ocorrido. Miguel viveria muito melhor se alguém o adotava.

Romperia-lhe o coração, mas era uma crueldade ficar com ele quando não poderia dar o que o pequeno se merecia. Não ficava escolha. Não podia ganhar o suficiente para fazer que lhe cuidassem de menino nem para uma casa em condições. Nem sequer com o dinheiro que lhe dava o Estado lhe tinha ido muito melhor depois de que uma enfermidade a obrigasse a deixar seu último trabalho.

Tudo o que havia possuído alguma vez se transformou em dinheiro ou o tinham roubado. Tinha chegado o momento de fazer o mais adequado para o Miguel. Assim, seu filho teria dois pais que o cuidariam e uma casa decente.

Como ia ficar no caminho de seu filho quando ela tinha tão pouco que lhe oferecer?

Naquele momento, entrou de novo a enfermeira com um amplo sorriso nos lábios.

—O senhor Herrera vai vir te visitar. Que sorte tem!

—Quem?

—Alfonso Herrera. O homem que esteve a ponto de te atropelar com sua limusine.

—Uma limusine? Herrera? Não é esse também o nome deste hospital? —perguntou

Anahí, confusa. Não sabia se era uma limusine, mas recordou que aquele homem viajava com um montão de gente.

—Este hospital faz parte da Fundação Herrera. É uma organização benéfica criada pelo senhor Herrera. Só aceitamos a pacientes locais quando se trata de uma emergência —lhe explicou a enfermeira. —Nossos doentes vêm de todos os lugares do mundo para operar-se de doenças que não podem tratar em seus países de origem. É a fundação que cobre os gastos. O senhor Herrera é um filantropo muito famoso. De verdade que não ouviste falar dele?

—Não. Tampouco me dava conta de que fosse uma limusine.

—Talvez tampouco te tenha dado conta dos olhos tão formosos que ele tem, —prosseguiu a enfermeira, em tom de brincadeira. —Isso para não mencionar o resto. Alfonso Herrera é a morte e está tão bom para comer-se.

Do outro lado da porta, Alfonso se deteve ao escutar aquela palavras e levantou uma sobrancelha com exasperação. Então, depois de chamar ligeiramente à porta, entrou.