Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Marichelo sempre foi uma mãe muito amorosa para Anahi, super carinhosa. Mas quando Anahi andava fora da linha ela não passava a mãe em sua cabeça, por isso Anahi nunca aprontava nada, mas sobre tudo ela era disciplinada por natureza mesmo, sempre gostou de fazer as coisas certas e tinha prazer nisso. Já seu pai sempre foi quem passava a mão na sua cabeça, e até cobria suas estripulias, era um grande companheiro.

Anahi havia acabado seu banho, vestiu uma calça e blusa de moletom rosa, acabava de pentear os cabelos, enquanto o beijo não saia da sua cabeça, tentava entender o porque de não conseguir ter resistido e empurrado Dulce ao invés de se entregar com aquela vontade louca a uma garota que ela detestava e ainda mais sendo uma pessoa do mesmo sexo que ela, não entendia aquela força que a puxava para ela e isso a irritava muito. Também pensava no baita  xingo que ia levar da sua mãe, estava preparando os ouvidos já. 

No quarto de Dulce ela também havia acabado seu banho, vestido um conjunto de moletom também, fazia um friozinho por causa da chuva, já tinha penteado os cabelos e estava sentada na cama lembrando do beijo, tentando entender também que atração era aquela que seu corpo tinha pelo de Anahi a ponto de sempre agarrá-la quando se encostavam demais, como poderia sentir isso por alguém que detestava? 

Voltando a Anahi, ela respirou fundo e se encheu de coragem, já havia feito hora demais se encorajando, não tinha jeito, tinha que descer pra falar com sua mãe. Ela saiu do quarto, fechou a porta e desceu bem devagar sem pressa alguma, queria adiar os xingos por uns minutos, desceu as escadas em passos lentos e por fim chegou a sua mãe, a mesma se levantou e ordenou que ela se sentasse no sofá. Assim ela fez enquanto Rodrigo estava no outro sofá.

Anahi: Mamãe, antes da senhora falar deixa eu explicar ...

Marichelo não a deixou terminar.

Marichelo: Explicar o que Anahi? Que cometeu essa irresponsabilidade? Que veio da cidade até aqui dirigindo um carro e sem carteira? Que a policia podia ter te pegado? Que meu carro iria ser apreendido e que poderia ter acontecido algo com você também?

Anahi: Não precisa falar assim comigo também. (falando baixo)

Marichelo: E quer que eu fale como depois do que você aprontou? (nervosa) Muito me admira você Anahi com essas atitudes, você não é mais criança pra aprontar essas coisas.

Hora dessas Dulce já estava lá em cima perto da escada ouvindo tudo, ouviu quando Anahi abriu a porta do quarto saindo e saiu em seguida.

Anahi: Eu nunca faço nada, nunca apronto nada e num erro já me trata assim como se eu vivesse aprontando.

Marichelo: Vai querer defender seu erro com isso? Tem noção do quanto fiquei preocupada com você? Não chegava nunca e achei que alguma coisa poderia ter acontecido.

Anahi: Eu entendo sua preocupação mamãe, mas to me sentindo como se eu fosse a pessoa mais errada do mundo.

Marichelo: Hoje você foi. Passou dos limites. (nervosa)

Anahi abaixou a cabeça chorando, se lembrava da boa filha que era e sempre ficava fora de confusões, nunca deu desgosto algum para a mãe, sempre estudiosa, centrada, a ajudava com tudo na fazenda, abriu mão de uma adolescência como a de todas os outros adolescentes para assumir tudo com sua mãe desde que seu pai morreu e parecia que nada era reconhecido ali, por um misero erro cometido. Esse era o mal de ser a filha `perfeita` porque na hora em que erra é crucificada.

 Marichelo: Sempre foi tão responsável e madura para sua idade e me vem com uma dessas, espero que isso não se repita mais Anahi!

Marichelo falava usando palavras duras e um pouco nervosa. Anahi queria botar tudo pra fora e falar como se sentia, mas estava muito chateada com as palavras da mãe para querer discutir algo. Dulce olhava a cena indignada, realmente ela não se entendia com Anahi e achava que seria muito divertido ver ela levando uma baita bronca da mãe, mas reconhecia que Anahi realmente era toda certinha e a mãe dela não tinha do que reclamar, e aquilo que aconteceu dela pegar o carro sem carteira foi nada demais, pelo menos perto das coisas que ela já aprontou. Sentiu pena de Anahi chorando ali e sua mãe fazendo aquele exagero todo por algo tão bobo, se lembrou de quando seu pai a xingava assim e nunca entendia seu lado, para ela era sempre assim, os pais só querem xingar e xingar e nunca ouvir ou tentar entender o lado deles, as vezes o que eles querem é apenas serem ouvidos. E como Anahi a deu uma carona para ir embora pra casa e a livrou de ficar plantada sabe Deus até que horas esperando por um táxi naquela chuva forte, ela achou que era uma boa hora  para retribuir o favor. Diante disso tomou uma atitude. Desceu as escadas e andou até o lado de Marichelo a encarando séria.

