Fanfics Brasil - Capítulo 6 Amor e ódio

Fanfic: Amor e ódio | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner


Capítulo: Capítulo 6

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                O domingo que se passou, para Fátima, não foi exatamente diferente daquele sábado, em que William saiu definitivamente de casa. Os filhos faziam valer os minutos do dia dela, mas ainda assim era difícil disfarçar a expressão apática. Ela levou as crianças pra almoçarem em um restaurante perto de casa. Com eles em casa, ela se mantinha suficientemente ocupada para não pensar muito em William.


                Nove da noite. Vinícius subia as escadas com um copo de leite com achocolatado, para tomar no quarto antes de dormir. Fátima averiguou se os dentes dos três estavam escovados, colocou-os na cama e foi pro quarto. Domingo a noite era sempre tedioso, apesar de ela amar seu trabalho e ter prazer em se levantar diariamente para executá-lo. A gripe, agora, deixava apenas resquícios. Ela estava bem melhor, sem sintomas aparentes, apenas uma fina dor de cabeça, que ela tinha esperança que passaria em breve. Recapitulou em sua mente os compromissos do dia seguinte: “Marcar consulta de rotina para as crianças, pagar a parcela do seguro do carro...”. Abaixou-se no armário onde guardavam pastas de documentos e abriu gavetas a procura de um carnê de pagamento. William geralmente controlava essa papelada, ela tinha uma vaga noção de onde ficavam guardados. Fuçou gavetas, revirando pilhas de papéis, sem encontrar o que queria. Na terceira gaveta, encontrou algo que ela não esperava e nem desejava rever naquele momento. Era a foto de um jantar com a família de William, em um restaurante em São Paulo. “Nós tínhamos uns 2 meses de namoro...”, ela pensou consigo mesma. Fátima levantou-se da posição agachada em que se encontrava e sentou-se na cama, recostando-se no travesseiro da cabeceira com a foto na mão. Observou-a por alguns segundos e fechou os olhos, resgatando em sua memória detalhes muito vivos daquela noite.


 


 


 


 


 


 


 


(...)


Janeiro de 1990.


 


Sentada na cama do antigo quarto de William, Fátima o aguardava sair do banho. Estava parcialmente pronta pra jantar fora com toda a família dele em um sábado a noite, na grande São Paulo. Faltava apenas calçar as sandálias de salto, coisa que ela faria apenas quando ele estivesse pronto. A TV estava ligada passando uma novela qualquer, mas ela desviou a sua atenção pra reparar em alguns detalhes daquele cômodo que tinha cada traço da personalidade de William. Ali, ele morou até mudar-se pro apartamento onde morou sozinho, depois de formado. Apesar de fazer algum tempo que aquele não era mais o quarto dele, ainda estava intacto, exatamente como ele deixou ao se mudar. A cama apenas havia mudado de solteiro para uma espaçosa e macia cama de casal. Em frente a cama, uma TV de 29 polegadas e ao lado dela, ainda nas prateleiras, uma enorme coleção de carros antigos em miniatura. Fátima sorriu, achando graça de ver que era a parte mais organizada do quarto. Os carros estavam enfileirados ordenadamente, todos inclinados quase no mesmo ângulo. Na prateleira de cima, alguns livros antigos e apostilas da faculdade. E no pequeno espaço de parede que ainda restava, o diploma de William emoldurado em um pequeno e bonito quadro. Não haviam porta retratos. Na lateral direita, um círculo de tiro ao alvo, sem nenhum dardo. Fátima foi despertada de sua fiscalização visual quando a porta do quarto se abriu e ele entrou vestido com uma calça jeans, sem camiseta, enxugando as costas do banho. Sorriu pra ela ao vê-la deitada em sua cama.


                - Vendo novela aí? – ele perguntou.


                - Não... Estou reparando seu quarto. – ela sorriu. – Porque não leva sua coleção de carrinhos pro apartamento do Rio?


