Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Angelique e Maite já sentiam vontade de chorar também.

Dulce: Mas a gente não vai se afastar por isso, vamos nos falar todo dia pelo celular, internet, por tudo. Eu devo passar um ano lá mais ou menos. Não vou suportar ficar aqui e ver Any com outras pessoas, tenho que superar isso primeiro. 

Elas conversaram mais um pouco e foram dormir, Angelique foi para o seu quarto e Dulce foi dormir com Maite, ela achou melhor assim, preferiu deixar Dulce dormir com a amiga, afinal eram amigas desde pequenas e sabia que Dulce precisava do colo dela mais do que o de qualquer um, além do de Ucker.

Se arrumaram pra dormir e Dulce estava deitada com Maite, estavam deitadas de lado uma de frente pra outra.

Maite: Me dói te ver triste assim.

Dulce: Não imaginava o quanto essas coisas sobre desamor doia. Não sabia que levar um fora era assim.

Elas sorriram de leve. Logo os olhos de Dulce encheram de lágrimas.

Maite: E você não acha que pode ter uma chance dela voltar atrás nisso tudo?

Dulce: Ela sempre foi hétero e é assim que quer continuar Mai, ela quer um cara ao lado dela. Tenho que me conformar com isso, é o que me resta.

Maite: Olha, eu sei que falando isso agora parece impossível, mas vai passar, sempre passa. Não vai sofrer assim pra sempre e aos poucos essa dor vai desaparecer, e você vai encontrar alguém que vai preencher o vazio que você vai ficar sentindo depois que a dor for embora. Porque quando a dor se vai resta um vazio dentro da gente e eu sei que vai ter a pessoa certa pra preencher esse vazio, sempre tem.

Dulce: E se o amor não passar? Se eu nunca deixar de amar ela? A dor vai ficar sempre.

Maite: Você ainda tem muitas pessoas pra conhecer Dul, Any foi sua primeira paixão de verdade, a gente acha que vai ser pra sempre, mas não é. Eu achava que nunca ia te esquecer e a vida me deu a Angel. 

Dulce: Mas não eu não quero ninguém, eu quero ela. Se não for ela não vai ser mais ninguém.

As lágrimas escorreram dos seus olhos e Maite levou a mão as limpando.

Maite: Não chora, porque eu to quase chorando também. Sabe que sou uma manteiga derretida.

Dulce sorriu de leve. 

Maite: Vem cá vem.

Maite se deitou de barriga pra cima e fez Dulce deitar em seu peito, ela se acolheu ali e tentava a todo custo não chorar. Maite ficou fazendo carinho em seus cabelos até que muito tempo depois ambas dormiram.

Quinta-Feira de manhã.

Angelique estava preparando o café da manhã quando Maite chegou a abraçando por trás com carinho. Angelique sorriu.

Maite: Bom dia meu amor. (beijou a bochecha dela)

Angelique: Bom dia bebê.

Maite a balançou devagar no abraço enquanto dava mais beijinhos no ombro dela, Angelique sorria com os olhos fechados fazendo carinho nos braços dela que estavam em volta do seu corpo.

Maite: Dormiu bem?

Angelique: Sim e você?

Maite: Bem até.

Angelique se virou e levou as mãos ao rosto dela o segurando com carinho, a dando um selinho longo. Maite passou mais os braços em volta da cintura dela a encostando mais em si.

Angelique: E a Dul amor? Como ela dormiu?

Maite: Custou a pegar no sono, e eu também. Ela ta muito mal com tudo isso, esse lance da Any.

Angelique: Eu não imaginava que a história dela com Any ia acabar assim. Pareciam estar numa ótima sintonia.

Maite: É, mas Dul se apaixonou de verdade.

Enquanto conversavam Manuela entrou na cozinha e viu as duas abraçadas daquele jeito. Ela ainda não sabia delas, aliás, ela não sabia de ninguém, não sabia que nem uma das meninas eram bissexual. Ela parou ao ver as duas e não soube se continuava a entrar na cozinha ou se voltava, mas como as duas já tinham visto ela, não ia pegar bem voltar. Maite e Angelique ficaram um pouco sem graça porque não sabiam o que ela pensava sobre isso. Mas não podiam negar que a cara de Manuela estava engraçada, estava tão sem jeito quanto elas.

Manuela: Er ..

Maite: Bom dia Manu.

Angelique: Dormiu bem?

Elas se separaram sem graça.

Manuela: Sim, claro, dormi.

Ela se aproximou da mesa e sorriu sem graça.

Manuela: Olha, desculpa, por ter entrado assim .. eu ..

Maite: Não tem que pedir desculpas, afinal aqui é a cozinha. (sorriu)

Manuela sorriu ainda super sem graça, queria um buraco pra se jogar dentro.

Manuela: Eu vou ligar pra Any, caramba, me esqueci disso.

Ela saiu da cozinha apressada. Maite e Angelique se olharam.

Maite: Ai que vergonha.

Elas riram.

Angelique: Mas não foi só a gente que ficou com vergonha, ela tava bem vermelha.

Elas riram novamente.

Maite: Será que ela se importa com essas coisas?

