Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Ela se levantou e andou para o outro lado da mesinha de centro segurando as lágrimas.

 Rodrigo: Não me ama mais?

 Ela olhou para cima respirando fundo pra as lágrimas não descerem.

Anahi: A questão não é essa Rodrigo.

 Ela abaixou a cabeça.

 Anahi: Mas se for pra gente voltar e ficarmos brigando daquele jeito não dá, aquilo me machuca, machuca a gente, e enquanto ainda resta respeito entre nós, é melhor deixar tudo como ta mesmo.

 Ela se virou para ele.

 Anahi: Olha o jeito que chegou aqui, as coisas que ficou falando, sempre com seu ciúmes na frente de tudo, e ainda por cima duvidando do que eu tava sentindo. 

Rodrigo: Me desculpa Any, não era minha intenção. Só que eu acho que ta se deixando levar pelos outros também, você ta muito diferente.

Anahi: É só isso que tem a dizer? Que to diferente? Pelo menos alguém aqui mudou né? Porque você nunca muda e nem faz esforço pra isso.

Rodrigo: E você também nunca fez esforço pra nada.

 Agora os dois ficavam meio nervosos.

 Anahi: Esforço pra que? Pra me afastar do Poncho por sua causa?

Rodrigo: Isso mesmo, ele fazia o que fazia, me provocava e você deixava.

Anahi: Se vai começar a falar dele é melhor você ir, eu não vou mais discutir com você por causa do Poncho.

Rodrigo: Ta vendo? Defende esse cara em tudo!

Anahi: Quer saber Rodrigo, a gente nunca vai dar certo mesmo. Você não aceita minha amizade com Poncho, não confia em mim e no que eu te falo e o cara que estiver ao meu lado vai ter que aprender a respeitar e gostar do Poncho.

 Anahi agora estava mais irritada, como sempre ele ficava colocando Poncho no meio das discussões deles, sempre essa mesma implicância, já não aguentava mais.

 Rodrigo: Então porque não se casa com ele logo hein? (irritado)

Anahi: É talvez eu faça isso!

 Rodrigo ao ouvir isso foi a gota d`água pra ele, andou em direção a porta e saiu a fechando irritado e foi embora. Anahi apenas ficou olhando a cena e ao ver a porta se fechar respirava ofegante de raiva.

 Anahi: Idiota!

 Ela começou a chorar, se jogou no sofá desabando em choro. Chorava de raiva, de tristeza, de chateação. Raiva porque ele sempre com aquele ciúmes idiota e implicando com Poncho, triste por ver que seu namoro cada vez mais se confirmava que não tinha volta, por mais que ainda gostasse dele não daria certo, iriam sempre estar brigando. E estava chateada que por mais que tivessem terminado, não precisavam se tratar assim, a discussão não precisava ter tido aquele final, era doloroso ver que uma relação de mais de um ano com tanto carinho havia acabado assim.

 Ela se sentou limpando suas lágrimas, embora fosse doloroso o fim, sentia que podia seguir em frente sem ele e já não era tão horrível como no dia em que terminaram, talvez não sentisse por ele aquilo tudo o que achava sentir, ou talvez o amor que tinha por ele foi morrendo aos poucos com essas brigas e o ciúmes dele. Talvez a paixão tivesse acabado e tivesse apenas se acostumado com ele, mil e uma coisas passava na sua cabeça e se encontrava mais confusa do que nunca, tentava encontrar em seu coração a resposta para suas perguntas.

Mas não achava nada, apenas duvidas. Logo Dulce veio a sua cabeça, se realmente amasse o namorado não teria se envolvido com Dulce daquela forma que estava se envolvendo e não esqueceria dele por algumas horas quando estivesse com ela, claro que as vezes se lembrava, mas era coisa de segundos e já era totalmente envolvida pelo fato de estar ao lado dela. Fechou os olhos escorando a cabeça no sofá, como poderia gostar de uma pessoa e se sentir tão envolvida pela outra? Nunca se imaginou nessa situação. Mas a verdade é que nem ela mesma sabia o que era que tinha com Dulce, e também nem queria pensar muito nisso, só sabia que ela a fazia bem, que se sentia bem demais com ela, era tudo muito gostoso de se sentir, tanto os carinhos, as conversas, as trocas de olhares, os sorrisos e claro o sexo.