Ele se abaixou pra pegar uma camisa na mala, mas olhou pra trás e respondeu a ela:


                - Porquê tenho um ciúme doentio dessa coleção. Aqui pelo menos eu sei que minha mãe cuida, não deixa cair nem arranhar.


Fátima riu.


                - Você praticava tiro ao alvo? – ela apontou para o alvo.


                - Não... Meu pai que ganhou de um amigo dele que desmontou um antiquário. Meu quarto foi o único lugar da casa em que ele se encaixava na decoração, por isso colocaram ele aí... Mas eu nem sei se veio com dardos, acho que é só o alvo mesmo... Nunca pratiquei. Mal noto a presença dele aí.


                - Hum... – Fátima acatou a resposta dele.


Ela levantou-se da cama e foi até a mala calçar os sapatos e ficar pronta para o jantar. Tirou de lá um peep toe preto, que combinava perfeitamente com seu tubinho cinza escuro, justo e elegante. Aguardou que William se vestisse, aproveitando pra retocar o batom no espelho do quarto. Abotoando uma camisa verde claro, ele se virou pra ela e vislumbrou-a, de pé encarando o próprio reflexo no espelho. O sapato de salto fazia com que as pernas de Fátima aparentassem mais grossas e torneadas do que realmente eram. Com um olhar malicioso, quase engolindo-a com os olhos, William encarou-a de cima em baixo. Girou o corpo, foi até a porta do quarto e a trancou quase em câmera lenta, para que a tranca não emitisse som algum. Fátima observava imóvel, enquanto ele se aproximava sorrateiramente dela, com um sorriso nos lábios.


                - Tá maluco? O que você está fazendo? – ela questionou, divertidamente, em voz baixa.


Ele se jogou pra cima dela, empurrando-a contra a cama. Fátima caiu de costas no colchão, com o batom na mão. Riu sozinha ao entender perfeitamente as intenções de William, mesmo que ele não tenha falado nada.


                - William, todo mundo aí fora, você não tem juízo não? – ela cochichou por baixo dele, enquanto William beijava o colo do peito dela, exposto pelo decote do vestido.


                - É? Fala que você não gosta e eu paro. – ele sorriu pra ela, mordendo o lábio. Ergueu a cabeça e encarou o rosto dela, esperando uma resposta dela, que ele sabia que não viria. E não veio. Fátima sorriu, acariciando a boca dele. Não precisou dizer mais nada.


William enfiou a mão por dentro do vestido dela, alisando suas coxas até a altura da virilha. Trespassou a mão, apertando com força a lateral do quadril dela. Enroscou o dedo na tira da calcinha e a puxou pra baixo, retirando-a por completo. Enfiou-a no bolso, como uma forma de provocar Fátima, devolvendo-a quando terminassem de fazer amor. Desafivelou o cinto e abriu a braguilha da calça jeans. Olhou pra Fátima e ela vibrava embaixo dele, excitada com as circunstâncias em que aquilo estava acontecendo. Do lado de fora do quarto, era possível ouvir o ruído das portas batendo e pessoas transitando pelos corredores. Não podiam fazer barulho algum, senão seriam notados. William penetrou Fátima lentamente e ela fechou os olhos ao senti-lo, cruzando as pernas ao redor da cintura dele. Soltou um gemido ofegante baixinho, somente ele ouviu. Fizeram amor em silêncio, deitados nos pés da cama do antigo quarto de William na casa dos pais. Antes que conseguissem terminar, três batidinhas na porta interromperam as remexidas de William e fizeram com que Fátima abrisse os olhos em um rompante.


                - Filho? – a voz da mãe de William ecoou.


Ele olhou pra Fátima e respondeu, aumentando o tom de voz.


                - Oi, mãe.


                - Vocês estão prontos?


Fátima fez que sim com a cabeça a ele. Se sentia constrangida só de imaginar que a sogra pudesse desconfiar do que realmente estavam fazendo.


                - Estamos. – ele respondeu prontamente.


                - Então vamos, seu pai já chamou o elevador.


