Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Anahi: Porque sim e me deixa em paz garota!                                      

 Ela saiu andando nervosa, nunca sabia como agir quando Dulce falava diretamente sobre elas duas e não queria falar, não queria aprofundar nada e evitava esses tipos de pensamentos, embora depois do que aconteceu aquela dia iria ser difícil. Dulce ficou a olhando caminhar nervosa e ficou rindo.

 Dulce: Já vi que vou me divertir com você nisso também Anahi! 

Anahi ia chegando em casa e pelo caminho encontrou Tião.

 Tião: Dona Anahi, eu achei o cavalo da senhora lá no estábulo, dai eu tirei ele de lá e deixei no outro lado do jardim porque lá tem uma sombra boa pra ele.

 Enquanto Anahi tinha ido tirar satisfações com Dulce sobre o cavalo dela, e brigavam na escada, quando aconteceu o beijo delas ele pegou o cavalo dela lá.

 Anahi: Então é lá que ele ta?

Tião: Sim! Faz um tempinho que peguei ele lá no estábulo e assim que deixei ele ali eu fui procurar a senhora pra avisar, mas não tava na sua casa e deixei o recado com a Tonha, ela não te avisou?

Anahi: Não! Na verdade eu não vi ela depois daquela hora, tava dando uma volta procurando ele porque também não tinha achado ele no estábulo.

Tião: Desculpa a confusão dona Anahi, eu devia ter entregado ele nas mãos da senhora desde aquela hora.

Anahi: Não se preocupe Tião, a culpa não foi sua. 

Tião: Bom, eu só vim avisar a senhora mesmo.

Anahi: Tião, me faz um favor?

Tião: Claro!

Anahi: Não vou mais andar a cavalo, pode soltar ele pra mim?

Tião: Sim senhora!

Anahi: Obrigado Tião!

 Ela sorriu e saiu, logo ouviu a voz de Dulce atrás dela. Ela bufou pensando se ela não ia deixá-la em paz.

Dulce: Ta vendo? Não disse que eu não sabia onde ele tava?

 Anahi continuou andando e Dulce foi andando ao seu lado.

 Dulce: Acho que alguém me deve um pedido de desculpas. (a pirraçando)

Anahi: Pedir desculpas? (ela riu irônica) vai sonhando, toda essa confusão foi por sua culpa.

 Anahi apressou o passo e logo entrou dentro de casa. 

 Dulce: Idiota mesmo! Faz aquele escândalo comigo e não é capaz de se desculpar.

 Logo ela entrou em casa também, Marichelo, Daniel e Fausto conversavam animados. Ela viu Anahi cumprimentando o tio.

 Anahi: E o Poncho tio? Porque ele não veio? 

Fausto: Mas como sabe que ele não veio? 

 Dulce balançou a cabeça pensando como ela era burra. Elas ouviram que Poncho não tinha ido pra fazenda lá no estábulo quando estavam escondidas dele.

 Anahi: Er .. (sem saber o que falar)

Dulce: Porque ele não ta aqui, óbvio! Então ela deduziu que ele não veio, não é Anahi? (a olhando)

Anahi: Ah Claro! Isso mesmo. (deu um sorriso amarelo)

Fausto: Ah sim! (sorriu) Não veio mesmo Any, ele não quis vir, vocês brigaram?

Anahi: Não tio! 

 Anahi estava sentada do lado do Tio, Marichelo e Daniel estavam no outro sofá e Dulce ainda estava em pé.

 Fausto: Tentei conversar com ele, mas ele não quis me dizer nada. Não sabe de nada? Ele tava quieto.

Anahi: Não sei tio, pelo menos não me contou nada. Mas vou ligar pra ele agora mesmo.

 Anahi não gostava de ficar contando sobre suas brigas com Poncho pra família, pois todo mundo achava que ele era apaixonado por ela e sempre ficavam falando coisas que não tinham nada a ver.

 Anahi: E a tia Laura?

Fausto: Ela foi a cidade mas logo ta chegando ai.