 Ela abriu os olhos e foi para seu quarto, era tanta coisa dentro dela que se sentia esgotada e queria apenas sua cama. Chegou em seu quarto e fechou a porta, se sentou na cama pensativa, ao olhar pra cadeira da mesinha do seu computador viu a jaqueta de Dulce sobre o apoio das costas da cadeira. Se levantou, pegou a jaqueta e levou próximo ao rosto sentindo o cheirinho dela, sorriu sozinha. Ficou se lembrando do fim de semana com ela, da noite de sábado, do domingo de manhã ao acordarem e da tarde com ela. Suspirou se lembrando de Rodrigo e decidiu deixar os assuntos sobre ele de lado, Dulce estava lá tão próxima a ela e a fazia bem, melhor ficar com ela e pensar nela do que ficar sofrendo por Rodrigo.

 Saiu do seu quarto com a jaqueta na mão e bateu na porta do quarto dela. Não demorou muito e Dulce abriu.

 Anahi: Oi. (sorriu)

Dulce: Oi.

 Dulce não sorriu e nem estava séria, apenas sem expressão nem uma.

Anahi: Vim devolver sua jaqueta, ta comigo desde aquele dia.

Dulce: Ah, obrigada!

 Dulce deu um meio sorriso e pegou a jaqueta. Anahi esperou que ela a convidasse para entrar, mas como não fez ficou sem jeito de pedir para entrar, como ela estava meio quieta, pensou que talvez ela não quisesse sua companhia aquela hora. Já Dulce sem saber do que se tratava a visita de Rodrigo, o que tinham conversado, se tinham feito as pazes ou não, não sabia como agir com ela e nem o que dizer. Ficou esperando que ela pedisse para entrar e ter a iniciativa de contar o que Rodrigo queria, mas como ela não pediu pra entrar pensou que ela não queria, que só havia ido devolver a jaqueta mesmo.

 Anahi: Eu que agradeço!

 O assunto havia acabado e como uma estava esperando um iniciativa da outra, agora se olhavam sem jeito. Anahi agora tinha as mãos no bolso detrás da sua calça pensando no que dizer, mas a falta de assunto de Dulce não a ajudou muito.

 Anahi: Bom, então eu vou indo. (sorriu apreensiva)

Dulce: Ta bom, então, é isso. (sorriu sem jeito)

Anahi: Ta! Boa noite Dulce!

Dulce: Boa noite Any!

 Anahi queria dar um beijo na bochecha dela de boa noite pelo menos, mas resolveu deixar pra lá. Ela deu outro sorriso forçado, Dulce segurava a porta e sua jaqueta com a outra mão, que vontade que tava de puxar ela pra dentro. Anahi se afastou da porta e foi para a do seu quarto e entrou, logo fechou e se escorou nela pensando que poderia ter tido a iniciativa, vai que Dulce esperava o mesmo dela.

 Dulce fechou a porta do seu quarto e deixou a jaqueta em sua cama, ficou em pé no quarto e andou de um lado pro outro pensando o que tinha dado a conversa de Anahi e Rodrigo, pensou que deveria ter chamado ela pra entrar, pelo menos ia ficar sabendo. Ela olhou pra porta e não aguentou, voltou a porta do seu quarto e abriu, no mesmo momento viu a de Anahi se abrir também e ela aparecer. Ambas viram que fizeram ao mesmo tempo e sorriram se olhando.

 Anahi: Eu tava indo no seu quarto. 

Dulce: E eu tava indo no seu.

 Elas riram, pareciam duas bestas ali.

 Dulce: Vem pro meu então.

 Anahi sorriu fechando a porta do seu quarto e entrou no de Dulce. A mesma fechou a porta e se sentaram na cama.

 Anahi: To te atrapalhando?

Dulce: Não, claro que não. Você nunca me atrapalha! (sorriu)

 Anahi sorriu a olhando.

 Anahi: É que eu ia pedir pra entrar aquela hora, mas você não me convidou pra entrar como sempre, então achei que tivesse ocupada. 

Dulce: Não, imagina. Mas e ai, e o Rodrigo?  

 Ela perguntou meio sem jeito.

Anahi: A gente brigou pra variar, ele começou a falar do Poncho, ai jogou na minha cara que pelo visto eu to bem, que nem to sentindo a falta dele. 

