Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Ela balançou a cabeça em sinal de sim, ele se aproximou delas e se abaixou com as mãos no colo de Dulce.

Ucker: Sabe o que ta fazendo? Tem certeza?

Dulce: Tenho Ucker, mas é só por um tempo, vai passar rápido.

Ele deitou a cabeça no colo dela abraçado as pernas dela. Elas fizeram carinhos nos cabelos dele e ficaram o quatro ali, não queriam se separar.

Mais tarde os quatro conversavam ainda na sala.

Maite: Any sabe que você vai mesmo Dul?

Dulce: Não, eu pedi a mamãe que não contasse nada pro papai também, pelo menos por hoje. 

Ucker: Mas Dul, vai falar pra ele amanhã? Na véspera da viagem?

Dulce: Na verdade não sei como faço. Eu não quero me despedir da Any.

Angelique: Então pede a ele que não conte nada pra Any, só que ai ele vai ter que esconder da mãe dela, porque se não ela vai contar.

Dulce: Pensei nisso. Vou conversar com ele, só to com medo dele comentar com Marichelo.

Maite: Ah, mas ele sabe como você ta sofrendo pela Any, ele vai entender, ainda mais que voltaram a se entender.

Dulce: Vocês tem razão. E por favor gente, não fala nada pro Poncho, Chris e Manu viu Ucker? Pelo menos até eu ver como vou fazer em relação a Any.

Ucker: Tudo bem Dul, não vou comentar nada.

Dulce passou a tarde toda com os amigos, curtindo eles o máximo que podia, depois foi para casa. Ao chegar foi conversar com o pai no escritório.

Dulce: Oi papai, atrapalho?

Daniel: Claro que não filha, entra.

Ele deixou uns papeis que estava lendo em cima da mesa e se levantou indo até ela, que fechou a porta e se sentaram no sofá.

Daniel: Ta com uma carinha.

Dulce: É, o senhor sabe né. 

Daniel: Sei, Any!

Dulce: Mas tem mais.

Daniel: O que?

Dulce: Bom papai, eu vou com a mamãe pra Londres.

Ele a olhou já com o olhar triste.

Daniel: Vai embora minha filha?

Dulce: É, mas vai ser só por um tempo. Logo volto, é que eu não vou suportar ficar aqui papai, convivendo na mesma casa que Any, na mesma faculdade, com os mesmos amigos e vendo ela com outras pessoas. Eu preciso me afastar dela pra me recuperar.

Daniel: Eu entendo isso minha filha, mas vamos ficar longe de novo um do outro, e logo agora que estamos próximos de novo, que nos acertamos.

Dulce: Ei, não vai ser por muito tempo. Eu também to triste que vou ter que deixar todos aqui, o senhor (sorriu) agora que estamos bem de novo me dói ir e deixar o senhor aqui.
Ela fez carinho no rosto do pai. 

Dulce: Mas eu preciso ir.

Daniel deu um suspiro triste.

Daniel: Bom, se você diz que não é por muito tempo e se isso vai fazer você ficar melhor, se recuperar, eu te apoio, eu disse que sempre ia ta do seu lado pra tudo, não é mesmo?

Mesmo que me deixe triste, como ter que ficar longe de você.

Ela o abraçou a forte.

Dulce: Obrigada papai!

Ele a abraçou apertado. Ela apertou seu olhos como se não quisesse deixar que as lágrimas saíssem. 

Dulce: Quero pedir uma coisa pro senhor.

Eles se separaram e ela secou suas lágrimas quando começaram a sair.

Daniel: Claro minha filha.

Dulce: Não conta nada pra Any, e nem pra mãe dela, pra ninguém. Por enquanto não quero que Any saiba, não quero me despedir dela e não sei como fazer isso.

Daniel: Não vai se despedir dela?

Dulce: Não, eu não vou conseguir olhar nos olhos dela e dar tchau, é capaz de eu desistir, não vou ter forças, e eu não posso desistir de ir, ainda mais se for pra ficar por alguém que não me quer. Mas quem sabe até depois de amanhã eu crie coragem.

Daniel: Tudo bem minha filha, vou respeitar sua vontade, mas pensa bem em tudo o que for fazer pra não se arrepender depois.

Dulce: É o que eu espero.

