Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

Anahi estava demorando e Poncho resolveu ir atrás dela, encontrou ela em sua sala cabisbaixa, estava lembrando do seu pai. Ele conversou um pouco com ela, e quando o intervalo acabou foi para sua sala. Dulce não só voltou pra mesa onde estavam os outros, na hora que o intervalo acabou, assim nem ficou sabendo da festa de Anahi e sobre o pai dela, que era a semana em que ele tinha morrido, além de ter passado o fim de semana fora e como sempre mal falava com seu pai e muito menos com Marichelo estava por fora de tudo.

 No fim da aula cada um foi para sua casa. Depois do almoço Dulce passou a tarde em seu quarto, tinha um trabalho pra entregar na faculdade, e como deveria ter começado ele a dias, estava atrasada, tinha que correr para conseguir acabar ele, pois era pra ser entregue depois do dia seguinte.

 Era quase seis da tarde, Poncho conversava com Anahi e Christian logo chegou lá.

 Christian: E ai gente!

Poncho: Senta ai Chris!

Christian: Nossa, hoje foi puxado, cansei viu. Mas já acabei tudo o que tinha pra fazer! E ai, do que tão falando?

Poncho: To tentando convencer ela.

Anahi: A gente, não tenho animo pra festa nessa semana, vocês sabem! (desanimada)

Christian: Eu sei Any, todos sabemos como é difícil pra você, mas tem que se animar. O Padrinho pediu que você sempre comemorasse, que nunca se deixasse abater, ele quer ver você feliz!

Poncho: Ele pediu pra ser sempre feliz em memória dele, e da onde ele estiver, tenho certeza que ta lá torcendo pra você aceitar essa festa! Porque vai te fazer bem, vai te distrair, te animar, vai voltar a comemorar esse dia tão especial, e um dia especial pra ele também, porque foi o dia que nasceu um dos maiores tesouros dele, lembra que ele sempre dizia isso?

 Ela sorriu levemente.

 Anahi: Lembro sim! 

 Poncho: Então, ele pediu tanto que nessa data sempre comemorasse Any, foi um dos últimos pedidos dele!

Anahi: Você tem razão, e eu ainda não cumpri!

Christian: Enquanto não vai realizando os outros, começa por esse!

 Depois de um tempinho conseguiram convencê-la, logo falaram com Marichelo e ela já ia dar início aos preparativos, ia acontecer ali mesmo na fazenda.

 A noite chegou e Dulce não desceu pra jantar, ainda estava no quarto mergulhada no trabalho que fazia, depois que todos jantaram ela desceu, fez um lanche e levou para seu quarto e depois voltou a fazer seu trabalho. Seu pai foi lá a dar boa noite e ela ficou até meia noite fazendo, não aguentou de sono e foi dormir, mas ainda faltava boa parte pra ser feito, pois o trabalho era grande.

 No dia seguinte foi normalmente para a faculdade, mas na hora do intervalo não se juntou aos outros, foi para a biblioteca pesquisar sobre uma parte do trabalho. Assim sem tempo de ficar com os amigos e ainda por fora sobre o aniversário de Anahi e de todo o resto. Na hora de ir embora para casa, após o fim da aula, se despediu e foi para casa, queria acabar o trabalho logo depois do almoço e se livrar logo.

 Já em casa na hora do almoço, almoçou só ela e Anahi, Marichelo ia passar o dia fora cuidando dos preparativos do aniversário da filha. Daniel aproveitou a hora do almoço para ajudá-la. Anahi não comeu muito, estava cabisbaixa ainda, era o dia que seu pai havia morrido. Dulce a percebeu quieta, mas nem disse nada e nem imaginava o porque, com essa correria de fazer seu trabalho ficou alienada de tudo.

 Cada uma acabou seu prato e Dulce foi para seu quarto terminar o trabalho intrigada com o jeito de Anahi. Já no fim da tarde Dulce finalmente tinha acabado o trabalho e estava na sala falando no celular com a mãe, assim que desligou Daniel chegou em casa.

 Daniel: Oi filha!

Dulce: Oi!

Daniel: Dulce, eu preciso conversar com você sobre a Any.

Dulce: Não quero falar dessa garota!

 Ele ia contar a ela sobre a festa, e sobre aquele ser o dia que o pai dela morreu, ia dizer que ela passava a semana triste e que evitasse ao máximo de incomoda-la e brigar com ela, e que mais tarde iriam a missa dele.

 Daniel: É importante Dulce, não brigou com ela hoje né?

Dulce: As vezes ela parece sua filha mais do que eu sabia? De tanto que se preocupa e me enche o saco!

Daniel: Dulce Maria, não começa! Não me venha com sua mal criação, eu sou sei pai.

Dulce: É meu pai pra me dar sermão, porque preocupar se preocupa só com ela.

Daniel: Minha filha, será que não dá pra conversar comigo como filha? Ta sempre na defensiva comigo, não deixa eu me aproximar.

Dulce: Eu não pedi pra ta aqui papai, nessa casa, com vocês e dando trabalho ao senhor, se ta aguentando isso comigo é porque quis, agora aguenta!

 O dois já estavam nervosos, Daniel não sabia mais o que fazia pra mudar o comportamento da filha com ele, enquanto isso Anahi vinha da cozinha chegando a sala, mas ainda não estava sendo notada.

 Daniel: Quer saber (ele respirou fundo) eu vou tomar um banho porque to muito cansado, e enquanto isso vê se  você se acalma, quero terminar essa conversa com você logo depois, então te espero em 15 minutos no meu quarto!

