Fanfic: Volvere Junto a Ti | Tema: Portiñon

 Marichelo: Eu sei que não se dão bem, que a Dulce é só uma adolescente, uma criança ainda, mas hoje ela passou dos limites, feriu a Any da pior forma.

 Ela encheu os olhos de lágrimas ao imaginar a filha chorando.

 Daniel: Não acredito que ela fez uma coisa dessas, não posso acreditar! Dulce e sua impulsividade, essa mania de falar a primeira coisa que vem a cabeça, em não pensar no que diz. Ela vai se ver comigo, dessa vez ela ultrapassou todos os limites.

Ele ficou nervoso e chateado, imaginando o quanto Anahi estava machucada.

 Daniel: Desculpa Mari, desculpa meu amor .. eu assim que cheguei ia falar sobre isso com ela, do quanto essa semana seria uma semana difícil pra Any, que hoje fazia 3 anos que o pai dela morreu, pra não brigar com ela nem chateá-la.

Marichelo: Não é culpa sua meu amor, fica calmo! Eu só espero que a Dulce não piore as situação, e que não briguem mais, não sei como a Any vai reagir quando ver ela.

 Dulce andou pelo corredor sem saber como falar com Anahi, e se xingando pelo jeito que agiu, e aquele aperto no peito a sufocando, o remorso e a culpa do que disse. Ela parou perto da porta do quarto de Anahi, olhando.

 Dulce: Eu sou uma idiota mesmo, poderia ter dito qualquer coisa, menos aquilo e ainda mais no dia de hoje, você é uma idiota Dulce, imbecil!

 Ela deu mais um passo e ficou em frente a porta, imaginando como Anahi estaria lá do outro lado, os olhos azuis magoados de Anahi a olhando não saia da sua cabeça, a fazendo se sentir muito mal, doeu ver aqueles olhos com aquele olhar, cheio de dor. Ela fechou os olhos arrependida, como queria poder voltar aquele minuto na sala e concertar tudo, mas agora apenas um pedido de desculpas era o que poderia ser feito. Ela ficou imaginando o que falar, o melhor jeito, em como fazer aquilo, mas não sabia por onde começar e nem como começar. Respirou fundo por várias vezes e não podia esperar mais, queria falar com ela logo e dizer o quanto estava arrependida.

Dulce bateu na porta e ninguém abriu, depois bateu mais duas vezes e resolveu chamar por ela.

 Dulce: Anahi, sou eu Dulce, abre a porta, preciso falar com você, por favor!

 Ela aguardou uma resposta, ou que ela abrisse a porta, mas nada aconteceu. Ela então falou de novo.

 Dulce: Eu sei que deve ta com ódio de mim, mais do que já tem, mas abre a porta, por favor!

 Novamente não teve resposta, então decidiu abrir e entrar assim mesmo, não sairia dali enquanto não falasse com ela. Levou a mão a maçaneta pedindo que a porta não estivesse trancada, e pra sua sorte não estava, ela abriu a porta devagar e viu Anahi deitada na cama abraçada o travesseiro de costas para ela, percebeu que ela chorava, pra piorar mais ainda seu remorso. Devagar ela entrou e fechou a porta.

 Dulce: Anahi .. (ela chamou receosa)

Anahi: Não quero falar com você Dulce, sai daqui! (ainda deitada sem olhá-la)

 Dulce engolia seco buscando as palavras certas para começar, mas parece que todas tinham sumido. Ela deu mais alguns passos e se aproximou da cama.

 Dulce: Me escuta, por favor!

Anahi: Veio fazer o que aqui Dulce?

 Anahi se virou se sentando na cama a olhando, seus olhos estavam vermelhos, e neles ainda haviam a mágoa e tristeza estampadas. Dulce mais uma vez sentiu uma pontada no peito.

 Dulce: Só quero que me ouça!

Anahi se levantou limpando as lágrimas e a encarou.

 Anahi: Veio fazer o que? O que me disse lá na sala já não foi o suficiente? Achou pouco e veio falar mais? Me ferir mais? (ela disse um pouco nervosa)

Dulce: Não, não vim fazer nada disso!

Anahi: Ah veio fazer o que então? (ainda nervosa)

Dulce: Não vim brigar, nem nada disso.

 Ela abaixou a cabeça, depois voltou olhar Anahi, e dessa vez nos olhos e bastante calma.

 Dulce: Eu vim pedir desculpas pelo que eu disse lá na sala, não devia ter dito aquilo, e não sabia que hoje fazia 3 anos da morte do seu pai.

Anahi: Não precisa vim se desculpar só porque seu pai mandou Dulce!

Dulce: Ele não mandou eu vir aqui, vim por vontade própria. Sem saber que hoje ta fazendo 3 anos da morte do seu pai já me senti mal, sabendo então, me deixou pior ainda. Eu falei sem pensar, disse a primeira coisa que veio a minha cabeça, eu estava nervosa pela discussão com papai e descontei em você, e da pior forma que eu poderia ter feito. Eu jamais quis te ferir usando desse meio, usando algo relacionado ao sei pai, ao falar aquilo não era pra machucar você, só queria te irritar mesmo, mas só me dei conta do peso das minhas palavras quando era tarde demais, só depois de ter dito.

 Anahi ficou a escutando, e a forma com que ela olhava em seus olhos parecia estar sendo sincera.

 Anahi: Tudo bem Dulce!