Na hora do jantar Dulce falou pouca coisa, Anahi também. Marichelo ainda achava o clima entre as duas estranho, mas preferiu não interferir em nada. Assim que acabou o jantar Dulce foi até a casa de Christian, ele não sabia, mas ela já iniciava sua despedida dele, queria passar o tempo máximo que conseguisse com todos que iria deixar ali. Meia hora depois chamou ele pra ir a casa de Poncho, na fazenda ao lado. Christian estranhou um pouco, ela nunca tinha ido lá antes e ainda mais assim, a noite e por vontade própria, mas mesmo estranhando foi com ela. Chegaram lá e foram beber algo na beira da piscina, Poncho também estranhou muito, mais gostou da surpresa. Enquanto Anahi estava na janela do seu quarto pensando onde Dulce teria ido com Christian, ao ouvir o barulho da moto ela olhou pela janela e viu eles saindo.

Mais tarde quase 23:00 Dulce chegou com Christian, ele deu boa noite e foi para casa. Anahi lá de cima do quarto olhava pela janela, viu que ela entrou e ficou com vontade de ir falar com ela. Ficou em pé no quarto e quando ouviu os passos dela pelo corredor abriu a porta, Dulce que chegava na porta do seu quarto não teve como ignorar que a viu.

Anahi: Dul, posso falar com você?

Dulce: Esqueceu de me pedir mais alguma coisa?

Anahi sentiu uma pontadinha no peito, era tão ruim ver Dulce a tratando daquele jeito.

Anahi: Não, a única coisa que eu quero te pedir é desculpa.

Dulce: Tudo bem, boa noite!

Dulce abriu a porta do quarto, entrou e fechou, Anahi ia dizer mais alguma coisa, mas nem deu, só ficou impressionada com a frieza dela, mas sabia que merecia. Dulce estava escorada na porta de olhos fechados sentindo o efeito de tratar Anahi com tamanha frieza, doía muito mais nela. 

No outro dia de manhã, Dulce aproveitou que Anahi não estaria em casa e nem Marichelo, aproveitou para arrumar suas coisas. Arrumou quase tudo, deixou a ultima mala e umas outras coisinhas para a noite. Depois saiu e foi para o apartamento de Ucker e das meninas, nem um deles foi a faculdade, pois combinaram de passarem o dia juntos. Ficaram no apartamento fazendo bagunça por lá e aproveitando cada minuto juntos.
Na faculdade Anahi, Poncho, Christian e Manuela estranharam a ausência deles. Mas Ucker disse a Manuela que depois a explicaria. Dulce, Ucker, Maite e Angelique saíram pra almoçar, e depois do almoço Dulce foi ficar com o pai, ele a chamou para um passeio e não iria trabalhar depois do almoço, para aproveitar a filha. Ela passou a tarde com ele até quase 19:00. Voltaram pra casa e Ucker, Maite e Angelique chamaram Anahi, Manuela, Poncho e Christian para ir ao apartamento deles para uma festinha, na verdade era a despedida de Dulce, ela ia anunciar a eles que ia embora, ela só não sabia como ia conseguir dizer isso sem chorar na frente de Anahi.

20:00 horas, estavam todos no apartamento de Ucker e das meninas. Só Dulce que ainda estava a caminho.

Poncho: Nossa, quer dizer então que a Carolzinha ta com leucemia?

Ucker: Isso, esse negócio de AIDS é tudo mentira, só fofoca.

Maite: Nossa, e fofoca muito maldosa.

Angelique: Ta vendo o que uma fofoca pode causar? Ucker quase pirou achando que tava doente e nem tava.

Manuela: É, mas já passou graças a Deus e tudo ta esclarecido. Aliás amor, achei muito bonito da sua parte ter ido lá ver ela.

Ucker: Obrigado amor! (sorriu) Fiquei feliz que eu pude levar um pouco de alegria a ela, coitada, ninguém foi ir ver ela.

Christian: E então galera, vamos lá visitar ela também, dar uma força. Não éramos amigos dela, mas nunca é tarde.

Anahi: E com certeza nossas intenções são muito mais sinceras do que a daqueles bando de falsos que andavam com ela.

Ucker: Ótimo então, ela vai ficar muito feliz.

A campainha tocou e Ucker foi atender.

Ucker: Chegou quem faltava!

Eles sorriram. Ele deu espaço e ela entrou.

Dulce: Boa noite gente!

Todos deram boa noite a ela, que se aproximou do centro da sala.

