Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Ele abaixou a cabeça, não conseguiu evitar as lágrimas, e se estivesse mesmo com a doença? Iria perder ela, isso se não perder quando ela souber o que ele fez. Ela o olhou ficando mais preocupada ainda ao vê-lo chorar.

 Manuela: Ucker, só me diz, ta assim pelo lance da Carolzinha né?

 Ele apenas balançou a cabeça em sinal de sim, não estava mais aguentando mentir pra ela, era um peso muito grande e Manuela era uma garota esperta, tava na cara que ele tava mal por conta do que soube da Carolzinha, achou melhor falar a verdade de uma vez, porque se depois ela descobrisse que ele estava escondendo sobre isso poderia ficar com raiva, então parecia que de um jeito ou de outro poderia perde-la, sem nem tê-la tido.

 Ucker: Não da pra esconder mais né?

Manuela: Não.

Ucker: Eu transei com ela uma vez sem camisinha.

 Manuela ficou o olhando sem dizer nada, pasma com a confissão dele, na verdade estava meio desconfiada pelo jeito dele, mas uma coisa era suspeitar, outra ter certeza, o baque era sempre maior.

 Manuela: Meu Deus Ucker!

 Ele levou as mãos aos olhos secando as lágrimas que desciam.

 Ucker: Se já me achava um cara imaturo, criança, agora que vai achar mesmo.

Manuela: Ucker, a gente tem que focar em outra coisa agora, já fez o exame?

Ucker: Fiz, o resultado sai na segunda ainda. Não to aguentando de tanta aflição.

Manuela: E não conseguiu contato com essa garota? A Carolzinha?

Ucker: Não, ela simplesmente sumiu, pra aumentar mais o meu desespero.

 Ela se aproximou mais dele e o abraçou.

 Manuela: Eu to aqui com você, vai dar tudo certo. Pode ser que ela nem esteja mesmo com AIDS, ninguém tem certeza de nada.

Ucker: Mas com a fama que ela tinha e também transava com todo mundo Manu, é bem possível que ela tem pego a doença.

Manuela: Mas pode ser que não, temos que estar preparados para tudo, mas tem essa possibilidade dela nem estar mesmo doente, ou pode ter contraído a doença depois que vocês transaram.

Ucker: E se não? 

Ele a olhou secando suas lágrimas.

 Manuela: Se caso tiver contraído a doença mesmo, a vida não acaba ai Ucker, hoje em dia da pra se ter uma vida normal mesmo tendo AIDS, ainda mais se a doença for descoberta cedo. 

Ucker: Mas não tem cura Manu, não tem! Vou ter várias limitações. E não adianta virem falar essas coisas pra mim porque não vai mudar meu medo, aflição e desespero.

Manuela: Eu sei que é uma doença horrível, mas não sofra por antecipação, são só especulações, se você não se cuidou antes quando deveria ter se cuidado, não adianta querer arrancar os cabelos agora Ucker. 

Ucker: Eu sei que deveria ter me cuidado, e que depois pode ser tarde demais.

Manuela: Eu sei que você é um cara forte e estamos com você.

 Ela o abraçou mais uma vez, ele começou a chorar e ela não aguentou, deixou algumas lágrimas caírem pelos olhos. 

 Ucker: Eu estraguei tudo né?

Manuela: Para de falar essas coisas, to aqui com você não to?

 Se separaram do abraço e ela secou as lágrimas dele.

 Ucker: Deve ta me achando uma criança chorando aqui desse jeito.

Manuela: Qualquer um no seu lugar estaria assim.

 Deu a hora de voltar pra sala e Ucker não quis voltar, estava sem cabeça pra nada. Manuela ficou com ele para fazer companhia, ele não queria que ela perdesse aula por causa dele, mas ela insistiu e ficou com ele.

 Mais um tempo e acabou a aula, todos estavam no estacionamento, menos Manuela e Ucker.

 Dulce: Gente, cadê o Ucker a Manu que sumiram desde a hora do intervalo?

Anahi: Também queria saber.

Maite: Será que já foram?

Anahi: Não, o carro dela ta ali ainda. Vou ligar pra ela.

 Anahi ligou e ela atendeu.

 Manuela: Oi Any.

Anahi: Oi Manu, cadê você? Ta com o Ucker?

Manuela: Sim, já estamos chegando ai.

Anahi: Ta bom, to te esperando.

 Elas desligaram.

 Anahi: Estão vindo.

Poncho: Gente, o que ta acontecendo com o Ucker? Ele ta tão triste ultimamente.

Christian: Também percebi isso, desde o lance da Carolzinha.

Maite: Ele deve ta mexido com isso tudo, afinal ele transou com ela e não foi uma vez só.

Poncho: Mas ele se cuidou não foi?

Maite: Sim!

 As meninas ficaram se olhando tensas, todas sabiam da verdade, mas em respeito ao pedido de Ucker estavam guardando segredo. Poncho e Christian sentiam algo estranho no ar, mas preferiram não dizer nada.

 Christian: Bom vou indo porque ta na minha hora galera, tchau amor.

 Ele deu um selinho em Maite e foi para o carro do seu pai, que ele estava usando para ir a faculdade.

 Dulce: Espera ai Chris.

 Dulce foi até ele, se aproximou dele no carro que estava um pouco mais distante dos outros.

Dulce: Vai falar com aquele peão abusado hoje?

Christian: Com certeza, agora mesmo quando chegar a fazenda assim que ver ele vou chamar ele num canto.

Dulce: Beleza valeu Chris! Mais tarde me conta como foi.

Christian: Ta bom pode deixar.

 Ele sorriu e entrou no carro, se despediu dela e saiu. Ela voltou para perto do pessoal.