Dulce: Olha só Marichelo, mas diz uma coisa, por algum acaso você ouviu o que a Anahi tem a dizer?

Marichelo: O que você ta dizendo Dulce?

Rodrigo balançou a cabeça não acreditando que ela estava se metendo. Anahi olhou pra Dulce secando as lágrimas sem entender, elas estava a defendendo? Era isso mesmo?

Marichelo: Desculpa Dulce, mas não há o que ouvir, eu já sei de tudo e não tem desculpas.

 Dulce: Ah é? Sabe de tudo? E por algum acaso sabe que fui eu que vim dirigindo o carro até aqui? Que quando o Chris pediu a ela que trouxesse o carro pra fazenda ela veio a mim, me pedindo para vir dirigindo pra ela, já que ela não tinha carteira, mas eu tinha? (cruzou os braços)

Anahi a olhava boquiaberta, estava livrando ela de um problema e porque? Achava que ela ia rir da sua cara pelo problema que tinha arrumado com sua mãe e não a livrar dele. Marichelo agora se sentia culpada, viu que a filha não tinha culpa de nada e levou todos os xingos atoa, olhou pra Rodrigo.

Marichelo: Isso é verdade Anahi? É verdade Rodrigo?

Rodrigo: Bem, elas não tinham me contado isso.

Dulce: Como ela ia contar se ninguém deixa? Você nem deu a chance da sua filha se explicar e já saiu xingando ela. E não precisa perguntar a eles se é verdade, eu não teria motivos para mentir, e muito menos motivos para livrar a cara da sua filha, porque por mim ela pode se ferrar o quanto quiser, mas tenho que ser justa.

Rodrigo se lembrou de que quando chegou quem estava sentada no banco do motorista era Anahi e não Dulce, se lembrou de quando conversou com ela e algo estava errado ali, mas não iria falar nada para não prejudicar a namorada.

Marichelo: Eu acredito em você Dulce, obrigado por me esclarecer tudo! De verdade. (olhou para Anahi) Minha filha, porque não me disse antes?

Ela se abaixou diante da filha a olhando.

Anahi: A senhora não quis me ouvir.

 Marichelo: Me desculpe filha, me desculpe.

 Anahi estava chateada pela forma que sua mãe havia lhe xingado, mas por outro lado ela xingava por algo que realmente tinha acontecido e agora ela estava ali mentindo para ela, dizendo que Dulce era quem dirigiu o carro e via sua mãe se sentir culpada por algo que não era verdade. Por isso resolveu deixar a chateação de lado e a desculpar e ficar na boa com ela.

Anahi: Tudo bem mamãe, foi tudo um mal entendido. 

 Marichelo abraçou a filha arrependida por cada palavra que tinha dito beijando seu rosto.

 Marichelo: Me perdoa por ter sido tão injusta filha.

 Anahi: Tudo bem mamãe, a senhora também não tinha como adivinhar. Fica tranquila!

 Dulce deixou todos na sala e voltou para o seu quarto. Uns minutinhos depois Anahi se despediu de Rodrigo dizendo que queria descansar e ficar sozinha, ela estava um pouco brava com ele porque ao invés de ajudá-la com sua mãe não fez nada além de falar mal do Christian. Antes de entrar no seu quarto foi ao de Dulce e bateu na porta, a mesma abriu.

 Anahi: Posso falar com você rapidinho?

 Dulce: Vai ser rápido mesmo? To ocupada.

 Anahi: É rapidinho Dulce, deixa de ser chata.

 Dulce: Ok, entra ai.

 Anahi entrou e Dulce fechou a porta.

 Dulce: E então?

Anahi se virou a olhando.

Anahi: Bom, eu queria agradecer pela ajuda lá em baixo com a minha mãe, nossa ela me deu uma baita bronca e não ia parar por ali e com certeza me aplicaria um castigo.

Dulce: Não foi nada! Mas saiba que não fiz nada disso por você.

 Ela andou para a mesinha do seu computador se sentando, se esforçando pra se manter fria.

 Anahi: Isso nem precisa falar. E é o que me deixa mais intrigada, por que fez isso?

 Se aproximou dela na mesinha, Dulce a olhou.

 Dulce: Eu só quis retribuir o favor que me fez me dando carona e não me deixando lá naquela chuva esperando um táxi.

Anahi: Uma forma de agradecimento então?

Dulce: Se quer chamar assim. Mas eu diria que se trata mais de uma troca de favores, você me fez um e eu te retribuí, só isso. A verdade é que não gosto de ficar devendo nada a ninguém.

Anahi: E muito menos a mim né?

Dulce: Isso ai! Garota esperta você. 

 Anahi se irrita um pouco, até fazendo favores ela conseguia ser rude.

 Anahi: Então eu nem deveria ter vindo aqui te agradecer né? Afinal são apenas trocas de favores.

Dulce: Exatamente!

 Elas se encaram por alguns segundos, o olhar fixo um no outro até que Dulce cortou, porque já estava começando a ficar incômodo aquilo.

