Fanfic: Chris e Ucker

Chris sabia que seria impossível não se encontrar com Ucker, só não esperava vê-lo tão rápido.

Chris estava com medo, era a primeira vez que Ucker falava assim com ele, ele tem vontade de chorar mas olha firme para o seu amor e resolver confessar tudo.

- Tudo bem o que você quer saber?

- É verdade o que disseram ontem? Você tava tentando me beijar?

Chris segurou as lagrimas levantou a cabeça olhou fundo nos olhos de Ucker.

- É verdade sim, eu queria te beijar, alias quero te beijar desde a primeira vez que te vi.

Ucker fica mudo olhando para Chris.

- Você tá apaixonado por mim?

- To.

Ucker fecha os olhos.

- Desde de quando?

- Desde que te conheci.

- Porque não me disse antes?

- Pra que? Pra ter seu despreso?

- E eu tô te despresando agora? Responde?

- Não.

- Então. Não importa a maneira como você gosta de mim eu te considero um irmão e nunca vou deixar de ser seu amigo.

- Brigado, mas tudo isso que você disse me salvou e me matou, porque fez eu ter mais certeza que agente nunca vai dar certo.

- Eu nunca te prometi nada.

- Eu sei.

- Pode descansar agora mais tarde agente se fala pode deixa que ninguém vai zuar você.

- Valeu.

Logo depois que Ucker sai Chris começa a chorar de alegria e tristeza ao mesmo tempo.No dia seguinte Chris percebeu no treino da manhã que todos se afastaram dele, exceto Ucker que continuava conversando normalmente, mesmo que Chris fugisse dele.
Na hora do jogo todos evitam cumprimentar Chris também, depois no vestiário assim que ele entro um grupo de garotos saíram e os outros fecharam o chuveiro. Ele sabia que dali em diante iria ser assim. Ele temia que seria assim pra sempre, boa parte da sua vida iria passar só pelo preconceito dos outros. Mas ele se surpreendeu quando os garotos que saíram voltaram para o vestiário acompanhados de Ucker.

- Eu quero saber que puta que pariu ta acontecendo aqui?

Após alguns segundos em silencio ele volta a perguntar.

- Ninguém vai falar nada? Por que ta na cara que ta acontecendo alguma coisa.

- Deixa quieto Ucker, isso não vai adiantar nada.

- Deixa quieto o caralho Christian, eu quero saber porque que tão fazendo isso com você, se alguém aqui tinha o direito de te esnobar esse sou eu. Nenhum desses babacas aqui pode fazer isso.

- Pêra ae Ucker você não pode falar assim com agente também.

- Posso sim porque vocês são um bando de preconceituosos. Se ele gosta de mim ou não é um problema dele, isso não é contagioso, vocês não vão virar gays se derem oi ou apertarem a mão dele. Há não ser claro que ninguém aqui se garanta.

Depois disso Ucker tira a sua roupa e vai para o banho. Alguns garotos vão embora de novo, mas alguns ficam e voltam a tomar banho. O campeonato acaba e eles voltam para a sua rotina, Chris volta para a escola mas não conta nada pra May, espera que tudo fique em segredo, embora tenha certeza que não vai ser assim. Essa certeza é confirmada logo na primeira troca de sala, todos olhando pra ele, apontando e rindo. May vem ao seu encontro com uma cara meio fechada.

- Você tem prova agora?

- Não, porque?

- Ótimo você vai matar essa aula comigo vamos pra quadra ver se tem alguma sala em ed física.

Eles se misturam com alunos de outra classe e minutos depois ficam num canto isolado.

- Você com certeza sabe sobre o que eu quero falar?

- O que você quer saber?

- Por que você não me contou nada antes?

- Fiquei com medo.
- Medo? Medo do que?
- Não sei May, não queria que ninguém soubesse.
- Você é bom nisso mesmo, tenta beijar o menino que você gosta num quarto cheio de machões.
- Vai ficar me julgando agora?
- Não foi o que vocês fez comigo? Você com certeza achou que eu iria deixar de ser sua amiga ou ia sair por ae contando pra Deus e todo mundo. Engraçado porque foi isso que aconteceu agora, a escola inteira sabe que você é gay, e eu, eu fui a última a saber.
Durante o resto do dia de aula May não fala com Chris, na hora da saída ele procura por ela mas acaba encontrando com Poncho.
- Oi tudo bem?
- Pergunta bem cretina todo mundo falando de mim na escola inteira e você pergunta se ta tudo bem?
- Desculpa eu só quis ser gentil.
Chris percebe que foi grosso com Poncho, mas já era tarde pra se desculpar ele já tinha ido embora. O dia estava péssimo ele tinha brigado com sua melhor amiga, com um garoto que era o único que tinha coragem de chegar perto dele, mas ainda tinha o pior pra acontecer.
Logo depois de chegar em casa Chris decide dormir um pouco, algumas horas depois é acordado por gritos do seu pai chamando seu nome.
- Que foi?
- Que foi? Que foi? Eu quero saber o que foi, que historia é essa que você tento beijar um garoto?
- Quem disse isso?
- A vizinha o filho dela ouviu um boato na escola. É verdade ou não Alexandre?

Embora sua mãe tenha tentado desmentir Chris estava cheio de enganar a todos e resolveu encarar a vida e a reação de todos sobre sua opção sexual.

- É verdade sim, eu gosto de garotos, eu sou gay sim.

A reação do pai de Chris foi o que ele imaginava gritos, xingos, tapas mesmo que aliviados pela intervenção da sua mãe. E a expulsão da casa, ele já estava preparado para aquilo, mas não achava que iria chegar naquele ponto. Arrumou suas coisas e foi embora se despedindo da mãe que não parava de chorar, e tendo que agüentar os olhares dos vizinhos. Agora ele não tinha casa, tinha brigado com sua melhor amiga e não tinha ninguém pra desabafar.