Angelique: Não sei, mas acho que não, pelo jeito dela. Acho que ela só tava sem graça por ter pego a gente assim.

Elas continuaram conversando e arrumando a mesa pro café. No quarto de Ucker, Manuela entrou e ele saía do banheiro de toalha, secando os cabelos com outra.

Ucker: Que cara é essa amor?

Manuela: Amor, Maite e Angelique elas .. assim .. é que eu vi elas quase se beijando na cozinha, elas são ..

Ucker: Namoradas?

Manuela: Isso.

Ele sorriu.

Ucker: São sim.

Ela deu um tapa no braço dele que estralou.

Ucker: Ai ..

Manuela: Porque não me disse nada?

Ucker: Eu ia dizer, mas ..

Manuela: Pois é, agora paguei o maior mico, cheguei na cozinha e vi a cena, fiquei com tanta vergonha que queria um buraco pra enfiar a cara. 

Ele ria.

Ucker: Mas porque ficou com vergonha?

Manuela: Porque eu cheguei bem na hora que estava de chamego, e não consegui disfarçar a minha cara de besta.

Ucker: Você se importa elas serem bi e namoradas?

Manuela: Claro que não. Não tenho preconceito algum. Só fiquei sem graça por ter estragado o momento e não ter sabido como agir. Sem contar que até esses dias Mai namorava Chris, deu um nó na minha cabeça.

Ucker: É que é uma longa história elas duas, já ficaram antes, e você sabe que o namoro de Mai e Chris nem foi um namoro né?

Manuela: Não era mesmo, pareciam mais amigos.

Ele a puxou pela cintura dando beijinhos pelo rosto dela.

Ucker: Você fica linda quando ta sem graça sabia?

Manuela: Fico é? (sorrindo)

Ucker: Fica.

Ele começou a beijar o pescoço dela a fazendo arrepiar e fechar os olhos, deslizou as mãos pelas costas dele desnudas e estava adorando aquele cheirinho pós banho dele.

Manuela: Agora veste logo a roupa vai, se não vamos nos atrasar. Eu sai do banho e você ainda ficou lá, faz muita hora sabia?

Ucker: Faço hora? Bem que você adorou a hora que a gente fez no banheiro juntos né?

Ele a olhou sorrindo malicioso, como ela amava aquele sorriso de bebê e ao mesmo tempo safado.

Manuela: Adorei mesmo.

Ela deu um selinho longo nele.

Manuela: Mas vamos nos arrumar.

Ela se separou dele e começaram a se arrumar entre beijos, abraços e carinhos. Na cozinha Maite e Angelique acabaram de preparar o café da manhã e a mesa, estavam sentadas esperando o pessoal pra tomarem o café juntos. Dulce chegou lá coçando o olho.

Dulce: Bom dia meninas!

Maite: Bom dia Dul!

Angelique: Ta melhor?

Dulce bocejou se aproximando da mesa e logo se sentou, seus olhos estavam ardendo e estava com muito sono ainda, já que quase não dormiu na noite passada, na verdade suas noites tem sido assim.

Dulce: To um pouco. E to com muito sono, acho que nem vou a faculdade hoje.

Maite: Vai faltar de novo Dul?

Dulce: Não to com cabeça pra aula e além do mais se eu for trancar não vai fazer diferença um ou dois dias sem ir.

Angelique: Mas se você for são horas a mais junta com a gente, se você for mesmo embora temos que aproveitar cada segundo.

Maite: É mesmo Dul.

Dulce: Isso faz muito sentido. Eu vou então, só por vocês.

Elas sorriram. Ucker e Manuela entraram na cozinha rindo, ele atrás dela abraçado a ela e dando beijinhos no pescoço dela fazendo cocegas. 

Dulce: Que bom humor hein!

Manuela: Bom dia Dul. (sorriu)

Ucker: Como ta minha ruiva? (deu um beijo na cabeça dela) Bom dia meninas.

Dulce: Bom dia Manu, to bem Ucker.

Maite: Bom dia!

Angelique: Bom dia!

Ucker e Manuela se sentaram um do lado do outro, no mesmo lado que Dulce, Maite e Angelique estavam do outro lado.

Maite: Imagina que essa mocinha não queria ir a faculdade hoje.

Ucker: Ah mas a senhorita vai sim, já que vai embora não podemos nos desgrudar. Apesar que tenho esperança de que não vá.

Maite: Todos temos!

Manuela: Vai ir mesmo Dul? Até ontem parecia que não queria ir.

Dulce então se ligou que Manuela ouvia tudo e com certeza Anahi iria saber por ela.

Dulce: Er .. to pensando em ir, mas não é certo ainda.

Ela não queria que Anahi soubesse, pelo menos não agora. 

Manuela: Poxa, mas porque mudou de ideia assim? 

Dulce: Não sei Manu, talvez seja bom pra mim, acho que vai ser. É um ótima oportunidade.

Manuela: Isso é verdade. Mas pensa bem nisso, é uma grande mudança.

Dulce: É, eu sei. Vou pensar sim.

Eles começaram a se servir. Manuela não entendeu muito a mudada de ideia dela da noite passada para o outro dia de manhã, haviam coisas nessa história toda que não estavam se encaixando.