Dulce: Só tem mais uma coisa, já pensou no que vai dizer sobre o Christian? Porque sua parte eu livrei, agora o fato dele ter pedido a você que trouxesse o carro ainda ta em questão.

Anahi: Eu sei disso, não sei o que vou fazer pra livrar ele dessa.

Ela se sentou na cama pensativa. Dulce se levantou da cadeira sentando do lado dela.

Dulce: Mas ele também é um bocudo né? Que diabos tinha que abrir a boca?

Anahi: E ele ia falar o que Dulce? 

Dulce: Pior que é.

Anahi: Não queria que ele se ferrasse.

Dulce: Mas vocês também não sabem fazer nada escondido, vão fazer algo de errado e ainda fazem na cara, sua mãe não precisava saber que você vinha com o carro, tinham que terem combinado algo.

Anahi: Acontece que não tenho o costume de ficar aprontando todas como certas por ai.

Dulce: A esqueci que to falando com a senhora certinha.

Anahi: Olha quer saber vou pro meu quarto porque isso aqui vai dar em discussão.

Anahi se levantou e saiu do quarto. Dulce jogou seu corpo pra trás se deitando na cama pensativa. Seu pensamento foi lá no beijo delas que aconteceu a poucas horas escoradas no carro na chuva.

Depois dessa confusão toda finalmente era sábado. Christian assim que chegou no dia da confusão Marichelo foi conversar com ele, o deu um sermão como a madrinha que era dele, disse que ele não deveria ter pedido aquilo a Anahi. Mas depois de falar muito Christian se desculpou e disse que não iria mais fazer aquilo, se caso o carro pegasse alguma multa ele pagaria, que sabia desse risco. Ela disse que ele não poderia ter pensado daquela forma e que foi algo muito sério e que não se tratava apenas de multar o carro, mas que poderia acontecer algo com Anahi, mas como Dulce é quem dirigiu e tinha carteira a parcela de culpa diminuiu. Mas como ele sempre foi um bom menino, no fim do sermão todo ela o desculpou e disse que se preocupava muito, por isso ficava nervosa daquela forma, mas no fim das contas tudo acabou bem.

Bom, voltando ao sábado todos já estavam no Fivela de Prata, como o combinado na semana. O lugar era bem bonito e aconchegante, todos gostaram muito e tinha muita gente bonita. Tinha mesinhas por uma parte, uma pista para dançarem em frente ao palco onde bandas, cantores ou duplas se apresentavam ali. Tinha também o balcão onde ficava o barzinho, tudo decorado ao estilo country, e a maioria a caráter, com botas, chapéu, blusas xadrez e coisas assim. Menos Dulce, Maite, Angelique e Ucker que eram a primeira vez que iam ali, estavam vestidos normalmente. Na verdade os maiores frequentadores eram ali da região e tinham ligação com o campo, fazenda.

Todos estavam sentados juntos numa mesinha tomando chopp, Anahi estava sozinha com eles, Rodrigo tinha ido resolver uns problemas da fazenda do seu pai e chegaria um pouco mais tarde.

 Ucker: Meu Deus! Quanta mulher bonita aqui, olha que belezuras.

Christian: Bom o Ucker já vi que gostou e vocês meninas, o que estão achando?

Maite: To adorando tudo! 

Angelique: O ambiente é ótimo, super diferente.

Dulce: É, nada mal!

Poncho: Vocês ainda não viram nada, daqui a pouco a coisa esquenta, logo começam a cantar. 

Anahi: Ai da pra dançar, fica super divertido.

 Eles sorriram e deram goles em suas bebidas. Ucker que estava sentado do lado de Poncho falou com ele.

 Ucker: E ai Poncho, com certeza tem umas amiguinhas lindas assim pra me apresentar né?

 Ele falou olhando para uma loira que conversava rindo com outra morena.

 Poncho: Calma Ucker, a noite nem começou. (rindo)

Ucker: Você deve pegar altas gatas né? Olha pra essas mulheres lindas aqui.

Poncho apenas riu e deu mais um gole em seu chop.

 Um tempinho depois duas garotas cantavam no palco e o pessoal já dançava animado. 

E eles já estavam animadinhos. Angelique não parava de olhar Poncho e admirar o quanto ele estava lindo aquela noite, Ucker ficava puxando papo com algumas garotas tratando de achar um alvo para aquela noite e Angelique ficava contente por Poncho não estar fazendo o mesmo, pois estava interessada nele, ela estava sozinha e ele também, então porque não? Christian e Maite estavam cada vez mais próximos, Maite deu a maior bola pra ele, era só chegar que rolava o beijo, mas ele ainda não tinha dado esse passo e ela já estava ficando confusa porque ele havia flertado com ela todo o tempo e tava mais que na cara que ela queria, mas ela sentia como se ele estivesse sem saber como chegar para o beijo. Poncho dançava animado com Anahi, os dois riam bastante e Dulce estava no balcão com Angelique bebendo.