Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Dulce: Pode deixar Tião, deixa ele aqui comigo que levo pra ela. Ela ta dando uma volta no jardim, deixa que eu levo até onde ela ta.

 Tião: Não dona Dulce, que isso. Não vou dar trabalho a senhora, não vou incomodar.

Dulce: Não vai incomodar! Sério, deixa que eu levo até ela, eu também tenho uma coisa pra falar com ela. Fica tranquilo que ela não vai se importar.

 Ela pegou a corda da mão dele e ele então entregou a ela.

 Tião: Tudo bem dona Dulce. 

  Ele saiu e foi para sua casa, já que era domingo o dia era de descanso, apenas selou o cavalo de Anahi. Ela o esperou sumir das suas vistas e pela direção que foi, havia ido mesmo para a sua casa, pela direção era onde ficava as casas dos peões. Logo ela olhou pro cavalo, nunca esteve tão perto de um, nunca havia andando. 

 Dulce: Olha só cavalinho, se comporta em, fica quietinho que vamos dar um passeio. Sua dona vai ter uma surpresinha, ela vai pagar pelo que fez com minha moto aquele dia, deixou outra pessoa pilotá-la, então por ter me feito de besta e me atingido onde mais me tocaria, vou fazer o mesmo, atingí-la onde mais a tocará. 

 Ela saiu puxando o cavalo.

 Dulce: Vamos dar um passeio!

 A fazenda estava meio que deserta, todos os peões estavam de folga por ser domingo, ninguém estava trabalhando, alguns estavam em suas casas e algumas tinham saído pra passear.

Logo que saiu Anahi chegou aquela parte do jardim, em frente a sua casa e se sentou na pequena escadinha da porta de entrada esperando por Tião e seu cavalo, olhou o seu relógio e já havia se passado 15 minutos da hora que tinha combinado com ele, estranhou pois ele nunca atrasava nem um minuto se quer. Mas pensou que com certeza ele já estava chegando e ficou ali esperando. Se passou mais 15 minutos e nada dele aparecer com seu cavalo, contando ao todo era meia hora de atraso, então se levantou e foi até o estábulo ver se ele estava lá ou se tinha acontecido algo, mas antes de entrar dentro do estábulo o viu em frente a sua casa dali mesmo de longe, mas nem tão longe assim, dava pra ver que era ele. Estranhou mais ainda, será que ele havia esquecido do seu cavalo? Ou se confundido na hora? Para ela o mais provável era a segunda opção, ele nunca esquecia. Então desistiu de entrar no estábulo e seguiu para a casa de Tião, foi verificar o que tinha acontecido. Ela foi andando com sua bota, também usava uma sainha jeans e uma blusa xadrez de botão justa ao corpo. Depois de andar um pouco chegou em frente a casa de Tião e ele foi recebê-la.

Tião: Oi dona Anahi, a senhora quer mais alguma coisa?

Anahi: Primeiro uma coisa que já te falei mil vezes, para de me chamar de senhora e Dona Anahi Tião! (sorriu)

 Ele sorriu meio sem jeito.

 Tião: Ah dona Anahi, não consigo acostumar não.

 Anahi riu balançando a cabeça.

 Anahi: Bom, a segunda coisa é que vim ver se aconteceu algo, era pra ter me levado o Gatiado pra mim a uma meia hora atrás. 

Tião: Uai dona Anahi, mas eu deixei ele lá no jardim.

Anahi: No jardim?

Tião: Sim! Deixei com a dona Dulce, ela disse que ia levar até a senhora. Eu deixei porque ela fez muita questão, disse que tinha que falar com a senhora e aproveitava e levava o cavalo. Mas olha dona Anahi, não foi preguiça não, é que ela ..

Anahi: Dulce Tião? Ta dizendo que ela pegou meu cavalo?

Tião: Sim dona Anahi. Fiz errado? Ela não encontrou a senhora?

Anahi: Não Tião, ela não me levou cavalo nem um, não encontrei com ela.

Anahi já respirava irritada, não pelo que o peão havia feito, mas por Dulce ter pegado o seu cavalo, pra que ela o pegou? Pra fazer o favor de entregá-la que não era.

Anahi: Tião, me conta isso direito. O que ela disse?

Tião: Cheguei no jardim com o cavalo e encontrei ela, ela se apresentou e perguntou se era o seu cavalo e eu disse que sim. Ai ela disse que eu deixasse com ela que ia entregar pra senhora, que sabia onde a senhora tava e que ia aproveitar já que queria falar com a senhora.

Anahi: Mas ela não sabia onde eu tava e nem tinha nada pra falar comigo. Essa louca, o que ela queria com meu cavalo?

 Ela passou a mão nos cabelos respirando fundo. Pela mentira que Dulce havia contado iria aprontar algo, só poderia ser isso.

Tião: Eu vou procurar ela dona Anahi, desculpa! Não sabia que ia dar essa confusão toda, vou concertar isso. Me desculpa!