 Ela se sentou na cama olhando pela janela.

 Dulce: Desculpa mesmo, e eu sinto muito pelo seu pai!

 Anahi a olhou.

 Anahi: Não precisa ficar aqui sentindo pena de mim.

Dulce: Acha que to me desculpando por pena?

Anahi: Claro, nunca gostou de mim mesmo! Mas enfim, já pediu suas desculpas agora já pode ir, quero ficar sozinha.

Dulce: Então mesmo sem acreditar no meu arrependimento, aceita mesmo minhas desculpas?

Anahi: Sim Dulce, já disse que sim! (impaciente)

Dulce: Ta bom!

 Ela se virou dando um passo, mas logo se virou de volta pra Anahi.

 Dulce: Você me desculpou mesmo, ou só desculpou porque ta louca pra ficar livre de mim?

 Anahi respirou fundo.

 Anahi: Dulce até pra pedir desculpas você é chata!

Dulce: Olha ai, então já ta melhor, ta até me xingando!

 Anahi não conteve um pequeno sorriso.

Anahi: Olha, quer saber a verdade? Você me magoou demais, me machucou demais, e eu não quero olhar pra sua cara agora, to muito magoada Dulce.

Dulce: Eu sei! (abaixou a cabeça)

Anahi: A gente não se atura, vive brigando, mas até então eram só provocações, pirraças, birras, mas nunca havia me ferido.

Dulce: Então não me desculpou, sabia!

Anahi: Não, não desculpei mesmo. To muito magoada com o que disse, e quer saber? Eu nem deveria me importar como to me importando, nem deveria ter me atingido tanto porque veio de você, quando vem de alguém que não gostamos a gente não se importa muito.

 Apesar das duras palavras, Anahi falava calmamente.

 Dulce: Nossa, valeu em, me colocou lá em baixo!

 Dulce sentiu um incomodo ao ouvir ela dizer que não deveria se importar porque veio dela. 

 Dulce: Me detesta mesmo né? Agora nem se fala então!

Anahi: Mas sabe o que é engraçado? Eu me importei e me importo, doeu escutar aquilo de você demais, e eu não sei porque doeu tanto. Porque essas coisas machucam dessa forma quando vem de alguém que gostamos muito.

Dulce quase deixou um pequeno sorriso escapar, involuntariamente. Anahi estava a confundindo com suas palavras agora.

 Dulce: Cara, não te entendo sabia? 

Anahi: Nem eu to me entendendo mais.

 Elas ficaram se olhando, até que Anahi quebrou o clima.

 Anahi: Bom, agora quero ficar sozinha, pode ser?

Dulce: Tudo bem!

 Dulce saiu pela porta e fechou, depois escorou nela, ficou tentando entender o que Anahi quis dizer com suas ultimas palavras, e ainda se sentia muito culpada pelo que havia dito a ela, não tirava da cabeça os olhos azuis dela magoados e cheios de lágrimas a olhando.

 Ela saiu e desceu as escadas, Marichelo e Daniel se levantaram do sofá rapidamente ansiosos e preocupados pra saber o que tinha dado a conversa das duas.

 Dulce: Já me desculpei com ela, e ta muito magoada com o que eu disse, mas fiquem tranquilos, não brigamos nem nada do tipo.

Marichelo: E como ela ta?

Dulce: Magoada e triste!

Daniel: Dulce o que deu na sua cabeça de falar uma coisa daquelas pra ela em? Era justamente disso que eu ia falar com você quando não quis me escutar. (nervoso)

Marichelo: Calma Daniel, brigar agora não vai resolver nada! Vou lá ver como a Any ta.

 Ela saiu deixando os dois a sós.

 Daniel: Você ta impossível, não sei mais o que faço com você Dulce!

Dulce: Olha papai, quer saber? Acha que to me sentindo bem com o que fiz? Que to orgulhosa? Não to, e o remorso e arrependimento que to sentindo aqui, são grandes o suficiente perto de qualquer castigo ou sermão que o senhor vai me dar! Então nem precisa perder o seu tempo que pior do que eu to me sentindo não posso ficar!

Daniel: Pelo menos sabe a besteira que fez né? E reconhece! Olha só, a missa do pai da Any vai ser as 19:00 horas e quero que você vá, e nem vem dizer que não vai ir.

Dulce: Não se preocupe, estarei lá!

 Ela saiu subindo as escadas indo para o seu quarto. Com o passar das horas Ucker ligou para Dulce falando sobre a missa, marcaram de se encontrar lá já que eles foram convidados também, por Poncho.

 As 19:00 horas a missa começou, Dulce olhava pra Anahi o tempo todo pra ver como ela estava, e o remorso junto. As 20:30 a missa acabou. Anahi agradeceu a todos por terem ido e depois foi embora. Assim todos foram para suas casas.

 As 22:30 Anahi estava sentada lá fora da sua casa, sozinha, pensando em tudo, relembrando momentos que teve com seu pai. Rodrigo já havia ido embora e ela tinha acabado de falar com Poncho pelo celular, ele queria dormir lá pra ficar mais com a prima nesse dia tão triste, se ofereceu, mas ela disse que não precisava, que queria ficar um pouco sozinha.

 Seu pensamento voava quando ouviu uns passos, ela olhou para quem se aproximava vendo que era Dulce com um prato na mão com um sanduíche e um copo de suco na outra mão.