Dulce: E ai, tem uma cerveja pra mim? To precisando relaxar.

Maite: Eu pego pra você ruiva.

Maite foi a cozinha e Dulce se sentou no sofá, ao lado de Angelique. Anahi estava de frente pra ela, elas se olharam, mas Dulce desviou o olhar. Não demorou nada e Maite já estava lá a cerveja, ela pegou e abriu dando um longo gole.

Christian: Mas que sede em parceira? (rindo)

Dulce: E to mesmo viu. (sorriu)

Eles ficaram de papo e Ucker contou a Dulce sobre Carolzinha, ela ficou tão espantada quanto os outros.

Poncho: A gente combinou de ir lá ver ela Dul, você vai né?

Dulce ficou calada, ela, Maite, Angelique e Ucker se entreolharam, pois sabiam que isso não seria possível, pois ela estava indo embora no dia seguinte. Ela então respirou fundo e achou melhor contar logo toda a verdade.

Dulce: Bom, eu até queria ir, mas não vou poder.

Poncho: Porque Dul?

Dulce deu outro gole na cerveja. 

Dulce: Bom, eu tenho algo a dizer, Ucker, Maite e Angelique já sabem. E agora vou contar a vocês.

Anahi ficou a olhando curiosa e preocupada, pela cara dela, era algo muito sério.

Christian: Ai meu Deus, o que é Dul?

Poncho: E essa cara?

Dulce mais uma vez respirou fundo, ela quis falar mas o nó na garganta a impediu, as palavras não saíram e parecia não ter voz, pois a vontade de chorar veio, e veio forte, ela levantou a cabeça olhando pro teto sem piscar, assim impedindo que os olhos enchessem mais de lágrimas e que elas escorressem. 

Manuela: Dul?

Dulce engoliu o choro, quando sentiu que podia falar ela voltou a olhá-los. Ela evitava olhar Anahi, porque a vontade de chorar crescia.

Dulce: Eu quero dizer que eu to indo embora.

Eles ficaram olhando ela sem acreditar, olharam um para o outro como se tentassem confirmar que ouviram a mesma coisa. Anahi ficou estática, parecia que o tempo tinha parado e só aquela frase ecoava em sua cabeça `to indo embora`

Poncho: Como assim Dul?

Christian: Vai com sua mãe?

Dulce: Vou!

Poncho: Que dia?

Dulce: Amanhã.

Todos falaram juntos, inclusive Anahi: O que?

Poncho: Dul não pode ir embora assim, do nada.

Christian: Ta brincando né? Pode falar, é só uma brincadeira.

Dulce: Eu queria que fosse, mas não é gente.

Manuela: Mas porque assim tão rápido Dul?

Dulce: Porque mamãe tinha que responder logo se ia aceitar a proposta, eles tinham pressa, e tem um monte querendo esse cargo, se mamãe demorasse, vinha outro e pega a oportunidade.

Poncho: Mas Dul, você não queria ir, o que deu pra querer assim do nada?

Dulce: Vai ser bom pra mim.

Anahi se levantou e saiu apressada para o banheiro de hospedes. Todos olharam ela levantar e sair, Dulce apenas ficou olhando quieta. Anahi chegou a banheiro e fechou a porta se escorando nela, estava assimilando tudo o que Dulce disse, não podia acreditar que ela ia mesmo, e com certeza, o motivo da ida dela era por sua causa. Ela passou as mãos nos cabelos, perdida diante daquela notícia. Ela se aproximou da pia se olhando no espelho, não podia enxergar bem o seu reflexo, pois seus olhos cheios de lágrimas embaçavam sua visão.

Voltando a sala:

Christian: Não vai mesmo voltar atrás nessa decisão?

Dulce: Não! Eu já decidi e quando eu decido algo, dificilmente mudo de ideia.

Poncho: Poxa Dul, e a gente como fica?

Maite: Não adianta gente, ela ta decidida. Estamos de corações partidos também.

Dulce: Eu amo vocês, e não vai ter distancia que vai mudar isso, além do mais vamos estar nos falando sempre. E também não vou passar o resto da vida lá, é só por um ano mais ou menos.

Depois dessa notícia todos ficaram tristes, mas Dulce apesar de estar muito triste também, pediu que se animassem e queria aproveitar aquela noite ao máximo com eles. Todos concordaram, apesar de ser difícil saber que no dia seguinte ela iria partir, decidiram aproveitar o tempo que restava com ela.