Horas depois todos estavam na faculdade. Como sempre estavam reunidos na cantina antes de começar a aula, Anahi e Dulce só haviam trocado um bom dia. Manuela observava tudo calada.

Se passou mais um tempinho e estava na hora do intervalo. Manuela foi direto pra sala de Anahi a buscar.

Manuela: E ai mana.

Anahi foi andando com ela e estranhou ela ter ido a buscar.

Anahi: Oi mana, o que te deu pra vir aqui? 

Manuela: Nossa isso tudo é felicidade em me ver aqui?

Elas riram.

Anahi: Não é isso sua boba, é que sua sala e do outro lado, não é caminho pra cantina.

Manuela: Vim porque quero conversar com você.

Anahi: Sobre o que?

Manuela a puxou a fazendo se sentar em um banquinho com ela.

Manuela: Você e a Dul brigaram?

Anahi: Porque ta perguntando isso?

Manuela: Porque ta um clima super estranho entre vocês e eu não sou boba, ai tem coisa.

Anahi: A gente não brigou, é impressão sua. Porque iríamos brigar?

Manuela: Isso é eu que te pergunto. As duas estão estranhas, e não adianta vim dizer que é coisa da minha cabeça que não é. Na boa Any, o que ta acontecendo?

Anahi ficou calada sem saber o que dizer, mentir para a irmã era praticamente impossível, Manuela a conhecia muito bem e sempre soube quando a irmã mentia. Ela não sabia o que responder, realmente o clima entre ela e Dulce estava estranho, não tinha como negar mais, mas também não podia falar a verdade.

Anahi: Manu, esquece isso. Vai passar, não é nada demais.

Manuela: Não é nada demais? Olha pra você, ta toda estranha.

Anahi: Não posso contar Manu, você não entenderia.

Manuela: Any que dia eu não te entendi? Que dia fiquei contra você?

Manuela falava calmamente e preocupada.

Manuela: Eu só quero te ajudar. Quando o papai morreu a gente prometeu que sempre ia cuidar uma da outra, seja no que fosse, que nunca iriamos estar só, que nunca íamos deixar a outra só.

Anahi abaixou o olhar, queria poder desabafar com a irmã, mas o assunto era tão delicado.

Anahi: Desculpa Manu.

Manuela: Não vai me contar?

Anahi ficou calada.

Manuela: Tudo bem, achei que confiava em mim, mas eu pergunto pra Dulce.

Manuela se levantou e saiu. Estava chateada porque via que a irmã não estava bem, e queria ajudá-la mas não conseguia porque ela não deixava. Sentiu como se ela não confiasse mais nela, na verdade ela suspeitava o que poderia ser, mas queria que Anahi contasse, que ela confiasse nela, queria que partisse de Anahi, que ela se sentisse a vontade pra isso, e principalmente pela confiança que sempre tiveram uma na outra. Não queria que Anahi a contasse só porque ela já soube antes. Manuela chegou na cantina e Anahi chegou logo atrás.

Anahi: Dul, será que a gente pode conversar?

Dulce sentiu seu coração disparar.

Dulce: Pode falar.

Anahi: Em particular.

Dulce sentiu o coração disparar mais e teve que controlar suas respiração para não notarem o quanto ficou acelerada.

Dulce: Tudo bem.

Ela se levantou e saiu com ela.

Elas chegaram a um lugar mais calmo e afastado.

Dulce: E então?

Anahi: Quero falar sobre a gente.

Dulce a olhava, apesar de estar machucada, estava com saudade de falar com ela, de estar perto dela, de ver aqueles olhos azuis bem frente aos seus, daquele perfume delicioso, de ver aqueles lábios se movendo enquanto ela fala, do jeito como ela meche no cabelo, do olhar dela no seu, daquela voz rouca falando com ela. A beleza e o jeito meigo e doce de Anahi a derretia completamente. Estava com tanta saudade que se Anahi dissesse que queria ficar com ela, ela a beijava ali mesmo, e esqueceria tudo o que ela havia dito pra ela, todas as palavras que a machucaram e destroçou seu coração. Por um momento no seu coração apaixonado e bobo, brotou uma esperança lá no fundo, como todo coração iludido, sempre sobra aquele pequeno pedaço de esperança, mesmo sabendo o quão tola que seja essa esperança.

Dulce: A gente? (seu coração disparou mais ainda)

Anahi: É. É que a Manu ta percebendo o clima estranho que ta entre nós e veio me perguntar o porque, ela sabe que tem algo a mais, mas eu não posso contar nada a ela, você sabe. 

Dulce apenas a observava.

Anahi: Eu disse a ela que não poderia contar, que ela não entenderia. Ela disse então que vai perguntar pra você.

Dulce: E?

Anahi: Queria te pedir pra não dizer nada, por favor. Ela não pode saber de nada.

Dulce sentiu o pedaço pequeno de esperança sendo jogado pelo ralo. Desmoronou toda.

Dulce: Espera ai, me chamou pra conversar pra falar isso?

Anahi: Foi.

Dulce não acreditava.