William arregalou os olhos e, ligeiramente decepcionado por ter que sair dali, levantou-se da cama. Fátima levantou-se em seguida, pegou a bolsa na cômoda do quarto e caminhou até a porta. Esperou que William se recompusesse, girou a tranca e aguardou na porta do quarto. Saíram juntos, atravessaram o corredor íntimo e se depararam com as irmãs de William esperando na sala.  Elas viraram as costas e foram na frente até a porta da sala, que estava aberta. William esperou que elas tomassem uma certa distância dos dois e segurou Fátima pelo braço, cochichando no ouvido dela.


                - Você está pronta mesmo pra sair? – ele disse, apalpando a calcinha dela, que estava dentro do bolso da calça jeans dele.


Naturalmente, Fátima olhou pra ele.


                - Estou.


William franziu a testa.


                - Tem certeza?


                - Claro que tenho. – ela sorriu, maliciosamente.


William sorriu e esfregou a testa.


                - Eu não acredito que você vai sem... Meu Deus! Você quer me enlouquecer?


Ela o puxou pelo braço e disse, pra que todos pudessem ouvir.


                - Vamos! Seu pai está esperando.


E assim, caminharam juntos até a porta do elevador.


 


 


 


 


 


 


(...)


Fátima lembrava-se perfeitamente daquela noite, do quão maravilhosa e agradável tinha sido. “Que loucura, ir sem calcinha pro jantar com o pais dele!”, ela mesma se reprimiu. William estava tão lindo, ela nem precisava olhar para a foto pra concluir isso. Fechou os olhos e, subitamente, a saudade doeu demais, mais do que havia doído o dia todo. Ele engoliu seco e prometeu a si mesma que não choraria. Precisava ter força e não se deixar abater por dezesseis anos de lembranças. Enfiou a foto na gaveta e a bateu com abruptamente. Tratou de procurar os documentos que precisava, se enfiou em uma camisola e foi pra cama. Atirou o travesseiro de William na cadeira, na ponta oposta do quarto. Rolou na cama, se posicionando no meio dela, sem deixar livre o espaço que ele sempre ocupava. Fechou os olhos e pensou. Aquela não seria uma semana fácil. Seria a primeira vez que eles se encontrariam no trabalho estando separados. Fátima sabia o quão dolorosa e penosa seria aquela rotina, apesar de terem separado muito bem as coisas, desde sempre. O fantasma de uma possível amante fixa continuava-a assombrando. Lentamente, Fátima foi apagando, mergulhando em um profundo sono. Mas sonhar com ele naquela e em todas as outras noites era inevitável. 



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Autor(a): bonemerlove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 67



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  • Uma_fã Postado em 16/12/2016 - 20:50:43

    Adorei seu estilo de escrever,q pena q não finalizou,mas se ainda tiver acesso,finaliza,pfv. Parabéns

  • neucj Postado em 14/03/2016 - 20:55:37

    Quero o último cap da fic....

  • babi15 Postado em 03/02/2016 - 20:21:30

    Esperando deitada o ultimo cap de uma das melhores fic do casal. Ja li outras fics dessa autora e ela escreve mto bem .Parabens

  • neucj Postado em 21/01/2016 - 11:07:48

    Desistiu de postar o último cap???

  • puff Postado em 06/07/2015 - 09:13:36

    Nao vai mais postar?

  • Julie_ Postado em 11/06/2015 - 15:01:05

    Leitora nova *---* Cnt

  • jurb Postado em 09/06/2015 - 18:57:39

    Lindo DEMAIS esse capítulo! Sem palavras...

  • puff Postado em 09/06/2015 - 17:39:15

    Meu deus que lindooo ameiii pena q esta no fim, vc escreve muito bem

  • bia_jaco Postado em 09/06/2015 - 17:35:00

    Ehhhhhhhh capítulo lindo!!Bom demais ver eles juntos de novo <3 amei amei

  • bia_jaco Postado em 28/05/2015 - 17:36:58

    Coisa lindaaaaaaaaa!!!Amei o capítulo,tão perfeito esses dois *___*


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