Fanfic: Lírios em Lágrimas

Eu poderia ter deixado ela falar. Eu poderia ter terminado aquela noite com ela nos meus braços, poderia ter terminado a noite ouvindo ela dizer que me ama. Mais não foi isso que eu fiz, apenas fiquei no meio da rua me lamentando por tudo que eu havia dito no calor daquele momento.

Passei o resto da noite sozinha, dispensei a garota e fui tomar um banho gelado, cai na cama e comecei a chorar, liguei desesperadamente para Anahí mais ela não me atendia, o celular dela tocava e tocava, mais nada dela atender. Aquilo acabou comigo, como eu fui burra, a julguei, a desprezei e nem ao menos deixei ela falar, maldita hora que eu fui beber. Passei dois dias sem notícias dela, dois dias me lamentando e me julgando pelo que eu havia feito. Eu fiquei pensando em tudo que nós tínhamos passado, e pensava no que eu faria para ter ela de volta pra mim. Era 5 horas da tarde quando meu celular tocou me trazendo de volta dos meus pensamentos e lembranças com ela.

-- Alo!! Atendi desanimada.

-- Dulce, a onde você está?

-- Em casa porque?

-- A mamãe está igual louca atrás de você. Percebi que a voz dela soava extremamente preocupada.

-- Aconteceu alguma coisa? Me sentei rapidamente no sofá.

-- Dulce vem aqui em casa agora.

-- Tudo bem eu já estou indo, me dá 15 minutos eu chego ai.

Desliguei o telefone com um aperto enorme no peito, comecei a pensar em mil possibilidades. Sai correndo, peguei meu carro e sai em direção a casa daminha mae. Para quem não sabe eu tinha minha própria casa, mais sempre que me dava preguiça eu ficava na casa da minha mãe mesmo, então tudo era assim bagunçado.  Cheguei na casa da minha mãe e tive a pior notícia de todas, Anahí estava no hospital e sua situação não era nada boa. Corri para o hospital, não sei como cheguei lá, eu já chorava tanto que não conseguia ver nada. Eu morri, no exato momento eu que entrei pela porta daquele hospital.

Haviam dois policias, e uma enfermeira, assim que me aproximei e perguntei sobre a paciente, a enfermeira pediu para que eu esperasse, mais eu não entendi. Um dos policias virou e falou comigo.

-- A senhora é parente dela?

-- Você a conhece?

-- Na verdade estamos esperando notícias dela, assim como você. Atendemos a ocorrência.

-- Mais o que foi que aconteceu.

-- Não entendemos ao certo o que aconteceu, mais o carro estava totalmente destruído, ela ficou presa nas ferragens, deu muito trabalho para retira-la, mais estamos torcendo pela vida dela.

Perdi meu chão, comecei a andar de um lado para o outro, minhas mãos tremiam, eu pedi a Deus e todos os anjos que salvassem ela. Estava próximo da recepção quando escuto a enfermeira me chamando.

-- Senhorita. Por favor me acompanhe o médico quer falar com você.

Fomos até uma sala reservada, e dessa vez eu estava sozinha, estava preocupada eu queria vê-la, meu coração acelerou quando vi o médico entrar pela porta.

-- Você é parente da paciente Anahí Portillo?

-- Sim eu sou noiva dela. Ele deu um suspiro demorado, aquele suspiro fez com que meu coração congelasse, eu sabia que isso não era bom.

-- O que aconteceu? Ela está bem? EU posso vê-la?

-- Senhorita eu ...

-- Dulce Maria. Pode me chamar de Dulce.

-- Como queira. Dulce, procure se acalmar, acho melhor nos sentarmos, precisamos conversar.

Fomos até as cadeiras, me sentei rapidamente ele calmamente sentou-se ao meu lado, e me olhou dentro dos olhos, o que fez minha espinha toda congelar.

-- Por favor me diga o que aconteceu com ela, não enrola, não quero papo de medico, apenas quero saber o que houve, quero saber se ela vai ficar bem.

Eu estava aflita com o que ele iria me contar, eu quero saber quando Anahi iria melhorar, queria saber quando eu poderia leva-la para a casa novamente, pediria desculpas, dedicaria todos os meus segundos de vida a ela, só queria continuar preparando nosso tão sonhado casamento, esquecer o que passou. Eu só queria estar com ela.

-- Dulce eu sinto muito.

-- Como, como assim sente muito?

-- O carro da sua noiva colidiu de frente com um caminhão, o estrago foi total no veículo. Ela chegou no hospital com várias fraturas e traumas, ela deu entrada com vida, fizemos de tudo para estabiliza-la, mais Anahí não resistiu, eu sinto muito.

-- Não ... Eu me levantei, tapei a boca com as mãos, que já tremiam mais do que nunca, meu coração foi parando devagar, meus olhos marejaram e minha voz foi sumindo. – Não pode ser, ela ... ela não pode ter me deixado... É mentira.

-- Ela faleceu pouco antes da senhora chegar. Eu não sei se devo dizer-lhe isso mais, ela só falava, “me perdoa, eu te amo”, não entendia o porquê, mais agora vejo que era para a senhora.

Aquelas palavras me destruíram por completo, sai correndo daquele hospital, entrei no meu carro e gritei, gritei com todas as minhas forças. Ela havia chamado por mim e eu demorei, eu cheguei tarde demais. Aqui não poderia estar acontecendo.