Anahi: Não Tião, deixa que eu acho ela. Ela não deve ter ido muito longe e nem sei o que ela pretendia, mas ela não conhece nada aqui e nem sabe andar aqui, eu acho ela fácil e resolvo isso.

 Tião: Mas foi tudo culpa minha dona Anahi.

Anahi: Não se preocupe Tião, essa garota que é doida. Deixa comigo isso e não precisa se desculpar.

 Ela saiu andando em passos rápidos. Já estava irritada pelo que Dulce fez, não tinha ideia do que ela pretendia aprontar ou havia aprontado já, mas boa coisa não era, pois mentiu e com certeza era algo para atingí-la. Depois de muitos passos longos e rápidos ela chegou ao jardim e viu Dulce entrando dentro de casa, voltou a andar rápido indo atrás dela. Logo entrava pela sala e viu Dulce subir as escadas. A chamou falando um pouco alto.

 Anahi: Dulce Maria!

Dulce que subia as escadas parou e a olhou.

 Dulce: Nossa! Pode falar mais baixo que não to surda, ainda.

Anahi: Cadê o meu cavalo?

 Ela foi pro meio da sala e a olhava ofegante pelo cansaço de ter andado muito rápido e pela raiva, ao ver aquela cara de Dulce de desentendida só aumentou mais ainda sua irritação. Dulce sorriu ainda com a mesma cara de desentendida.

 Dulce: Ta falando do que? (se escorou no corrimão da escada)

Anahi: Não se faça de idiota comigo garota, cadê o meu cavalo?

 Ela falou entre dentes e andou para perto da escada.

 Dulce: O cavalo é seu e eu que tenho que saber?

Anahi puxou o ar tentando puxar a calma junto, esse jeito dissimulado de Dulce estava a deixando louca de raiva.

Anahi: Para de se fazer de idiota que falei com o Tião e ele me disse que deixou o cavalo com você, e que você disse que ia levar ele até a mim.

Dulce: É mesmo? E porque ta nervosa assim? Se acalma.

Anahi não aguentou o cinismo dela e subiu as escadas nervosa, se aproximou dela segurando seu braço com força e encostou seu corpo no dela o pressionando com força contra o corrimão da escada, apertava o braço dela com força.

 Anahi: Você me irrita demais garota, essa sua cara de cínica me deixa louca de raiva! 

 Dulce sentia a força que ela apertava o seu braço e estava doendo um pouco, mas ver Anahi irritada daquele jeito era divertido demais, era exatamente o que queria, tirá-la do sério, perturbá-la.

 Dulce: Devagar ai mocinha! (sorrindo cínica)

Anahi: Porque não me deixa em paz hein? 

 Anahi pressionou seu corpo mais no de Dulce, assim a pressionando mais contra o corrimão e apertando seu braço com mais força ainda. Ela falava com os lábios bem próximos ao de Dulce e sua voz saia junto com a respiração ofegante pela raiva, irritação, e ao mesmo tempo por ter ela assim tão perto, o corpo dela colado ao seu, e aquela maldita sensação de querer beijá-la e sentir aquele corpo dela todo no seu. Tudo vinha junto com a mesma força da vontade de dar uns tapas nela, de xingá-la pra deixar ela em paz.

Anahi: Porque me perturba? Porque me incomoda? Porque faz questão de me irritar? De me tirar do sério? Em Dulce?

 Dulce já havia parado de rir. Prestava a atenção em cada movimento dos lábios de Anahi, na respiração quente e ofegante dela junto com a sua, que já começava a ficar no mesmo ritmo, prestava a atenção naquele corpo maravilhoso dela colado ao seu, pressionando. No calor que vinha dele e fazia o do seu corpo ficar maior ainda, sua boca ficou seca, seu peito subia e descia pela respiração forte. E as palavras que Anahi diziam? Não fazia a mínima ideia mais do que se tratavam, só conseguia ver aqueles lábios chamando pelos seus, o cheiro dela a chamando, o sabor daqueles lábios que ela lembrava muito bem e sentiu um frio na barriga só de imaginar prová-los novamente. Não estava mais aguentando, iria agarrá-la ali mesmo se ela não calasse a boca e se afastasse. Nem a dor no braço sentia mais, o que sentia era apenas tesão, puro tesão, desejo, fogo, vontade de consumir o que estava a dominando e tomando conta do seu corpo.

 Dulce: Anahi (ofegante olhando os lábios dela) cala a boca!