Ligaram o som e serviram mais bebidas, Poncho foi atrás de Anahi. Ele bateu na porta e ela abriu, ele olhou pros olhos dela, parecia ter chorado.

Anahi: Ela não pode ir embora por minha causa Poncho. Não pode mudar a vida assim por minha causa, ela nunca quis ir pra essa viagem.

Poncho: Any você sabe que só tem um jeito dela ficar.

Ela suspirou triste enchendo os olhos de lágrimas novamente.

Anahi: Sabe que não posso Poncho.

Poncho: Então porque fica tão mal assim por saber que ela vai embora?

Anahi: Porque eu gosto dela, porque ela é uma das pessoas mais incrível, especial, linda e doce que já conheci. Porque esteve ao meu lado quando eu mais precisei, e o fato de eu não querer namorar com ela, não significa que não senti nada, que ficaria feliz por ela estar indo. Não quero me livrar dela, só não posso corresponder ao que ela me oferece. 

Poncho: Ta parecendo que você ta renunciando tudo o que sente.

Anahi: Vai ser melhor assim Poncho, eu não to preparada pra esse mundo novo. 
Ela respirou fundo.

Anahi: Bom, vamos voltar pra lá. Já sai daquele jeito, se demorar mais a Manu vem aqui perguntando o porque.

Eles voltaram pra sala e todos olharam pra Anahi, mas disfarçaram e nem comentaram nada. Anahi percebeu que Dulce não estava lá na sala.

Anahi: Cadê a Dul?

Maite: Na cozinha pegando bebida.

Anahi: Vou lá pegar também.

Anahi foi até a cozinha. Dulce fechou a geladeira segurando uma latinha e quando fechou a geladeira e se virou, viu Anahi entrando na cozinha. Ela sentiu o coração disparar e um frio na barriga, não esperava ver ela ali. Anahi se aproximou dela.

Anahi: Não pode fazer isso.

Dulce se escorou na geladeira e Anahi na mesa, assim as duas ficaram de frente uma pra outra.

Dulce: Isso o que? (séria)

Anahi: Ir embora assim. 

Dulce: Vai me dizer o que devo fazer agora?

Anahi respirou fundo, cortava seu coração a cada vez que Dulce a tratava assim, com tamanha frieza.

Anahi: Não, mas você nunca quis ir pra essa viagem.

Dulce: Não foi você mesma que disse que seria uma ótima oportunidade? 

Anahi: Porque a situação era outra.

Dulce: Como assim outra?

Anahi: A gente ainda não tinha terminado.

Dulce sorriu irônica.

Dulce: Como se a gente tivesse tido algo.

Anahi: Mas a gente teve, seja o que foi, mas tivemos.

Dulce: É, tivemos, bem que disse certo, tivemos, palavra que se refere ao passado.

Anahi: E por conta disso ta indo embora, se a gente não tivesse terminado não teria tomado essa decisão.

Dulce: A gente não terminou Anahi, você terminou.

Anahi ficou calada abaixou o olhar.

Anahi: E por isso não acho certo você mudar sua vida assim, ir para um outro país só por minha causa, não pode fazer isso.

Dulce deu outro sorriso irônico.

Dulce: Acha que tudo gira em torno de você não é mesmo? Acha que to indo embora por sua causa?

Anahi: E não é? (certa de que era)

Dulce: Se acha demais, acha que tudo o que faço tem a ver com você.

Dulce disse isso e saiu, mas Anahi segurou seu braço com cuidado.

Anahi: Olha nos meus olhos de diz que não ta indo embora por minha causa. Que eu não tenho nada a ver com isso.

Elas se olhavam fixo nos olhos. Dulce sentiu mais uma vez uma vontade enorme de chorar.

Dulce: Porque faz isso comigo Anahi? (com a voz embargada pelo choro que queria vir)
Anahi soltou o braço dela devagar, vendo a dor que tinha nos olhos dela, então percebeu o quão desnecessário ter falado aquilo. Só então percebeu que mexeu na ferida dela.

Dulce: Nós duas aqui sabemos o motivo de eu estar indo (ela começou a chorar) e eu to fazendo o máximo pra não pensar muito nisso e ficar sofrendo, ai vem você e mexe na minha ferida, esfrega na minha cara.

Anahi abaixou o olhar, depois o levantou e as lágrimas já saiam.