 Poncho: Também vou indo nessa gente, tenho que encontrar mamãe no centro pra resolver umas coisas.

 Ele se despediu de todos e saiu.

 Manuela e Ucker chegaram de mãos dadas. 

 Dulce: Tudo bem Ucker? Vocês sumiram.

Ucker: A gente tava só conversando. (ele beijou a mão de Manu a olhando e ela sorriu)

Manuela: Bom, tenho que ir pra não me atrasar no estágio.

Ucker: Te levo até o carro.

 Ela se despediu de todos e perto do seu carro se despedia de Ucker.

 Manuela: Fica bem ta? Te ligo no intervalo do estágio.

Ucker: Tudo bem, mas não precisa ficar preocupada assim comigo Manu, não quero te atrapalhar.

Manuela: Não me peça pra não ficar preocupada com você Ucker, não tem como.

 Ele sorriu de leve.

Ucker: Obrigada! 

Manuela: Não quer mesmo vir almoçar comigo?

Ucker: Não, obrigada, mas acho que não serei uma boa companhia.

Manuela: Ah vem comigo, por favor vai? A gente almoça aqui pertinho e antes de ir pro estágio te trago aqui de volta pra você pegar seu carro e ir pra casa.

Ucker: Ta bom! (sorriu) Vou com você.

 Ela sorriu. De lá de onde estava ele avisou as meninas que ia almoçar com Manuela, entrou no carro e foi com ela, achou que passar umas horas a mais com a garota que gostava faria bem a ele, estava feliz por ela estar lhe dando a maior força ao invés de se afastar.

 Voltando as meninas:

 Dulce: Bom, sobramos nós garotas.

Anahi: Porque vocês não vem almoçar comigo?

Dulce: Vamos meninas?

Maite: Vamos Angel?

Angelique: Vamos!

Dulce: Ai depois te deixo na auto escola Any.

Anahi: Não vou te atrapalhar?

Dulce: Claro que não.

Anahi: Bom, já que você insiste eu aceito.

 Elas riram. Anahi foi na moto com Dulce, e Angelique com Maite na moto dela. Não demorou muito e chegaram a um restaurante, fizeram seus pedidos e enquanto não chegava ficaram conversando.

Dulce: Bem que a gente podia ter chamado o Ucker e a Manu já que íamos almoçar juntas.

Anahi: Mas eu acho que eles queriam almoçar sozinhos. (rindo)

Maite: Verdade! 

Angelique: Pelo visto eles estão se entendendo cada vez mais.

Anahi: A Manu fez doce com ele, mas ta curtindo.

Dulce: Tomara que dê tudo certo pra ele com aquele lance da Carolzinha, to tão preocupada com isso.

 Maite e Angelique olharam Dulce, pois achavam que Anahi ainda não sabia.

 Dulce: Relaxa meninas, a Any já sabe. Tive que desabafar com ela.

Anahi: Fiquem tranquilas meninas, não falei nada pra Manu, isso é algo particular do Ucker e somente ele tem o direito de contar.

Maite: A gente sabe que pode contar com você Any. 

Anahi: E também eu já tava desconfiada pelo jeito do Ucker e os meninos também estão viu?

Angelique: Não vejo a hora disso tudo passar e saber que ele ta bem e que foi tudo um mal entendido, rezo pra isso todos os dias.

 Elas seguiram conversando. Seus pedidos chegaram e falaram de outros assuntos enquanto almoçavam, Anahi e Dulce as vezes faziam carinhos uma na mão da outra em baixo da mesa, se olhavam e sorriam cúmplices, estavam tão cúmplices nos gestos que Maite e Angelique começaram a perceber esse clima entre elas, mas não falaram nada, mas sentiram que estava rolando algo a mais ali, ainda mais pelos olhares bobos de Dulce que estavam difíceis de serem disfarçados. 

Depois de terminarem o almoço pagaram a conta e Dulce foi levar Anahi na auto escola. Maite e Angelique olharam elas saírem e repararam na forma que Anahi abraçou Dulce na moto.

 Maite: Angel, também percebeu o que eu percebi durante esse almoço todo e agora?

Angelique: Acho que sim, e ta pensando o mesmo que eu to pensando?

 Elas se olharam rindo.

 Maite: Do clima que ta rolando entre elas duas?

Angelique: Isso, as trocas de olhares, a cumplicidade, e sem contar que tinha horas que a Dulce quase babava na Any.

Maite: E agora elas saem de moto e Any agarradinha na Dul. Ai tem.

Angelique: Pra falar a verdade, venho sentindo algo no ar entre elas faz dias.

Maite: Mas a Any é hétero, será que a gente ta ficando louca?

Angelique: Será? Mas a gente viu e percebeu a mesma coisa, não é possível que não tenha fundamento.

Maite: Será que ta rolando algo entre elas?

Angelique: É o que ta parecendo, e não podemos esquecer que já rolou dois beijos entre elas. Quando a Dul agarrou ela na boate por causa da garota que tava dando em cima da Any e aquele dia na cabana no jogo de verdade ou consequência.

Maite: E desde aquele dia sinto algo diferente nelas.

Angelique: Vai que a Any nem é hétero? Ela pode ser bi e a gente nem sabe.

Maite: Será? Gente, e elas faltavam se matar antes.

Angelique: Bem que eu vi, aquelas implicâncias todas só podia ter algo por trás.

Maite: Será mesmo Angel? Que elas estão juntas?

Angelique: Parece que sim. Isso te incomoda?

Maite: Como assim? 

Angelique: Ah sei lá, pelo que sentia pela Dulce, ou talvez sinta ainda, não sei.