Anahi: Você não manda em mim garota! (olhando os lábios dela ofegante)

Anahi apertou mais o braço dela, Dulce não resistiu e a beijou, selou seus lábios nos dela e beijou com vontade. Com rapidez levou sua língua no espaço da boca de Anahi buscando pela dela em um beijo desesperado, urgente, que precisava ser sentindo. Anahi de pronto correspondeu, levou sua língua de encontro a de Dulce, suas línguas deslizavam uma na outra, seus lábios encaixados perfeitamente e a sintonia perfeita naquele beijo. Dulce levou uma mão a nuca de Anahi assim a puxando mais para o beijo, e a outra mão a puxava pelas costas na altura da cintura. Já Anahi apertava o braço dela, mas dessa vez não era de raiva, mas sim de puro desejo e a outra mão ela tinha no rosto de Dulce também a puxando mais para o beijo. Seus lábios e língua buscavam uma pela outra com muito desejo, pressa, com as respirações pesadas e o tesão que era maior do que tudo naquele momento, tanto que esqueceram que estavam na escada e a qualquer momento alguém podia chegar ali e ver aquela cena. Mas no momento só queriam saber daquela vontade toda de se sentirem, e tava crescendo, estavam começando a necessitarem de mais. Mas naquele desejo todo por sorte ouviram um barulho atrás da porta de entrada, era Marichelo que tinha deixado uma sacola cair no chão, assim bateu na porta também fazendo barulho, logo elas escutaram risadas e vozes, no susto e desespero pararam o beijo e Anahi de pronto se separou de Dulce e olhou pra porta, ao perceber que estavam abrindo a porta ela saiu correndo subindo o resto da escada, ao chegar na parte de cima se escorou na parede respirando ofegante pelo que estava fazendo antes e também pelo cansaço de ter corrido um pouco subindo o resto da escada. Ficou ali escorada e levou uma mão ao testa, engoliu seco fechando os olhos e sentindo como sua testa estava suada e quente. Ficou imaginando o que seria se alguém tivesse visto tudo. 

Quando abriu os olhos viu a imagem de Dulce em sua frente e sem tempo pra abrir a boca ou pensar, o corpo dela estava novamente colado no seu, a pressionando contra a parede, de um jeito muito excitante que só fez o desejo aumentar. Mas ao mesmo tempo estava apavorada, quem chegou lá em baixo com certeza logo subiria ali em cima, ainda mais se fosse sua mãe.

 Anahi: Ta louca? Me solta, sai daqui!

Dulce: Tem medo do que Anahi? De não resistir?

Anahi a empurrou com força, sentia a boca seca, sentia que não estava em seu estado normal. Como perdia a cabeça assim com Dulce? Como perdia todo o seu controle?

Anahi: Olha só. Eu só quero saber onde ta o meu cavalo. (ofegante)

 Ela tentava pensar em outra coisa pra não pensar no desejo que a consumia naquele momento.

Dulce parou e pensou um pouco, o que estava acontecendo com ela pra ir atrás e Anahi assim? Ia achar que estava louca por ela ou algo do tipo, daqui a pouco ia estar pedindo pra ficar com ela. Então resolveu entrar no assunto de Anahi pra parar de ter aqueles pensamentos com ela, e não podia se esquecer que a detestava, que era loucura aquele desejo todo por ela, que era coisa momentânea, uma simples vontade, e vontade dá e passa.

 Dulce: Quer achar seu cavalo? Procura!

 Anahi ia xingá-la, foi quando sua mãe e Daniel apareceram lá. Ela se calou, ambas tentaram disfarçar o clima ali.

 Marichelo: Olá meninas, bom dia Dulce!

Dulce: E aê!

Daniel: Dulce, isso são modos?  Responde direito.

Dulce bufou de braços cruzados.

 Dulce: Bom dia! 

 Daniel: Muito bem! 

 Dulce: To indo pro meu quarto.

 Ela saiu andando em direção a porta do seu quarto e Anahi ficou a olhando ir, sua vontade era de chamá-la, mas não queria que sua mãe e Daniel soubessem da briga delas. Apesar delas disfarçarem o clima entre elas, Marichelo e Daniel perceberam que havia algo de estranho ali.

 Marichelo: Filha, é impressão minha ou vocês duas brigaram de novo?

 Daniel: A Dulce te perturbou de novo Any?

 Anahi: Nâo gente, ta tudo bem. Não se preocupem.

 Ela deu um sorriso amarelo e foi pro seu quarto. Ficou ali mesmo perto da porta, ficou ouvindo os passos de Marichelo e Daniel lá fora no corredor, assim que ouviu o barulho da porta do quarto deles se abrindo e fechando em seguida saiu do seu quarto indo direto ao de Dulce batendo na porta. Dulce logo abriu.

 Dulce: O que você quer hein?

 Anahi: Saber onde meteu o meu cavalo.

 Dulce: Já disse pra ir procurar! O cavalo é seu, problema é seu, então se vira.

 Ela já ia fechar a porta mas Anahi colocou a mão impedindo.

 Anahi: Dulce na boa, cadê o meu cavalo?

Dulce: Ele foi dar um passeio, já te disse.

Anahi entrou no quarto, se virou pra Dulce cruzando os braços a encarando séria.

Anahi: Olha só Dulce, se você tiver feito algo com ele você vai ver garota!

Dulce a olhou sorrindo a provocando. Era exatamente aquele sorriso que irritava Anahi, todo irônico.

Dulce: Quer mesmo saber onde ta o seu cavalo?

Anahi: Quero, onde ele ta? O que fez com ele?

Dulce: Quer mesmo saber?

Anahi: Já falei que sim!

Dulce: Procura!