Anahi: Ta certo. Bom vou ligar lá do quarto, já volto!

 Ela se levantou e saiu subindo as escadas apressadas, Dulce a olhou sair da sala até perdê-la de vista na escada. Nem ela mesma percebeu o quanto ficou a olhando, foi como algo automático. Depois voltou sua atenção a sala.

 Daniel: Sente-se minha filha.

Dulce: Não papai! Eu vou lá em cima também dar uma ligada pra Mai.

 Ela saiu subindo as escadas apressada também.

 Fausto: Muito linda sua filha Daniel, parabéns!

Daniel: Obrigado Fausto! Mas me da um trabalho. (rindo)

Fausto: Ah, mas faz parte, adolescentes são sempre difíceis de lidar, filhos nessa idade é bem complicado.

Marichelo: Da Any não posso reclamar nada. Sempre foi uma boa filha, responsável, obediente e esforçada, as vezes eu acho que a Any amadureceu até cedo demais, as responsabilidades que ela tem acho que veio muito cedo. Com a morte do pai dela e tendo que me ajudar com tudo aqui a fez amadurecer muito rápido. Se tratando de responsabilidade e decisões ela é muito firme, sempre sabe o que quer, com apenas 17 anos prestes a fazer 18 já sabe o que quer da vida sem ter duvida de nada, ela já tem toda uma vida traçada pra ela. 

 Fausto: É, você tem uma filha e tanto Mari, a Any realmente é uma menina muito centrada para a idade dela. 

Daniel: Admiro isso na Any. Em uma das minhas conversas com ela, me disse tudo o que quer em seu futuro. Quer acabar sua faculdade, logo depois se casar, já ter sua profissão, a vida estabilizada e ter filhos. Mesmo sabendo que vai herdar isso tudo aqui não se acomoda, ela estuda, se esforça pra ter uma profissão e garantir seu futuro mesmo com a herança que irá ter. Já a Dulce veio fazer essa faculdade forçada porque se eu e a mãe dela deixasse não estaria fazendo e só se preocuparia com as baladas dela.

Marichelo: Mas logo ela encontra o caminho dela amor. 

Daniel: Ela e Any são completamente diferentes, Any já sabe tudo o que quer fazer daqui até alguns anos, até seu futuro. Já Dulce não sabe nem o que vai comer no almoço do dia de amanhã. 

 Todos riram na sala.

 Daniel: Sério mesmo, Dulce não pensa no amanhã, ela só pensa no hoje. Ela vive o momento e deixa acontecer. Se for pra definir minha filha em uma palavra, seria imprevisível. Tenho muito medo por ela ser assim, eu e sua mãe não estaremos sempre aqui para estar a guiando.

Fausto: Mas ela ainda é muito nova Daniel, a maioria dos jovens na idade dela são assim, só pensam no hoje. A Any é uma adolescente rara. (rindo) Eu também não posso reclamar muito do Poncho, meu filho não me dá muito trabalho, mas o que mais quero é que ele forme na faculdade e tenha sua profissão e quero muito vê-lo casado e me dando um neto, quero um menino pra herdar o que ele herdará de mim, pra dar continuidade a nossa família, pra continuar com essa geração de fazendeiros.

Marichelo: Esse também era o sonho do Fernando, que a Any e a Manuela lhe dessem netos, pra também herdarem tudo isso aqui e continuar a geração da família. Pena que ele não está mais aqui para ver esse sonho e a Manuela não volta mais pra cá, terá mesmo que ser a Any.

Daniel: Mas quando a Any tiver esse filho onde ele estiver ele verá meu amor. E com certeza ficará muito orgulhoso da filha. (sorriu acariciando a mão dela)

Marichelo: E a Any quer muito isso, dar o neto ao pai dela pra realizar o seu desejo. Esse foi seu ultimo pedido antes de morrer e Any o prometeu que faria. Eu também to louca pra ser avó, ver meu neto correndo por essa sala, por essa fazenda, ensiando ele a andar a cavalo. (sorrindo boba)

Fausto: Eu também Mari, quero muito ser avô.