Dulce: Não acredito que ele te disse essas coisas.

Anahi: Pois é, e até falou sobre a gente voltar.

Dulce: E você?

Anahi: Disse que se era pra voltar e ficar como antes eu não quero. Ele tem que entender que as coisas não são assim, ele faz o que faz e depois volta como se nada tivesse acontecido? E ainda duvidando do que eu to sentindo, julgado meu sofrimento.

Dulce: Esse cara é um babaca mesmo, tem é que agradecer por ter se livrado dele.

Anahi: Você sempre sincera e delicada com suas palavras. 

 Elas riram.

 Dulce: Mas é a verdade, será que ele não vê que pra te ter de volta ele tem que mudar?

Anahi: Ele quer tudo do jeito dele Dul, mas assim não dá. Acho que estar junto é uma entrega dos dois.

Dulce: Mas como você ta se sentindo em relação a tudo isso?

Anahi: Não sei! Mas eu to me sentindo muito mais segura, por mais que seja doloroso eu sei o que devo fazer e que tem que ser assim, por mais que as vezes custa aceitar.

Dulce: O difícil é aceitar né? Entender a gente entende, mas aceitar é a parte mais difícil.

Anahi: Isso mesmo, e eu to começando a aceitar, e se eu aceitar acho que não tem mais volta mesmo.

Dulce: Tudo vai ficar bem, você vai ver. 

 Dulce deu um sorrio acolhedor e se aproximou dela, ambas se abraçaram apertado.

 Dulce: Sabe que pode contar comigo né?

Anahi: Eu sei e isso é o que me conforta!

  Elas permaneceram abraçadas de olhos fechados sentindo o calor uma da outra, Dulce sentia uma vontade enorme de sempre ta cuidando dela. E Anahi sentia nos braços dela a força que precisava. Dulce ainda abraçada a ela levou os lábios até a bochecha dela dando vários selinhos um atrás do outro, depois se separaram do abraço deslizando as mãos pelos braços uma da outra até chegarem em suas mãos, as deixaram ali segurando uma a outra.

 Anahi: Posso ficar um pouco aqui com você?

Dulce: Claro! Precisa nem pedir. (sorriu)

Anahi: Posso te pedi mais uma coisa?

Dulce: Até duas.

 Elas riram.

 Anahi: Deixa eu deitar em seu peito e fica abraçada comigo?

 Dulce se derreteou toda com o jeito carente dela.

Dulce: Claro que deixo. (sorriu mais)

 Dulce se deitou de barriga para cima e em seguida Anahi se deitou de lado, ajeitou a cabeça no peito dela, sentindo Dulce a envolver em seus braços, Anahi a abraçou passando um braço por cima da barriga dela. Dulce ficou fazendo carinho na cabeça dela e com a outra mão em seu braço que a abraçava.

 Dulce: Ta bom assim?

Anahi: Ta ótimo!

 Anahi a apertou contra ela e Dulce deu um beijo em sua cabeça. Para Dulce era maravilhoso senti-la assim em seus braços, sob seus cuidados. Anahi se sentia confortável e segura ali. Ficaram em silêncio uma sentindo a respiração calma da outra e os carinhos, um certo tempinho depois pegaram no sono juntas.

 01:30 da manha Dulce abriu os olhos devagar, a claridade da luz a fez fechar os olhos novamente, depois os abriu devagar e sentia um peso em seu corpo, Anahi ainda estava ali junta a ela abraçada e dormindo tranquilamente. Ela sorriu e pensou que horas seria, esticou a mão com cuidado pra não se mover muito e acordar Anahi, pegou seu celular em cima do criado mudo olhando as horas.

 Dulce: Caramba, uma e meia já.

 Ela colocou o celular de volta no criado mudo e chamou Anahi com a voz baixinha e mansa, mas a mesma nem se mexeu.

 Dulce: Any, acorda!

 Ela sacudiu ela de leve, então Anahi acordou, a olhou sonolenta.

 Anahi: Dul ..(fechando os olhos de novo)

Dulce: Any acorda, já é uma e meia da manhã.

Anahi: Uma e meia? (abriu os olhos)

Dulce: Sim!

 Dulce fazia carinho em seu rosto e depois colocou o cabelo dela atrás da orelha.