 Ele saiu nervoso subindo as escadas, Dulce não disse nada e ficou olhando ele ir, irritada.

 Dulce: Que saco, só sabe me encher!

Anahi: Não devia fazer isso com seu pai Dulce! (ela disse calma em tom triste)

 Dulce olhou para trás, nem imaginava que ela estava ali.

 Dulce: Vai querer me ensinar como devo me comportar com meu pai agora?

Anahi: Não quero brigar, só acho que devia aproveitar o tempo que tem com ele, deixando essas brigas de lado, a raiva, não vale a pena!

 Dulce se irritou com a intromissão dela.

 Dulce: Garota, eu não te perguntei nada, quem acha que é pra falar assim?

 Anahi estava triste, mas ela só queria ajudar, falava aquelas coisas lembrando do seu pai, que já não tinha mais ele para estar junto, assim como Dulce ainda tinha esse tempo de estar com o pai. Mas ela era sempre tão grossa, falou sem maldade alguma, calma, e mesmo assim Dulce a tratou mal.

 Anahi: Quer saber, você é uma idiota mesmo, não sabe de nada e não valoriza nada do que tem, age feito uma criança, ao invés de dar valor ao seu pai!

Dulce: O pai é meu e eu faço como quiser, e o que sabe sobre pai?

Nesse momento Anahi parou e encheu os olhos de lágrimas, aquilo foi como uma facada em seu coração, uma ferida que nunca foi cicatrizada foi mexida por Dulce da pior forma, de todas as coisas que Dulce já disse a ela,  nem uma a atingiu tão duramente como essa. Ela sempre a irritava fazia passar raiva, mas nunca tinha a machucado, e com o que acabou de dizer, foi o que ela fez. Marichelo chegou bem na hora pela porta da sala podendo ouvir o que Dulce disse. Na mesma hora Dulce se arrependeu do que disse, estava irritada e nervosa pela discussão com o pai que estava descontando em Anahi, e com ela falando coisas que ela deveria fazer sem ter perguntado nada, a irritou mais, então falou sem pensar a primeira coisa que veio a cabeça. Ao ver os olhos azuis de Anahi em sua frente de encherem de lágrimas e de uma tristeza enorme, uma dor profunda que ela pôde notar, se arrependeu, nunca tinha se arrependido tanto de dizer algo a alguém como naquela hora, sua vontade foi de abraçá-la ao ver aqueles olhos azuis cheios de lágrimas e magoados, pois sabia que Anahi havia perdido o pai e ainda sofria muito por isso.

 Anahi: Se alguma vez quis me atingir de verdade e me ferir (ela falava com a voz embargada) hoje você conseguiu!

 Ela saiu correndo pra escada e subiu chorando, Dulce quis ir atrás, mas não sabia como fazer. Ficando ali no meio da sala extremamente chateada consigo mesmo, sentia o coração apertado.

 Marichelo: Eu sei que vocês não se dão bem Dulce ..

 Ela deu uns passos ficando na frente dela.

 Marichelo: Mas ela não merecia ouvir isso, ainda mais hoje.

 Ela falou calma, e ferida como a filha, pois sabia como aquilo deveria estar doendo nela agora.

 Dulce: Ainda mais hoje? Como assim?

Marichelo: Hoje está fazendo 3 anos que o pai dela faleceu!

 Dulce se sentiu a pior das pessoas, se já estava arrependida pelo que havia dito, agora ainda mais, Anahi não merecia mesmo aquilo e sabia disso, seu coração se apertou mais, caiu um peso de arrependimento, chateação consigo mesma e um enorme remorso por suas palavras. Daniel desceu as escadas indo até elas, ao chegar no quarto pensou um pouco e achou melhor conversar com Dulce antes de tomar banho, vai que nesse meio tempo ela brigasse ou provocasse Anahi, ainda mais pelo jeito que deixou ela na sala, bem irritada.

 Daniel: O que aconteceu com a Any? Ela passou por mim no corredor chorando.

 Ele olhou para as duas, e pelo jeito delas, tinha dedo de Dulce no meio.

 Daniel: Não acredito, Dulce não me diz que você teve algo a ver com isso?

 Dulce: Eu .. eu não sabia .. e não tinha a intenção de dizer aquilo, não sei o que me deu, falei sem pensar no que dizia, eu me sinto tão mal agora ..

 Dulce agora se sentia desolada por ter ferido Anahi daquela forma.

 Marichelo: Vou ver como ela ta!

 Dulce segurou Marichelo com delicadeza pelo braço a fazendo parar.

 Dulce: Deixa que eu falo com ela.

Marichelo: Dulce eu não acho que seja uma boa idéia, a Any ta triste, nervosa, não quero que a situação piore.

Dulce: Não se preocupe Marichelo, eu não vou mal tratar ela, só vou me desculpar!

 Ela saiu subindo as escadas e Daniel ainda queria entender bem o que havia acontecido, e ficou mais abismado ainda ao ouvir a filha dizer que ia pedir desculpas a Anahi, ela não é de se desculpar fácil, ainda mais se tratando de Anahi, ele teve até medo de perguntar o que ela disse a Anahi, porque pelo visto a coisa foi séria mesmo.

 Daniel: To com medo de perguntar isso, mas o que a Dulce disse pra Any?

Marichelo: Não sei bem, mas cheguei e estavam discutindo, só ouvi a última frase da Dulce perguntando a Any o que ela sabe sobre pai.

 Daniel fechou os olhos lamentando, imaginando a dor de Anahi ao ouvir aquilo, e ao mesmo tempo sentiu raiva pelo comportamento da filha.