Marichelo: Mas isso só depois de formados na faculdade e casados. (rindo) Pra falar a verdade quero muitos netos, mas a Any disse que se for ter mais de um filho só quer dois.

Fausto: O Poncho não fala muito de filhos, sempre que toco no assunto ele muda o assunto, diz que é muito cedo pra pensar nisso ainda.

Daniel: Mas é a idade Fausto, só vai pensar nisso mais tarde.

 Lá em cima no quarto Anahi entrou e se jogou na cama pensando no que aconteceu entre ela e Dulce no estábulo, fechou os olhos lembrando de tudo, ao lembrar do beijo de Dulce, dos seus lábios macios, deles quentes por sua pele, só de lembrar sentiu o coração disparar e aquele friozinho gostoso na barriga. Não era possível, nunca se imaginou com uma mulher e ultimamente vivia as beijos com uma, e sempre após uma discutição, como podia se atrair por alguém assim? Além de ser uma garota, a detestava e não conseguiam conversar nem cinco minutos sem brigarem, Dulce era o oposto de todos os seus gostos, e isso deixava sua cabeça confusa e não conseguia entender o que era isso que estava acontecendo com ela. Depois de muito pensar em tudo isso decidiu ligar para Poncho, queria saber porque ele não foi almoçar em sua casa, se estava chateado pelo que ela tinha falado na noite passada, queria conversar com ele pra se entenderem, conversarem com mais calma, e precisava conversar com ele sobre o que anda acontecendo com ela. Ligou pra ele várias vezes mas ele não atendeu o celular, tentou na casa dele mas ninguém atendeu. 

Depois de tentar várias vezes desistiu, se deitou na cama e voltou a pensar no que estava acontecendo entre ela e Dulce. 

 Anahi e Dulce são duas pessoas completamente diferentes que a vida resolveu uni-las. Marichelo não exagerou quando disse que a filha era certinha. Anahi sabe o que quer da vida, sempre soube, por isso sempre levou e leva seus estudos a sério, sente prazer nisso, porque quer ter sua profissão e ser uma boa profissional, não é porque vai herdar as terras do seu pai que iria se acomodar. A morte do seu pai a fez amadurecer mais rápido. Seu sonho é se formar na faculdade, se casar na Igreja como manda o figurino, ter filhos, formar uma família  e continuar vivendo ali naquele lugar, que é tão apaixonada. Aquela fazenda é sua vida e tem o maior orgulho de ser como é. Para ela vai ser como todo prazer que dará o neto que seu pai tanto sonhava para levar aquilo adiante e seguir a tradição da família. Seu sonho e plano de vida é isso. Talvez todas essas suas metas a faz diferente dos outros adolescentes, ela é muito responsável e detesta pessoas irresponsáveis, detesta imprevistos e odeia quando algo não sai como planejou, Anahi é do tipo de garota que pensa no futuro, pensa muito no amanhã. E é feliz assim, é sua personalidade, é seu jeito e não mudaria por nada. E encontrar uma pessoa que é totalmente o seu oposto e se sentir assim tão atraída por ela, que no caso é Dulce, a deixa confusa e com raiva de si mesma, se envolver com uma menina vai contra tudo o que ela acredita, contra seus princípios e valores. Por isso para ela é tão difícil aceitar todo esse envolvimento por Dulce.

 Já Dulce, é completamente o oposto dela, é imprevisível, as vezes irresponsável, não pensa no futuro e nem no amanhã. Seu pai também não exagerou quando disse que ela só vive e pensa no momento. Por ela nem estaria fazendo faculdade ainda, ela quer mesmo ter os amigos por perto, curtir muito tudo o que a vida pode oferecer de bom e ser feliz. Já que o melhor que ela tinha foi tirado dela e hoje ela não tem mais, que é sua família unida e feliz como sempre foram. Enquanto Anahi amadureceu com algo que perdeu de muito importante na vida que foi seu pai, Dulce só se rebelou com o que perdeu na vida que mais amava, sua família unida.

 O que será de duas vidas e personalidades tão diferentes? Gostos nada parecidos, ideias completamente distintas e um ideal de vida totalmente oposto um ao outro? Em uma caminhada longa e muito difícil serão unidas a única coisa em comum que terão.

 Se passou uns minutos e Anahi tentou falar com Poncho de novo, mas sem sucesso, então voltou pra sala. Todos conversavam animados quando Dulce desceu as escadas vestida sua jaqueta.

 Daniel: Onde vai filha?

 Dulce: A Mai me chamou pra almoçar com ela e o pessoal, então to indo lá.

 Daniel se levantou.

 Daniel: Vamos ali na cozinha rapidinho por favor.

 Ele pediu licença e se retirou, Dulce foi atrás. Chegando a cozinha.

 Daniel: Não me avisou que ia almoçar fora, como assim Dulce? Estamos com visita.

 Dulce: E dai? São amigos seus, da sua nova família, então não sou eu que tenho que dar atenção.

 Daniel: Você não vai sair, vai ficar aqui que também vou te apresentar a Laura, a mãe do Poncho. Eles vieram nesse almoço pra eu apresentar você a eles.

 Dulce: O que? Mas como faz isso e não me avisa?

 Daniel: Eu os convidei, mas não disse a eles que era pra apresentar você, mas assim ia aproveitar e apresentá-la.

 Dulce: Porque o senhor faz isso em? Sabe que não gosto dessa família e me arma essas coisas.

 Daniel: Depois conversamos, mas agora vai voltar pra aquela sala e vai ficar lá.

 Dulce: Mas eu combinei com a Mai. O senhor ta brincando né?

Daniel: Não! To falando muito sério e não me faça passar vergonha Dulce.

Dulce: Droga! (irritada) Depois ainda fala que sou rebelde, olha o que faz comigo?

Daniel: Agora liga pra Mai e desmarca, te espero na sala e não faça nem uma gracinha, se comporta por favor.

 Ele saiu voltando pra sala, Dulce ligou do seu celular pra Mai lá da cozinha muito irritada dizendo que não ia mais por causa do seu pai. Depois encostou o celular na boca e ficou pensando novamente no que aconteceu entre ela e Anahi no estábulo, esteve a ponto de tê-la, quase consumiu seu desejo naquele momento, já ficou com tantas garotas mas nem uma a fazia perder a cabeça daquele jeito, nunca sentiu atração tão forte assim por nem uma, e com Anahi o mais estranho era que a detestava, é o tipo de menina que não faz nem um pouco o seu perfil, isso na personalidade, porque fisicamente ela era perfeita aos seus olhos. Não entendia como podia sentir aquele desejo todo por ela e perder a cabeça só de encostar nela, não entendia como podia detestar uma pessoa e desejá-la tanto. Mas lembrando do corpo dela e da sua beleza, entendia bem o porque, mas não deveria sentir desejo por ela se a detestava, isso martelava na sua cabeça. 

Dulce: Mas que diabos to pensando nessa garota! (irritada) 

Ela foi até a geladeira e bebeu um copo com água. Não estava nem um pouco afim de ficar lá na sala com todo mundo, mas não tinha outra saída. Assim que colocou o copo na pia ia indo sair da cozinha mas viu Anahi entrar, assim desistindo de ir. Ambas se olharam por uns segundos.

 Anahi: Não ia sair?

 A pirraçando, pois imaginou que Daniel não a deixou ir.

 Dulce: Não te interessa! (cruzou os braços se escorando na pia)

Anahi: Ui, ta irritadinha?

Dulce: Olha ai ta vendo? Depois fala que sou eu que te provoco, depois que a gente briga fala que a culpa é minha.

Anahi: Mas sempre é sua! Eu só perguntei se não ia sair e vem me dando essa resposta ai toda irritada.